Ela é tudo escrita por Kristine K


Capítulo 1
A salvo.


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic de TWD!
Espero que gostem!



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Eu estava cansada, praticamente acabada após correr vários quilômetros com a perna machucada.

Não havia nada além de árvores a minha volta, o que acabava sendo preocupante. Zumbis apareciam de surpresa me obrigando a movimentar meu corpo mais que o necessário, intensificando a dor que se instalava pela minha coxa.

Maldito apocalipse!

Avistei uma grande árvore e me aproximei dela, era melhor parar um pouco e descansar antes que os malditos chegassem em bando.

Coloquei minha mochila ao lado junto da minha foice e escorreguei pelo tronco até o chão, mantendo a perna esticada.

Fazia alguns dias que eu me encontrava só. Infelizmente todos que conheci morreram ou estão por aí andando como mortos-vivos.

Só dessa breve imagem invadir minha mente, já engulo seco, é triste ter a consciência de que não existe mais ninguém que você conheça.

As folhas balançando lá no alto trazia um pouco da paz que deixei de ter há algum tempo, era relaxante. O frescor da brisa bateu contra o meu rosto e acabei fechando os olhos, apenas por alguns segundos.

Nem mesmo assim a dor ia embora. A cada movimento era uma fisgada diferente que paralisava toda a extensão da minha cintura para baixo. Odeio me sentir impotente… Devo isso graças aos caras que topei pelo caminho. Sorte a minha escapar ilesa. Quer dizer, quase.

Não demorou muito para que meus ouvidos captassem passos vindo ao longe. Tentei encontrar qualquer vestígio, mas aqueles troncos e amontoados de folhas impedia a minha visão de trabalhar.

Droga, meu corpo estava pesando cada vez mais.

Não era hora e nem lugar de apagar.

Tentei me levantar e acabei ouvindo novamente, só que agora eles estavam ainda mais próximos. Os batimentos do meu coração se intensificaram e já podia sentir o suor escorrer pela minha testa.

Agora pude ouvir conversas, pessoas se comunicando em palavras curtas. De algo agora pude ter certeza, não eram zumbis.

O desespero começou a tomar conta de mim, quase me dominando.

Que bom que aquelas bestas não podem sentir o cheiro do medo, se não já estaria sendo devorada.

Quando passei a ver silhuetas, tudo a minha volta girou e foi piorando na medida que aquelas pessoas se aproximavam, queria muito correr, mas minhas pernas estavam respondendo por si mesmas e negando o meu desejo.

Minhas pálpebras começaram a se fechar.

— Olhem ali… — ouvi dizer antes de tudo se tornar um borrão escuro e apagar rapidamente.

Você matou sua família. Você os deixou morrer. Covarde.

Acordei abruptamente, me sentando. Desde que passei a ter esses pesadelos, acordar assim era como correr uma maratona, sempre estaria ofegante.

Olhei em volta e não reconheci o lugar onde me encontrava. Era um quarto em uma provável casa abandonada, e eu não tinha ideia se estaria sozinha ou não.

Pensei em me levantar, mas ao tentar colocar a perna para baixo sinto uma pontada na coxa. Fitei o local da dor e bem onde estava o machucado havia uma faixa branca.

Sem deixar de ressaltar a minha calça rasgada.

Quem é que fosse as pessoas que me trouxeram para cá, eu estava inteiramente agradecida, pois eles cuidaram de mim.

— Que bom que está acordada.

Encaro a minha frente me deparando com uma mulher de cabelos curtos e brancos.

— Obrigada.

— Como está se sentindo? — ela se aproximou e sentou ao meu lado.

— Bem. Por incrível que pareça. — tentei sorrir.

— Fico feliz em saber. — ela por outro lado sorriu abertamente, mostrando seus dentes. — Sou Carol. Fui eu quem fez o curativo em sua perna. Desculpe pela calça.

Toquei o local.

— Está perfeito. — respirei fundo — E meu nome é Alessa. — me apresentei após ela fazer aquilo primeiro.

— Bonito nome, Alessa. — Carol possuía um olhar doce — Deve estar se perguntando como veio parar aqui, certo?

