Above The Law [EM HIATUS] escrita por Luiz


Capítulo 7
Capítulo 7 - Um Passo para o Abismo


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo somos levados a conhecer um pouco mais do passado de Augusto e Jane e como as consequências desse passado podem refletir no futuro. Além disso, Alison prepara sua próxima jogada que pode por fim a investigação feita pelos detetives.



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Jane assustada com a ameaça feita por David decidiu recuar e o deixou entrar na casa.

— O que você quer comigo? – perguntou Jane

David olhava ao redor da casa após entrar, como se tivesse procurando por alguém.

— Cadê a menina? – perguntou David olhando firme para Jane.

— Foi dormir na casa de uma amiga. Mas vou perguntar novamente, o que você quer comigo? – respondeu Jane aflita olhando para David

— Bom... O seu ex-marido tem atrapalhado os negócios da Alison. Ele voltou a tocar naquele assunto. – respondeu David

— Mas e o que você quer que eu faça? Para ele eu e Melissa estamos mortas. – respondeu Jane, sem entender muito bem onde David queria chegar.

— Você realmente não está entendendo... Se você aparecer viva, talvez Augusto pare com as investigações. Afinal, é nítido que ele está fazendo isso apenas em memória a vocês. – respondeu David – E afinal, não queremos que nada aconteça com a menina. Melissa, o nome dela, não é? – perguntou David pegando um dos porta-retratos com a foto de Melissa que estava sobre a mesinha da sala.

— Se afaste da minha filha. Ela é uma criança, não tem nada a ver com isso. – respondeu Jane assustada

— Acredite em mim, eu odiaria fazer qualquer coisa contra sua filha. – disse David de maneira cínica. – Porém você tem uma dívida conosco. Afinal, poupamos sua vida, e bem, chegou a hora de você pagar a sua dívida. – disse David de maneira fria.

— E como eu pago essa dívida? – perguntou Jane

— É bem simples, você vai nos ajudar a tomar os documentos do Augusto. E aí vocês três podem ser a família margarina como sempre quiseram. Você, Augusto e Melissa. – disse David. – Vamos lá... não estou pedindo nada absurdo, apenas que vocês saiam dessa história. – disse David olhando para Jane

— Uma vida normal...É o que sempre quisemos. – disse Jane pensativa

— E agora vocês tem essa chance! Basta você aceitar a nossa proposta. – respondeu David. – É pegar ou largar. – completou David aguardando uma resposta de Jane

Jane depois de muito pensar, respondeu:

— Pelo bem da minha família, eu aceito. Com a condição que vocês sumam das nossas vidas. – respondeu Jane

— Acredite Jane, nenhum de nós tem interesse em ficar na vida de vocês. – respondeu David

— E como eu faço isso? Eu não posso simplesmente reaparecer viva para o Augusto. – questionou Jane olhando para um porta retrato de sua antiga família.

— Você pode e vai. O que você vai dizer é que você foi mantida em cativeiro durante esse tempo todo e conseguiu fugir. Que você quer recomeçar sua vida com ele e toda aquela conversa entediante de casal apaixonado. – disse David revirando seus olhos mostrando tédio com a situação.

— Qual a garantia de que vocês irão nos deixar em paz? – perguntou Jane desconfiando de David

— Abrimos uma conta pra você no exterior. Lá tem uma quantia e iremos todo mês depositar uma mesada para vocês, suficiente para recomeçarem a vida de vocês. – respondeu David olhando para Jane esperando uma resposta da mesma.

— E quando começamos o plano? – perguntou Jane desapontada consigo mesma por enganar Augusto

— Em breve. – respondeu David. – Bom, já está tarde, e não vou dirigir de Oregon para Seattle. Tem algum quarto de hóspede aqui nesse... – disse David sem completar a frase, olhando com um olhar de nojo para a pequena e humilde casa.

— Sim, segundo andar. Venha, eu te levo lá. – respondeu Jane subindo as escadas.

— Isso. Caso a menina pergunte, diga que sou um amigo. – respondeu David.

