Thinking about you escrita por Best Ships


Capítulo 1
Capítulo único - Não estava previsto


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Inesperado, não é? Mas eu adoro essa ideia!! Divirtam-se.



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     O balançar dos cabelos de Lydia fazia sombras no meu caderno, a ruiva estava ainda mais cheirosa hoje, mas por trás de toda sua arrogância e narcisismo, aquela cabeça ruiva estava aflita e tentava desvendar uma solução para nosso problema. A ruiva permanece ao meu lado sempre que pode, sua preocupação é até fofa, Lydia se revela cada dia mais, e certas coisas que ela nos proporciona me fez pensar em coisas com ela, coisas que eu nunca pensei sobre ter com uma mulher, e nunca teria com ela.

— Eu passei minha infância num freezer - ouço Isaac se defender de uma provocação vindo de Stiles, o que os faz brigar, como sempre

Respiro fundo.

— Oi, oi. - ouço uma voz se levantar e vejo uma garota de cabelos levemente ondulados e asiática se por em frente a mesa - desculpem, não pude deixar de ouvir o que estavam falando.

Pra mim, ela soou envasiva, assim como sei que também pra Lydia, pois pude notar seu olhar para os demais ali enquanto eu encarava a garota um pouco até demais. Quais as chances dos meus pensamentos sobre um relacionamento com outras mulheres virem e, um minuto depois, uma garota de por diante de nós apenas para nos ajudar? Ela começou a me encarar enquanto falava e eu não pude deixar de questionar mentalmente o que estava acontecendo ali, não pude deixar de questionar parte da minha sexualidade - tanto que não pude suportar o constrangimento e abaixei a cabeça. Ela entrou, de fato, em nosso meio com revelações preocupantes e Importantes.

— E como te chamam? - Lydia diz, seu tom é, claro, como o de costume, com um pouco de cada uma de suas defesas, como a ironia e a arrogância. Não pude deixar de olhar seus lábios em seguida, o seu tique não estava lá, não por completo, então ela não estava tao preocupada, mas eu também queria saber o nome daquela doce criatura.

— Kira - Scott diz, para surpresa de todos - está na nossa aula de história - ele diz em resposta ao olhar de Stiles e todos ali

Assisto a garota sorrir sem jeito, mas também encaro Scott. Ele não poderia estar repentinamente interessado nesta garota, a quanto tempo estava prestando atenção nela? Então meus pensamentos sobre a garota somem e dão lugar a um resguardo da mesma, mas Lydia lhe questiona sobre o assunto e eu volto a encara-la. Então ela se senta, invadindo por completo nosso espaço, mas não intencionalmente. Encaro-a desde que sentou, até que a questiono também.

— Espere, se há estados progressivos, qual o ultimo? - de inicio não consigo encara-lá ao falar com ela, mas depois o faço

— Morte. Você morre. - ela diz com toda a gentileza e naturalidade que consegue

Encaro os lábios de Lydia de imediato, lá estava seu tique. Precisávamos mesmo nos preocupar.

*
    Na mesma noite eu a encontrei. Estou de frente para a casa da garota, Lydia queria vir, pois a abordamos juntas no corredor do colégio, mas a orientei a pesquisar na minha casa enquanto eu não chegava. Penso se é uma boa ideia, com tudo que aconteceu naquela mesa, o misto de sentidos que pude ter e a tal gentileza e simplicidade que a garota podia passar.
      No final de todas as minhas teorias do que podia ir mal, bato na porta dela, e ela não demora a me atender. O sorriso no rosto se alarga ainda mais, vejo os pais dela de prontidão, sorrindo pra mim.

— Allison - exclama a garota - entre.

Ela respira fundo e eu entro, sendo seguida por seu olhar.

— Você lembrou meu nome - digo - na verdade nem lembro se disse.

— Então é a amiga da Kira, a Allison - a mãe da garota se aproxima

— Mãe... - Kira suspira envergonhada

— É bom ver você fazendo amigos - a mulher diz - não foi fácil na outra escola.

— Se mudam muito? - pergunto

— Demais - Kira diz com as mãos atrás das costas e as pernas agarradas uma na outra - é chato, eu quase reprovei uma vez por causa disso.

— É, eu entendo, nós também viajavamos muito.

Ela finalmente me olha nos olhos e sorri de forma tímida, abaixando o olhar novamente.

— É um prazer - os pais dela me cumprimentam e eu sorrio de volta

— Okay, vamos pro quarto.

Ela segura meu pulso e me puxa até o quarto dela, fechando a porta em seguida. Ela me olha e depois para nossas mãos.

— Ah - ela larga meu pulso - desculpe, eu só precisava te tirar de lá. Sério.

Ela sorri e eu sorrio com ela.

— Parecem legais - digo

— É, eles são, mas também podem te fazer passar vergonha.

Escutamos uma buzina de moto e eu, por um instante, penso se é Scott, e lembro-me de minha sisma para com ela.

— Um minuto. - Ela diz, grudada a porta, e sai, me deixando sozinha
Olho ao redor, ela pode saber decorar um quarto, mas dai tomar o Scott de mim? Isso não.

