Hecatombe escrita por Bella Burckhardt


Capítulo 6
O destino apocalíptico dos lares desestruturados


Notas iniciais do capítulo

Olá, seres! Cá estou eu mais uma vez, com um capítulo novo.
Espero que gostem e que me perdoem por demorar tanto a atualizar :/ ♥



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 Como sempre, tivera uma noite péssima. Mais uma vez se contorcia na cama e suava frio, até que os gritos de Diane no andar de baixo a despertaram para o verdadeiro pesadelo.

— Megan! – A tia chamava do andar de baixo, com sua voz esganiçada e a impaciência de sempre – Megan, já chega de dormir!

 Dormir. Há muito tempo ela já não sabia o que era dormir. Sofria de insônia e quando conseguia pregar os olhos, tinha sonhos ruins. Girou o corpo no colchão duro e encarou desanimada a porta, se obrigando a levantar quando outro grito enfurecido ecoou pela casa. Lavou o rosto e prendeu a cabeleira ruiva antes de descer, não passavam das seis da manhã e ela estranhou que a mulher já estivesse acordada. Quando desceu as escadas se deparou com a tia fechando uma mala.

— O que é isso?

— Estamos partindo – respondeu apenas.

 Diane era uma mulher de meia idade, mais jovem do que os vícios a fizeram parecer, esguia, com cabelos loiros grisalhos e acentuadas linhas de expressão devido ao constante mal humor. Deixou a mala ao lado de uma outra, sobre o sofá da sala e seguiu para a cozinha com Megan em seu encalço.

— Partindo?

— É, garota, partindo, indo embora, salvando nossos traseiros, falamos sobre isso ontem.

— Sim, mas eu não achei que iriamos tão cedo, talvez fosse melhor esperar mais um pouco, até semana que vem ou sei lá. Talvez as coisas melhorem.

— Bom, se quiser continuar aqui e esperar até ser devorada por uma daquelas bestas, fique à vontade, mas eu estou indo embora.

 Ela suspirou, Diane estava certa. Megan tentava manter a esperança, porém as coisas só pioravam e ninguém parecia estar tendo sucesso em conter a crise, daí surgiu a ideia brilhante de sua tia: se juntarem a Lance.

 Lance era o agiota favorito de Diane, aquele que sempre aparecia como a luz no fim do maldito túnel para ela – só para apagar essa luz assim que ela chegasse perto da saída – e o lugar para onde iam pertencia a ele. Os dois se conheciam há anos e há anos Diane devia para o cara.

 No dia anterior, soube que ele tinha um lugar seguro, uma espécie de fábrica desativada com muros altos e grades, que comprou para demolir, mas veio bem a calhar. E apesar de não gostar dele, Megan admitia que, com a equipe de segurança que todos sabiam que tinha, o lugar devia ser mesmo um forte.

— Suba e arrume as suas coisas, quero sair o mais rápido possível, a viagem vai ser longa.

— Tudo bem.

 A segurança, toda via, custava caro. Além de suas malas, levavam todo o dinheiro que tinham no banco, tudo o que Diane não torrou da pensão que a menina recebia mensalmente pela morte do pai, que era militar. Fora a significativa quantia que Lance exigia de seus convidados, ainda teriam de quitar o restante atrasado do débito de Diane, que não queria correr o risco de cair na lista negra do homem estando tão perto dele. Juntaram suas coisas e meia hora depois já deixavam o casebre caindo aos pedaços que a tia chamava de lar.

 Iriam para Charlottesville, Virgínia, do outro lado do país – geralmente um dia de viagem, mas naquelas condições seriam bem mais.

 Não havia diálogo quase nenhum, às vezes Megan perguntava algo e ela respondia em uma frase curta, geralmente acompanhada de um palavrão. Aliás, essa era a estrutura de quase todas as respostas que Diane deu a Megan durante a vida. Qualquer um que conhecesse de perto a rotina das duas acharia um absurdo que ela continuasse com a guarda da menina, mas na verdade ninguém ali se importava com o que acontecia com a vadia viciada e a sobrinha.