* * *

Alison havia voltado para sua casa após a visita no hospital. Pegou novamente o celular de Arthur, releu a mensagem que Tyler havia mandado e ficou pensando em Augusto. Decidiu abrir uma garrafa de whisky e colocou em um copo com gelo. Sentou-se no seu sofá e começou a lembrar-se de 2014

“- Mas que desgraçado. Olhe isso David! – disse Alison furiosa em seu escritório, mostrando a matéria publicada no site de Augusto.  – Como ele conseguiu essas informações? – completou Alison

— Foi alguém aqui de dentro que vazou esses dados Alison. Impossível ele ter tido acesso a essas informações. – respondeu David pensativo, com a mão no queixo.

— Bom, eu avisei. Ele quer pagar pra ver? A filhinha dele e a esposa irão pagar caro por isso. – disse Alison olhando firme para David

— Quer que eu mate-os? – perguntou David olhando para Alison, que estava pensando no que faria para dar o troco.

— Não... Mas quero dar um susto nele. Quero fazê-lo sofrer. – respondeu Alison com um olhar maquiavélico para David”

— Antes eu tivesse matado. Teria um problema a menos. – disse Alison em seu apartamento em voz alta com o copo de whisky na mão.

Colocou o copo de uísque em uma mesinha e pegou seu celular. Ligou para David, pois queria saber como estava o desenrolar de seu plano.

— David? Como estão as coisas aí? – perguntou Alison

— Por enquanto, tudo ocorrendo como o planejado Alison.  A Jane aceitou participar. – disse David no quarto de hóspedes da casa de Jane

— Perfeito. Então amanhã começa o nosso plano. Temos de tomar aquelas provas do Augusto. – disse Alison - Mas fique de olho na Jane. Não confio nela, pode querer nos passar a perna e fugir com o Augusto – completou a sua fala enquanto pegava novamente o copo de uísque e dando mais um gole.

— Não irá, eu ameacei a filhinha dela. Está tudo sobre controle, confie em mim. – disse David tentando tranquilizar Alison.

— Ótimo, melhor assim. – respondeu Alison enquanto bebia.

— Mas mudando de assunto, está de novo com o seu amiguinho? – perguntou David dando um tom de deboche na frase, demonstrando ciúmes.

— Ah David, você está com ciúmes de mim? – perguntou Alison rindo, debochando de David.

— Não, claro que não. Só perguntei porque assim como você está usando ele, ele também pode estar te usando. Não seja tola. – respondeu David irritado

— David, meu bem, eu não sou tola. Pelo contrário, eu estou sempre a um passo a frente do idiota, tanto que estou com o celular dele. – respondeu Alison

— Então foi assim que...  – disse David sem completar sua frase

— Sim, foi assim que eu consegui essa informação sobre ele. – respondeu Alison.

O seu telefone do apartamento tocou, Alison então pediu para que David esperasse um pouco. Alison deixou o celular sobre o sofá e atendeu o telefone. Era o porteiro.

— Sra. Johnson, boa noite. Tem um rapaz aqui na portaria que quer ir para o seu apartamento. – disse o porteiro

— Qual o nome? – perguntou Alison

— Arthur Matthews. – respondeu o porteiro.

— Pode deixar subir. – respondeu Alison

Alison então voltou a sua conversa com David no celular

— Querido, vou ter que desligar. O Arthur acabou de chegar aqui. – disse Alison despedindo-se

— O que ele foi fazer aí essa hora? – perguntou David enciumado

—Você sabe muito bem... E David, por favor, pare com esse ciúme. Eu antes achava fofinho, agora estou achando ridículo. Nós temos um relacionamento aberto. – disse Alison desligando

Alison então foi ao seu quarto, pegou o seu perfume e passou um pouco no pescoço. Voltou ao sofá e ficou lá deitada esperando Arthur chegar. Então Alison escutou alguém tocando a campainha de seu apartamento, e foi abrir a porta. Era Arthur.

— Veio repetir a dose? – perguntou Alison rindo

— Por que não? – respondeu Arthur puxando Alison para um beijo que retribuiu.

Alison então puxou Arthur para dentro, enquanto o beijava e empurrou a porta com o pé. Os dois caíram sobre o sofá onde continuaram se beijando ardentemente, até que interromperam.

