Assassin's Creed: Other Side escrita por Kanin3


Capítulo 6
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Londres - 2 de Abril de 1764

 

A carruagem tremia levemente ao percorrer as ruas enlamaçadas de Londres. Ainda era cedo da manhã, e o sol raiava tênue no rosto de Remy, fitando pela janela as casas a mudarem de uma aparência rica ao que decerto, eram agora residências de um distrito mais pobre da cidade. Sem duvida, onde aqueles chamados “Assassinos”, como Remy ouvira um deles mencionar, deviam viver. Observando-os novamente, sua cabeça só se enchera de duvidas. O que eram esses tais “Assassinos”? Uma gangue? Decerto, era algo que ele agora tinha mais repulsa em observa-los, ainda mais depois de presencia-los atravessar uma lamina a sangue frio na pobre sra. Ivanov.

Matar inocentes a seu bel prazer e continuar com um sorriso como se nada houvesse acontecido só lhe fazia querer apagar aquela expressão debochada de seus rostos. E pensar que seu pai tinha amigos parecidos com aqueles homens – como o tal Achilles, no passado - em sua frente só o enojava mais ainda. Se seu pai realmente fizera, algum dia, parte de tais círculos, então era certamente um destino a qual Remy não se orgulharia em tomar. Pra piorar, Charles parecia exercitar aquela maldita lamina em seus pulsos desde que saíram do hotel. Se era para intimida-lo ou deixa-lo impressionado, era algo que só aumentava a irritação de Remy.

Ele decidiu quebrar o silencio ali mesmo.

— Então – ele começou – Como funcionam essas coisas? Como elas saltam de teu pulso?

— Isso ? – ele riu da inocência forçada do garoto. Arrogantemente, ele deu de ombros – Não, não acho que uma criança entenda o mínimo por trás do mecanismo dessas laminas. Basta saber que com um movimento do meu pulso e BAM, sua vida nas mãos de um objeto tão pequeno e simples! Realmente, ter a vida e a morte na palma de sua mão, ou melhor dizendo, nos pulsos, é algo inebriante, devo dizer. Não achas isso também, garoto?

Remy fingiu pasmo exageradamente. Com o canto dos olhos, notou o movimento incomodado da perna de Charles, não só durante a viagem – mas desde que entrara no hotel. Ele estava ferido? Charles parecia tentar não transparecer isso, mas era um possibilidade. Se fosse, seria algo que poderia se mostrar útil hora ou outra. Pelo menos, seria melhor ainda se lhe permitisse a chance de arrancar o sorriso daquele desgraçado, pensou Remy.

— Sei – ele continuou – Deves ser perigoso, não? Usar tal aparato o tempo todo e nas próprias mãos. Decerto, tens de tomar muito cuidado, já que é tão fácil ativa-las. Imagino que foi assim que machucaste tua perna?

Charles franziu o cenho, em pasmo.

— Hmm? Como sabes que a machuquei?

— Só um palpite – ele deu de ombros. – Acho que o vi mancando, sir.

Charles o sondou, como se o já houvesse visto antes. Como se o achasse familiar. E de fato, não só ele, mas a pequena garotinha ao seu lado parecia trazer as mesmas feições.

— Interessante, não pareces com eles. Ao menos – ele fitou Anna em seguida – os dois, na verdade, tu e a senhorita ao teu lado, devo dizer, não parecem em nada com o velho Ivanov aqui. Qual teu nome, garoto?

— Remy – ele bufou – Remy Delacroix. Por que quer saber?

Charles sobressaltou-se, e olhando de soslaio para o amigo, inclinou-se para falar a seus ouvidos.

— Ei, Phillip – ele murmurou – Esse nome... Esse nome me é familiar. Delacroix não era...

— Sim, sim... Agora que tu falaste, não tinha aquela moça que partira para a França, naquela época? Pouco antes do Miko morrer, se bem lembro... Sim, eu lembro-me. Uma bela Assassina agora que tu disses. Isso foi quando mesmo?

Charles arregalou os olhos - Faz uma década...

— Uma década, hein? Hmm, e esse garoto, decerto deve ter seus... Não é possível... Frye, tu achas que...?

