Memórias escrita por Jennyfer Sanz


Capítulo 6
De volta ao perigo


Notas iniciais do capítulo

Sem palavras pro comportamento do Sehun.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/745854/chapter/6

Hoseok só conseguia pensar no filho, que inexistiria junto com ele, e deixaria Michung sozinha.

Quando achou que fosse desacordar, Hoseok sentiu as mãos de Sehun se soltando e algo o empurrando para o lado. Era Michung. Ela usara empatia para trazer o primo à consciência novamente, e o empurrara para longe de Hoseok.

— O que foi que deu em você? Qual é o seu problema? — gritou, irritada para o primo. Depois, se virou para Hoseok, que estava no chão, recuperando o fôlego. — Meu amor, você está bem? Aigoo…

Michung correu até a planta mais próxima e tocou nela.

“Jin Oppa, precisamos de sua cura aqui.”

— Pronto. O Jin Oppa deve estar a caminho.

— Não há tempo. — disse Hoseok, se levantando com dificuldade. — Ainda está rosa. Preciso salvá-lo.

— Oppa, espera!

Hoseok já voltava para a sala de Eva, correndo.

— Eva, me mostre o Sehun.

Sehun parecia envolto em água.

— Espectro! Chame o Taetae e Jungkookie. Caso de vida ou morte. Rápido!

O espectro mais próximo obedeceu imediatamente.

 

— Eu… Realmente não sei o que deu em mim…

— Dá a mãozinha, criatura.

Sehun obedeceu.

— Sabia. Relaxa, não foi você. Foi aquele idiota do sombrio. Vou ter uma conversa com ele depois.

— Você não era alta assim.

— É a altura que estou acostumada. 19 anos. A idade em que eu morri na minha linha original.

— De Câncer?

— Claro, do que mais seria?

— Sei lá, vai ver você se matou pra ficar perto daquele Hoseok…

— Não, eu preferi esperar a morte. Por mais que gostasse dele.

— Então você está realmente esperando um filho.

— Não.

— Mas essa barriga toda, e eu ouvi a Yonseo dizer que você…

— Estou esperando dois. Um menino e uma menina. Sabe Oppa, eu e o Hoseok sempre quisemos ter um filho nosso. Mas a gente não podia, porque aqui um bebê só nasce se… Espera, pra quê eu estou gastando saliva te explicando isso se você vai esquecer tudo?

— O quê? Por quê?

De repente, Jin chegou voando.

— Michungie! O que foi que… Sehun?

— É o Hoseok, mas ele já deve estar projetando agora.

— O que foi que aconteceu aqui, gente?

— Depois eu explico. Por favor, vá para a Sala da Eva e espere o Hobi Oppa sair da água.

— Claro, Mi.

Jin se retirou. Michung encarou o primo por alguns segundos.

— Já está começando a rachar.

— O quê? — Sehun encostou em seu rosto.

— Está voltando. Você não morreu ainda. Foi isso que Hoseok quis dizer com salvar.

— Ele está me salvando?

— Tentando. Dá um abraço, Oppa. Não vai poder fazer isso todo dia.

Com cuidado, Sehun abraçou Michung e liberou as lágrimas.

— Me perdoe…

— Não há o que perdoar.

— Te amo, prima. Cuide bem desses gêmeos. Vou sentir saudades.

— Não vai não. Daqui a pouco a gente se vê lá.

Sehun se quebrou completamente e Michung se viu abraçando o vazio, com lágrimas no rosto.

Em seguida, tomou uma decisão e caminhou para a sala do Juízo.

 

Hoseok, Taehyung e Jungkook pareciam estar flutuando no vazio do rio. Jungkook imediatamente entrou em ação, criando uma bolha de ar em torno da cabeça de Sehun. Taehyung aos poucos foi conduzindo a água para mover o cunhado para a superfície.

— A margem mais próxima está um pouco distante — disse ele — Vamos realizar o procedimento de remoção de água aqui mesmo e depois ajudá-lo a chegar até lá.