— Como foi seu dia? – perguntou Arthur para Alison

— Foi corrido. Passei o dia no hospital com minha irmã. Mas ela está melhor, ainda bem. E você? Como foi seu trabalho? – perguntou Alison fazendo carinho nos cabelos de Arthur

— Foi normal. A investigação está caminhando. Inclusive, surgiu o nome de uma funcionária da JCorp: Ivy Anthon. Ela não foi mais vista já faz um ano. Você lembra dela? – perguntou Arthur para Alison

Alison por um momento ficou com o olhar distante, tentando lembrar-se de Ivy, então veio em sua cabeça uma mulher de longos cabelos castanhos e com olhos escuros. Era uma das que estava envolvida com os negócios da família. Porém, Alison nunca confiou em Ivy e tratou de retirá-la do seu caminho como toda máfia faz.

— Alison? Ei, Alison! – cutucou Arthur tentando chamar Alison novamente a realidade.

— Oi? Desculpe, o que estávamos conversando mesmo? – perguntou Alison

— Ivy Anthon. Você conhece? – perguntou Arthur olhando nos olhos de Alison.

— Não, nunca vi. – mentiu Alison, sem deixar transparecer.

 - Estranho, pois ela trabalhava lá na sua administração... – retrucou Arthur

— Arthur, você quer realmente falar de negócios a essa hora? Garanto que existem coisas bem mais divertidas para fazermos. – disse Alison olhando com um olhar sedutor para Arthur, como se estivesse o convidando para mais uma noite de sexo. Arthur então olhou para Alison e antes de entrar em seu jogo, respondeu.

— Tem razão. Existem coisas muito melhores a se fazer.

Os dois começaram a se beijar ali no sofá mesmo e conforme o clima ia esquentando, um ia despindo o outro. Enquanto Alison abria cada botão da camisa de Arthur, Arthur sussurrava coisas quentes no ouvido de Alison enquanto esta percorria o corpo sarado de Arthur com sua boca. Ambos já seminus levantaram atracados e foram em direção a cama de Alison. Arthur já em frente a cama jogou Alison sobre a cama e deitou sobre seu corpo, continuando com os jogos eróticos. Alison revirava seus olhos e Arthur estava ofegante com os movimentos feitos. Durou a noite toda. Aquilo era como uma droga para Alison, pois enquanto sentia-se ameaçada por Arthur, seu corpo era extremamente para ela, e os dois tinham uma química inevitável.

* * *

Era manhã, Tyler ainda estava dormindo, estava exausto após a noite de bebidas e conversa com Jean. Jean que já tinha acordado estava novamente analisando o relatório, porém em um momento olhou para Tyler enquanto este ainda dormia, lembrando-se de uma breve conversa que tiveram na noite anterior.

“Tyler e Jean haviam acabado de chegar em um barzinho na pequena cidade. O bar apesar de rústico, por ser de uma cidade pequena, era agradável. O garçom serviu as bebidas que ambos tinham pedido. Para Tyler cerveja, e para Jean, uísque.

— Você parece bem competente Jean. Por que deixou a Interpol? – perguntou Tyler tomando sua cerveja

— Gosto de novos desafios. Esse caso, por mais que não pareça, é de âmbito mundial Tyler. Além disso, digamos que tive uma experiência amorosa complicada na França, o que me fez querer respirar novos ares. – disse Jean enquanto bebia

— Entendo. Mas ela deixou você simplesmente vir? Não fez nada?  - perguntou Tyler curioso

— Podemos mudar de assunto? Não gosto de falar sobre isso. – respondeu Jean visivelmente constrangido.

— Desculpe a pergunta, não quis ser incômodo. – respondeu Tyler ainda enquanto bebia

— Tudo bem. As pessoas normalmente gostam de saber o motivo. – respondeu Jean – Mas o fato é que... Não deu certo. – completou Jean mexendo os ombros.

— Aqui nos EUA o que mais tem são mulheres legais. Logo você irá esquecê-la. – respondeu Tyler dando um leve tapa no braço de Jean animando-o.

