A Promessa escrita por Morgenstern


Capítulo 17
Impaciente




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/745941/chapter/17

Acordei com as batidas frequentes na porta do quarto, Tay dormia profundamente que nem se moveu com o barulho. Levantei atordoada e a abri encontrando Letícia, Júlia e Manu prontas para sair, elas fizeram uma careta ao me verem de pijamas e fizeram eu me apressar para trocar de roupa e ir à cafeteria. Sentamos na mesma mesa do outro dia e conversamos sobre o final de semana que se aproximava, a porta abriu e o sino tocou atraindo nossos olhares para a porta. Era Robert com Lethicia e Aaron que, sem cerimônia, sentaram a mesa e foram apresentados a Manu. Eu estava quase me sentindo do grupo deles e se isso virasse rotina, eu já não tinha tanta vergonha de Aaron, mesmo com sua beleza extrema e conversava normalmente com o casal. O sino tocou mais uma vez e Larissa entrou procurando por nós com o olhar, Manu levantou o braço indicando nossa mesa e ela se aproximou com um risinho.

— Feche a boca Aaron, você esta babando. – Letícia sussurrou ao meu lado e ele logo endireitou os ombros. 

Enquanto todos observavam Larissa, eu olhei para ele. Será que havia motivo além da presença dela para fazê-lo sorrir tão, tão bobo?

— Oi pessoal. – ela disse ao chegar à mesa, todos murmuramos um bom dia e Aaron levantou.

— Senta aqui, eu pego uma cadeira para mim. – ele sorriu e foi até a mesa dos fundos, voltando em seguida com uma cadeira nas mãos.

— Obrigada. – foi a última palavra que Larissa disse por pelo menos uma hora. Enquanto que Letícia, Júlia e Lethicia não paravam de comentar sobre Celeste e o quão má ela era.

— Estou cansado de ouvir o nome dela. – Rob resmungou coçando os olhos atrás dos óculos.

— Concordo! – falou Aaron. – E você, não fala não? – perguntou a Larissa que sorriu tímida. – Eu sou Aaron Maddox. É um prazer. – ergueu a mão e sorriu para ela. 

Distraída no meu lugar, não pude deixar de ouvir seu nome engasgando com o café quente e claro, chamando a atenção de todos.

— Ka? – era Manu me observando. 

Tossi mais uma vez e respirei fundo. Um Maddox? Aaron era um Maddox? Como eu não sabia disso? Eu sabia disso?

— Estou bem. – falei por fim jogando uma fatia de pão na boca, impedindo que meus pensamentos saíssem desenfreados por ela.

Larissa em um lapso de não-timidez estava conversando com Aaron que a cada resposta dela, sorria mais largo. Me pergunto qual o segredo que Larissa tinha de fazer dois, da mesma família, caírem no encanto dela. É claro que qualquer um caía, mas poxa, dois Maddox? Lethicia e Rob foram os primeiros a pagarem a conta e esperaram até que eu e Letícia acabássemos o café e chá, logo estávamos indo para aula. 

Encontrei Camila entrando em sua primeira aula e a puxei para saber onde estava. Dormindo, foi o que respondeu e com uma cara de ainda estar, entrou na sala e se debruçou na cadeira. Fui para minha aula com Larissa que nem se animou para comentar sobre o segundo Maddox que abanava o rabinho para ela e isso me deixou impaciente, porque eu queria saber dele.

No refeitório, a mesa dos Ômegas estava mais cheia que o normal, tanto o time de futebol como as garotas Gama estavam conversando entre si. Poderia ter sido um plano bem bolado, porque não havia nenhuma cadeira vazia para alguém sem fraternidade. Lethicia estava presente, mas não se via Robert e nem mesmo Letícia ou Júlia.

— Esta aqui está lotada. – Celeste quem avisou quando Lari, Manu, Camila e eu nos aproximamos. Ela sorriu, o rosto brilhando a vitória e eu assenti, me virando pelos calcanhares com a bandeja na mão.

— Não é essa mesa que as garotas sentam? – Manu perguntou atrás de mim.

— É. Ou era. – respondi indo em direção a nossa primeira e agradável mesa nos fundos.

— Eu não entendi. – Cami falou unindo as sobrancelhas enquanto sentava na cadeira, pude ver Lari suspirar e erguer a cabeça encontrando o olhar de Maxon para nós. 

Certo, isso estava ficando chato.

— Oi meninas. – era Letícia com sua bandeja. Ela sorriu, olhou para a cadeira vazia ao meu lado e antes mesmo que a convidasse para sentar, já estava colocando a bandeja na mesa. – Achei estranho não ver vocês na mesa. Pior foi ver as garotas da Gama sentadas lá. Ninguém nunca as deixou sentar naquela mesa. – disse revirando os olhos.

— Pois eu sei quem fez isso. – era Júlia passando por nós, sentando na ponta da mesa. – Celeste chamou todas para sentar com os Ômegas. É completamente ridículo, todo mundo sabe que nenhum Ômega fica com uma Gama só por amizade.

— O que? Como assim? – perguntei confusa.

