Strange Feelings escrita por Psychic Twin, July Beckett Castle


Capítulo 1
Capítulo único - Love is strength


Notas iniciais do capítulo

Olá amoras (e amoros), como estão vocês? Espero que bem ♥
Acreditam que essa é minha primeira história dessa categoria e que eu a tenho desde de julho, mas nunca tive a coragem para postar? Pois é, não sei se foi por preguiça ou indecisão mesmo. Essa história é o meu bebê, ela me deu inspiração para iniciar vários projetos, esses que em breve eu estarei compartilhando para vocês ♥ (adoro um coração, gente). Nesse grande capítulo, e único, vocês irão conhecer um pouco da minha abordagem de escrita, eu costumo escrever tanto assim apenas em uma categoria (csi-ny, tenho outro shipper que sou iludida por). Continuando, esse capítulo é mais sobre Emma, embora sim, seja sobre meu casalzão da *palavrão* que eu amo muito.
Espero que gostem, e, desculpem-me por essa grande nota/introdução, eu realmente não queria estender, mas aconteceu!
Tenham uma boa leitura =^,^=



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Estava ficando difícil estar em um mesmo lugar que ela, estava ficando cada vez mais difícil quando era ela quem se aproximava dificultando sua tentativa de se afastar. Ela tentou ser "a amiga", tentou de verdade, mas percebeu com um tempo que não era isso o que ela queria e, por isso, seus sentimentos estavam ficando cada dia mais uma bagunça. Não queria admitir o que poderia estar sentindo porque não queria que fosse real, aliás ela amava o Killian, estava certa disso, embora não sentia por ele o que sentia por Regina. E Emma sabia que a morena dona de seus pensamentos seria um problema para ela, porque a loira estava sendo puxada rapidamente pelos encantos de Regina Mills, sem que a morena de olhos amendoados estivesse ciente disso.

Por mais que tentasse não pensar, lá estava ela novamente, imaginando como seria uma vida com a morena de peles claras e delicada, como seria acordar ao lado dela todas manhãs, como seria ser tocada pelas suaves mãos (assim como imaginava) de Regina Mills. E ela sabia, céus, ela sabia que não era certo, a propósito a vida toda ela gostou de homens, e, acrescentando, ela estava noiva de um homem – bem mais velho que ela –, o homem que lhe amava e que o sentimento era recíproco, embora não fosse mais paixão que sentisse por ele. Inferno, ela estava noiva e gostando de uma mulher, o pior disso era que o seu casamento seria em apenas alguns dias e ela ainda estava nessa batalha interna. Será que ela gostava de mulheres mesmo? Ou era apenas de uma certa prefeita que fez sua vida um inferno no momento em que a conheceu? Ela estaria apaixonada por Regina? Uma mulher. Ela estava apaixonada por outra mulher?! 

Emma só estava tentando encontrar um motivo para estar apaixonada por Regina, mas, na lista que fez na cabeça percebeu que não tinha apenas um motivo para isso acontecer, então tentou fazer uma lista das razões para não se apaixonar por Regina. Não teve bons resultados nessa última. E mesmo assim não encontrara a razão pela qual estava apaixonada. Logo ela, a filha da ex-inimiga de Regina, a Salvadora... Sua família iria lhe odiar, o mundo iria lhe odiar, Regina iria lhe odiar. De jeito nenhum ela iria confessar os seus sentimentos, não era real, tentava se convencer disso, tinha que acabar, ela estava casando em alguns dias e ela teria uma vida feliz ao lado do homem que escolheu para ficar com. E mesmo com esse pensamento ela sabia que não seria completa, algo sempre estaria faltando como nos últimos meses foram, como em todo tempo que esteve apaixonada por Regina, ela sabia porque seu coração não estava completo, e ela sabia exatamente a quem o seu coração pertencia, a pessoa que fazia cada batida de seu coração valer a pena. Inferno, aquele sorriso vestia perfeitamente em Regina e era como se estivesse vendo a escultura mais linda feita nesse universo, toda vez que a morena sorria ela também sorria porque era inevitável não o fazer, Regina a tinha desde do primeiro momento em que pôs os olhos nela, e Emma sabia, só não podia admitir porque estaria confessando um sentimento que não era seu, ou melhor, um sentimento que era errado desde o primeiro momento em que começou. Ela queria acreditar que não estava sentindo, mas a realidade vinha como uma pancada fazendo-a voltar, pois a verdade era simples e existente, Emma era e sempre fora apaixonada por Regina Mills. 

Uma mulher.

Era uma mulher que tinha o seu coração, era por essa certa mulher de cabelos curtos que o seu coração clamava por, essa mulher que bagunçou o que havia de mais bagunçado na vida dela, a outra mãe de seu filho. E ela tentou. Tentou o máximo para ficar longe dela, tentou o máximo não sentir, e tentou esconder os sentimentos que não conseguia deixar ir embora atrás de seu romance com Hook, mas Deus, aquela mulher simplesmente não deixava sua mente, tudo o que tentava fazer para esquecer os sentimentos lhe trazia de volta a Regina, e ela queria que fosse com Killian Jones, queria sentir essa paixão por esse homem de novo, mas por ele nunca passou de um paixonite e a mais pura afinidade, ao contrário de Regina que foi uma paixão tão avassaladora que chegou a consumi-la. Ela se apaixonou por Regina de tal maneira que nunca imaginara antes, sentiu ciúmes muitas vezes, e ela o fez sem saber o que era realmente. Apenas agora, perto do dia do seu casamento que ela se deu conta, estava lá o tempo todo, Regina esteve lá o tempo todo. Como ela pôde ser tão estúpida? Como pôde realizar isso apenas agora? Será que Regina sentia o mesmo sobre ela? 

As questões começaram a borbulhar em sua mente, e ela não podia deixar de lado, ou podia? Ela queria, mas ao mesmo tempo ela não queria. Não queria ficar longe da mesma maneira que queria estar o mais perto possível dela. Tentava pensar em alguma coisa, até mesmo em seu noivo, mas todos os seus pensamentos levavam apenas a uma pessoa. 

Seu coração estava lhe pregando uma peça. Ela pensou. Não podia ter esses sentimentos por uma mulher quando ela era uma também, mas ao mesmo tempo, realizou que ela gostava desse sentimento, em algum lugar dentro dela, lá no fundo, concordava com esses sentimentos inapropriados. Era mesmo isso? Ela deveria largar Hook para ficar com Regina? Era o certo a fazer já que seus sentimentos pela mulher eram verdadeiros, certo? Mas por que parecia tão errado? Por que esse sentimento tão puro e verdadeiro parecia tão errado? Jesus, ela queria não sentir isso, ou pelo menos uma parte dela não queria. Emma sempre se achou diferente, ela tinha gostos diferentes, mas nunca se imaginou com uma mulher, apesar de ser uma pessoa moderna, para ela foi diferente, admirava as pessoas que não tinham vergonha de amar, e se odiava por estar reprimindo um sentimento que era tão avassalador, se odiava ainda mais por estar casando com Hook para se esconder desse sentimento que aos poucos estava deixando entrar. 