— Não estou pronto ainda para me envolver com outra pessoa. Prefiro apenas manter o lado profissional mesmo. – respondeu Jean olhando para Tyler.

Jean não gostava de falar sobre assuntos amorosos, dizia que era algo que o incomodava.

— Mas e você? Você é jovem, bonito.... Como ainda esta solteiro? – perguntou Jean após pedir ao garçom alguns petiscos para acompanhar a bebida.

— Digamos que eu não sou o cara certo para namorar, ou então ainda não encontrei a pessoa certa. – respondeu Tyler rindo enquanto terminava de beber sua caneca de cerveja e já pedindo outra. - Simplesmente nas vezes que tentei, não deu certo. – completou Tyler

— Por que? – perguntou Jean curioso.

— Eu acho que ainda não estou pronto para dar o próximo passo em uma relação. Eu sempre vivi sozinho, aproveitando a vida ao meu modo. Não sei se saberia dividir isso com outra pessoa. – respondeu Tyler.”

Voltando a realidade, Jean disse para si mesmo em voz baixa.

— Não Jean... Você não pode passar por isso novamente, não pode. – disse Jean enquanto pegava o relatório entregue por Augusto e começou a ler.

* * *

Enquanto isso em Oregon, Jane já havia levantado e estava preparando a mesa do café da manhã como sempre costumava fazer. Melissa, de cabelos molhados, com um forte cheiro de perfume descia a escada da casa apressada, já com a mochila da escola nas costas. Aproximou-se de Jane e recebeu o beijo na testa que toda manhã sua mãe lhe dava.

— Mãe, quem é aquele rapaz que está lá em cima no quarto de hóspedes? – perguntou Melissa enquanto servia-se no café da manhã

— É um amigo minha filha. – mentiu Jane de maneira seca. – Minha filha, eu vou ter de viajar por alguns dias. – completou Jane.

— Por que mãe? – perguntou a menina franzindo a testa

— Vou resolver alguns assuntos de trabalho. Talvez uma nova oportunidade, em um novo estado... – Jane continuou mentindo

— Ah não mãe! Eu gosto tanto daqui de Oregon, inclusive já fiz amizades. Eu não quero me mudar de novo. – respondeu Melissa revoltada, de cara irritada para sua mãe.

— Acredite em mim filha, estou fazendo o que é o melhor para nós duas. Durante esses dias você ficará na casa da Amber. Já mandei uma muda de roupas suas para lá. – respondeu Jane.

— Você é uma egoísta! Você só pensa em você! Eu não quero me mudar de novo! – gritou Melissa antes de pegar sua mochila e sair correndo de casa.

— Melissa, volte aqui! – gritou Jane antes de desabar em lágrimas – Ah minha filha... Se você soubesse o porquê de tudo isso, você iria me apoiar.

Nesse instante então, David ainda sonolento descia as escadas da casa

— Nem dormir em paz pode-se aqui? – perguntou David coçando os olhos.

— A culpa de tudo isso é sua. – respondeu Jane com um olhar furioso para David.

— Está pronta? – perguntou David pegando um bacon que estava em cima da mesa.

— Sim, porém Melissa não irá conosco. Eu quero ela fora disso tudo. Essa é a minha condição para ajudar vocês. – disse David com um olhar firme.

— Tudo bem. Faça como quiser só não se esqueça do nosso combinado. O documento que Augusto tem por uma nova vida de vocês. – respondeu David pegando um pão que estava em cima da pesa e um copo com suco.

— Uma vida nova. Eu, Augusto e Melissa. Um novo começo é tudo o que eu mais quero. – respondeu Jane.

— É só seguir o plano que isso irá virar verdade. – respondeu David

— Bom, está tudo preparado para irmos. Eu só preciso saber o que vocês querem que eu faça. – respondeu Jane sem parecer entender muito bem o que teria de fazer.

— Vamos para o carro, lá eu te explico tudo. – respondeu David olhando para Jane.

* * *

Michelle estava em sua casa, analisando em seu computador, todo o dinheiro em sua conta, que já havia sido desviado da JCorp, quando seu celular tocou. Era Verônica.

— Verônica? Que surpresa. – disse Michelle

— Como estão as coisas aí na América? – perguntou a misteriosa mulher.

