A Promessa escrita por Morgenstern


Capítulo 68
Quem Amar.




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Eu tinha plena consciência do dia raiando ao lado de fora e sabia que não havia conseguido fechar os olhos, mas não me importava com tanto que eu estivesse nos braços de Maxon, sentindo seu cheio, sentindo seu carinho nada mais me importava. Poderia está acontecendo uma guerra no mundo, meu irmão poderia está planejando matar dezenas de pessoas, mas nada disso me preocupava naquele momento pelo simples fato de eu ter certeza do que queria agora. Ter certeza de não querer me afastar de Maxon e de simplesmente ter esquecido qualquer passado, qualquer aposta idiota e promessa ridícula. “Eu sei sobre a promessa.” Maxon disse quando estava deitado na banheira, relaxando com a água quente e me observando sentada no chão ao lado.

Eu não sabia o que dizer ali e ele pareceu não querer resposta ou explicação, ele estava ali para falar.

— Eu sei que Louis foi um idiota com você, sei que tudo o que você queria era ser feliz e agora deve está com medo disso, mas eu desejo de verdade que você volte ou pelo menos, tente confiar em mim. Talvez eu não mude, talvez eu continue sendo o Maxon idiota que gosta de beber e sair, mas de uma coisa eu tenho certeza que mudei. – ele parou e me observou por um instante, eu não conseguia nem ao menos arriscar piscar os olhos para ele. – Eu não quero outras mulheres, Karlla. E eu percebi também que eu tenho um coração. Descobri isso quando você me deixou depois de saber da aposta, porque ele doeu pra caralho. Depois eu achei que tivesse simplesmente perdido, meu coração, quando vi você com o Leger, porque não senti nada a não ser um vazio absurdo no peito. Quando Kriss foi a minha casa, senti meu coração pular de desespero e medo por você entrar a qualquer momento e me ver conversar com ela e surtar. Ah. Tive certeza que tinha um coração quando vi você machucada, mas eu não consigo explicar o que senti naquele momento. Mas eu... Eu me importo.

— Eu sei que você se importa, você sempre teve um coração Maxon. – falei mantendo a voz firme, por que afinal, depois de tudo o que havia acontecido ali, eu não poderia ouvi-lo criticar a si mesmo. – Você sempre se importou com seus amigos, quis ajudar Robert com Lethicia e sei que ficou com raiva de mim por quase revelar o segredo dos dois no refeitório. – ele sorriu e concordou com a cabeça desviando seu olhar para a água. – Você ficou sem chão quando Dylan sofreu o acidente, ficou perdido quando ele morreu e me desculpe ser tão dura, mas você tem sim um coração.

— Mas você acabou com ele quando me deixou. – Maxon disse erguendo o olhar de volta para mim, sempre com um sorriso, nem que seja pequeno, em seu rosto e eu não entendia o motivo dele, não sabia o por que. – Foi por um bom motivo, eu sei. Mas eu devo agradecer ao meu irmão por isso, por que se não fosse pela aposta, eu não teria te conhecido melhor. – sorri concordando com a cabeça, mesmo achando que poderia ter havido meios mais simples para tudo acontecer.

— Eu estava muito irritada quando descobri, mas... – parei e suspirei fracassada. – É impossível lembrar dela quando estou com você. Droga! É impossível pensar quando estou com você, quando suas mãos me tocam ou você chega perto demais. Por que você faz isso comigo? – perguntei encarando-o. Maxon sorriu e deu de ombros.

— É o efeito Maddox, minha querida. – ele disse com um sorriso debochado. – Eu não sabia que fazia isso.

— Você faz. – respondi apertando os olhos para ele.

— E mesmo assim você não quer voltar para mim? – Maxon perguntou me analisando.

— Isso é um pedido? – perguntei tentando, com fracasso, não sorrir enquanto erguia uma sobrancelha para ele. Maxon deu de ombros.

— Toda vez que eu chegava perto de você queria pedir isso.

— Eu te amo Maxon. – falei me aproximando o suficiente para beijá-lo, mas ele foi rápido, afastando o rosto para me encarar.

— Você ouviu o que acabou de dizer? – Maxon perguntou incrédulo, provavelmente nunca havia pensado em ouvir aquelas palavras.

Sorri e concordei com a cabeça desejando que ele se aproximasse, desejando um pequeno que fosse, beijo dele.

E foi muito mais que isso, quando percebi estar dentro da banheira amando-o e sendo amada, sentido seus beijos, suas mãos, seus carinhos e a cada passo para o futuro incerto, eu estava mais completa por tê-lo em minha vida. Não havia demorado muito para que o banho – dos dois – acabasse e estávamos deitados na cama, acariciando um ao outro, tão silenciosos e se eu pudesse escolher, ficaria ali para sempre e que se dane se ele não falou que me amava, eu estava aliviada por ter quebrado a promessa e estava feliz por me permitir amar outra vez. Amar Maxon.

