Memórias escrita por Jennyfer Sanz
Notas iniciais do capítulo
Sem palavras pro comportamento do Sehun.
Hoseok só conseguia pensar no filho, que inexistiria junto com ele, e deixaria Michung sozinha.
Quando achou que fosse desacordar, Hoseok sentiu as mãos de Sehun se soltando e algo o empurrando para o lado. Era Michung. Ela usara empatia para trazer o primo à consciência novamente, e o empurrara para longe de Hoseok.
— O que foi que deu em você? Qual é o seu problema? — gritou, irritada para o primo. Depois, se virou para Hoseok, que estava no chão, recuperando o fôlego. — Meu amor, você está bem? Aigoo…
Michung correu até a planta mais próxima e tocou nela.
“Jin Oppa, precisamos de sua cura aqui.”
— Pronto. O Jin Oppa deve estar a caminho.
— Não há tempo. — disse Hoseok, se levantando com dificuldade. — Ainda está rosa. Preciso salvá-lo.
— Oppa, espera!
Hoseok já voltava para a sala de Eva, correndo.
— Eva, me mostre o Sehun.
Sehun parecia envolto em água.
— Espectro! Chame o Taetae e Jungkookie. Caso de vida ou morte. Rápido!
O espectro mais próximo obedeceu imediatamente.
— Eu… Realmente não sei o que deu em mim…
— Dá a mãozinha, criatura.
Sehun obedeceu.
— Sabia. Relaxa, não foi você. Foi aquele idiota do sombrio. Vou ter uma conversa com ele depois.
— Você não era alta assim.
— É a altura que estou acostumada. 19 anos. A idade em que eu morri na minha linha original.
— De Câncer?
— Claro, do que mais seria?
— Sei lá, vai ver você se matou pra ficar perto daquele Hoseok…
— Não, eu preferi esperar a morte. Por mais que gostasse dele.
— Então você está realmente esperando um filho.
— Não.
— Mas essa barriga toda, e eu ouvi a Yonseo dizer que você…
— Estou esperando dois. Um menino e uma menina. Sabe Oppa, eu e o Hoseok sempre quisemos ter um filho nosso. Mas a gente não podia, porque aqui um bebê só nasce se… Espera, pra quê eu estou gastando saliva te explicando isso se você vai esquecer tudo?
— O quê? Por quê?
De repente, Jin chegou voando.
— Michungie! O que foi que… Sehun?
— É o Hoseok, mas ele já deve estar projetando agora.
— O que foi que aconteceu aqui, gente?
— Depois eu explico. Por favor, vá para a Sala da Eva e espere o Hobi Oppa sair da água.
— Claro, Mi.
Jin se retirou. Michung encarou o primo por alguns segundos.
— Já está começando a rachar.
— O quê? — Sehun encostou em seu rosto.
— Está voltando. Você não morreu ainda. Foi isso que Hoseok quis dizer com salvar.
— Ele está me salvando?
— Tentando. Dá um abraço, Oppa. Não vai poder fazer isso todo dia.
Com cuidado, Sehun abraçou Michung e liberou as lágrimas.
— Me perdoe…
— Não há o que perdoar.
— Te amo, prima. Cuide bem desses gêmeos. Vou sentir saudades.
— Não vai não. Daqui a pouco a gente se vê lá.
Sehun se quebrou completamente e Michung se viu abraçando o vazio, com lágrimas no rosto.
Em seguida, tomou uma decisão e caminhou para a sala do Juízo.
Hoseok, Taehyung e Jungkook pareciam estar flutuando no vazio do rio. Jungkook imediatamente entrou em ação, criando uma bolha de ar em torno da cabeça de Sehun. Taehyung aos poucos foi conduzindo a água para mover o cunhado para a superfície.
— A margem mais próxima está um pouco distante — disse ele — Vamos realizar o procedimento de remoção de água aqui mesmo e depois ajudá-lo a chegar até lá.