— Por enquanto, melhor impossível. Estava vendo a nossa conta bancária na Suíça, e o David vem fazendo tudo conforme o planejado. – respondeu Michelle.

— Ótimo! Muito bem Michelle. – comemorou Veronica. – Agora é hora de darmos o próximo passo. – completou.

— E qual seria o próximo passo? – perguntou Michelle

— Precisamos de mais pessoas ao nosso lado. Precisamos de lacaios. – disse Veronica

— E eu já sei justamente onde encontrar essas pessoas. – respondeu Michelle enquanto vinha em mente os membros da “família”. – Digamos que eu possa recrutar algumas pessoas dentro da “família”. – completou Michelle.

— Cuidado para não dar um passo maior que a perna. – respondeu Veronica, orientando Michelle a buscar novos nomes.

—- Veronica, estes são os nomes mais ao nosso alcance no momento, e além disso, dinheiro é capaz de tudo. De comprar até mesmo a alma das pessoas. – respondeu Michelle

— Apenas aja com cautela. É fundamental que a Alison não desconfie de nada. – orientou Veronica.

— Fique tranquila, irá dar tudo certo. – respondeu Michelle. – Agora irei desligar, irei dar continuidade no nosso plano. – completou Michelle desligando a chamada.

Após desligar a chamada, Michelle voltou a olhar a conta bancária no seu computador.

— É muito injusto que você Alison tenha tudo isso, e eu não. Mas isso vai chegar ao fim. Eu vou tomar tudo o que é seu Alison. Tudo o que deveria ser meu, vai ser. Eu vou te destruir. – disse Michelle para si mesma enquanto olhava para o computador. Após isso, fechou a página da internet que estava vendo a conta bancária e apareceu a imagem de uma mulher com Michelle como proteção de tela. Era uma senhora de meia idade, muito parecida com Michelle, principalmente seu cabelo, porém usava óculos. Parecia ter cerca de sessenta anos. Era Margareth, mãe de Michelle.

— Eu juro que irei desfazer essa injustiça. – disse Michelle alisando a tela de seu computador.

Michelle então desligou o seu computador e saiu de casa disposta a dar seguimento no seu plano.

* * *

Alison e Arthur ainda estavam deitados na cama após uma longa noite de sexo no apartamento de Alison.

— Quem diria Arthur, que você todo certinho teria esse vigor na cama. – disse Alison rindo

— É como dizem, os certinhos são os melhores. – riu Arthur dando um beijo em Alison – A noite foi ótima, adoro ficar com você, mas eu preciso levantar. – completou Arthur levantando da cama vestindo uma única cueca box preta. – A propósito, onde está meu celular Alison? – perguntou Arthur.

— Está ali em cima da mesinha, pode pegar. – disse Alison apontando para uma mesinha em seu quarto.

Arthur então pegou seu celular e viu a mensagem que Tyler havia mandado no dia anterior e que Alison havia lido. Alison não percebeu, mas quando a mesma leu a mensagem no celular de Arthur, a mensagem foi dada como lida. Arthur percebeu isso e decidiu testar Alison.

— Meu bem, alguém tentou falar comigo enquanto você estava com meu celular? – perguntou Arthur testando Alison

— Não querido. – mentiu Alison nervosa. – Por que? – perguntou tentando disfarçar sua tensão.

— Por nada. É porque havia uma mensagem de um amigo meu no meu celular dada como lida, mas fui eu que li ontem. Bem, vou tomar meu banho. – disse Arthur deixando o celular em cima da mesa e indo em direção ao banheiro. Enquanto Arthur estava no banho Alison aproveitou para ligar para David.

— David, como está o plano? – perguntou Alison ao seu telefone, falando baixo.

— Tudo correndo da melhor maneira possível Ali. Estou com a Jane. – disse David enquanto dirigia.

— Ótimo, me mantenha informada sobre tudo. Não pode ter falhas. – respondeu Alison

— Fique tranquila, não haverão falhas. A Jane irá colaborar, não irá Jane? – perguntou David olhando para a mulher mostrando a arma que estava na sua cintura.

