A Promessa escrita por Morgenstern


Capítulo 56
Mamãe Mandou.


Notas iniciais do capítulo

Antes de lerem este capítulo gostaria de avisar que postei dois POV's no A Promessa Stories. Uma sobre Robert comentando a morte de Lethicia e a outra, Larissa sobre Emanuela.
Não esqueçam de ir lá depois de lerem o capítulo.



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Talvez Manu ou Camila não lembrassem a promessa que fizemos, talvez Larissa não esteja tão preocupada em conhecer homens bonitos pelo simples fato de que – nesse momento – ninguém imagina quem pode morrer, quem será o próximo no jogo demoníaco. Era algo tão louco e surpreendente que eu poderia rir de tudo isso.

Quem iria imaginar que a garota normal que vivia uma vida normal estaria em uma loucura dessas? Quem poderia odiar tanto essas pessoas em minha volta e o que elas fizeram para merecer esse tratamento “especial”?

Maxon poderia ter vários motivos, mulheres com corações partidos, namorados enciumados mas nada que chegassem a matar. Não. Isso seria demais. Ele poderia ter sido alguém idiota o bastante para garantir apenas uma noite a mulheres, poderia ter sido um sem coração no dia seguinte mas Maxon estava mudado agora. Eu poderia sentir essa mudança a cada minuto em que passava com ele. Mesmo com Kriss em seu pijama, mesmo com Celeste ou as milhares de morenas que já passaram pela vida dele.

Incluindo eu mesma.

Mesmo com a aposta.

— Porque “A” te avisaria sobre mim? – perguntei sentada em minha cama, encarando Maxon em pé frente a mim.

— Porque ela queria que eu soubesse onde você estava. – ele respondeu firme, sem sombras de dúvida.

— Mas Maxon, não estamos juntos. Isso pareceu algo como uma amiga faria se visse seu namorado em uma festa sem você. – ele riu e coçando a nuca concordou com a cabeça, ele estava desconfortável mas eu não poderia me desculpar.

— Sim, você está certa. Mas não sei, talvez para eu saber que você estava com alguém. – respondeu seus olhos fixos nos meus, procurando uma hesitação, um vacilo que eu mesma não dei.

— Não estava lá com Conor, se você quer saber. Ele apareceu depois.

— E mesmo assim você não se importou em dá uns amassos com ele. – Maxon disse com amargura em sua voz, repreensão em seus olhos e eu estava pronta para me defender, assim como uma namorada faria.

— Mas não estamos juntos. – falei desviando meu olhar para o chão, aquelas palavras doíam mais do que eu poderia imaginar. – Você estava com a Kriss, eu com Conor.

— Eu não estava com a Kriss. Você sabe. Eu falei. – ele disse se ajoelhando frente a mim, buscando meu olhar, tentando não tocar em minhas mãos. – Karlla eu permiti que ela ficasse uma noite e eu nem mesmo dormir no mesmo quarto. Porque você não consegue acreditar?

— Por tudo o que você já foi, Maxon. Você não consegue ser de uma mulher. Você mesmo me falou uma vez que queria curtir a vida.

— Eu disse isso duas vezes e uma foi com você. E quem deveria desconfiar de alguém aqui sou eu.

— O que? – perguntei voltando aos seus olhos, vendo-o sério, os ombros tensos e os lábios em uma linha reta.

— Eu deveria não confiar em você. – ele disse me deixando nervosa, completamente irritada por aquelas palavras. – Você terminou comigo e por um bom motivo, eu admito. Mas você não relevou que eu estava mudado. Você não esperou um dia para sair com outro e fazer sabe se lá o que.

— Eu não fiz nada com Aspen. Já lhe disse. – exclamei interrompendo-o.

— Quem garante? – Maxon perguntou deixando meu corpo mole, um frio subir na espinha e minhas mãos tremerem. – Você está agindo como eu era. E mesmo assim está criticando meu passado? – ele sorriu, um sorriso debochado e se levantou. – Nós dois mudamos. Eu não quero ser quem fui e você me censurou tanto por isso que está fazendo o mesmo. Além do Conor ou Aspen teve mais alguém que eu não saiba?

— Não é da sua conta. – respondi rápido demais, baixando a cabeça para que ele não visse o vermelho que poderia está meu rosto.

Vermelho de vergonha e de raiva porque eu sabia que ele estava certo, só não imaginava que ele fosse dizer algo assim.

— Eu sei que não é da minha conta porque você insiste em lembrar que não estamos juntos. Mas por favor, não me critique por uma coisa que já passou. Ok?