 Já era meio de tarde e Diane batucava o volante com os dedos ao som de alguma cantora retrô, quando a programação do rádio foi interrompida por um plantão de notícias. Mais sobre os mortos vivos, ataques, medidas de contenção que deram errado e, devidamente disfarçados como dicas de sobrevivência, avisos de que era cada um por si.

— Acampamento de refugiados – a mais velha riu da sugestão do locutor. – Esses idiotas vão todos morrer antes de armarem a barraca.

— Eles têm oficiais comandando tudo, devem saber o que estão fazendo. Talvez devêssemos procurar um.

— Acha mesmo que vou ficar sob um pedaço de lona, cercada de gente desesperada e seguindo ordens de um bando de maricas de farda? Organizaram um desses naquela escola perto de casa, passei por lá ontem e estavam mais perdidos do que baratas. Lance tem um lugar, nos ofereceu proteção.

— Ele nos vendeu proteção. Pelo menos nos acampamentos não tiveram que pagar para tentarem sobreviver.

— Eles não vão sobreviver, garota. E desde quando pode falar assim comigo? – Se estressou – você anda muito atrevida ultimamente.

— Eu só disse o óbvio, Diane – revirou os olhos.

— E eu estou fazendo o melhor para nós duas – bradou. – Eu sou sua tia, cuidei de você todos esses anos e ainda assim acha que pode me desrespeitar. Se não fosse por mim estaria jogada num orfanato até hoje, apanhando das crianças mais espertas, porque, sinceramente, não sei quem adotaria uma menininha insuportável feito você. É igualzinha à sua mãe.

— Minha mãe era muito melhor que você, não tem o direito de falar dela! – em um ímpeto de coragem e raiva, Megan vociferou e Diane, em seu exagero habitual, brecou de uma só vez, assustando-a. Soltou o cinto e virou-se no banco, apertando seu braço com força, as duas cara a cara. Nenhum outro carro vinha por ali.

— Minha irmã era uma enxerida insuportável, tão enxerida que morreu por isso. E eu tenho todo o direito de falar dela – sibilou. Megan a encarava espantada e ela riu com desdém – o que foi, achou que era só levantar a voz e eu iria acatar como um ratinho? Esse é o seu papel, querida, olhe só, já está morrendo de medo, continua a mesma criancinha chorona de sempre.

 Ela lembrou e apertou mais seu braço, Megan continuava paralisada, se arrependendo por ter dito alguma coisa, o ímpeto de coragem foi embora tão rápido quanto chegou.

— Você não é nada, só um vermezinho abandonado que jogaram na minha porta, eu cuidei de você, eu! – Diane solta seu braço e ela se afasta, a marca de sua mão perfeitamente gravada na pele – seja mais grata por isso e pare de tentar me dizer o que fazer.

 Como se nada tivesse acontecido, ela retomou a direção e seguiram viagem silenciosas, a mais nova recostou a cabeça na janela e respirou fundo. Talvez merecesse estar ali, Megan pensava, não devia ser mesmo muito melhor do que Diane dizia e tudo a levava a essa conclusão. Já tentou se livrar daquilo tudo, quando mais nova, pouco depois de perder a mãe e se mudar com Diane, tentou fugir várias vezes e, em todas elas, foi arrastada de volta para casa pela polícia.

 A cidade era pequena e Diane se empenhava arduamente em bancar a vítima, pintando a sobrinha como uma adolescente rebelde e ingrata. Por razões nem tão misteriosas assim, seus contatos na delegacia sempre acreditavam nessa versão, contada a cada um em particular, no quarto dela após uma bebedeira. E quem não acreditava no vitimismo, não tinha dificuldade em acreditar na outra parte, afinal, se Diane era ruim, o sangue de seu sangue não devia ser diferente.