— Sim, é claro. – respondeu a amedrontada mulher

— Ótimo. Caso o plano saia do seu controle, você já sabe o que fazer. Não podemos dar sorte para o azar de novo. Eles estão em Bellevue – disse Alison

— Pode deixar. – respondeu David

Alison então desligou o telefone e ficou pensando

“Esse banana do David não vai conseguir resolver nada. É como diz o ditado, se você quer fazer algo bem feito, faça você mesma.”

Alison então novamente pegou seu telefone e ligou para Wendel que estava na JCorp.

— Wendel, não irei trabalhar hoje no escritório. Irei passar alguns dias fora, estou negociando com alguns investidores. – disse Alison

— Tudo bem senhorita Johnson. – respondeu o assistente

— Quero o escritório em ordem quando eu voltar. Não é porque eu estou indo resolver alguns problemas que a empresa poderá ficar largada. Quero que você seja meus olhos. – respondeu Alison

— Tudo estará na mais perfeita ordem quando a senhorita voltar. – respondeu Wendel

— Melhor assim. Até mais Wendel. – disse Alison desligando a chamada.

Arthur então saiu do banheiro, quase arrumado e perguntou.

— Estava falando com alguém no celular?

— Sim, com o Wendel. Vou passar alguns dias em NY resolvendo algumas coisas da empresa

— Como está a situação na JCorp? A premiação do PERA está se aproximando, não é? – perguntou Arthur enquanto ajeitava seu cabelo.

— Estamos bem. Estamos conseguindo atingir nossas metas e recentemente conseguimos boas parcerias. Vejo um futuro promissor na JCorp. – respondeu Alison empolgada

— Acredita que tem chances de ganhar a premiação? – perguntou Arthur

— Seria uma grande surpresa, por causa da minha idade, mas acredito sim que é possível. – respondeu Alison

— Confiante você. – respondeu Arthur rindo, terminando de se arrumar.

— Preciso ser. – respondeu Alison com um olhar confiante

— Querida preciso ir, boa viagem. – disse Arthur dando um beijo em Alison

— Obrigada, meu bem. – respondeu Alison antes de Arthur deixar seu apartamento.

Assim que Arthur acabou de deixar o apartamento de Alison, Alison começou a preparar a sua mala para viajar para o interior de Seattle, onde David estava indo com Jane.

— Como eu disse, se quiser fazer algo bem feito, faça você mesma. – disse Alison para si mesma, arrumando suas roupas dentro da mala e pegando sua arma e escondendo debaixo das roupas.

Enquanto Alison arrumava sua mala, Arthur estava em seu carro a caminho da delegacia porém estava pensativo, com a imagem da mensagem enviada por Tyler em sua cabeça

— Essa história está muito esquisita. Por que a Alison iria mentir para mim? – disse Arthur em voz alta enquanto dirigia. – Eu não posso viver com essa desconfiança. – completou Arthur.

Arthur estava decidido, iria até o departamento de polícia, pegar seus pertences e ir onde Tyler e Jean estavam.

* * *

Era de tarde. Augusto estava em seu chalé, ouvindo a música que ele e Jane costumavam ouvir, quando Tyler e Jean novamente chegaram à sua porta. Augusto os recebeu.

— Pois não? – perguntou Augusto aos dois detetives

— Augusto, nós lemos aqueles documentos, mas ainda precisamos de alguns esclarecimentos. Esclarecimentos que acreditamos que só você pode nos dar. Como você conheceu Amanda Jones? – perguntou Jean

— Na verdade ela me encontrou, logo após eu ter publicado uma matéria contra a Alison. – respondeu Augusto

— Mas como se deu o primeiro contato? – perguntou Tyler

— Ela me procurou. Perguntou-me se eu queria fazer a matéria da minha vida. Uma matéria que seria capaz de ferrar de vez com a Alison e alavancar a minha carreira de jornalista. Eu estava com ódio da Alison, me senti humilhado daquela vez que ela foi até a redação. – respondeu Augusto – E então... Eu aceitei. – disse Augusto completando sua fala.

O celular de Tyler tocou, como se tivesse recebido uma mensagem. Era Arthur.