— Devem não ser amigas então. – Manu disse. Letícia e Júlia negaram freneticamente com a cabeça.

— Não. Não. Aquelas lá são as mais... Fáceis. É só chamar que vão e não se dão valor. Nós somos amigas deles, por isso sentávamos com eles.

— Nenhum tentou algo com vocês? – Lari perguntou intrigada, fazendo as duas se entreolharem e fecharem a boca por longos segundos. 

Eu estava quase impaciente, tanto com a conversa com Aaron que Larissa não me falava, tanto com a possibilidade dos irmãos Maddox estarem afim dela ao mesmo tempo e mais impaciente por não conseguir tirá-los da cabeça.

— Nenhum deles ultrapassou o limite de amizade. – Júlia respondeu o mais firme que poderia e se eu não soubesse sobre o professor, acharia que ela escondia algo.

Sobrevivemos depois do almoço e das últimas três aulas que pareciam não ter fim, as aulas de sexta passaram como um vento, assim como o clima que era parcialmente bipolar. Já era pôr do sol quando as nuvens densas se uniam no céu colorido com tons de azul claro, laranja e rosa, mas nada que prejudicasse a noite no Setor 45. A música em meus fones estavam no último volume enquanto eu dançava procurando no guarda-roupa uma roupa adequada. Up All Night fazia milagres, era simplesmente uma das top 5 de meu iPod e ninguém podia negar que era realmente muito animada. Peguei uma calça de couro preta de uma das gavetas e joguei sobre minha cama, cantarolando buscava uma blusa que combinasse e para a sorte da minha colega de quarto, eu estava sozinha ali.

—... Nobody’s going home tonight...– peguei uma blusa branca de seda e a encarei. –... She’s on replay, DJ got the floor to shake... – olhei para a calça sob a cama e fiz uma careta, poderia não dá certo com o calor e a joguei de volta ao guarda-roupa me preparando para o melhor da música. – I wanna stay up all night and jump around until we see the sun. I wanna stay... – parei ao ouvir meu nome, esperei apenas para ter certeza que me chamavam e três batidas apressadas ecoaram da porta. 

Só poderia ser Camila procurando ajuda para roupa ou poderia ser Manu com algum pedido para fazer, também havia a Larissa e suas sérias dúvidas sobre o que vestir. Eu sabia que elas gostavam, assim como eu, da banda e me animei indo até a porta com pulinhos no ritmo da música.

— I hope she wanna kiss me baaac... – abri a porta em um pulo e parei com o queixo caído no chão.

Não era Camila. Nem Manu e muito menos Larissa.

Era Maxon com um sorrisinho mostrando uma covinha na bochecha e as duas mãos nos bolsos do jeans. Meu rosto passou de pardo para branco, vermelho e branco outra vez.

— Você pode simplesmente pedir, sabe. – ele disse quando tirei os fones.

— O que está fazendo aqui? – perguntei com o misto de choque e vergonha. Ele enrugou a testa olhando sobre meus ombros e nem pelo Anjo eu iria me virar.

— Eu soube que estão planejando ir ao Setor 45 hoje e só vim aqui para acompanhar vocês. – foi sua resposta rápida.

— Mesmo não precisando. Er... Obrigada.

— One Direction? – perguntou apontando para o iPod preso no meu short. Meu queixo caiu mais uma vez em surpresa. – Prefiro One Way Or Another. Sabe qual é? 

— Se eu sei? – perguntei ainda mais chocada. Se eu sei qual é? SE EU SEI QUAL É? É claro que eu sei qual é! Respirei fundo e sorri. – Sei qual é. – Maxon sorriu concordando com a cabeça. – Eu costumava cantar enquanto esperava pelo show deles. Acredita que eles nem ao menos tinham regravado ela?

— Você foi ao... Ao... Show deles? – perguntei mil vezes mais chocada do que poderia ficar. – Eu fui em um. Da primeira turnê. – Maxon disse levantando o queixo, fazendo biquinho enquanto fechava os olhos. 

Se for inveja que ele queria, ele tinha a minha.

— Não brinca! – exclamei dando um tapinha em seu braço, fazendo-o ri.

— Estou falando sério! Tenho até fotos, se você quiser ver.

— Eu fui na terceira turnê. Mas eu sempre quis ir na primeira. Nunca vou superar isso.

— Ow! Não fique assim, minha querida. – pediu segurando meu queixo com uma mão.

Olhei fundo naqueles olhos castanhos até um arrepio na espinha me lembrar da promessa. "Não Kate, ele não" era o que minha mente gritava. Sorri e me afastei gentilmente, percebendo ou não, Maxon nem ao menos pareceu se importar.

— Sabe que hoje é dia do karaokê? Eu iria gostar de te ouvir. – ele pressionou os lábios na tentativa falha de impedir um riso e eu o empurrei de leve.

— Cai fora! Vou me vestir. – ele sorriu concordando com a cabeça e se virou, andando e cantarolando em direção à porta do Morgan.

—... And find a girl and tell her she’s the one... – fechei a porta rapidamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Promessa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.