— Eu vou atrás da Yonseo, ela pode estar preocupada — disse Hoseok.

Hoseok voou até as proximidades do mercado, e encontrou Yonseo segurando um buquê de flores simples, meio quebrado.

— Eu achei isso perto do mercadinho. Cadê ele, Hoseok?

— Ele tá meio… Afogado.

— O quê?

— Os meninos já estão cuidando disso.

— Como aconteceu?

— Deve ter ouvido nossa conversa sobre o bebê da Michung. Acho que foi Abraxas. Sehun não se mataria… Só pra me matar.

— Foi ele que fez isso com você?

— Depende do que você quer dizer com fazer. Sim, ele me socou e tentou me enforcar, mas não duvido nada que não seja decisão dele.

— Aish Hoseok, apenas me leve até ele!

— Oxe, bora então!

Hoseok levou Yonseo até um píer. Dali, eles viram Sehun nadando tranquilamente no rio e até acenando para eles. Ele provavelmente já havia percebido a força sobrenatural que estava o ajudando.

— O que foi isso? — perguntou ele.

— Orabeoni e Jungkook. Você endoidou?

— Acho que sim. O que raios aconteceu?

— Eu que pergunto!

— Ele não lembra, Yonseo. Pessoas em coma não se lembram do segundo mundo. Mas vamos dar um jeito nisso. Vou dar uma curadinha nesse trem aqui, almoçar e volto com a Michung pra gente conversar.

 

Michung abriu as portas da sala e viu Abraxas mexendo em uma grande tigela. Sem capuz, sua aparência jovem e seus cabelos metade loiros e metade pretos ficavam à mostra.

— Será que pode me explicar que merda foi aquela? Pensei que nós tínhamos um trato.

— Pode abaixar o tom de voz, mocinha. Você sabe que eu tenho um lado sombrio.

— Você poderia ter colocado tudo a perder! Será que não pode controlar esse lado sombrio um pouquinho melhor?

— Relaxa, Chungie! Eu só queria me divertir um pouco. O lado luminoso não ia deixar eu arriscar a existência dos outros assim.

— Sei…

— Por exemplo, eu poderia esquecer do nosso acordo e condenar você e esses pestinhas que você tanto queria. Mas não fiz.

— Meus filhos não são pestes!

— Qual é, Chungie, estamos brincando aqui! Você sabe que se não fosse por mim, você não teria perdido aquela corrida, nem voltado à vida para poder conceber seus queridos bebês. E você abraçou seu priminho de novo, não foi?

— Você não acha que já brincou com a minha família o suficiente? Por favor, apenas nos deixe em paz. Se quiser mexer com a vida de alguém, não mexa com a gente.

— Claro, querida. Pelo bem do nosso bom convívio.

Sem dizer nada, Michung se retirou da sala. Já estava voltando para a sala da Eva, quando viu Hoseok e os outros, caminhando em direção a ela. Sua vontade era correr, mas não podia por causa dos bebês.

— Aigoo, Oppa! Você está bem?

— Sim, amor. O Jin Hyung já curou o machucadinho. Estou ótimo!

— Obrigada, Jin Oppa.

— Imagina!

— E o Sehun Oppa?

— Sehun Hyung… — Jungkook estendeu a mão em forma de joinha. — Está são e salvo!

— Oh, sério? Muito obrigada, meninos!

— Só fizemos a nossa parte — disse Taetae. — Eu não podia deixar meu cunhadinho morrer.

— Vamos visitá-los, daqui a pouco, bae? — Sugeriu Hoseok.

— Tem certeza? Vai ficar tudo bem?

— Sim. Não é perigoso projetar em seu estado.

— Ótimo. Temos muita coisa pra contar pra eles.



Enquanto o casal projetava, Abraxas decidiu refletir em suas ações. Agora sóbrio, se sentia culpado, e se encontrava em uma situação pela qual nunca passara em toda a sua existência.