Charles assentiu, vagamente, escondendo a surpresa. Olhando novamente para o garoto a sua frente, ele reconheceu bem as feições que ele já havia visto antes, muito tempo atrás. 

Os olhos, os cabelos, até mesmo a presença petulante e confiante a qual Remy emanava. Era como vê-la novamente em pessoa. Aquela Assassina a qual ele conhecera tempos atrás, antes da queda da Irmandade.

Então Charles lembrou-se daquele dia, do cheiro de lavanda e rosas daquela moça, ostentando cabelos pretos curtos levemente escondidos por um manto de Assassino o conheceu. Ela o cumprimentou, Miko ao seu lado, apresentando-a. Charles recebera noticias de que um membro – naquele caso, uma bela mulher - vinha das colônias,  e tão logo a conheceu, gostou daquela Assassina em sua frente. Grande parte dos Membros encontravam-se ocupados com contratos, e naquele dia em especial, Charles encontrava-se sozinho na Base da Irmandade.

Nas próprias palavras de Miko, uma promissora e enérgica assassina, auto confiante ao extremo porem capaz o suficiente para  sair de qualquer situação. Quando aproximou-se, ela baixou o manto e o fitou com belos olhos castanhos.

— Miko aqui me disse que tu és o melhor dos mais jovens – ela o sondou mais uma vez – Espero que possamos nos dar bem, e que possa me ajudar a conhecer Londres melhor, senhor..?

— Frye – ele sorriu timidamente ao estender a mão – Charles Frye, a sua disposição, senhorita. Então, meu Mentor, a que devemos a honra de tê-la conosco?

Miko sorriu. - Meu bom rapaz, Charles, quero que conheça Amelie Delacroix. A senhorita Delacroix aqui veio de muito longe, e para nossa sorte, ficamos muito feliz em recebê-la na Irmandade Inglesa, não é, Charles?   

O Assassino assentiu. – Claro, com toda certeza. – ele pigarreou – Err, não é por nada, Amelie, mas se me permite, o que a traz à nossa bela Londres?

Amelie pareceu incerta do que dizer.

— Familia, sr. Frye – ela disse com um fraco sorriso – Eu tenho... alguns parentes aqui, em Londres, e eles são tudo que restam da minha família. Quer dizer...

— Enfim – interrompeu Miko, cortando a conversa – Conto convosco, Charles, para que apresente a cidade melhor para a nossa cara irmã. Espero que passe um bom tempo entre nós, Amelie.

Ela sorriu. – Sim, Mentor. Eu tenho certeza que irei.

 

Que ironia, hein? Os filhos de uma Assassina viraram crias de Templários? Parece-me, Amelie, que tens uma noticia e tanto para receber...

 

II

 

O cheiro fresco de sangue alcançou as narinas de Haytham quando ele voltou, em poucos fôlegos, ao quarto de hotel agora vazio. Se o que ele esperava era que os Assassinos houvessem agido tão rápido, ele não sabia se sentia-se aliviado ou não ao ver apenas o corpo levemente pálido de Mary em meio a uma poça que se formava de seu próprio sangue.

Os cômodos estavam praticamente vazios, e nenhum móvel fora do lugar – o que felizmente, excluía qualquer possibilidade de que eles houvessem reagido aos Assassinos. Pelo que o jovem e falastrão assassino de alguns minutos antes havia afirmado, tudo não passara de uma isca, tudo para levar Haytham para longe o bastante para que a Irmandade pusesse seu plano em andamento. Ele já começava a se perguntar onde eles podiam estar quando notou um pedaço de papel jogado na mesinha da sala.

 

Grã-Mestre Haytham Kenway, se estás a ler esse bilhete, então saiba que nada fizemos a seus companheiros. Nenhuma lamina cairá sobre eles se comparecer no endereço informado abaixo. Deves vir sozinho, e com o pensamento em mente de não tentar nenhuma brincadeirinha. 

Faça o contrario do que disse e o sr. Ivanov e suas crianças terão o mesmo destino da pobre moça a qual imagino que já tenha visto.

Sugiro que não brinque com minha paciência, ou do contrario, não poderei segurar minha mão contra teus amigos.

