—Filha adotiva do rei. O que fazia nas ruas de Forte da Fenda? 

—O motivo não cabe a você saber. Não lhe devo nada. 

Ele ri sarcasticamente. 

—Me deve sua vida, mocinha. Salvo você das ruas e é assim que me agradece? 

—Poderia viver muito bem na rua. 

—Claro que sim. Passou sua infância interação nelas, não foi,?

Silêncio. Como ele sabe?

—Imagino que não deva ter ouvido coisas boas sobre mim.

Coisas terríveis, na verdade. 

—Foi o que pensei. Não causo Boas impressões em algumas pessoas. 

Nesse momento, ouvi o som de pessoas gritando do lado de fora. Me assustei,  e parece que ele achou graça. 

—O que faz com as pessoas aqui? 

—As treino,  somente. 

—Somente?  Tem gente morrendo aqui! 

—Elas escolheram isso. Foram avisadas do que iriam passar.  E é o que estou fazendo com você agora. Mas diferente deles, você não terá escolha. 

Escolha?  Não tenho mais direito a escolha?

—Ficará aqui comigo ou vai viver nos esgotos. 

—Quis dizer ruas? 

—Não. Esgotos. Fazem limpas dos moradores de rua. E acho que prefere ficar aqui a ficar nos esgotos. Estou certo?

—...Está...

—Como sempre. 

Mas como eu vivi 10 anos da minha vida nas ruas se fazem essas limpas?  Não lembro de tudo, confesso. Mais sei que nunca me pegaram nas ruas. Isso está estanho. 

—Jasper irá te dizer como é nossa rotina e lhe mostrará seu quarto. Pode se retirar. 

Ainda pasma com a situação,  saí depressa da sala, com medo daquele homem. O jeito seguro que ele usava sua voz, fazia com que eu me sentisse completamente... 

—Nem vou perguntar como foi pois acho que já sei o resposta. 

Despertei de meus pensamentos. 

—Ele disse que você iria me ajudar aqui... 

—Vou sim. Espero que não se importe. 

Como ele sabia que eu morava na rua?  Isso nunca saiu do castelo... E não acho que o rei contaria isso para ele. Cadê o sentido que as coisas deveriam fazer? 

—Medim? 

—Desculpe me, estava pensando... Ele saber sobre a minha vida é algo normal? 

Uma pergunta um tanto inconveniente, mas tive que fazê la. 

—Sim, é. Não me pergunte como, porque eu não sei. Só posso lhe dizer que ele pode usar essas informações para te manipular. 

—Manipular?

—Ele faz sua cabeça e você acha que precisa o obedecer e fazer o que ele manda. 

—Ele fez isso com todos?  Fez com você?

—Só estou aqui por causa de um contrato. 

—Hum...

Ele faz a cabeça das pessoas?  Que absurdo!  E ele ainda acreditam... A situação é pior do que eu imaginei. 

Jaspers me mostrou o corredor dos quartos, todos os lugares (que são praticamente todos para treinamento) e a rotina. De pé as 6, para a inspeção. Tônico no lugar do café, treino até as 7,  jantar e mais treino. Vamos para para a cama as 10.

—Isso vai ser impossível. 

—Com o tempo você se acostuma. Venha, vamos comer acostumado uma coisa para dormimos. 

O tempo passou tão rápido,  que eu né percebi que estava acostumado uma noite. 

Ainda acho que não vou conseguir me acostumar.