 Em um certo momento, Megan apenas desistiu de tentar. Acabou acreditando no que a tia insistia em dizer, que se com ela parecia ruim, sem ela seria ainda pior. Acabou acreditando em muitas outras coisas que ela dizia e aceitando.

 Aquela foi a última transmissão ao vivo que ouviram no rádio. Depois de mais algumas horas de música, tudo parou. Da estrada puderam ver uma cidade pela qual acabavam de passar sendo engolida pela noite, pouco a pouco, todas as luzes se apagaram e apenas os gritos denunciavam que ainda existia vida por ali.

 Doze horas de viagem e ainda não estavam na metade do caminho, procuraram por um hotel para passar a noite, entretanto todos haviam fechado as portas, não restando muita escolha além do próprio carro. Então pararam em um estacionamento na frente de uma loja qualquer e tentaram dormir. Bom, Diane tentou dormir e foi muito bem-sucedida nisso.

 Megan permaneceu acordada, estavam no meio do nada, em um centro comercial de poucas ruas que atendia às fazendas da região. Tudo o que ouvia era um grilo cantando sozinho ao longe e um ruído diferente a alarmou, se ajeitou no banco e olhou pela janela quando o barulho se repetiu. Já pensava em acordar a outra quando um cachorro dobrou a esquina e ela soltou o ar, aliviada.

 O animal veio em sua direção abanando o rabo, chegou ao carro e começou a latir.

— Shh, quietinho! – Ela pediu baixo, mas não adiantou. Diane ainda dormia como uma pedra – não pode latir, vai chamar atenção dos infectados.

 Ele continuou e Megan teve de sair do carro para lhe dar atenção.

— O que está fazendo aqui, hein? – Ela acariciava o vira-lata, que brincava sem ter a menor ideia do horror ao seu redor – você me lembra um velho amigo, sabia? Ele era barulhento e fofo igual a você.

 Riu se lembrando do cãozinho que ganhou de aniversário, aos nove anos, Bobby. Se lembrava de brincar com ele pelo jardim e leva-lo todos os dias para passear, na época em que as coisas ainda eram fáceis. Um ano depois sua mãe morreu, Diane a levou para outra cidade e Bobby ficou para trás, com algum vizinho.

— Deve estar com fome, vou arranjar alguma coisa para você comer – se ergueu para pegar a mochila e no mesmo instante ouviu um click atrás de si. Paralisou quando sentiu um cano frio em suas costas.

— Sem gracinhas ou eu atiro – pelo retrovisor Megan pode ver uma mulher encapuzada, com um lenço tampando o rosto e uma arma apontada para ela. Concordou com a cabeça e ergueu as mãos, se rendendo – muito bem, agora saia de perto do carro.

 A ruiva obedeceu, se afastou alguns passos e viu de soslaio a arma ainda apontada.

— Isso, agora vira e joga as chaves para cá, bem devagar.

— Mas eu não...

— Joga logo a droga da chave! – Gritou e o cão voltou a latir. A mulher estava mais nervosa fazendo aquilo do que sua vítima e parecia não ter notado que havia mais alguém no carro – e manda esse vira lata calar a boca!

— Eu não estou com a chave!

— Se eu olhar lá dentro e não estiver... – ainda com a arma em punho, a mulher olhou pela janela do passageiro – não tem nada aqui garota, eu vou perder a paciência com você!

 Megan se virou estranhando e se deparou com a picape vazia, Diane não estava mais lá.

— Eu vou contar até três e se essas chaves não aparecerem eu... – algo lhe atingiu na cabeça e impediu de terminar a ameaça. Ela caiu desacordada, mas não antes de disparar por reflexo.

— Idiota – sua tia estava atrás dela, com uma chave de roda nas mãos e a cara amassada de sono. Megan a fitava estática, tanto pelo tiro que acertou a janela ao seu lado, quanto pelo buraco que Diane abriu na cabeça da mulher.