— É, eu estou.

— Lembra de algo?

— Somente das pessoas que estavam se aproximando, fora isso… Nada. — respondi — Minhas coisas? Onde estão? — obtive uma súbita recordação da minha mochila com a minha arma crucial.

— Pedi para Carl guardá-las em um lugar seguro até você se recuperar, não se preocupe.

Pude me sentir mais aliviada, sem a minha foice eu não era absolutamente porcaria nenhuma.

— Agradeço de verdade por terem feito isso por mim. — agradeci novamente com toda sinceridade existente em mim.

— A propósito, fomos nós que te encontramos desmaiada na árvore. Bom, não exatamente eu, mas sim Daryl, Carl e Abraham. Eles trouxeram você.

Já não sabia mais o que dizer, então sorri.

— Essa casa é de vocês? — perguntei para acabar de vez com a minha curiosidade.

— Agora ela é. E pode ser sua, se quiser, somos pessoas boas querendo sobreviver e pelo o que vejo, você também.

— Pois é, tem razão.

— Está sozinha há muito tempo?

— Um pouco. Eu estava em um acampamento com mais umas cinco pessoas, mas aí zumbis atacaram e fui a única que consegui fugir de lá.

Não tinha como deixar de ficar triste ao falar sobre isso, eles eram as únicas pessoas que ficaram ao meu lado e agora, provavelmente, deixaram de existir.

— Sinto muito. — Carol segurou minha mão — Fique conosco, vai gostar daqui.

— Mas e o pessoal? Eles vão gostar de mim? Sei que mais uma pessoa é mais um fardo a se carregar e não quero ser isso.

— Rick não irá se opor, disso tenho certeza, mesmo que o apocalipse tenha mudado um pouco do que ele costumava ser.

— Carol?

Nós duas olhamos para a porta ao mesmo tempo.

— Daryl. Oi. — Carol sorriu — Essa é Alessa. Alessa, Daryl. — ela nos apresentou. — Ele ajudou a te trazer.

O tal Daryl mantinha uma postura séria, evitando até mesmo de sorrir. Seu cabelo era diferente, escorria pelo rosto em fios lisos moldando sua face.

Os olhos eram claros e inexpressivos.

— Não precisa agradecer, faríamos isso por qualquer pessoa, ainda somos humanos. — rebateu antes mesmo de eu pensar em falar algo.

— Mesmo assim, obrigada.

Ele balançou a cabeça.

— Estão todos comendo, achei que iriam querer saber. — concluiu.

— Ótimo, iremos descer. — Carol se levantou, ficando de frente para mim — Venha, eu te ajudo.

Antes de aceitar pude ver de relance que Daryl tinha ido embora. Ele agiu com bastante indiferença para alguém que salvou uma vida.

— Nem se quer lembro de como  me machuquei. — falei enquanto tirava minha perna de cima da cama bem devagar.

— O ferimento foi profundo, mas nada grave, vai cicatrizar. — ela me segurou pelos braços — No três? — assenti — Um… Dois… Três!

Soltei um grunhido de dor, mas logo passou, foi só na hora.

— Isso é horrível!

— Vai passar, eu prometo. — disse ela me guiando para fora dali.

A casa estava toda arrumada, possuía uma organização impecável, fazia muito tempo que eu não entrava em uma dessas, sinto falta do conforto que um lar me proporcionava.

Confesso que estava com muito receio de aparecer e me sentar ao lado de estranhos, por mais que fossem bons isso não saia da minha cabeça.

A escadaria foi a parte mais difícil, afinal, nada em mim colaborava.

— Precisa de ajuda? — a pergunta veio de um certo alguém bem grande com cabelos ruivos.

— Por favor, Abraham. — Carol aceitou de imediato, sem esperar o meu veredicto.

— Parece melhor, docinho. — ele sorriu amarelo passando os braços por baixo da minhas pernas.

Em um piscar de olhos já me encontrava no chão.

— Isso foi… Diferente.

— Sou o Abraham! — ele estendeu a mão ainda sorrindo.

— Alessa. — segurei-a sendo simpática da mesma forma.