 “Tyler, preciso que você me passe o lugar exato em que você e o Jean estão.” Enviado por Arthur Matthews

“Estamos em Bellevue. Próximo a Seattle, mas por quê?” Enviado por Tyler O’Green

“Acredito que a Alison vai tentar interferir na investigação. Estou indo pra aí” Enviado por Arthur Matthews

Tyler então guardou seu celular no bolso e voltou a interrogar Augusto.

— E ela disse se estava trabalhando para alguém? Se era sabotagem? Por que ela queria prejudicar a Alison? – perguntou Tyler

Nesse momento Augusto tentou desconversar mas foi cortado por Jean.

— Augusto, por favor. Precisamos que você abra o jogo totalmente conosco. Só assim iremos conseguir parar a Alison.

— Tudo bem. – disse Augusto suspirando profundamente antes de dar a resposta. – Ela disse pra mim que trabalhava com os federais, tanto que dentro da JCorp ela usava num nome falso. Ivy Anthon. Segundo ela, ela queria investigar mais de perto a corrupção no mercado americano e usou essa identidade falsa e se fingiu de doleira.

— Então quer dizer que os federais já estavam investigando a JCorp.. – disse Tyler em voz alta

— Ao que tudo indica, sim. – respondeu Augusto

— E ela entrou em detalhes do por que ela se infiltrou na JCorp? – perguntou Tyler

— Pelo que ela tinha me dito, haviam algumas desconfianças em relação a saúde financeira da JCorp. Na época a JCorp estava afundada em dívidas e prestes a falir, e daí a empresa recebeu uma grande injeção de dinheiro, que fez a empresa crescer de maneira assustadora. Um dinheiro aparentemente sujo. – respondeu Augusto

— E por que os federais não deram voz de prisão a Alison na época? – perguntou Jean

— Porque não existiam provas concretas, pelo menos não existiam até a infiltração da Amanda na JCorp e além disso prender a Alison não adiantaria de nada. Ela era apenas mais uma no esquema. – respondeu Augusto gesticulando, tentando explicar a situação

— Seria como uma hidra... Corte uma cabeça... – disse Tyler

— e nascerão duas no lugar. – completou Augusto

— Por isso que os federais não agiram. O plano era por a opinião pública contra a JCorp, porém não deu certo. Inclusive, perdi o total contato com Amanda. Bem detetives, isso é tudo o que eu sei. Lamento não conseguir ajudar mais. – lamentou-se Augusto

— Tudo bem Augusto. Você deu mais informações que ajudou a clarear ainda mais as investigações. Vamos manter contato com você. – respondeu Tyler esticando a mão para Augusto e os dois se cumprimentaram. Jean cumprimentou Augusto também, se despedindo do jornalista. Augusto os acompanhou até a porta. Os dois detetives saíram e foram até o local onde estavam hospedados. Jean então olhou para Tyler e perguntou:

— Acha que o Augusto está escondendo alguma coisa?

— Não. Dessa vez acredito que ele nos contou tudo. – respondeu Tyler pegando seu celular. – Veja isso Jean. – disse Tyler mostrando a mensagem de Arthur para Jean

— Precisamos então estar preparados para tudo. Vamos ter de manter esses documentos em segurança.  Não podemos ter nenhum tipo de surpresa inesperada. – respondeu Jean

* * *

Arthur estava em seu departamento, já tinha decidido. Precisava ir até Bellevue para evitar que Alison atrapalhasse as investigações, porém sabia que tinha um duro desafio pela frente, convencer o capitão Marvin de que o caso era real.

— Capitão, posso falar com você? – perguntou Arthur aproximando-se de Marvin

— Claro filho, me acompanhe. – respondeu o capitão chamando Arthur até sua sala. – Diga, o que você quer falar comigo? – perguntou Marvin

— Capitão, eu sei que o senhor não acredita em mim. Mas eu preciso ir para Bellevue, junto com Tyler e Jean. Eu acredito que a operação está em risco. – disse Arthur um pouco nervoso

— E com que base você tem essa teoria? – perguntou o capitão incrédulo

— A Alison senhor.