 Ela jogou a ferramenta de volta na caçamba, deu a volta e entrou na picape azul, como se não houvesse um corpo ensanguentado logo ao lado. A essa altura o pobre cachorro já estava longe dali.

— O que está fazendo aí parada? Entra no carro e vamos embora antes que aqueles esfomeados cheguem.

— Diane, eu acho que ela está morta – Megan fitou-a incrédula e ela deu de ombros. – Não ouviu? Ela está morta!

— Legítima defesa, agora entra – ligou o carro, a ruiva continuava parada no mesmo lugar, encarando o corpo e ela esbravejou. – Entra logo na droga do carro!

 Megan saiu do choque e entrou depressa, Diane deixou o estacionamento e voltaram para a estrada, muito mais calma às duas da manhã. A mais nova observava o rosto imparcial da tia, negando com a cabeça.

— Meu Deus, você nem se importa com o que fez.

— Talvez fosse melhor ter deixado ela atirar em você e dar uma carona depois.

— Ela não ia atirar em mim, só queria o carro, estava na cara que nunca fez aquilo antes.

— E quem garante que não? As pessoas perdem a cabeça em situações assim, fazem o que for preciso para sobreviver e matar se torna um efeito colateral – dizia com frieza, sem desviar os olhos da direção. – Habitue-se a isso. Quando essa coisa terminar, terá morrido mais gente pelos vivos do que pelos reanimados. Por isso estamos indo até Charlottesville.

 Só voltaram a parar por volta do meio dia, em um posto de gasolina onde reabasteceram e pegaram alguma comida na loja de conveniências abandonada. Passaram a evitar as cidades grandes quando se depararam com um aglomerado de mortos enorme em uma delas, boa parte das estradas estavam paradas e isso rendeu a elas um terceiro dia de viagem, num clima tenso e silencioso.

  E durante todo o tempo, uma coisa ia e voltava a mente de Megan, o que Diane disse sobre sua mãe. Entendeu até certo ponto, se lembrava que a mãe vivia tentado tirar Diane do caminho em que ela se meteu, mas a tia não gostava de falar de Suzan e tudo o que Megan sabia era que ela sofreu um acidente de carro e o motorista fugiu sem prestar socorro. Então, mesmo sabendo que a provocaria de novo, não conseguiu se conter.

— Se lembra da nossa conversa naquele dia? – Questionou e ela franziu a testa confusa – quando saímos de casa.

— Ah, não, Megan, me poupe. Não venha com essa história de acampamento de novo, porque minha paciência já era – avisou. Pela manhã, quando pararam mais uma vez, Diane quase foi pega por um infectado, Megan se feriu, tiveram que fugir às pressas e, para se acalmar, ela secou a garrafa de bebida que estava guardando para os dias que ficaria presa na fábrica. Depois dormiu a tarde toda, acordou de ressaca e ainda um pouco alterada, nada que Megan nunca tivesse presenciado.

 Agora era noite e estavam entrando em Lynchburg, mais uma hora de viagem e estariam em seu destino.

— Não é isso, é sobre... sobre a minha mãe – não a encarava, mas pôde sentir o peso de seu olhar raivoso. – Falou que ela morreu por ter sido enxerida demais, o que quis dizer com isso?

— E para que quer saber? Não vai fazer diferença nenhuma, ela vai continuar morta – riu amarga, se voltando para a rua escura e fez uma careta em seguida. – Minha cabeça está me matando, pega para mim aquele remédio no porta-luvas.

— Não muda de assunto, Diane, o que aquilo teve a ver com a morte dela?

— Por que não pode só pegar a porcaria do remédio para mim e ficar quieta? – se estressou, acelerando e a menina desconfiou ainda mais.

— Por que não quer me contar? 

— Dá para parar de falar disso? – Fizeram uma curva e ela desviou os olhos por um instante, tempo suficiente para atropelar uma daquelas coisas, que voou para o lado e assustou as duas – mas que merda, olha o que você fez, Megan!