— Pensamos que não ficaria bem, estava muito fraca e debilitada. — Abraham cruzou os braços.

— Graças a vocês estou aqui, viva. — Não sei se está viva em um mundo como esse era algo bom, mas ninguém precisava saber desse meu pensamento.

— Que tal deixarmos o papo para depois? Alessa precisa se alimentar. — Carol tomou a frente de novo.

— E eu também. — Abraham falou, me fazendo sorrir.

Nós três nos encaminhamos até uma porta e já dava para ouvir uma conversa continua.

Respira fundo.

Foi eu pisar naquele cômodo e todos os olhares caíram sobre mim igual na escola quando se é aluno novo e cai em uma sala lotada.

Daryl estava lá, sentado ao lado de um garoto com um chapéu.

— Pessoal, essa é Alessa. — Carol me apresentou.

— Então foi você que os garotos encontraram? — uma das mulheres se virou na cadeira, me olhando.

— Foi.

— Muito prazer, Alessa. Eu sou a Maggie. — outra delas veio até mim e me cumprimentou. — Seja bem vinda!

— Obrigada. — não tinha muito o que falar.

— Sente-se, sua perna não me parece bem. — Maggie puxou uma cadeira para mim voltando para seu lugar.

Carol foi se sentar também, assim como Abraham.

Todos me olhavam curiosos, como se a minha presença fosse algo de outro mundo.

— Pessoal, vocês estão assustando ela! — disse o homem de olhos puxados e feição simpática. — Sou Glenn.

— Eu sou o Carl, estava junto quando te encontraram. — o garoto de chapéu falou.

— Que bom, conheci todos que me salvaram. Obrigada, Carl.

Ele sorriu e balançou a cabeça.

— Está há muito tempo sozinha, Alessa?

— Sim, os zumbis atacaram as pessoas que vinham comigo. — era horrível ter me referir a eles no passado.

— Sentimos muito. — foi Glenn que disse.

— A propósito, sou Michonne. — a moça que fez a pergunta segundos atrás se apresentou.

— É bom conhecer pessoas novas e de boa índole, hoje em dia está ficando difícil disso acontecer.

— Temos que sempre ficar de olho, nem todo mundo estará disposto a ajudar. — disse novamente a primeira que falou comigo assim que cheguei ali. — Meu nome é Rosita.

— Adorei suas botas, Rosita. — elogiei-as.

— Encontrei alguém com bom gosto, finalmente.

— Coma, tem que se manter forte… Não sabemos quando iremos ter uma próxima refeição decente. Aproveite. — Carol indicou as panelas sobre a mesa já servindo a si mesma.

— Quer que eu coloque para você? — Maggie perguntou.

— Não precisa se incomodar.

— Eu insisto.

Decidi deixá-la me ajudar, depois com o tempo eu iria retribuindo toda a ajuda.

Ouvimos a porta se abrir no outro cômodo, não fazia ideia de quem poderia ser, então acabei me assustando mais do que deveria.

— Fica calma, é só o meu pai e os outros. — Carl disse e pude respirar regularmente.

— Fizemos uma busca pelas redondezas, nada que nos ajude foi encontrado.

Virei o rosto para ver quem era que tinha chegado, era uma mulher aparentemente cansada após uma longa viagem.

— Sasha, essa é Alessa. — Carol nos apresentou.

— Oi. — ela deu um aceno com a cabeça e fiz o mesmo.

Um homem surgiu ali de repente, vestia uma camisa suja. Seu rosto estava com um pouco de sangue e mostrava claramente o que a tal viagem havia lhes dado.

Seus olhos caiu sobre mim, eles eram azuis, belos olhos azuis que pelo visto já presenciou de tudo.

— Vejo que temos mais uma entre nós.

Ele se aproximou, me analisando com seu cenho franzido.

Levantei com dificuldades e estendi a mão.

— Sou Alessa. — fiquei um tempo daquele jeito, até passou pela minha cabeça que ele não iria me cumprimentar de volta.

— E eu sou Rick. — acabei me surpreendendo.

Era sempre bom perceber a aceitação de uma pessoa em relação à você, até mesmo se tratando de um desconhecido.


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