Ele não sabia o que fazer.

— Eva.... O que os mortais costumam fazer quando não sabem o que fazer?

— Eles pedem um conselho a um amigo.

— E o que você acha que eu deveria fazer?

— Não cabe a mim lhe dizer o que fazer. Você deve procurar outra pessoa.

— Aonde está aquele menino que só diz a verdade? O Park Jimin.

— Ele não diz apenas verdades, filho. Ele também sabe mentir. Mas a verdade é o que domina seu campo de conhecimento.

— Eu sei, mas vai servir. Aonde o Park Jimin está agora?



Hoseok e Michung encontraram Sehun e Yonseo na casa do estudante.

— Você não era alta assim.

— É a altura que estou acostumada. 19 anos. A idade em que eu morri na minha linha original.

— De Câncer?

— Claro, do que mais seria?

— Sei lá, vai ver você se matou pra ficar perto desse Hoseok…

— Não, eu preferi esperar a morte. Por mais que gostasse dele.

— E você está realmente esperando um filho?

— Não.

— Então eu ouvi coisas...

— Estou esperando dois.

— Espera, o quê? — perguntou Hoseok, espantado. — Vão ser gêmeos?

— Um menino e uma menina.

— Aigoo! Dois filhos… Eu não estava esperando por isso!

— E vocês escolheram nomes que combinam! — disse Yonseo. — Yanan e Yerin. Que belos nomes!

— Você tá toda sabidinha mesmo, né, moça? — disse Sehun. — Pelo visto eu sou o desinformado aqui.

— Fazer o quê? Eu estava com medo de contar pra você, e você viu o que aconteceu.

— Gente, eu estava em choque. Ainda estou.

— Sabe Oppa, eu e o Hoseok sempre quisemos ter um filho nosso. Mas a gente não podia, porque lá um bebê só nasce se a mãe morrer grávida. Meio que não dá pra fazer filhos lá, entende? Por isso nós fizemos aqui. Sabíamos que era uma oportunidade única, entende?

— Ah… Entendo… Yanan e Yerin. Gostei. Traga eles para me visitar quando nascerem, viu?

— Pode deixar, Oppa.

— Agora vai embora, que eu sei lá se é saudável você ficar vindo aqui.

— É sim — disse Hoseok. — Mas precisamos mesmo ir. Tem um julgamento daqui a pouco.



Do lado de fora da Casa, o projeto da nova Casa Daegu estava a mil. Yoongi, Sunghee, Jimin, Nana, Taehyung e Géssyca estavam lá.

— O Sehun fez isso mesmo, Taetae? — perguntou Yoongi.

— Sim. Eu e o Kookie que tivemos que salvá-lo. Eu fiquei pasmo. Não achei que o Sehun fosse endoidar assim.

— Foi o Abraxas. Influenciou — disse Jimin.

— Que desgraça — disse Géssyca. — A gente tem que aturar esse cara mesmo? Será que não dá pra deixar só a parte legal dele?

— Eu não sei. Melhor reunir o pessoal pra decidir o que fazer, não é? — sugeriu Sunghee.

— Com licença, pessoal…

Todos tomaram um susto quando o dito-cujo apareceu atrás deles.

— Sei que devem estar muito ocupados desejando meu fim, mas será que eu posso falar com o Park Jimin rapidinho?

Todos já sabiam reconhecer o luminoso, que evocava os outros muito formalmente.

— Claro, Abraxas. Eu já volto, pessoal.

Jimin levou Abraxas para um canto afastado da construção. Abraxas sabia que não precisava dizer nada. Alguns segundos depois, Jimin simplesmente já sabia a resposta.  

— Apenas… Espere que todos estejam reunidos, peça desculpas e explique o seu lado, sim?

— Sim. Gamsahabnida, Park Jimin.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tinha que ser quem, né...
Até amanhã.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Memórias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.