 Ela parou o carro no meio da rua, o para brisas estava encharcado de sangue.

— Inferno! – Ela tentou descer, mas Megan a impediu.

— O que aconteceu com a minha mãe?

— Suzan se meteu onde não devia, Megan, foi isso o que aconteceu! – Vociferou – ela não devia estar naquele carro, mas graças a Deus que estava. Antes ela do que eu não é?

 Diane riu lembrando daquele detalhe, a irmã estava com seu carro naquele dia.

— Eu tinha meus negócios querida, você sabe. Acontece que eu irritei meu chefe, sabe, mais de uma vez na verdade e, bom ele não era muito paciente. Me ameaçou e a intrometida da sua mãe achou que podia resolver!

— Como assim?

— Ela foi burra! – Diane continuava gritando. Megan olhou além dela, pela janela e mais infectados se aproximavam.

— Meu Deus, temos que sair daqui.

— Não! Você não queria ouvir?

— Diane, eles estão vindo! Não vai dar tempo de limpar o vidro – Megan se precipitou para sair, podia ouvir aquilo depois, quando não estivessem em perigo.

— Ela foi assassinada. Era isso que você queria escutar, não era? – disse de súbito e Megan parou, perplexa. – Pegou o meu carro e foi atrás do cara, no meio da noite. Mas ele estava com mais pressa do que a gente imaginou, tinha armado tudo e, quando viu o carro por perto, pensou que fosse eu lá dentro. O resto você já sabe.

 Na verdade, era última coisa que queria escutar. Por um instante Megan perdeu as forças, incrédula, tentando digerir que a mãe morreu tentando ajudar aquela mulher desprezível. De repente os olhos marejaram e ela não sabia se de tristeza ou ódio.

— Agora podemos sair. E não me encha mais com isso – Diane se recompôs e ligou os limpadores.

— Por sua causa...

— Eu não fiz nada, garota.

— Ela morreu por sua causa! - Gritou a plenos pulmões. Talvez fosse a falta de sono, o cansaço ou a pressão daqueles dias na estrada, tudo pelo que passaram, mas o instante de inércia passou e toda a raiva que Megan acumulou durante aqueles anos saltou para fora. Partiu para cima dela, com nojo de sua tranquilidade e frieza. As lágrimas embaçavam tudo e Diane tentava inutilmente contê-la.

— Para com isso, Megan, eles vão nos cercar de novo! – Ela também gritava, mas nada surtia efeito, então perdeu de vez a calma e a empurrou contra o banco do passageiro, se debruçou sobre ela e puxou a faca que guardou no porta-luvas, por segurança. – Já chega, Megan!

 Diane não estava em seu melhor estado, não tinha muita firmeza e Megan segurou a mão que empunhava a faca, erguendo as duas em um impulso. Um movimento mal calculado, a faca entre as duas e os olhos de Diane se arregalando. Essa era sequência que permaneceria em sua mente para sempre.

 Ajoelhada frente a ela, Megan sentiu um líquido quente escorrer sobre si e percebeu que tinha acabado de enfiar aquela faca no peito da tia. Bem no coração, constatou ao olhar para baixo. Assustada, a ruiva se afastou levando a faca, o sangue jorrou ainda mais e o olhar fixo de Diane não demorou a se tornar vazio.

 E os grunhidos do lado de fora não lhe deram muito tempo para pensar, um grupo se aproximava e um deles alcançou a porta do motorista. Os mortos levaram o espanto e o instinto de sobrevivência voltou, junto da raiva e das palavras de Diane na outra noite, quando a assassina era ela.

— Me desculpe, tia – Megan limpou as lágrimas e o sangue do rosto e pegou a bolsa verde com o dinheiro, escondida abaixo do banco –, mas as pessoas perdem a cabeça em situações assim. Isso foi só um efeito colateral.

 Disse e saiu do carro, correndo para longe. Precisava chegar até Lance, era sua opção mais próxima e, talvez, a única restante.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? ;)



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