Seus cortes estavam melhores, mas as manchas roxas ainda continuavam ali brilhando na pele clara e mesmo que eu tentasse fazer alguma coisa, Maxon sempre dizia que estava bem, que ficaria bem. Minutos mais tarde alguém bateu na porta nos fazendo se erguer rapidamente e encará-la por mais alguns minutos. “Fique aqui.” Foi o que Maxon disse se afastando para a ponta de cama. “Não!” respondi rapidamente, pulando da cama e apontando para que ele continuasse aonde estava.

Destranquei a porta e respirei fundo antes de abri-la.

— Bom dia raio de sol. – Aspen falou quando me viu.

Eu poderia cair dura no chão, poderia desmaiar ou evaporar naquele instante. Aspen segurava uma bandeja de prata com o duplo de várias coisas servidas no café da manhã. Havia duas maçãs, duas xícaras de café, dois copos de suco, duas tigelas com granola e leite.

Ele era um A, minha mente lembrou e eu precisava manter a pose.

— Estão com fome? – ele perguntou olhando sob meus ombros. – Trouxe um lanchinho. – disse olhando para a bandeja.

— Como se eu fosse mesmo aceitar comida de você. – falei firme, irritada talvez, apreensiva completamente.

Quem garante que a comida não estará envenenada? Quem garante se é seguro? Quem garante que eu posso confiar? Aspen revirou os olhos e empurrou a bandeja para meu peito, fazendo meu corpo responder com o reflexo de pegá-la imediatamente.

— Não pense que seu irmão iria me deixar fazer algo com você. Aliás, ele quer fazer pessoalmente. – Aspen disse com um sorriso diabólico no rosto, me deixando enjoada, fraca e doente.

Ele se virou pelos calcanhares e saiu andando pelo corredor. Eu, me virei para o quarto empurrando a porta com um pé e respirando fundo. Maxon me observava sério, sem sorriso, sem sobrancelhas erguidas... Apenas sério. Levei a comida até a cômoda e me sentei na ponta da cama, bem próximo a ele e nos encaramos tempo suficiente para – tão sincronizados – pegarmos a maçã da bandeja. “Sabe que a Branca de Neve não devia ter aceitado a maçã da velhinha.” Maxon disse depois da primeira mordida. Encarei minha mação tão vermelha, tão suculenta e dei de ombros. “Seria uma história e tanto se soubessem que o príncipe também comeu da maçã.” Falei sorrindo para ele, dando uma grande mordida.

Minutos depois eu não fazia ideia de como pequeninos homenzinhos foram parar em nosso quarto e queria perguntar qual era a do gorro verde que usavam. Olhei para Maxon e o vi deitado na cama com os olhos fechados, seu lábios sorrindo e o corpo tão relaxado que fez meus ombros caírem sem preocupação. Me virei de volta aos homenzinhos e perguntei o que estavam fazendo ali, um deles – o mais sorridente – respondeu com uma afirmação “quarto legal”. Dei de ombros e revirei os olhos ao dizer que era do meu irmão. Um deles, o que parecia zangado, bufou e perguntou qual era a do meu irmão. Aquilo me fez pensar, o que eu poderia responder? Observei cada um analisar o quarto e por fim falei, “ele é muito malvado”. Um dos homenzinhos espirrou atraindo nossos olhares fazendo Maxon se erguer na cama, “você está vendo eles?” perguntou a mim. “Maxon, você está com glitter nos olhos” falei tentando não rir. Ele parou por um instante e me encarou, pressionou os lábios e disse a mesma coisa. Minutos depois estávamos rindo. “Espero que saibam se desprender de correntes” um dos homenzinhos disse e eu me virei para ele a fim de perguntar o que ele queria dizer com isso quando o quarto saiu de foco por cinco segundos suficiente para me deixar nervosa. “Maxon?” falei tentando manter a calma. Minutos depois o quarto voltou a nitidez. Não havia homenzinhos. Maxon estava deitado na cama e a porta abriu de repente.

— Irmãzinha, você não precisa ver isto. – Daniel disse jogando correntes ao chão. Pude ver duas sombras atrás dele e por mais que eu tentasse, não conseguia reconhecê-las.

O quarto saiu de foco novamente e caiu na escuridão.


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Notas finais do capítulo

Meu coração dói ao dizer que estamos quase no fim.
Não deixem de comentar.
Recomendar.
Divulgar.
Vamos movimentar esse site nesses últimos capítulos.



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