Pensou em Regina ao sair da estação, seu celular e suas chaves nas mãos, seu corpo tenso e olhos entregues ao nada, não podia ouvir as pessoas falando enquanto sua mente apontava cada detalhe que ela não lembrava de ter anotado de Regina. Ela o tinha feito. Observara Regina mais do que deveria, traçou cada traço de seu corpo e seu rosto apareceu em sua frente quase como instantaneamente, ela não podia esquecer esse rosto mesmo se quisesse, era inevitável ele não aparecer em sua mente quando ela precisava. Nas histórias é retratado o quão bela Branca de Neve é, mas se eles vissem Regina, a Rainha Má, do jeito que ela vê a história não seria sobre a princesa e sim sobre a rainha. Deus, Regina era linda, tudo nessa mulher era lindo, e Emma a amava... Não, ela não podia chegar ao ponto de amá-la, podia? 

Emma amava Regina? E Hook? 

Inferno, ela não podia casar-se quando era apaixonada por outra pessoa, mas também não podia deixar tudo por causa da sua paixão por outra mulher. Isso era demais para Emma, era muito e ela não podia lidar com isso sozinha. Como poderia saber se gostava de mulheres se nunca teve um encontro romântico com uma? 

Cada vez que confrontava os seus sentimentos ficava mais difícil para Emma. Respirou fundo olhando para as pessoas passarem na rua, pensou em ir até Archie, considerou em procurar Hook, queria falar com o seu pai, mas ao invés disso recorreu a sua mãe. Não podia negar, ela queria ver Regina, apenas para ver se sentia aquelas borboletas no estômago como as pessoas falam que sentem quando estam perto daquela pessoa que são apaixonada, queria estar perto dela e tocar sua mão, saber como foi o seu dia e ter um bom diálogo, e então beijar os seus lábios para sentir o gosto que era, queria saber se iria gostar para poder descobrir se esse sentimento era real, porque se fosse real ela iria abrir os seus sentimentos mesmo que a outra mulher não sentisse nada. Ela queria tanto Regina, mais do que poderia imaginar, mais do que deveria imaginar e do que poderia. Atravessou a rua chegando do outro lado, andou na calçada dispersa, sua mente agora em apenas uma pessoa, não confrontava mais seus sentimentos. 

Regina Mills era um problema, e Emma Swan amava um problema. 

Sorriu do nada, o pensamento de tê-la agora parecia algo a considerar, podia imaginar sua vida com ela, as duas e Henry, tudo seria tão confortável e simples. 

Balançou a cabeça como para tirar esses pensamentos de sua mente e continuou o seu caminho até o loft, entrou no prédio um pouco tensa, subiu os degraus até chegar no andar de cima onde sua mãe morava, e pela milésima vez naquele dia soltou um suspiro. Não fez nada por enquanto, não sentia preparada para enfrentar a realidade, estava com medo da reação de sua mãe, ou até mesmo dela, mas era de Snow que ela precisava naquele momento, era de sua mãe que ela precisava. Tomando coragem fechou o punho e deu três batidas na porta, esperou até que ela se abrisse, podia sentir a coragem se esvaziando de seu corpo naquele momento, e quando pensou em desistir e ir embora, antes mesmo de virar-se a porta se abriu e a voz de sua mãe soou no hall do loft, virou-se novamente para encarar sua mãe e sorriu fraco.

— Emma, o que aconteceu?- Perguntou a mais velha preocupada.

— Podemos falar?- Pediu ela quase implorando.

— Claro!- Snow afirmou e abriu espaço para que sua filha entrasse, antes mesmo de fechar a porta foi recepcionada por um abraço caloroso de sua filha mais velha, retribui o abraço sem questionar, parecia que era o que sua filha precisava, e ela estava lá para isso, para tudo o que ela precisar, Snow podia até ser a "amiga" de sua filha se fosse disso o que Emma precisasse.
A loira se desvencilhou e caminhou até a ilha da cozinha, em silêncio e cabeça baixa, Snow a observou por um momento e então fechou a porta atrás dela antes de ir até a filha. Emma sabia que isso iria acontecer, sabia que iria amarelar no momento que chegasse. O medo de decepcionar aqueles a quem ama tomou toda a coragem que lhe restara, e agora, enquanto sua mãe chegava até ela na cozinha, ela procurava por algo para beber, encontrou uma garrava de Scotch antiga e a pegou junto com uma caneca de café, preencheu a caneca com a bebida alcoólica e bebeu em seguida um pouco do líquido fazendo uma careta logo que tirou a caneca da boca, viu sua mãe observando cada movimento que ela dava pelo canto do olho, mas não se importava, se não podia ter coragem naquele momento talvez o álcool ajudasse a ter um pouco. 

Snow engoliu em seco.

— Tem alguma coisa em que eu possa te ajudar com?- A mais velha perguntou, e por uma fração de segundos ela viu o medo nos olhos de Emma, naquele momento ela já estava tirando suas conclusões.

Conhecia sua mãe muito bem para saber que entrar em qualquer tipo de conversa ela iria acabar falando, não sabia como Snow fazia, mas ela sempre tinha sucesso na missão de descobrir o que Emma escondia. Ela queria muito dizer a sua mãe o que estava passando em sua mente, dizê-la que era o casamento, ela não queria desapontar a sua mãe, mas não podia casar-se e acabar infeliz, não era justo para ela, não era justo para Killian, não era justo para Regina. Deus, ela precisava descobrir uma maneira de contar a morena como se sentia antes do casamento, precisava contar para sua mãe que não queria casar com Killian. Novamente um sentimento estranho passou por ela, estava tão certa agora que foi como se naquele dia ela fora atingida por uma pedra em sua cabeça, uma pedra bem grande e pesada. Como poderia ter tais sentimentos? Ainda era um mistério para ela, mas enquanto os tinha não poderia se casar com Killian, não podia fazer isso.

— Eu estava pensado, talvez seja melhor adiar o casamento, está tudo tão perto e eu queria mais um momento para me preparar.- Foi o que saiu da boca de Emma, ela respirou fundo em seguida como se estivesse segurando a respiração a dias, tinha que ser direta com sua mãe, ou podia dizer uma meia verdade, uma que não a machucasse. 

— O-Ok?- Meio que concordou, Snow, mas seu olhar interrogativo para Emma dizia tudo. 

Emma bufou fechando os olhos. Pressionou a mão no balcão tão forte que era possível ver suas veias, parecia chateada, e como Snow nunca vira, ela parecia assustada.

— Eu tenho esses sentimentos estranhos.- Indagou a loira, pronta para falar. Saiu tão naturalmente que ela mal notou. — Não sei explicar, é como se eu simplesmente não pertencesse a essa vida, como se tudo o que faço pareça errado, como se estivesse casando com a pessoa errada. Tudo em mim parece errado, mas eu não sinto assim quando estou com Re...- Ela quase se entregou. — Quando estou com uma certa pessoa.- Limpou a garganta esperando que sua mãe não tenha ligado os pontos, agradeceu mentalmente quando viu que não. — Ela me faz sentir tão bem e estranha ao mesmo tempo.- Fechou os olhos respirando pesadamente. 

