Suplício escrita por G I Dallastra


Capítulo 9
Segredos descobertos




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Raquel começou a chorar, com a mão no rosto sobre o local onde Patrícia havia dado-lhe o tapa, ela falou.

— como você sabe?

— até um cego teria visto a tensão entre vocês dois na mesa e aquela histórinha de presente pra Lívia não colou, por favor. Foi só uma questão de tempo, eu ia ficar com você lá, porém eu notei algo errado e menti que ia embora pra ficar na espreita.

— e o que você vai fazer agora?

— eu não vou fazer nada, quem vai fazer são vocês – Patrícia caminhou em direção a janela que havia atrás de sua mesa e ficou virada para ela, olhando para a rua – você e Marcos tem uma semana para tomar uma atitude. Eu dou uma semana pra vocês decidirem o que vão fazer – então ela se virou para Raquel – mais do que isso, eu não vou permitir que vocês enganem a minha amiga.

— eu tentei Patrícia, eu tentei, mas o que eu sinto pelo Marcos é forte demais, eu amo ele desde o momento em uqe nos conhecemos e eu havia me controlado até hoje, só que agora… - então ela foi interrompida.

— não me venha com essa ladainha, se vocês se amam, sejam adultos e assumam. Manda o Marcos tomar vergonha na cara e honrar as calças que ele usa e terminar o noivado com a Lívia.

— mas isso fará ela sofrer mais ainda, o Marcos ainda gosta dela, mas ele está em um momento de fraqueza, pois a Lívia sempre coloca o trabalho na frente dele.

— para e ouve o que você está falando Raquel. Você está sugerindo que a culpada disso é a Lívia e que o melhor pra todo mundo é vocês levarem essa situação ridícula em diante do jeito que está? - então Patrícia foi novamente em direção a Raquel – vocês tem uma semana se não quem vai botar um fim nisso sou eu. Mil vezes ver ela sofrendo pela verdade que ela pode superar depois do que uma felicidade falsa sendo arrastada pelo resto da vida. Agora, por favor, saia da minha sala, saia da minha frente.

Raquel ficou sem saber o que dizer, ela sabia que o momento que ela tanto temia havia chegado…

 

***

— aqui está o que você me pediu – disse Sheila ao entregar um pacote para Sônia.

Sônia abriu o pacote e viu que era uma pistola co2 bereta apx blowback bicoloar calibre .177.

— caramba, foi rápido.

— amiga, eu trabalho num presídio, lembra?

— bom, melhor assim, quanto antes eu estiver protegida, melhor.

— você sabe usar esse troço Sônia?

— é só mirar e atirar, não?

Sheila deu uma gargalhada.

— vamos lá atrás que vou te ensinar a usar.

As duas foram até a parte de traz da casa de Sheila e ela ensinou Sônia a travar a destravar, recarregar, mirar, atirar e deu algumas noções básicas de como desarmar alguém que estivesse perto dela com uma arma.

— você já sabe por onde vai começar? - perguntou Sheila.

— sim, eu estou indo hoje mesmo seguir a Laura, algo me diz que eu vou descobrir alguma coisa.

Então Sônia foi novamente para frente da casa de Laura, então ela notou que naquele dia o universo estava conspirando a seu favor: na hora em que ela chegou, Laura estava de saída. No outro dia em que Sônia havia seguido Laura, ela tinha saído com carro próprio e motorista, porém nesse dia ela havia chamado um táxi, então Sônia seguiu o táxi.

O táxi chegou em uma galeriaLaura dispensou o taxista e entrou lá, Sônia foi atrás dela e notou que ela foi até um bar super discreto que havia no fim da galeria, e ela foi até o fundo do bar e sentou-se em uma mesa escondida que havia lá e pediu ao garçom algo para beber. Sônia sentou-se em uma mesa discreta que ela conseguia ver Laura e ficou cuidando. Depois de alguns minutos, um homem chegou e sentou-se na mesa a frente de Laura e Sônia ficou se questionando sobre quem era ele. Os dois ficaram conversando até que o chá gelado que Laura havia pedido acabasse, então ela pagou e os dois saíram dali e entraram em outro táxi. Nesse momento, Sônia tirou fotos dos dois ali sentados e depois deles entrando no táxi, mas alguma coisa lhe dizia que seria perda de tempo, afinal deveria ser algo relacionando a trabalho ou algum projeto de Laura, mas ela fotografou mesmo assim.