Neste momento o capitão olhou para o teto buscando ter paciência mas antes que pudesse falar alguma coisa, Arthur o interrompeu

— Senhor, por favor, me escute antes de negar o pedido! Eu estou me envolvendo com a Alison. Ela obteve uma informação da investigação e mentiu para mim. Tyler e Jean podem estar correndo riscos a essa hora, a operação pode estar correndo riscos.

— Mas que merda! Por que vocês fazem tudo pelas minhas costas? Daí quando o cerco aperta sou eu que tenho que resolver. Vocês foram irresponsáveis! – reclamou o capitão

— Por causa desse motivo senhor. – respondeu Arthur mostrando seu celular com a mensagem de Tyler para ele. O capitão ao ver a mensagem de Tyler ficou espantado, e decidiu dar um voto de confiança a Arthur. Afinal, trabalhou com ele durante anos e nunca tinha o visto alterado dessa maneira .

— Tudo bem Arthur, vá. Mas preste atenção, eu não quero o departamento envolvido nisso. Você irá sozinho. Na verdade era pra eu suspender essa operação clandestina, mas como vocês têm fortes evidências... Vá! – respondeu o capitão conformado.

— Muito obrigado senhor, não iremos te decepcionar! – respondeu Arthur, satisfeito pelo voto de confiança dado pelo capitão.

— É bom que não me decepcionem. Vá. – respondeu o capitão.

Arthur então saiu da sala, e deixou o departamento. Foi até sua casa e separou algumas roupas necessárias para a viagem.

“Não vou deixar você por tudo a perder Alison, não vou.” Pensou Arthur

Arthur acabou de fazer sua mala e mandou uma mensagem para Tyler..

“Estou indo até aí. Não vou deixar Alison por tudo a perder.” Enviado por Arthur Matthews.

Após enviar a mensagem Arthur colocou a mala no seu carro e entrou nele, preparando-se para a viagem até Bellevue.

* * *

Era de noite já. David e Jane haviam chegado a Bellevue, e David decidiu pedir informação para uma das pessoas da região. David parou o carro do lado da pessoa e abaixou o seu vidro. Era um homem.

— Boa noite! Você sabe informar onde o jornalista Augusto Kyle mora? – perguntou David

— Sim, mas ele não gosta de receber visitas. – respondeu o homem

— Mas a nossa eu tenho certeza que ele irá receber. Somos amigos de longa data dele. – mentiu David

— Mas se vocês são realmente amigos de longa data, como não sabem onde ele mora? – perguntou o homem

David então irritado puxou sua arma e apontou para o homem.

— Olha só, eu estou sem tempo e sem paciência. Diga-me agora onde o Augusto mora. – disse David apontando a arma para o homem.

— Ele mora em um chalé no fim daquela rua. – apontou o homem para uma rua que estava a sua esquerda.

— Certo. Obrigado pela informação. – respondeu David guardando a arma e subindo o vidro da sua janela.

— Precisava agir assim? – perguntou Jane irritada

— Descobrimos o endereço, não descobrimos? – respondeu David

Então David e Jane chegaram em frente ao chalé de Augusto

— Deve ser aqui. Agora desça do carro e lembre-se do combinado. O Augusto ao te receber deve te propor para dormir no chalé. Irei procurar uma hospedagem para mim. Mantenha contato comigo, senão, já sabe. Mato todo mundo – recomendou David ameaçando-a

— Tudo bem. Eu já não disse que vou colaborar? Pare de me ameaçar. – respondeu Jane descendo do carro.

Como o combinado, David deixou Jane sozinha em frente à porta e foi procurar uma hospedagem.

— Coragem Jane, você consegue. – disse Jane suspirando e dizendo para si mesma.

Jane então foi até a porta e tocou a campainha da casa de Augusto. Augusto abriu a porta e olhou para a mulher, espantado, pois apesar com o passar do tempo não teria como esquecer aquele rosto. O rosto da mulher que mais amou

— J-Jane... É você? – perguntou Augusto espantado e com lágrima nos olhos como se estivesse vendo um fantasma

— Sim meu amor, sou eu! – respondeu Jane também emocionada olhando para os olhos de Augusto.


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