Eu iria concordar por que ele estava certo, iria pedir desculpas porque sabia que eu era a errada na história. Iria dizer o que realmente havia acontecido entre Aspen e eu, iria dizer que com Conor não havia passado de um beijo e não iria pedir para voltar, mas deixaria claro que não havia segredos.

Não da minha parte.

Estava prestes a falar quando nossos celulares tocaram no mesmo instante.

A princípio meu corpo enrijeceu ao pensar nas mensagens, mas não era mensagem era aviso de ligação.

“Karlla, aonde você esta?” era Camila na outra linha, sua voz cortada e nervosa afirmava que algo havia acontecido. “O que houve?” foi o que perguntei ao levantar da cama. Podia ouvir Maxon falar com alguém ao caminhar até a janela do quarto, mas estava focada demais na outra linha no meu celular. “Manu caiu. Estamos indo ao hospital” meu coração parou no mesmo instante, o oxigênio em minha volta se dissolveu e eu não sabia como ainda estava de pé. “Eu vou cuidar disso” foi o que ouvi Maxon dizer ao se virar para mim. “Karlla, estamos indo ao hospital” Camila disse outra vez me fazendo concordar com a cabeça, mesmo sabendo que ela não viria, mas que se dane, eu não tinha palavras naquele momento. “Oh meu... Eu não acredito” ouvi Maxon dizer com os olhos arregalados para mim, mas eu não poderia perguntar o que estava acontecendo, não poderia esperar mais e nem ao mesmo falei algo antes de me virar e correr até as portas do Morgan.

Maxon me seguiu, era óbvio que ele iria me seguir e me puxou pela cintura gritando algo que eu não conseguia entender, meu corpo tentava de todas as formas se libertar, minhas pernas queriam correr até o hospital, meus olhos queriam ver Manu com vida.

Com vida.

Com vida.

Com vida.

— Karlla! Eu vou com você! – Maxon gritou, fazendo meu corpo parar de repente, minha mente e meus ouvidos mais atentos ao que ele dizia. – Eu vou te levar lá. Droga, você queria correr até o hospital por acaso?

Sem esperar resposta, sem esperar qualquer som meu Maxon puxou meu braço até seu carro frente ao Morgan e sem nenhuma palavra durante todo o caminho. Eu estava rezando em minha mente, olhando fixamente a rua tentando não chorar, tentando não surtar antes de vê-la. Pedia ao céus que Manu estivesse bem, que fosse apenas uma perna quebrada ou arranhões. Pedia ao céus que ela não fosse uma fase desse jogo. Pedindo que eu não perdesse mais alguém tão próximo a mim.

Incrivelmente já estavam todos no hospital. Todos que eu conhecia. Os irmãos Maddox. Louis. A prima Mariana. Mylena. Letícia. Julia. Camila e Larissa. Leonor e Beatriz. Jace. Jamie. Jordan e Robert. Mais uma vez estávamos naquele hospital. Camila e Larissa correram para me abraçar no mesmo instante em que me viram, apertavam a cada minuto como se impendido lágrimas e soluções – e eu estava fazendo o mesmo. As meninas sorriram para mim como se dissessem que tudo ficaria bem, mas ninguém conseguia me fazer acreditar.

Sebastian me abraçou forte e eu queria perguntar se ele estava me dando forças por ter perdido uma amiga, queria perguntar se ele já sabia de algo que ninguém teve coragem em dizer. Mas foi Travis quem limpou a garganta ao nosso lado, coçando a sobrancelha visivelmente nervoso. “O médico disse que foi apenas uma torção.” Disse com um sorriso de lado, tão mal mentiroso quanto poderia ser. “Tudo bem, pode contar a verdade.” Foi o que falei ao me libertar dos braços fortes do irmão Maddox. “Ela bebeu demais, está desmaiada. Não quer dizer que vá morrer.” Aaron quem respondeu, me fazendo virar para cada um que tentava me tranquilizar, apreensiva por está sendo enganada, com medo do que pode ter acontecido. Encontrei os olhares de Louis para mim, tranquilizador quando queria ser, seu sorriso mostrando que estava tudo bem. Tudo na paz.

— Louis. – falei ao me aproximar dele. – Está tudo bem mesmo? – perguntei insegura com sua resposta, mas sabendo muito bem se ele mentiria.

Louis sorriu mais amplamente e concordou com a cabeça.

— Você sabe não é? Quando estou mentindo. Não, não estou mentindo. Manu vai ficar bem sim. Não se preocupe.