 

“Maldição”, murmurou Haytham, amassando o pedaço de papel. Os olhos vidrados de Mary pareciam o olhar de volta, como se clamando para que ele fizesse algo. Como se pedisse para que não deixasse nada acontecer com seus pobres filhos e seu marido. Principalmente aquelas crianças, inocentes em meio aquela guerra a qual estavam longe de ter escolhido fazer parte. Por um momento, Haytham imaginou se os Assassinos haviam descido a tal ponto de não mais medir o valor de quem matassem, inocentes ou não.

Eram eles tão distorcidos agora do próprio Credo que nem mesmo hesitavam em eliminar meras crianças? Ele fechou os olhos de Mary, deixando o hotel para trás ao voltar as ruas. No caminho, ele apenas podia ponderar se a Ordem estava fadada a ser um mero retrato da Irmandade liderada por Achilles Davenport. Do fanatismo que o homem aplicou e plantou em seus alunos.

Ele torceu para que não fosse esse o caso.

 

III

 

Ele adentrou silenciosamente por uma das janelas do velho galpão abandonado – ou, ao menos, não tão abandonado, já que servia agora de ninho para a Irmandade. Abaixo de si, dois Assassinos conversavam baixinho, embora atentos, sem duvida esperando para que Haytham batesse a porta. E sem duvida, acreditando cegamente que o Grã Mestre Templário preenchesse suas esperanças de não tentar nada ousado a troco das vidas de Nikolai e as crianças. Mas embora algo dissesse ao Kenway que contrariar as expectativas dos Assassinos não era o mais sensato, era o necessário a se fazer. Sem duvida, seria tolice fazer como esse tal Charles Frye desejava – não só o próprio Haytham seria morto ao comparecer a plena vista, como não restava duvida de que os Assassinos não temeriam em tirar as vidas dos seus reféns.

Com sua visão, ele sondou o lugar, e ele logo achou, um pouco mais distante, uma sala trancada. Ele continuou a avançar pela base Assassina, esgueirando-se nas sombras, até aproximar-se do cômodo. Decerto, era onde estavam Nikolai e os outros. Logo, longe o bastante da visão dos outros dois Assassinos, Haytham forçou os sentidos para ouvir alguma coisa, alguma voz.

Então ecoaram da sala, repentinamente, as vozes abafadas de Remy e outra mais adulta.

— Vamos lá, garoto. Venha comigo se não quer ver tuas irmãzinhas terem um final trágico. Quer dizer – ele suspirou – não que tu não esperava por isso não é, seu velho senil?

— Do que estás falando ? – a voz de Nikolai irrompeu dessa vez – Por favor, ele... Eles não tem nada a ver com isto. Se queres algo, leve-me no lugar do menino, eu imploro!

— Não me venha com essa, Templário. Voces usam crianças agora? Criam e os educam para seguirem seus ideais, hah? É isso, garoto? – ele voltou-se para o garoto.

— Tem--Templarios? – Remy disse, soando confuso – Que diabos são Templários? Do que estás falando?

Houve uma pausa, seguida de uma risada.

— Ah! Então não sabes não é? Não tens a mínima noção do tipo de pessoas que teus pais e o caro senhor Haytham Kenway são, não é mesmo? Do tipo de malditos dominadores e os sujeitos ociosos por controle que eles escondem ser? Bem, isso não importa agora. Logo Haytham deverá estar aqui e duvido, meu caro amigo, que será dos melhores humores.

— O que eu sei, seu idiota – Remy cuspiu no outro – É que vocês são os únicos homens ruins por aqui, depois do que fizeram com a mãe da Kara e nos sequestrando desse modo. E se quer saber, tomara que tu sofras quando o mestre Kenway pegar você. E quando ele pegar, eu quero estar lá para ver.

— Veremos – Charles retrucou, limpando o rosto – Veremos, meu amiguinho metido. Agora, venha comigo, sim?

Charles pareceu arrastar Remy pela sala, os passos pesados deixando o cômodo atrás deles e dirigindo-se ao centro do velho armazém. 

 O que eles não contavam, porem, é que ele já estava mais perto do que eles imaginavam.