— Eu vou atrás da Yonseo, ela pode estar preocupada — disse Hoseok.
Hoseok voou até as proximidades do mercado, e encontrou Yonseo segurando um buquê de flores simples, meio quebrado.
— Eu achei isso perto do mercadinho. Cadê ele, Hoseok?
— Ele tá meio… Afogado.
— O quê?
— Os meninos já estão cuidando disso.
— Como aconteceu?
— Deve ter ouvido nossa conversa sobre o bebê da Michung. Acho que foi Abraxas. Sehun não se mataria… Só pra me matar.
— Foi ele que fez isso com você?
— Depende do que você quer dizer com fazer. Sim, ele me socou e tentou me enforcar, mas não duvido nada que não seja decisão dele.
— Aish Hoseok, apenas me leve até ele!
— Oxe, bora então!
Hoseok levou Yonseo até um píer. Dali, eles viram Sehun nadando tranquilamente no rio e até acenando para eles. Ele provavelmente já havia percebido a força sobrenatural que estava o ajudando.
— O que foi isso? — perguntou ele.
— Orabeoni e Jungkook. Você endoidou?
— Acho que sim. O que raios aconteceu?
— Eu que pergunto!
— Ele não lembra, Yonseo. Pessoas em coma não se lembram do segundo mundo. Mas vamos dar um jeito nisso. Vou dar uma curadinha nesse trem aqui, almoçar e volto com a Michung pra gente conversar.
Michung abriu as portas da sala e viu Abraxas mexendo em uma grande tigela. Sem capuz, sua aparência jovem e seus cabelos metade loiros e metade pretos ficavam à mostra.
— Será que pode me explicar que merda foi aquela? Pensei que nós tínhamos um trato.
— Pode abaixar o tom de voz, mocinha. Você sabe que eu tenho um lado sombrio.
— Você poderia ter colocado tudo a perder! Será que não pode controlar esse lado sombrio um pouquinho melhor?
— Relaxa, Chungie! Eu só queria me divertir um pouco. O lado luminoso não ia deixar eu arriscar a existência dos outros assim.
— Sei…
— Por exemplo, eu poderia esquecer do nosso acordo e condenar você e esses pestinhas que você tanto queria. Mas não fiz.
— Meus filhos não são pestes!
— Qual é, Chungie, estamos brincando aqui! Você sabe que se não fosse por mim, você não teria perdido aquela corrida, nem voltado à vida para poder conceber seus queridos bebês. E você abraçou seu priminho de novo, não foi?
— Você não acha que já brincou com a minha família o suficiente? Por favor, apenas nos deixe em paz. Se quiser mexer com a vida de alguém, não mexa com a gente.
— Claro, querida. Pelo bem do nosso bom convívio.
Sem dizer nada, Michung se retirou da sala. Já estava voltando para a sala da Eva, quando viu Hoseok e os outros, caminhando em direção a ela. Sua vontade era correr, mas não podia por causa dos bebês.
— Aigoo, Oppa! Você está bem?
— Sim, amor. O Jin Hyung já curou o machucadinho. Estou ótimo!
— Obrigada, Jin Oppa.
— Imagina!
— E o Sehun Oppa?
— Sehun Hyung… — Jungkook estendeu a mão em forma de joinha. — Está são e salvo!
— Oh, sério? Muito obrigada, meninos!
— Só fizemos a nossa parte — disse Taetae. — Eu não podia deixar meu cunhadinho morrer.
— Vamos visitá-los, daqui a pouco, bae? — Sugeriu Hoseok.
— Tem certeza? Vai ficar tudo bem?
— Sim. Não é perigoso projetar em seu estado.
— Ótimo. Temos muita coisa pra contar pra eles.
Enquanto o casal projetava, Abraxas decidiu refletir em suas ações. Agora sóbrio, se sentia culpado, e se encontrava em uma situação pela qual nunca passara em toda a sua existência.
