Singular escrita por Elizabeth Potter


Capítulo 1
Singular


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores ♥
Eu sei que deveria estar atualizando minhas outras fics, mas eu comecei a ouvir as músicas da dupla Anavitória e me apaixonei completamente por elas.
Escutei “Singular” e na mesma hora pensei em Ronks ♥
Claro que a ideia me veio à cabeça e eu tive que escrever, né? haha

Espero que gostem e boa leitura! ♥



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 Uma fresta na cortina do quarto permitia que alguns raios solares iluminassem, levemente, o ambiente. Um feixe, em especial, pairava sobre a cama do cômodo e fazia com que os lençóis e as pessoas sob eles ganhassem um certo brilho.

Em contraste com as cores claras e os tons pastel do quarto, um amontoado de cabelos rosa estava espalhado desajeitadamente sobre os travesseiros brancos. Os fios rosados moveram-se, assim como sua respectiva dona, preguiçosamente, pela cama de casal. Ela virou-se para o lado esquerdo e abriu os olhos escuros, vagarosamente, para acostumar-se com a claridade sutil do cômodo. Ao enxergar os cabelos castanhos bagunçados do homem ao seu lado, um sorriso leve e carinhoso brotou em seus lábios rosados. Uma ideia perpassou em sua mente, fazendo seus olhos brilharem e o canto direito de sua boca erguer-se ainda mais.

Ela, a pouco centímetros dele, sussurrou musicalmente:

É tão singular…

Apesar de sua fala não ter passado de um murmúrio, ela foi suficientemente audível para acordar o homem que estava ao seu lado.

Os olhos castanho-claros de Remus abriram-se e encontraram os olhos escuros de Dora, e, ao mesmo tempo, seus lábios ergueram-se em um sorriso discreto e visivelmente contente.

Seu olhar ganhou um brilho adicional ao reconhecer o trecho que a mulher havia cantado e ao recordar-se da letra da canção em questão.

Antes dele falar qualquer coisa que fosse, Dora continuou, com o mesmo tom musical de antes:

O jeito que me observa acordar… E o meu cabelo não parece te assustar…” Remus deixou uma pequena risada escapar, mas isso não abalou a mulher. Muito pelo contrário, isso a incentivou a continuar. “Você, incrivelmente, não se importa… Se eu te chutar a noite inteira… É singular…” O Lupin fechou os olhos e fingiu uma careta dolorosa mediante à menção dos chutes acidentais, fazendo-a soltar uma risada pelo nariz. “Tua vergonha e tua forma de pensar… O teu abraço que me enlaça devagar… E enfeita todos os meus dias e horas…” Remus passou seus braços ao redor dela lentamente, e aproximou-a de si, fazendo seus corpos colarem-se.

Inclinou-se um pouco, e sussurrou no ouvido de Dora, fazendo-a fechar os olhos, ainda com um sorriso no lábios:

É tão particular o meu encontro quando é com você… O meu sorriso quando tem o teu pra acompanhar…” O hálito quente de Remus, que estava perceptivelmente com os cantos dos lábios erguidos, batia levemente na pele desnuda da mulher, causando-lhe discretos arrepios.  “As minhas histórias quando você para pra escutar…” Dora fixou seu olhar no do Lupin, enquanto as lembranças dos momentos nos quais ele lia suas histórias para ela preenchiam sua mente. “A minha vida quando tenho alguém pra chamar… De vida…

Dora podia escutar aquela melodia o dia inteiro. Poderia escutá-lo cantar aquela canção por horas, sem nem ao menos cansar-se. Podia deixar-se levar pelos bons momentos os quais havia dividido com Remus e por aqueles que ainda estavam por vir. Poderia acompanhá-lo. Na música… no dia seguinte… na vida. Podia fazer qualquer coisa, desde que ao seu lado.