Quando abriu seus olhos encontrou com os da sua mãe lhe encarando, parecia que ela já sabia, esse pensamento fez a loira estremecer.

— Você tem sentimentos por uma mulher?- Snow perguntou, com um pouco de medo da resposta, mas estava pronta para ela. Viu os olhos assustados de Emma e tirou suas próprias conclusões, ela já tinha visto que tinha algo entra as duas, só não pensava que sua filha teria tais sentimentos. Não estava brava ou decepcionada com Emma, na verdade ela estava aliviada que sua filha tenha se aberto com ela, sabia que aquilo devia estar consumindo-a. — Querida, eu sei.- Revelou ela encarando a filha, viu como Emma arregalou seus olhos e como assustada ela ficou. 

Sua mãe sabia? 

Não era como se ela "gostasse de mulheres", ela gostava de uma certa e específica mulher, apenas de uma que estava fazendo seu mundo girar de ponta cabeça. E sua mãe sabia! Céus, ela nem ao menos sabia disso há uns dias e só veio aceitar a umas horas atrás, mas sua mãe parecia tão certa de que sabia, como se ela já tivesse visto antes que a mesma. Quando isso começou? Emma se perguntava. Quando começou e ela não percebeu, mas sua mãe o fez? Estava tão na cara assim?

O olhar de Emma mudara de assustada para confusa, não sobre a pergunta de sua mãe, mas sobre a revelação, a sua revelação. Claro, ainda estava confusa, mas estava mais certa que tudo de que tinha sentimentos por Regina Mills e que queria esperar mais um tempo para casar-se. Contudo estava aliviada por sua mãe não parecer desapontado com ela, sua expressão não era de descrença ou tristeza, mas sim de apoio e carinho, como ela imaginou a Snow com os outros e não com ela.

— Não é fácil.- Murmurou a loira encarando os olhos esverdeados da mãe. 

Snow observou bem a filha, analisando-a para chegar a algo, não queria entrar em uma conversa constrangedora em que as duas saíssem estranhas uma com a outra. 

— O que, Emma?- Questionou Snow com sua voz suave para facilitar a conversa fácil com a filha. Colocou a mão gentilmente na mão da filha, que repousava no balcão que as dividiam, mostrando suporte e que estava ali para o que a loira precisasse, ela não iria julgá-la. — O que não é fácil?

A loira soltou um suspiro fraco, encarava a mão de sua mãe em cima da sua e seus olhos começaram a arder, sua visão ficou turva com as lágrimas invadindo seus olhos. Segurou as lágrimas o máximo que conseguiu, não queria quebrar em frente à sua mãe, não podia.

— Regina. É Regina, ela não é fácil.- A voz de Emma cortou, ela ainda conseguiu dizer até o final e evitou a olhar para sua mãe, ela podia não ter desapontado antes, mas agora sua mãe podia estar chateada com ela, e o pior, Snow podia ficar chateada com Regina, e ela não podia imaginar as duas se separarem por sua culpa, por culpa dos seus sentimentos não correspondidos. — Eu acho que...- Engoliu em seco. Estaria ela a ponto de admitir em voz alta o que estava assustando-a feito um inferno? Encarou a mãe mais uma vez, mas logo desviou o olhar para não ter que admitir isso e ver que quebrou sua mãe, porque de uma certa forma era isso que ela achava estar mais preocupada, em ferir os sentimentos daquela que lhe colocou no mundo. — É melhor eu ir...- Disse por fim, o medo segando-a. 

Quando estava preparando para ir, sua mãe que ainda a pouco estava em silêncio a seguiu até a porta, mesmo antes de chegar até a porta para ir embora Snow a chamou com o seu tom intimidador.

— Emma!- chamou ela. — Por que você não admite de uma vez?- Questionou com a filha ainda de costas para ela.

Devagar, Emma virou-se para ficar frente à frente com sua mãe, engoliu em seco e deixou uma lágrima teimosa escapar, mas não deixou que as outras sequer chegasse a encher os seus olhos, sua postura forte e determinada tinha sido desmascarada no momento que deixou suas fraquezas expostas. Emma odiava ser aquela pessoa fraca, odiava ainda mais aquele estúpido sentimento que a fez questionar tudo o que tinha de mais errado nela. 

— É complicado. E-Eu... Eu não sei. É verdade que eu amo Killian, mas... Deus, é tão estranho quando parece real!- Andou até a sala depois que falou isso e sentou no sofá, enterrou o rosto em suas mãos para esconder a vergonha que estava sentido naquele momento.

Malditos sentimentos. Amaldiçoava Emma. Odiava cada momento que o sentia assim como também gostava, era o paradoxo da sua vida, assim achava. Andando até a filha, Snow sentou-se ao seu lado e a olhou, ainda estava escondendo o seu rosto nas palmas de sua mão, mudou seu olhar em direção à parede.

— Porque é real. Emma, é apenas um novo sentimento, você pode não estar admitindo, mas é verdade. Querida, ninguém escolhe por quem vai se apaixonar, e eu sei que você ama o Killian e ele a você, mas você está apaixonada por outra pessoa. Talvez eu tenha sido um pouco insensível quando percebi vocês, contudo eu quero que ambas sejam felizes e se for para estarem juntas eu estarei feliz por vocês. Mas, querida, você tem que se decidir antes para não sair com o coração machucado ou deixar uma profunda ferida no coração de alguém.- Aconselhou a mais velha, abraçou sua filha de lado e a apertou em seus braços passando-lhe o apoio necessário. 

Seu corpo ficou tenso, ainda estava assustada com tudo isso, não podia acreditar em si mesma por ter feito parecer real, podia ser apenas uma boba atração, não podia? Mas não, ela teve que se apaixonar justo pela outra mãe de seu filho! 

— É novo e, estranho também, mas é real. Talvez seja seu amor verdadeiro.- Emma a olhou assustada. Ok, isso já tinha ido longe demais para o seu gosto. — Quero dizer, quando a gente ama alguém só queremos garantir a sua felicidade e talvez ela seja a sua e você a dela. Existe milhares de possibilidades para a felicidade, o futuro está sempre mudando, assim como os sentimentos, mas se esse permaneceu então é verdadeiro. Você e Hook pareciam apaixonados, mas se existe uma segunda opção é porque talvez a primeira não seja a certa.- Emma encarou o nada, refletindo o que acabara de ouvir de sua mãe. Sua mãe tinha razão além de tudo, porém o fato de ter uma possibilidade de ser amor verdadeiro mexeu com Emma profundamente, ela não imaginava sentir isso, era tão incerto. — E quando é amor verdadeiro a gente sabe.
Essas palavras fundiu na mente da loira como uma bala presa em seu crânio, estava descobrindo os seus sentimentos tudo de uma vez, e sua mãe estava ajudando para isso, mas a pergunta é: Será que Emma é capaz de aguentar toda a verdade? Sua mãe estava prestes a provar se.