Conforme o táxi andava, ele ia afastando-se cada vez mais do centro da cidade e entrado em algumas ruas que Sônia não conhecia e então a ideia de que as fotos que Sônia havia tirado não dariam em nada foi quebrada da maneira mais chocante possível: o táxi deixou Laura e o homem em um motel. Sônia tirou fotos do momento em que o táxi entrou no motel. E alguns minutos depois saiu vazio. “Agora eu te peguei sua imunda!” pensou Sônia. Finalmente agora ela tinha material contra Laura.

Ela foi rápido para casa e ligou para Sheila e contou tudo, Sheila ficou tão eufórica quanto a amiga. Agora, finalmente elas tinham algo por onde começar.

 

***

— o que houve, você me pareceu tão eufórica naquela mensagem – disse Marcos ao entrar na sala de Raquel.

— a Patrícia sabe sobre nós – ela disse e no mesmo momento começou a chorar – ela disse que temos uma semana pra resolver essa situação ou ela mesma vai contar pra Lívia.

— e agora, o que nós vamos fazer com os nossos sentimentos? - perguntou Marcos, mas ele temia pela resposta de Raquel.

— vamos acabar com tudo e rezar pra que a gente esqueça.

— o que você sente por mim é tão fraco assim Raquel?

— não é uma questão de ser fraco ou forte Marcos, é uma questão de escolhas. É uma escolha que fizemos a anos atrás quando decidimos abafar isso, foi uma escolha errada na época que não podemos reparar agora.

— Raquel, nós já tentamos nos esquecer e não deu certo, você sabe que isso vai acontecer daqui a anos novamente e novamente, se nós não colocarmos um fim nisso agora, essa bola de neve só irá crescer – então Marcos também começou a chorar – se eu terminar com a Lívia você será forte o bastante pra me amar?

— Marcos, você sabe que não podemos fazer isso, você sabe que não há possibilidades de sermos felizes juntos sem que todos nos odeiem e que a Lívia não sofra.

— você gosta tanto assim da Lívia que é capaz de colocar a felicidade dela na frente da sua?

O choro de Raquel aumentou.

— por que meu Deus, por que não conseguimos controlar o nosso coração? Maldita a hora que eu te conheci.

— você acha isso mesmo?

Raquel olhou para Marcos e não conseguiu dizer nada, mas ele sabia qual era a resposta, então ela secou as lágrimas do rosto e saiu da sala dela. Raquel começou a chorar desesperadamente, ela caiu no chão e ficou ali jogada, chorando e soluçando.

 

***

Na manhã seguinte Sônia estava na banca trabalhando, era por volta de dez horas quando ela recebeu uma visita completamente inesperada: Laura.

— como é bom ver que está seguindo a sua vida minha querida – disse Laura naquele tom de deboche que Sônia conhecia muito bem.

— não consigo imaginar o que no mundo possa ter trazido você aqui – disse Sônia. Seu coração batia descompassado e seu corpo estava completamente dominado pelo ódio – como você sabe onde eu trabalho?

— quem tem dinheiro nesse mundo sabe de tudo minha querida, só precisei dar uns dois ou três telefonemas – disse Laura olhando com desdem para as mercadorias da banca - achei que tem tudo a ver com você.

—fala logo o que você quer antes que eu te pegue pelos cabelos e te esfole a cara no asfalto – disse Sônia tremendo de tanto ódio.

— meu Deus, tinha me esquecido como você é baixo nível. Bom, eu vou direto ao assunto. Você sabe como eu sou uma mulher boa e sempre fui, eu vim te fazer uma proposta – ela deu um passo para frente e ficou cara a cara com Sônia – quanto você quer pra sumir dessa cidade e recomeçar a vida longe daqui.

Sônia ficou perplexa, sem resposta e pensando “O que essa pilantra está tramando?”


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