      Ela aparece com pizza nas mãos e um sorriso.

— Espero que goste.

Abro a boca pra falar, mas tudo me escapa. Ela pediu pizza? De repente, me odeio por pensar mal novamente dela, que em todo momento só quis ajudar e ser legal.

— Senta. - ela instrui e eu me sento, sendo seguida por ela - então, o que mais quer saber?

— Você comprou pizza? - foi tudo que saiu

— É, caso tenhamos fome, eu acho que vamos ter, então pedi, fiz mal? Eu fiz, não é? Você não gostou.

— Não, não... É...  Tudo que você quer é ajudar... Por que?

— Ah, eu... - ela pensa - eu queria fazer algo legal pra alguém e vocês parecem ser legal, eu só queria, sei lá, ter amigos, pra variar.

— Você é inteligente, a Lydia adora isso; você é doce, o Scott ama isso; você tem boas idéias, o Stiles vai gostar de você; E você não agride as pessoas, o Isaac vai amar.

— E você? O que você poderia gostar em mim?

Ela me encarava, e agora eu estava sem fala. Lembro do meu pensamento sobre a Lydia, sobre as garotas, e observo cada expressão, cada canto de seu rosto. Kira é pura e nova na cidade, não era justo se unir a quem podia leva-la a morte um dia.

— Você é como eu - digo - sua vida foi prejudicada pelas mudanças de nossos pais, eu reprovei por causa disso.

— É um ano mais velha?! - ela fala um pouco mais alto

— É... - digo, um pouco envergonhada

— Maneiro! Eu gosto de ter pessoas mais velhas que eu por perto, sempre há o que aprender.

— Está me fazendo parecer uma idosa.

Ela gargalha de repente, me fazendo paralisar por completo.

— Não, com certeza não, mas eu nunca sou a mais velha na turma mesmo, e parece legal, parece que te dá autoridade, não é? Parece que você está sempre certa.

— Não é bem assim. - digo e sorrio - eu ja errei bastante

Aperto as mãos.

— Mas eu não disse que não haviam erros - ela coloca a mão por cima da minha, e eu a observo - acho que além dos erros, você consegue lidar com eles de forma mais madura, de forma segura.

Ela sorri de modo a me confortar, sua mão não larga a minha, e eu estou num colapso de hipóteses. O que estou fazendo aqui? Porque quis vir sozinha? Nós sequer estamos falando sobre o nosso problema.

— D-desculpa, você não pode se unir a nós, não pode ser do grupo - digo e me levanto

— Por que? - Ela se levanta também, ficando mais atrás - achei que tinha dito que iriam gostar de mim.

— E vão, mas não é justo, é perigoso, é muito perigoso, não somos um grupo comum, temos certas responsabilidades que eu não posso falar sobre, mas você está tentando começar sua vida aqui e não é justo se arriscar assim.

— Eu não tenho medo.

Me viro pra ela e sou surpreendida por seu corpo em meu caminho. Meu corpo se une ao dela de forma constrangedora, ela está muito perto e tudo que fazia era sorrir pra mim de forma gentil, de forma a me deixar insegura.
— Eu não sei o que vocês fazem, mas eu não tenho medo, e não sou tão frágil quanto você pensa, eu posso me defender.

E novamente ela estava fazendo aquilo como eu faço, ela mantinha um sorriso direcionado a mim e não parecia se importar com a proximidade. Tudo embolava na minha cabeça como um grande globo terrestre que girava freneticamente, até que eu a beijo de repente. Sinto seu corpo enrijecer e temo abrir os olhos e ver sua reação, não teria o que dizer se separasse nossos lábios agora, então apenas permaneço com meus lábios aos dela, até que insisto neste beijo completamente não pensado e, pra minha surpresa, sinto seu corpo relaxar e sua mão tocar meu ombro, subindo ao meu percoço e finalizando em minha nuca. Seguro o quadril da menor e enlaço meus braços ao seu redor, até que ela é quem insiste, então sinto-a entreabrir os lábios, e eu relaxo, adentrando pela pequena frecha que me foi dada com minha língua. A garota aperta meu pescoço ao redor de seus braços e eu faço o mesmo em sua cintura, prendendo-a por completo ao meu corpo. Sinto a mão dela deslizar ao meu ombro, em sintonia com a mão que deslizo além de seu quadril, parando apenas ao chegar na bunda da menor, até que ela para em meu peito. Separamo-nos os lábios e eu a assisto, ela não demonstrava arrependimento em seu olhar, mas ambas continuavam sem entender o que houve, mesmo que não expressasse. Por um momento continuamos desta forma, até que ela sorri e eu sorrio pra ela.

— Achei que você tivesse vindo aqui por causa do Scott, por medo.

— Eu vim, mas...

— É... - ela diz de forma reconfortante

— É...

Apenas observo seu sorriso que vem em seguida, não fazíamos ideia do que estávamos fazendo ou o que aconteceria, apenas de que estávamos gostando disso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado tanto quando eu :DDDDDDDDD
Eu estou adorando essa ideia e espero que vocês comecem a pensar nela também!



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