— Você sentiu borboletas no estômago e tremeu quando a viu? Sua mente sempre leva a ela? E é com ela que você se vê no futuro? Se você sente isso tem que correr atrás da pessoa que faz o seu mundo girar senão outra pessoa vai. Além do mais, o que mais você tem a perder? Você a ama e ela a você, essa é a sua chance. 

— Ela...- Emma engoliu em seco. — Re-gina, ela... Ela me ama?- Conseguiu pronunciar um pouco espantada pelo fato que acabara de ouvir. Seria mesmo verdade?

— Apenas faça a escolha certa, siga o seu coração.- Terminou o seu discurso, Snow, apertando o braço da filha com a mão, podia senti-la menos tensa em seu braço, mas ainda assim sabia que ela estava confusa e enfrentando uma batalha interna. 

— Obrigada mãe.- Ela murmurou deitando a cabaça no ombro da mais velha. — Era tudo o que eu precisava ouvir.

Snow sorriu esfregando o braço da filha com uma expressão orgulhosa, adorava ajudar, e ainda mais ajudar com os conflitos de sua filha, estava orgulhosa de Emma além de tudo. Aquele dia tinha sido tão comum como outro, até Emma bater em sua porta e despejar tudo, uma parte de Snow estava com medo dessa descoberta de Emma, mas a outra não podia estar mais contente com isso. Regina teria seu final feliz e Emma iria ajudar assim como se ofereceu para tal trabalho, porém a loira iria ser parte desse final feliz que a Rainha tanto merecia, Snow não podia estar mais certa. 

Regina amava Emma e era recíproco. 

— Já decidiu o que vai fazer?- Questionou Snow curiosa, não queria bancar o cupido, embora já estivesse fazendo esse papel. Emma soltou uma risada, mas não uma feliz, foi sem emoção alguma.

— An, não. Cancelarei o casamento primeiro.- Suspirou. Fazia planos em sua mente sabendo que logo esqueceria. — Será difícil, mas irei atrás do que eu quero, e eu quero a Regina.- Falou decidida e com um sorriso, sua mãe a encarava também com um sorriso, seu braço já não mais envolta da loira para poder ter uma boa visão dela. 

Apesar de seu sorriso e seu tom de determinação, Emma estava mais assustava que uma garotinha de 6 anos.

*****

Naquela semana Emma evitou Killian, queria explorar os seus sentimentos apesar de ficar longe do noivo não estivesse em seus planos, foi sua mãe. Snow disse que, se fosse esperar 2 semanas para o casamento, seria melhor se ela tentasse se aceitar antes de fazer algo que poderia lhe quebrar no futuro, disse-lhe que tudo estava novo por isso ela não deveria se precipitar, então o melhor para eles (incluindo Regina) era que Emma ficasse sozinha — Foi como se Snow estivesse pedindo para que ela ficasse apenas com ela mesma, apesar de tudo, Emma podia ter aceitado os sentimentos, mas não se aceitou como essa nova pessoa. —, e quando resolvesse a guerra dentro dela, aí sim ela poderia voltar para eles e, se conseguisse, admitir os seus sentimentos de uma vez em voz alta para a pessoa a quem era direcionado. Apesar de não concordar no momento, Emma viu que aquela era uma ideia brilhante, até pensou que se ficasse longe de Regina aqueles sentimentos iriam desaparecer, e então o inevitável aconteceu, ela descobriu que não conseguia parar de pensar na mulher morena.

Seus dias evitando todos de Storybrooke chegaram ao fim, ela tinha que encarar os seus problemas de uma vez, e sentia saudades de seu filho além de tudo, então saiu de Boston onde passou sua semana sozinha com a desculpa de estar em um spa (que ela foi na verdade, mas um dia antes de voltar). Cruzou a linha da cidade com o seu bug amarelo, entrou dentro da cidade com um olhar de decisão em seu rosto, embora não sabia como iria se declarar para Hook e Regina. O seu pé parecia mal tocar no acelerador, as rodas do carro rodavam tão devagar que pareciam estarem parando, não tinha ninguém em sua volta embora, e ela não estava nem um pouco preocupada com o seu limite de velocidade, estava nervosa com outra coisa que teria que enfrentar, o casamento ainda seria em uma semana, e ela não sabia se fazia aquilo assim que encontrasse com as duas pessoas que precisava.

Tomando uma respiração profunda, a coragem que parecia ter escapado pelos seus dedos voltara, ela então apertou fundo o acelerador do seu bug até entrar na cidade totalmente, não importava com o limite de velocidade tanto quanto não se importou quando estava na entrada da cidade, fechou os olhos por uns instantes e os abriu em seguida para prestar atenção na estrada. Podia ouvir os anões se agitando, alertando sobre sua chegada na cidade, ela concluiu, pensou em como isso parecia bobo, mas não podia entender como as coisas funcionaram na Floresta Encantada para eles, então não deu muita importância a isso. Lembrou de ligar o seu celular, tinha o desligado desde de ontem quando estava no spa e não ligara mais, assim que parou no sinal vermelho pegou o celular que estava jogado no banco de passageiro e o ligou, assim que desbloqueio a tela de bloqueio o espaço foi preenchido com o som de alerta do iPhone, milhares de mensagens e ligações perdidas nas últimas horas, a maioria vinha de Henry e Regina, algumas de Killian e seu pai, e apenas uma vindo de sua mãe, ignorou todas as outras para ler o que sua mãe lhe enviara, não se importou quando o sinal abriu e alguns carros começaram a buzinar atrás dela, aliás ela os ignorou e os carros começaram a ultrapassar o seu.

"Espero que quando estiver aqui tome a decisão certa, não quero que tente agradar a mim ou ao seu pai, você tem uma escolha a fazer e essa tem que agradar o seu coração. Estamos aqui para te apoiar em quaisquer decisões. 
Te amo Emma, Snow."

A loira leu as palavras que sua mãe escrevera para ela e um sorriso se formou em seu rosto, se sentia mais segura de sua decisão agora, nunca teve o apoio de ninguém antes, tinha certeza que iria conseguir e que teria os seus pais no final, apenas tinha um medo, esse que iria tentar ignorar.

Uns segundos depois ela digitou para sua mãe e deu partida no seu carro seguindo para a casa dos pais onde se sentia mais confortável em estar. 

"Fico feliz em saber disso. Também amo você mãe. Obrigada!"

Henry estava na casa de Regina, na verdade ele passou toda a semana no tempo em que ela esteve ausente na casa de sua outra mãe, e Emma começou a se perguntar se Henry iria lhe aceitar se ela revelasse os sentimentos que tinha por Regina, o medo subindo novamente, mas nada iria lhe impedir, a não ser que seu filho a rejeitasse. Vagou pela cidade com o seu bug amarelo sem realmente prestar atenção no que estava a sua volta, conhecia muito bem a cidade e não tinha nada de novo que prendesse sua atenção, quando se deu por si já estava em frente ao prédio de seus pais.