— O que estão fazendo tão dispersos, rapazes? – Charles esbravejou para os outros Assassinos – Atenção e preparem-se se não querem acabar o dia com os pescoços perfurados pelo Kenway. Não podemos simplesmente desejar que ele bata por aquela porta e caia no nosso plano. Se eu bem suspeito, é bem capaz de.. De... Esperem... – ele parou, cerrando os olhos numa direção próxima de Haytham – Esperem... aquela janela não deveria estar...?

A janela, praguejou Haytham. Claro, ele havia esquecido de fecha-la ao entrar; a mesma janela onde o Templario usou para puxar o pobre Assassino que agora jazia destroçado no beco lá embaixo. Não havia mais o beneficio do ataque surpresa, pensou Haytham. agora, eles sabiam de sua presença. Charles, levemente surpreso, agarrou Remy e sacou seu revolver.

— Saia de onde está, Haytham! – ele deslizou os olhos pelo lugar - e eu poupo a vida do moleque...

—Não faça isso, sir! – Remy pediu, apertando as maos de Charles - Esses covardes não me matariam nem que a mãe deles pedisse..

Furioso, Charles desferiu um soco em Remy, arrancando sangue de seus lábios.

— Calado, moleque! Vamos, Kenway, apareça logo ou não prometo segurar minhas mãos quando estourar os miolos do garoto!

No andar abaixo, oculto nas sombras, Haytham avistou outro Assassino, e tapando sua boca rapidamente, cravou sua lamina num golpe preciso na coluna do alvo. Porem, o urro do Assassino fora alto o suficiente e ao ouvir aquilo, Charles sobressaltou-se, virando na direção de onde estava Haytham.

— Chega! – ele fitou o companheiro próximo de si – Cansei dos joguinhos, Kenway! Não aparece por bem, então será por mal. Phillip, mate-os! Elimine o Ivanov de uma vez e as meninas.

Não, Remy se debatia, esperniando e gritando nos braços de Charles.

— Quanto a este aqui...

Sem pensar, Remy lançou um chute na perna do Assassino – um chute bem colocado onde Remy percebeu que estava ferido, justo como o próprio Charles havia confirmado. Urrando de dor, o Assassino cambaleou ao chão com a picada crescente. Remy disparou atrás do outro homem, enquanto ouviu Charles praguejar atrás de si.

—Maldição...

Em seguida, um disparo ecoou em suas costas. Ele suspirou alivado quando notou o tiro mal colocado atingir a parede próximo de si, e voltando os olhos para frente, viu o Assassino anterior a desembainhar a espada, hesitante, a mão na maçaneta da porta onde estavam sua familia. Ele não poderia deixa-los se ferir. Nunca. 

Sem demora, ele correu até Phillip, empurrando-o bruscamente e fazendo-os cair ao chão. Antes que pudesse reagir, o Assassino não pode se levantar ao sentir uma picada aguda em seu tórax. O sangue logo tingiu seu manto quando Remy ergueu a espada prateada do chão, e desengonçadamente, a cravou contra seu peito, levando o homem a debater-se desesperadamente. 

Enquanto o assassino dava seus últimos suspiros, Remy arfava, olhando as mãos manchadas de sangue, os olhos começando a marejar ao ver Phillip fitando-o de volta.

— Voce... Não vai... Machuca-los... - lagrimas escorriam de seu rosto, as maos trêmulas com a espada em mãos.

Longe dali, o som das espadas de metal de Haytham e Charles tilintavam quando ele levantou-se e deixou o Assassino para trás, jogando a lamina pesada no chão. Ele alcançou os dois a ponto de ver o Templário desarmando e arremessando Charles para longe. Arfando, o Assassino ergueu as mãos em rendição, arrastando-se enquanto Haytham o fitava friamente.

— Vamos, homem – ameaçou Haytham, erguendo Charles contra a parede  - Onde está aquela coragem toda, hein?? Ou seus planos dependem do uso de crianças indefesas para que tenham sucesso?

— Parece feliz com isso, Templário. Mas ironicamente, foi uma criança quem acabou com meu plano, mesmo que por pouco...

— Agora, dê-me um motivo para não arrancar esse sorrisinho do seu rosto, homem – ele murmurou, ejetando a lamina – Depois do que...