Ele não sabia o que fazer.
— Eva.... O que os mortais costumam fazer quando não sabem o que fazer?
— Eles pedem um conselho a um amigo.
— E o que você acha que eu deveria fazer?
— Não cabe a mim lhe dizer o que fazer. Você deve procurar outra pessoa.
— Aonde está aquele menino que só diz a verdade? O Park Jimin.
— Ele não diz apenas verdades, filho. Ele também sabe mentir. Mas a verdade é o que domina seu campo de conhecimento.
— Eu sei, mas vai servir. Aonde o Park Jimin está agora?
Hoseok e Michung encontraram Sehun e Yonseo na casa do estudante.
— Você não era alta assim.
— É a altura que estou acostumada. 19 anos. A idade em que eu morri na minha linha original.
— De Câncer?
— Claro, do que mais seria?
— Sei lá, vai ver você se matou pra ficar perto desse Hoseok…
— Não, eu preferi esperar a morte. Por mais que gostasse dele.
— E você está realmente esperando um filho?
— Não.
— Então eu ouvi coisas...
— Estou esperando dois.
— Espera, o quê? — perguntou Hoseok, espantado. — Vão ser gêmeos?
— Um menino e uma menina.
— Aigoo! Dois filhos… Eu não estava esperando por isso!
— E vocês escolheram nomes que combinam! — disse Yonseo. — Yanan e Yerin. Que belos nomes!
— Você tá toda sabidinha mesmo, né, moça? — disse Sehun. — Pelo visto eu sou o desinformado aqui.
— Fazer o quê? Eu estava com medo de contar pra você, e você viu o que aconteceu.
— Gente, eu estava em choque. Ainda estou.
— Sabe Oppa, eu e o Hoseok sempre quisemos ter um filho nosso. Mas a gente não podia, porque lá um bebê só nasce se a mãe morrer grávida. Meio que não dá pra fazer filhos lá, entende? Por isso nós fizemos aqui. Sabíamos que era uma oportunidade única, entende?
— Ah… Entendo… Yanan e Yerin. Gostei. Traga eles para me visitar quando nascerem, viu?
— Pode deixar, Oppa.
— Agora vai embora, que eu sei lá se é saudável você ficar vindo aqui.
— É sim — disse Hoseok. — Mas precisamos mesmo ir. Tem um julgamento daqui a pouco.
Do lado de fora da Casa, o projeto da nova Casa Daegu estava a mil. Yoongi, Sunghee, Jimin, Nana, Taehyung e Géssyca estavam lá.
— O Sehun fez isso mesmo, Taetae? — perguntou Yoongi.
— Sim. Eu e o Kookie que tivemos que salvá-lo. Eu fiquei pasmo. Não achei que o Sehun fosse endoidar assim.
— Foi o Abraxas. Influenciou — disse Jimin.
— Que desgraça — disse Géssyca. — A gente tem que aturar esse cara mesmo? Será que não dá pra deixar só a parte legal dele?
— Eu não sei. Melhor reunir o pessoal pra decidir o que fazer, não é? — sugeriu Sunghee.
— Com licença, pessoal…
Todos tomaram um susto quando o dito-cujo apareceu atrás deles.
— Sei que devem estar muito ocupados desejando meu fim, mas será que eu posso falar com o Park Jimin rapidinho?
Todos já sabiam reconhecer o luminoso, que evocava os outros muito formalmente.
— Claro, Abraxas. Eu já volto, pessoal.
Jimin levou Abraxas para um canto afastado da construção. Abraxas sabia que não precisava dizer nada. Alguns segundos depois, Jimin simplesmente já sabia a resposta.
— Apenas… Espere que todos estejam reunidos, peça desculpas e explique o seu lado, sim?
— Sim. Gamsahabnida, Park Jimin.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Tinha que ser quem, né...
Até amanhã.