Naquele momento toda a conversa que tivera com sua mãe uma semana atrás passou na sua cabeça como um filme, ela lembrava de cada palavra trocada, todos os conselhos sábios vindo da mulher mais velha, lembrava de como quebrou na frente de sua mãe e ter pego no sono e quando acordou a noite estava em seu antigo quarto, naquela noite ela avisara a Henry que ele poderia ficar com sua outra mãe e deixou uma mensagem para Killian dizendo que queria ter um momento com sua família, ambos não a procuraram naquele dia e ela teve um bom momento com seus pais e seu irmão mais novo. David sabia a propósito. Ele sempre soube, mas não falara nada para a filha, apenas a deixou saber.

Quem estaria agora na casa de seus pais? Ela queria saber, apenas para estar preparada quando subisse, mas sua mãe não respondia suas mensagens e pelo o que sabia o seu pai estava na delegacia, permaneceu dentro do carro por um breve momento e então decidiu sair e entrar no prédio. Ainda tinha as chaves, então dessa vez não bateu na porta, apenas a abriu e adentrou no loft de seus pais, estava silencioso e ela concluiu que não tinha ninguém. Andou direto para cozinha, fez um sanduíche de atum e o comeu acompanhado com um suco de uva que tinha na geladeira, comeu tranquilamente e em seguida mandou uma mensagem para Henry avisando onde estava e que queria encontrá-lo, o menino respondeu no mesmo minuto. Enquanto esperava pelo o filho, Emma lavou a louça que sujou e foi para a sala sentar-se no sofá lendo uma revista qualquer. 15 minutos depois ouvira batidas impacientes na porta e sorriu já sabendo quem seria, correu para abrir a porta e seu sorriso só aumentou quando viu a figura do seu filho em sua frente, não teve muito tempo para prestar atenção nele já que o menino pulou em seus braços dando-lhe um apertado e caloroso abraço, esse que Emma correspondeu. Com os seus olhos fechados a loira não notara a figura morena atrás deles, parecia cansada como se tivesse corrido em uma maratona.

— Senti tanta a sua falta!- Disse Emma com a voz preguiçosa.

Henry riu em seus braços e a respondeu em seguida.

— Também senti sua falta mãe.

Regina os observa com um sorriso no rosto.

Foi quando mãe e filho se separaram que a presença de Regina se fez notada, Emma a olhou com surpresa, mas lhe oferecera um pequeno sorriso.

— Como foi a viagem?- Regina perguntou presunçosa. Parecia incomodada com alguma coisa e isso não passou despercebido por Emma.

— Foi boa, na verdade.- Afirmou a loira com um sorriso nervoso.

— Por que você adiou o casamento?- Quis saber, Regina.

A loira engasgou, ela não podia contar a verdade agora, não em frente do seu filho, e não podia mentir para a morena porque ela descobriria. Henry olhou para a mãe loira esperando uma resposta também, ele parecia curioso sobre esse assunto, na verdade Emma pensou que todos estavam confusos sobre isso, mas Regina foi corajosa o suficiente para lhe perguntar o porquê, ninguém se arriscaria a entrar em uma conversa embaraçosa.

— Hun... Eu precisava pensar.- Disse Emma por fim. Não era uma mentira em tudo, só não era todo o motivo e sua resposta pareceu convencer os dois Mills. Suspirou em alívio. — Entrem.- Pediu ela dando espaço para que ambos entrassem no loft, e assim fizeram.

Os três ficaram em silêncio boa parte do tempo quando tomaram um assento no sofá, o clima de repente ficou desconfortável para eles, ninguém sabia o que falar. Emma embora, não queria falar, preferia o silêncio assim podia se perder em seus pensamentos. Será que Regina a amava? Não, não podia ser. Se bem que sua mãe sempre estava certa, e Snow conhecia Regina como ninguém, até mais que ela na verdade. Olhou para a morena que também a olhava, no mesmo momento as duas desviaram o olhar uma da outra assustadas e envergonhadas, Emma quase deixou que Regina notasse seu olhar sobre ela... Espera, Regina olhava para ela primeiro! Deus, essa dúvida estava a matando, ela precisava de respostas o mais rápido possível.

— Vovó levou Neal para visitar Robin.- Pronunciou Henry quebrando o gelo entre eles.
Emma olhou-o surpresa, porém não tinha um olhar de desaprovação como teria um tempo atrás, Zelena mudara e Emma estava feliz que sua mãe lhe dera uma chance. Sorriu bagunçado o cabelo do filho, encarou Regina que estava a sua frente em silêncio, parecia desconfortável e ela não sabia como começar uma conversa.

Estava aflita. Com Regina ali seus sentimentos apenas dobrou, não conseguia simplesmente ignorar a presença dela, mas tentava o máximo não falar porque acabaria dizendo algo estúpido — com algo estúpido ela iria acabar dizendo sobre o que sente —, porém a morena parecia incomodada e evitava o contato com ela depois que a loira a pegou encarando-a. A loira sabia que Regina sabia que tinha algo de errado, aliás a morena a conhecia como ninguém, mas algo incomodava Regina mais do que ela pensou, e dessa vez Emma não podia saber se era por causa dela ou tinha algo que Regina não estava contando. Ela queria perguntar, Emma sabia, Regina queria tirar a verdade de Emma como sempre fazia e conseguia com sucesso, mas algo a prendia, talvez fosse Henry estando ali, ela não sabia, e embora estivesse curiosa sobre, Emma não falou nada.

Será mesmo que Regina tinha sentimentos por ela também? Sua mãe estaria certa? 
Emma se fazia essa pergunta desde que ouvira as palavras sair de sua boca: "Você ama ela e ela a você". Essas palavras não saiam de sua mente. Ela amava Regina? Pensou mais sobre isso. Ela amava Regina. Como chegou a esse ponto, ela não sabia, mas seus sentimentos eram tão fortes que chegava mesmo a ser amor, ela ama Regina de verdade, e isso a assustava porque tinha medo da morena não sentir o mesmo sobre ela. 

Emma não tinha mais medo de seus sentimentos como antes, ela tinha medo da morena não sentir o mesmo por ela. 

— Algo de errado, Swan?- A voz de Regina despertou Emma de seu devaneio. Há quanto ela estava olhando para Regina? Ela não sabia, mas só da morena perceber um rubor cresceu em suas bochechas.

— Estava apenas pensando, desculpe...- Sua voz ficou mais baixa. — Não percebi.- Ofereceu um sorriso tímido olhando para seus joelhos. 

Regina nada disse. O silêncio então voltou, os segundos pareciam horas, Henry já estava entediado, mas não tinha nenhum um assunto para puxar. Olhou de sua mãe loira para a morena e se perguntou por que elas estavam estranhas uma com a outra, principalmente Emma, essa estava mais do que sua mãe morena e tudo começou há algumas semanas depois que Hook voltou. 