É tão singular…” O Lupin continuou musicalmente, passando seus dedos longos e calejados pelos fios rosados da mulher. “A habilidade que eu tenho em montar… Um arsenal de clichês pra te encantar…” A memória de uma tentativa de jantar romântico por parte de Remus invandiu as mentes de ambos, que morderam os lábios simultaneamente para não gargalhar e interromper a canção. Se recordavam-se bem, além do problema com o forno, houve um desentendimento entre a rolha da garrafa de vinho e o homem. Ao menos algumas coisas, no final da noite, deram certo. Muito certo.

“Na intenção de te fazer não esquecer…” Dora continou, sentando-se sobre o quadril de Remus e deixando suas pernas em cada lado do homem. “Que eu nunca vou parar de te chutar… Ela inclinou-se com uma expressão divertida, apoiando seus cotovelos no peitoral do Lupin e seu rosto entre suas mãos, enquanto o mesmo fingia, novamente, um semblante de dor mediante à referência aos chutes inconscientes. “…a noite inteira… Mesmo se você brigar…” Remus simulou um olhar zangado, mas não consegui mantê-lo por muito tempo. Era Dora, afinal. Mesmo que tentasse —  algo que ele não fazia —, era praticamente impossível ficar irritado com ela por muito tempo. “Eu te enlaço… E não me permito soltar…” Ela aproximou mais dele, permitindo que a ponta de seus narizes se tocassem e encostou sua testa na dele. Seus lábios a milímetros de distância e seus olhos em uma conexão inefável.

 “Pro nosso nós não deixar de ser assim: tão singular…” Eles cantaram juntos, de forma harmoniosa. O tom baixo utilizados por ambos passava a impressão que aquilo era algo secreto, só deles.

E era.

“É tão particular o meu encontro quando é com você… O meu sorriso quando tem o teu pra acompanhar… As minhas histórias quando você para pra escutar…

Sorrisos particulares. Olhares cúmplices. Feições especiais. Essa seria a visão de qualquer um que os observasse. Fosse naquele exato momento, fosse no dia a dia ou em qualquer outra circunstância. Desde o momento em que se conheceram, num pub parisiense, por influência e através dos amigos em comum, eles dividiam essas singularidades.

A minha vida quando tenho alguém pra chamar…” Remus passou o braço esquerdo pela cintura de Dora, repousando-o ali, e entrelaçou seus dedos, da mão esquerda, aos dela, da mesma mão. Um ruído metálico e baixo foi ouvido, fazendo com que, tanto o homem quanto a mulher baixassem seus olhos para a origem do som. Os cantos dos seus lábios ergueram-se ainda mais ao verem a fonte do barulho: suas alianças. Os anéis brilhavam sob o feixe de luz que adentrava no cômodo pela fresta da janela e refletia uma luz dourada pelas paredes do quarto, trazendo uma singularidade a mais para o ambiente.

De vida…” Eles levantaram os olhares, simultaneamente, e os fixaram um no outro. “De vida… De vida… De vida…” O trecho da música foi se tornando cada vez mais baixo, mas, ainda sim, era audível e presente.

Ahhh…” Dora deslizou seu nariz, suavemente, sobre a bochecha de Remus, depositou um suave beijo na pele próxima à sua nuca e descansou seu rosto na curva do pescoço do homem, aspirando seu perfume doce e aconchegante, sem, em momento algum, parar de cantar. Remus beijou delicadamente os cabelos da mulher e a acompanhou até o fim da canção.

Os movimentos de ambos foram, aos poucos, parando, e suas respirações, no mesmo compasso, foram acalmando-se, até que elas estivessem cadenciadas e eles estivessem, novamente, mergulhados em sono profundo.

Eles eram singulares. Eles eram Remus Lupin e Nymphadora Tonks… Lupin.


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Notas finais do capítulo

Oie! haha ♥
Então, o que acharam? Digam-me nos comentários, sim? Já disse isso aqui várias vezes, mas torno a repetir: as opiniões de vocês são importantes! ♥

Beijos, beijos e até a próxima! ♥



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