— Mate-o, senhor Kenway – gritou um Remy esbaforido, aproximando-se dos dois. Seus olhos avermelhados fitavam-no suplicante.

— Rapaz... O que aconteceu? – ele sondou-o, confuso ao vê-lo sujo de sangue, decerto do outro Assassino – Esqueça. Isso não é assunto para uma criança. Vá e trate de libertar Nikolai e as meninas, eu já os encontro.

— Certo... – Remy bufou, mandando um olhar furioso para Charles – Mas eu espero que tu sofras depois do que fez...

Haytham cerrou os olhos, encerrando aquela conversa.

— Faça o que eu disse, menino. Agora.

Quando Remy já estava longe o bastante, Haytham puxou mais próximo o Assassino pelo colarinho, aproximando-o de sua lamina oculta.

— Ah, como eu gostaria de mata-lo aqui e agora mesmo, seu maldito, não só pelo que fez com a mãe daquelas crianças, mas também pelo mero prazer de eliminar sua laia de uma vez por todas antes que continuem com seus planos imprudentes...

Charles riu. – Porém...?

— Porem – Haytham o soltou ao chão – A Ordem Inglesa já esta mais do que enfraquecida. Extinta. Sem comando, sem membros, ao menos membros capazes. Não é necessário acabar com o que sobrou de vocês. E quanto aos assassinatos dos Ministros, seu verme, saiba que não deves continuar com esse plano em mente. Seu “plano maestral” como bem deves pensar tolamente, resultaria em nada mais do que mortes desnecessárias e uma represália ainda maior sobre as colônias. – ele bufou – Se o tão “amado rei George” fosse posto sob a lamina de vocês, Assassinos, nada mudaria. Os colonos ainda sofreriam nas mãos da Coroa, pois tenho certeza que os danos infligidos por vocês decerto apenas enfureceriam ainda mais a Inglaterra. Deixe as coisas como estão, é o mais certo a fazer. Se há de acontecer uma revolução, se o povo enfurecer-se, então algum dia isso acontecerá, não tenha duvidas.

— Mas...

— Não há “mas”, seu maldito – esbravejou Haytham – Vocês Assassinos hão de entender que não podem manipular tudo, fazendo sistemas e jogando com as pessoas para atingirem seus desejos. Não podem buscar liberdade em tudo, muito menos força-la antes da hora. Até lá, deixe que as colônias caminhem com as próprias pernas. E se eu por acaso souber que tu e tua Irmandade estão agindo outra vez, não poderei segurar minha mão como segurei hoje, está me ouvindo?   

Charles virou o rosto, resignado. Muito embora não quisesse ouvir aquilo de um Templario, de fato, havia um que de razão em suas palavras, uma verdade bem maior do que Charles gostaria de admitir. E querendo ou não, a resposta seria sua morte, caso o negasse ali mesmo.

O Assassino apenas assentiu, emburrado. 

— Ótimo – disse Haytham, ajeitando sua casaca azul e dando meia volta.

A voz de Charles o fez parar repentinamente.

— Aquele menino... Remy. Eu sei que ele não é daquela família, não é? Eu pude ver, ele não é filho do Ivanov, decerto, ele é... adotado, eu diria. – ele riu, descrente – é assim que fazem as coisas agora, não é? Abduzem crianças para leva-los a sua causa Templária, é isso?

Haytham deu meia volta, caminhando de volta até onde Remy encontrava-se com Nikolai e os outros, e  decerto, ansiosos para deixar Londres o mais rápido possível.

— Não o forçamos a nada. Ele não tem conhecimento algum da Ordem, rapaz. Ao menos – ele suspirou – Ele decerto não tinha, não até hoje – ele disse simplesmente, deixando Charles ali sozinho.

“Sei”, pensou Charles, levando um charuto a boca. “Acho que tenho uma bela carta escrever para ti, Amelie. E não acho que vais gostar das noticias. Nem um pouco”.   


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Notas finais do capítulo

E não sei não hein, parece que isso não vai cair bem pro menino, ouvir logo assim em um único dia tanta informação, não é muito bom não!

E que história é essa? Parece que filhos a partir do 3 jogo estão fadados a virar a casaca, hein? Edward e Haytham que o digam...

Espero que tenham gostado!



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