— Er...- Emma levantou a cabeça e encarou Regina. — Acho melhor eu ir, só vim trazer Henry, ele estava ansioso para vê-la.- Disse Regina um pouco desajeitada.

A loira arregalou os olhos e engoliu em seco. O que irei dizer para convencer Regina de ficar? Ela precisava ter uma conversa com ela depois de tudo, mas antes teria com o seu filho. Mil coisas passaram por sua cabeça, e todas as ideias para fazer Regina ficar soou uma mais estranha que a outra, agora mais que tudo precisava de sua mãe para lhe ajudar com isso, Deus, ela precisava de uma bebida forte.

— Hun...- Regina estava prestes a levantar, mas voltou a sentar e encarou Emma que paralisou com o olhar da morena sobre ela. Respirou fundo e abriu a boca uma, duas, três vezes e nada saia, a morena parecia impaciente agora, Emma estava completamente perdida. — Você... Hun... Poderia, Hun, ficar?- perguntou ela. 

Regina lhe deu um olhar interrogativo quando ela terminou de falar. Emma estava tão embaraçada que seu rubor aumentou ainda mais, parecia uma adolescente medrosa perto do seu/sua crush.

— Está tudo bem, mãe?- Questiona Henry para sua mãe loira. Era a mesma coisa que Regina queria saber.

— Sim!- Respondeu tão rápido que não os convenceu. — Eu preciso ter uma conversa importante com você.- Se voltou para Henry e segurou ambas suas mãos. O menino pareceu interessado. — Mas antes vamos esperar meus pais chegarem, sim?- Pediu ela com um olhar implorando.

O menino, sem questionar, acenou com a cabeça positivamente concordando com a mãe, embora estivesse curioso sobre o que a mãe queria falar que era tão importante e estava deixando-a tremer, algo que só notou quando ela tomou suas mãos para si. Henry olhou para Regina que deu de ombros também sem saber o que era, ele podia esperar, contudo queria estar preparado para o quer que fosse. Imaginou que sua mãe iria desmanchar o noivado, por enquanto essa era a única opção lógica que tinha em mente. 

— É algo sobre Hook?- O coração de Emma disparou em uma frequência desesperada quando o filho fez essa pergunta, por um momento ela esqueceu que tinha que respirar e quando lembrou parecia uma eternidade, se repreendia mentalmente por tal ato, seu filho e Regina notara.

Ela estava suando?

Deus, ela estava tendo um ataque de pânico? Sua respiração pesou e ela apertou mais forte as mãos de Henry sem notar que o fizera, seus olhos arregalaram e ela buscava por ar como se tivesse se afogando. Por que diabos ela estava tão nervosa? A resposta era simples: a "hora da verdade" estava chegando e ela sabia, pelo menos um deles saíram com o coração machucado, ela poderia perder uma amiga e sair ainda mais quebrada, sua vida viraria um caos por sua culpa, além de bagunçar ainda mais a sua, ela estava fazendo isso para as pessoas em sua volta. Poderia perder o filho, e isso a assustava mais do que tudo, mas não podia simplesmente ignorar o que sentia, não podia se esconder e quanto menos enganar Hook, ele merecia ser amado como deveria e ela não podia amá-lo desse jeito. Estava tão sufocada com tudo isso, mas tudo apenas começou a cair agora quando ela pensara que estava pronta, logo quando sua vida iria se resolver e ela poderia, finalmente, respirar em paz. Uma voz a chamava, tudo estava escuro, foi quando percebeu que seus olhos estavam fechados, mais e mais vozes soavam ao seu redor como um apito, sua cabeça começara a doer e suas mãos formigavam, tinha algo em suas costas segurando delicadamente e ela não conseguia decifrar o que era, seus olhos abertos, mas a visão estava turva. O que estava acontecendo com ela? Desde quando se transformou nessa pessoa fraca? Essa não era a Emma Swan que conhecia, essa era uma versão mais fraca de si mesma que ela não conseguia decifrar, seu reflexo era como se não lhe pertencia, era como se aquele corpo não lhe pertencia mais e ela não entendia o porquê.

Sua respiração não estava saindo corretamente, o que estava nas suas costas começou a se mover esfregando em círculos, alguma coisa segurava os seus braços e ela conseguiu decifrar o que era ou quem era, sua visão voltava ao normal e a primeira coisa que viu foi o seu filho, parecia assustado, em seguida sua respiração se normalizou assim como sua audição. Era o seu filho que segurava os seus braços, era Regina que estava esfregando suas costas com a mão e afagava o seu cabelo.

— Emma, respira.- Ordenava a morena. — Pode me ouvir?

— Mãe?- O desespero na voz de Henry partiu o seu coração, ela não lembrava o que aconteceu nos últimos 3 minutos?

— Respira, Emma.- Falava Regina ainda esfregando as costas da loira.

— Es- Estou bem.- Respondeu a loira fazendo o que Regina pedira, sua respiração voltara ao normal e ela inspirava e expirava, fazia esse processo repetidamente.

— Você está?- A voz de Regina soou em sussurrou em seus ouvidos e ela sentiu um arrepio percorrer em seu pescoço.

Balançou a cabeça confirmando o que Regina perguntara.

— Desculpe.- Olhou para Henry com os olhos marejadas, não queria assustar ele. O garoto sorriu aliviado e voltou a segurar as mãos da loira. 

— Hey.- Regina chamou suavemente fazendo-a olhar para ela. A loira olhou para a morena. — Não precisa pedir desculpas.- Disse a morena segurando o rosto dela com ambas suas mãos. Emma sorriu fechando os olhos enquanto sentia o toque da morena em sua face, a morena também deu-lhe um sorriso sem mostrar os dentes e em um ato imperceptível ela acariciou o rosto da loira com os polegares, mais uns segundos assim e então a morena finalmente soltou o rosto da loira deixando uma sensação de formigamento onde a tocou.

— Por que isso aconteceu com você?- Quis saber Henry.

A loira olhou para baixo suspirando e encarou o filho.

— É apenas... Você sabe, o casamento e todas as coisas, me deixou um pouco estressada.- Respondeu ela dando de ombros.

Regina, que até então estava sentada do lado de Emma, levantou do sofá e ficou de pé encarando os dois que ainda estavam sentados.

— Pensei que a semana no spa era para te ajudar com isso.- Era evidente o tom de sarcasmo na voz de Regina, ela tinha mudado do seu modo preocupada para um indiferente.

— Bom...- Emma gaguejou.

A porta do apartamento se abriu e ela pôde respirar aliviada quando viu seus pais e Hook. Salva pelo gongo. Pensou. Levantou do sofá abruptamente e correu para abraçar os seus pais, além de David e Snow, o resto do pessoal ficaram intrigados com o comportamento repentino da loira. 