Alívio passou para meus ombros, meu corpo e minhas mãos fechadas em punho. Alívio tomou conta da minha mente, dos meus sentimentos e das minhas preocupações. E por um instante consegui sorrir para ele, agradecendo algo que eu não tinha certeza, mas agradecendo. Mari limpou a garganta e acenou para mim, ela estava ao lado das garotas e me aproximei.

— Como você está? – ela perguntou com um sorriso fraco nos lábios.

— Bem. E vocês? – perguntei olhando para cada uma em minha frente.

— Estou exausta. – Letícia disse, suspirou caindo da cadeira. – Estou passando noites acordada ajudando Jace com aquele jogo.

— Jace, hein?! – brinquei sem muita animação, mas feliz por ver um sorriso em seu rosto enquanto concordava com a cabeça e desviava seu olhar para o loiro que conversava com Robert e Jordan.

— Pelo menos alguém está se dando bem com isso. – Mylena disse revirando os olhos ao cruzar os braços no peito.

— O que? – perguntei confusa.

— Ah. – Julia tampou a boca com uma mão impedindo uma risada. – A My está triste por não ter par para fazer algo.

— Como assim par?

— Ai Karlla, você precisa ser atualizada. – Mari disse.

— E deixar de ser um pouco distraída. – Julia completou fazendo-as concordarem com a cabeça, dei de ombros esperando explicação.

— Estamos tentando desvendar qual é a desse jogo. – Mari disse animada demais. – Jace as vezes joga e Letícia sempre o ajuda. Manu também, mas quando não está com Sebastian, Travis e Camila. Will, Larissa e Julia estão mantendo as aparências na faculdade.

— Observando cada um. – Julia disse.

— Mylena também está nessa parte quando não ajuda Jace. E Jamie poderia ajudá-la ou não sei. Fazer companhia.

— Mas ele prefere ficar com os Maddox e entre os casais. – Mylena quem disse.

— Que casais? – perguntei assustada.

— Por onde você anda? – Letícia perguntou. – Travis está caidinho pela Camila. Sebastian foi o primeiro a chegar no hospital quando ligamos para Aaron avisando sobre Manu. Ou seja, mais um casal.

— Minhas amigas e os irmãos? – perguntei tentando não rir, tentando não cair no chão gargalhando o quanto aquilo era lindo e maravilhoso.

Entraríamos para a mesma família, foi o que pensei antes de lembrar que não estava com Maxon.

— Legal. – falei por fim, engolindo a risada, mantendo os ombros retos.

— My, você devia chamá-lo para te ajudar. – Julia disse.

— De jeito nenhum! – ela respondeu negando freneticamente com a cabeça.

— Ele te chamou de meiga! – Mari lembrou, me fazendo sorrir com a lembrança daquela noite.

— Jamie! – Letícia gritou na recepção do hospital fazendo todos se virarem para ela. – Jamie, precisamos de sua ajuda.

— Com o que? - Jem perguntou ao se aproximar de nós. Julia pressionava os lábios tentando não sorrir enquanto Mari e Mylena olhavam de queixos caídos para Letícia.

— Mylena precisa de ajuda.

— Com o que My? – ele perguntou a ela, fazendo-nos sorrir para seu lindo sotaque ao dizer o apelido dela.

— Então. – ela disse puxando seu braço levando-o para longe de nós, para longe dos ouvidos que provavelmente estavam voltados para nós.

— Feito! – Letícia disse batendo as palmas das mãos.

Queria poder pedir para ela fazer algo parecido comigo.

— Então Ka, como estão as coisas entre você e Maxon? Aquela garota já saiu do apartamento. – Mari disse atraindo os olhares confusos e intrigados da Julia e Letícia.

Estava prestes a explicar o que havia acontecido, estava prestes a dizer que não tínhamos voltado e não sabia se um dia voltaria. Estava prestes a dizer que ele havia feito uma aposta com Aaron e deixá-lo como vilão, mas havia minha promessa. Havia Aspen e Conor. Havia “A” e seu poder de descobrir tudo e sua linda consideração em dizer tudo a Maxon. Estava prestes a falar quando meu celular apitou informando uma mensagem nova. Naquele momento não imaginei que seria algo ruim, não pensei em “A”, não pensei em alguém querendo me prejudicar por que eu estava ali em volta de pessoas legais que me amavam assim como eu as amava e eu estava segura.

Ou era o que eu achava.

“Mamãe mandou eu escolher esta daqui. Quer salvar a vida da sua amiga?Me encontre na antiga fábrica de vidro em 15 minutos. Venha sozinha. – A.”


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Notas finais do capítulo

"A" é a inicial de uma fraternidade, é a inicial de três nomes que já apareceram na história.
Palpites?
Dou-lhe uma, dou-lhe duas...



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