— Hey.- Ela cumprimentou Hook com timidez depois que desvencilhou do abraço com os seus pais. O pirata deu o seu mais magnífico sorriso e abraçou a amada, mas a resposta dela o incomodou, parecia que ela não gostara do ato dele, se intrigou ainda mais quando foi beija-la e a mesma virou o rosto fazendo apenas beijar a sua bochecha. Ele nada disse até então. — Okay, já que todos estão aqui — olhou para Henry com um meio sorriso — podemos começar.- Puxou o ar em seus pulmões e soltou logo em seguida. — Garoto, vem comigo?- Ela chamou estendendo o braço para que ele fosse até ela, o que ele fez sem questionar.

— O que você tem a dizer, Emma? Não tenho o dia todo!- Reclamou uma Regina impaciente.
Snow olhou para a filha e lhe deu um sorriso encorajador.

— Hun, digamos que é um assunto delicado e ela quer apenas garantir que Henry saiba antes.- Snow respondeu à pergunta de Regina que foi redirecionado a sua filha, mas Emma não saberia o que dizer então ela resolveu dar uma ajudazinha.

Regina revirou os olhos e bufou impaciente com os braços cruzados, virou-se para a janela e ficou a observar o nada. Desde que descobriu que Emma e Hook estavam noivos algo mudou dentro dela, e ela não gostava muito desses sentimentos, porém não poderia ignorar, ela gostava de Emma mais do que deveria e o que viu a deixou enciumada. Como não tinha nenhuma chance com a outra mulher, também porque elas nunca namoraram outras mulheres, Regina não se deu a chance de tentar, tinha medo da rejeição e do que viria depois de sua admissão.

Olhando para mãe com um olhar agradecido, Emma finalmente saiu da sala levando Henry consigo, subiram as escadas para onde foi o seu antigo quarto de quando morava com os seus pais.

*****

Emma conduziu o filho até a cama e o fez sentar, logo em seguida ela sentou-se ao seu lado, iria tocá-lo mas desistiu no caminho tomando suas mãos nervosas de volta. Esfregou as mãos uma na outra e suspirou pela trigésima vez naquele dia, fechou os olhos pensando em como entrar nessa conversa com o seu filho, mas nada produtivo saia e, bem, ela não podia simplesmente soltar essa bomba no menino de quatorze anos, podia? 

— Mãe!- Henry chamou sua atenção impaciente.

Emma engoliu em seco.

— Ok, é o seguinte...- "eu sou gay e tenho sentimos por sua mãe" não iria sair bem naquele momento. Henry a encarava e ela desviou o olhar, fez uma careta arqueando a boca, olhava pensativa para a parede e então procedeu sem olhar para ele. — Faz um tempo que eu me sinto diferente, e não é porque eu sou a salvadora, é sobre mim, é sobre os meus sentimentos. Antes de vir para Storybrooke eu não acreditava em final feliz ou amor verdadeiro — riu nervosa —, e então você apareceu na minha porta, me trouxe para cá com aquela história maluca sobre vilões e heróis — sorriu nostálgica com a memória — que eu não acreditei é claro, no começo parecia apenas uma história infantil, e então eu conheci sua mãe. Deus, que mulher difícil! Ela garantiu que minha estadia aqui fosse excepcional, Hun?- Ambos riram com esse último comentário, Henry ainda não entendeu. — Ela me fez ir pra cadeia e tentava de todo jeito me afastar de você, agora a entendo um pouco, você é muito para perder.- Cutucou ele com o cotovelo. — Eu conheci Mary, que você insistia ser Snow White, vulgo minha mãe, e claro você não podia estar mais certo. Você tinha razão em tudo, desculpa se eu não acreditei na hora. Henry, você me trouxe para a minha família... David, meu pai, você ajudou que ele e Mary se encontrassem, você fez isso, você quebrou a maldição, tudo isso, onde estamos hoje, sua mãe, meus pais, tudo isso é graças a você.- Abraçou ele apertado. — Voltando para os meus sentimos; Eu te amo, você é a coisa mais certa da minha vida e nada e nem ninguém irá mudar isso. E tem o Killian, eu, eu gosto muito dele, eu o amo, mas... Não sinto que ele seja a pessoa.- Enfatizou a última parte. — De fato, é isso que venho lhe contar e, eu só quero que você entenda, mas se não tiver tudo bem para você, eu...

— Mãe, pode falar.- Encorajou Henry, olhando nos olhos marejados de sua mãe.

— Eu tinha esses sentimentos estranhos, eu os queria, mas os negava porque não era certo, eu não era assim, e a partir do momento que veio se intensificando eu percebi que não podia mais ignora-los. Fui para Boston encontrar as respostas que eu queria, eu estava enganada esse tempo todo, não posso deixar que esse sentimento se acumule em meu peito, então lá vai... Henry eu estou apaixonada por uma mulher.- Fechou os olhos com medo, mas não sabia ao certo o que temer

O menino arregalou os olhos em surpresa, mas logo suavizou sua expressão e segurou com gentileza os braços de sua mãe fazendo-a olhar para ele, assim que ela o fez ele deu um sorriso torto, mas acolhedor.

— Eu irei te amar do mesmo jeito.- Disse ele. — Mãe, eu te aceito do jeito que você é, se você gosta de mulheres, tudo bem para mim, desde que eu tenha você.- Suas palavras fez que um grande sorriso se formasse no rosto da loira.

Ela o abraçou apertado, não podia esperar menos de seu garoto, estava tão orgulhosa e em paz consigo mesma agora que o contou e ele aceitou de boa.

— Você é o melhor filho do mundo.- Murmurou ela em seu cabelo, beijou o topo de sua cabeça e o soltou para que tivesse uma boa visão de seu rosto. — Eu não gosto de mulheres.- Disse Emma. Henry a olhou confuso, era um teste? Ele pensou. — Eu gosto de uma mulher, e ela é durona, tenho certeza que irá me negar, mas... É Regina, você sabe como ela é!- Admitiu de uma vez com um sorriso torto. 

Henry abriu a boca em um perfeito 'O', não esperava por essa, ou esperava? 

— É, ela é durona.- Confirmou ele ainda surpreso.

— E brilhante. Ela é doce e gentil, e ela é muito importante pra mim, quero dizer...- Podia passar o dia todo elogiando a mulher, mas Henry a interrompeu.

— Ela é o seu amor verdadeiro.- Completou Henry com um sorriso. Seria divertido ter suas mães juntas, ele não podia ficar mais feliz por sua mãe, só esperava que sua mãe morena sentisse o mesmo.

— Ela é, Henry.- Afirmou com tanta convicção que até ela se surpreendeu, mas não podia estar mais certa. — Eu vejo um futuro com ela, sabe? Eu, você e sua outra mãe.- Mordeu o lábio inferior já imaginando como sempre imaginou. 

— Você deve contar a ela. E terminar com Hook.- Ele disse encorajando-a.

— E se ela não me quiser?- Questionou a loira.

— Eu acho que ela vai.- Uma voz feminina soou pelo quarto assustando ambos que estavam lá. Era Regina, Emma reconhecia muito bem essa voz, o que fez o seu coração disparar como se quisesse fugir do seu peito, ruborizou envergonhada e se limitou em olhar para trás.

Henry olhou para a mãe morena e sorriu levantando-se para ir até ela, porém parou na metade do caminho e deu um olhar divertido de repreensão.

— Sabia que é feio ouvir a conversa dos outros atrás da porta?- Indagou ele em um tom zombeteiro.

— A porta estava aberta então eu não cometi tal ato terrível.- Colocou a mão no peito incrédula, e sorriu em seguida quando Emma finalmente teve coragem para olhar pra trás. — Vocês estavam demorando e eu não pude evitar.- Adentrou no quarto mantendo o seu olhar para a loira. — Não ouvi tudo embora, mas ouvi o bastante e, Emma você podia ter me dito o que sentia, poderíamos ter conversado antes.- Disse em um tom sugestivo.

Henry saiu do quarto para deixá-las com mais privacidade, antes deu um beijo na bochecha da mãe e então saiu finalmente. Com o filho no andar de baixo, Regina prosseguiu.

— E se você tivesse me dito antes eu iria dizer que eu também sou apaixonada por você, que eu também estava com medo porque eu te amo e esse sentimento me assusta, mas não tanto quanto te perder faz. E eu achei, eu achei que iria te perder, e tudo o que eu queria era você. Eu ainda quero, se você quiser também. Quem é doce e gentil é você querida, mas se você acha isso mesmo de mim, então, você está mesmo cega.- Ela riu com o seu último comentário o que fez a loira rir também.

— Dizem que o amor é cego.- Comentou Emma levantando da cama e ficando de frente para Regina, mas mantendo uma distância entre elas. — Eu te amo, Regina Mills, eu sempre amei e sempre vou te amar. Me desculpe se tive medo e não contei, e pelo o que te fiz passar.- Deu um passo à frente. — Me desculpe se eu fui tola o bastante para não te escolher quando eu queria.- Mais um passo e estaria mais próxima a Regina. — Desculpe se não percebi que os meus sentimos por você são verdadeiros.- Então deu o último passo e estava tão próxima a Regina que podia sentir sua respiração junto com a dela. — Desculpe se não fiz isso antes.- Desculpou-se terminando o seu discurso.

Delicadamente tocou o braço nu de Regina, ela estava sem o casaco e usava um vestido preto que marcava bem suas curvas, seus braços agora expostos facilitando o toque de Emma, e esse toque fez a morena se arrepiar.

— E isso.- Continuou agora encostando suas testa e passando o seu nariz no dela. 

— Desculpe se ouvi a conversa de vocês.- Sussurrou Regina quase sem voz.

Emma sorriu docemente.

— Faça.- Pediu Regina. — Eu sei que você quer descobrir também.- Admitiu ela com um tom desafiador.

Tocando o rosto da morena, Emma aproximou mais o seu rosto do dela, Regina passou os braços pela cintura da loira alertando-a contra ela, seus lábios já fazendo contato, e então selaram o beijo de uma vez. Foi calmo e delicado, um beijo esperado por ambas, no começo só bastou o toque dos lábios, e então aprofundaram o beijo que se tornou mais apaixonado e necessitado, suas línguas explorando cada canto da boca uma da outra, dançando em sintonia. As mãos de Emma segurava o rosto de Regina e os braços da morena apertava mais o corpo da loira. As duas apenas concluíam o que sentiam, era verdadeiro e estava acontecendo agora. Quando houve a necessidade de ar elas foram diminuindo o ritmo do beijo, antes de separarem suas bocas cessaram aquele beijo com um selinho rápido, suas testas coladas enquanto respiravam ofegante, seus olhos fechados então não puderam ver uma a outra sorrindo docemente. Devagar abriram os olhos, ainda com um grande sorriso em seus lábios inchados, seus olhos entregando o quão feliz estavam por finarem esse amor.

— Oi.- O som que saiu da boca de Emma parecia uma melodia, Regina não podia deixar de sorrir.

— Oi.- Cumprimento de volta no mesmo tom que a loira.

— Você gostou?- A preocupação subiu no rosto da loira, que pergunta estúpida a se fazer, estava evidente que Regina gostara.

— Hmmm.- A morena gemeu. — Acho que só outro para comprovar.- Brincou roçando os seus lábios nos lábios da loira.

Então se beijaram novamente, dessa vez foi sem timidez, parecia que já faziam isso todos os dias, seus lábios se encontrando e suas línguas dançando na melodia de seus pequenos gemidos. Eventualmente o ar se fez necessário e elas tiveram que cessar o beijo mais uma vez. Regina sorriu tocando os seus lábios com uma de suas mãos que soltou da cintura de Emma.

— Yep! Eu gostei.- Roçou o seu nariz com o dela e lhe ofereceu outro sorriso.

Emma não podia sorrir mais, era uma felicidade que não cabia no peito, e era tudo por causa dela, por causa da mulher lhe segurando em seus braços, ela sentia tão segura nos braços de Regina que não queria mais que ela a soltasse.

— Eu também te amo!- Declarou Regina dando um selinho nos lábios da loira que lhe foi correspondido.

— Oh! Eu não acredito!- Ela começou a rir animada e Regina revirou os olhos. — Sou a mulher mais feliz do mundo!- Gritou sem se importar que alguém escutasse, Regina não pôde deixar de rir com a loira, essa que a abraçou tão firmemente que ela pensou que nunca iria ser solta.

— Você se anima fácil.- A morena sussurrou no ouvido da loira fazendo-a se arrepiar. Ela riu.

— É porque eu te amo e você me ama, nada irá nos separar.- Disse a loira logicamente.

— Nada?

— Nada!- Afirmou convicta. — Eu estou feliz, Gina, e isso é por causa de você.- Se afastou para olhar nos olhos da morena, mas não a soltou ainda. — Nós damos uma boa combinação.- Disse sorrindo feito uma boba.

— Funcionamos bem juntas.- Concordou Regina puxando a amada para mais perto e capturando os seus lábios para mais um beijo.

Elas não podiam garantir que seriam felizes para sempre, mas se encontraram juntas e tinham certeza que esse amor iria durar. 

Naquele dia Emma terminou com Killian e contou a novidade para sua família que super apoiaram o relacionamento delas. Regina tirou o dia de folga e levou Emma para o lago, as duas aproveitaram o momento entre elas para conversar sobre o futuro enquanto estavam deitadas abraçadas em cima de uma toalha na grama, nada mais importava para elas, apenas aquele amor que sentiam uma pela outra.

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O fim de uma história é o começo de outra.


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Notas finais do capítulo

Como eu havia dito, essa foi sobre os sentimentos de Emma. Mas não se preocupem, como tem no final "o fim de uma história é o começo de outra"... 'O que isso quer dizer July??' Quer dizer que a probabilidade de uma continuação está em curso 'O'. hehehe sim, já estou trabalhando para que vocês tenham um adequado desfecho do meu bebê... digo, dessa história que escrevi com tanto amor ♥

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Obrigada por terem lido =^,^= desculpe-me se eu fui muito cabulosa e muitos coraçãozinhos ♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

Fiquem ligadas(os) às novidades, além da continuação dessa, novas fanfics SQ estão vindo!



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