Memórias escrita por Jennyfer Sanz


Capítulo 1
De volta a Seul


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Demorei, mas aí está! O alternativo é pequenininho, vou tentar postar um capítulo por dia.
Motivo da demora: Eu gosto de escrever tudo primeiro antes de postar, para poder fazer alterações nos capítulos mais antigos XD



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Hoseok acordou em um quarto familiar, porém que não via há muitos anos. Sua cabeça ainda tamborilava devido a todas as informações que recebera de Eva, e suas costas doíam por causa da perda das asas.

Ouviu barulho de água. Instintivamente pegou um cobertor próximo e correu para o corredor, que estava inundado.

Hoseok não perdeu tempo tentando abrir: Deu um chute feroz na porta e encontrou Jimin, tremendo muito. Agindo rápido, se livrou da toalha encharcada e cercou o mais novo com o cobertor, movendo os braços para causar atrito e criar calor.

— Não vou deixar você morrer, Jiminie. Não dessa vez.



Quando Namjoon despertou, estava na cabine de motorista de sua antiga caminhonete. Olhou para o lado. Assim como ele, Yoongi encarava a situação, atônito.

— O que aconteceu? Nós sobremorremos? Ainda estamos mortos?

Namjoon olhou o celular.

— Não estamos mortos, hyung. Estamos vivos.

A janelinha traseira se abriu, revelando Jungkook e Taehyung.

— Como assim? — perguntou Taetae.

— Hoje é dia 24 de Abril de 2015 — explicou Namjoon. — Parece que voltamos no tempo.

— 24 de Abril… É o aniversário do Jimin! — disse Yoongi.

Namjoon olhou para a janela. Estavam em frente à antiga casa. A aquela altura, Jimin talvez já estivesse morto.

— Aigoo… Vamos logo, garotos!

Os quatro abandonaram a caminhonete e entraram em casa, preocupados.

Jimin estava sentado no sofá, enrolado em cobertores, tomando chocolate quente. Hoseok estava no corredor, escorrendo a água. Assim que percebeu a entrada dos meninos, largou o rodo e correu para abraçá-los.

— Hyung — disse Jungkook. — O que está acontecendo? Porque nós não caímos na inexistência?

— Fiquem calmos, por favor. Tenho muita coisa para contar. Pra começar, nós caímos sim na inexistência. A inexistência não existe, ela é o Primeiro Mundo. É um ciclo. Nossas almas de      2033 reencarnaram em bebês nascidos naquele ano. Mas nós não simplesmente voltamos a este mundo. Voltamos a este tempo em que ainda somos vivos, e por algum motivo, estamos com memória. Agora existem sob nosso conhecimento quatro mundos: Os mundos de 2015 e os mundos de 2033. E existem duas versões de cada uma das pessoas que conhecemos até aqui.

— Onde estão a Géssyca e as outras? — perguntou Taetae, tentando esconder a preocupação.

— Elas já estavam mortas em 2015, então trocaram de mundo duas vezes. Ainda estão mortas. Géssyca Noona e Dahee Ajumma estão na ilha da fazenda. Eomeoni e Nana estão na ilha das mães-sem-filhos. Dongwoon Ajussi está aqui em Seoul, mas Yonseo não sabe de nada sobre nós. Apenas sobre a mãe dela. Ligue para ela, Taetae. Peça para ela vir aqui com o pai de vocês.

— Sim, Hyung.

— Precisamos ser discretos. Viajar no tempo é muito perigoso. Vamos avisar a todos os que voltaram vivos. Nosso objetivo a partir de agora é voltar e destruir Abraxas e Chung Ho, mas para isso precisamos de um plano muito mais elaborado do que tudo que nós já imaginamos. Como eu disse, a inexistência não existe. Toda alma vive para sempre, independente de quantas vezes mudar de mundo. Então precisamos criar uma nova tática, e isso vai levar muito tempo. Não podemos ficar aqui à mercê de Chung Ho, que está querendo se livrar de nós. Precisamos sair de Seoul, e sem o Jin Hyung.

— Por que sem o Jin Hyung? — perguntou Namjoon.

— Chung Ho quer que nós fiquemos longe dele, e devemos baixar a guarda por enquanto. Ele precisa acreditar que vamos realmente nos afastar de vez.

— E onde está o Jin Hyung?  

— Nesse momento, Jin Hyung estaria morto. Mas como sabemos, ele não está. Ele está em coma, no SNUH, mas não podemos ir lá. É muito arriscado, e não podemos correr risco.

— E para onde nós vamos? — perguntou Taehyung.

— Eu ainda não sei. Podemos ficar por alguns dias…

— Meus pais — disse Jimin — Ainda têm a casa em Busan. Podemos ir para lá.

— Busan é muito longe, Jimin Hyung.

— Quanto mais longe melhor, Jungkook. Ainda mais que Busan fica no Sudeste, é mais perto do Japão.

— Aigoo, a Yumii!

— Jungkook, ligue para ela e a atualize. Diga que vamos encontrá-la em breve, e para ela ter cuidado com a pequena Sunghee.

— Pera… — disse Yoongi. —Então a Sunghee é um bebê de novo?

— Nem isso. Ela é um feto. E um feto com consciência.

— Que ótimo.

— Namjoon e Jimin, também tenho uma missão importante para vocês.

— O Jimin ainda está frágil — disse Taehyung.

— Eu sei, mas essa é uma missão que só ele pode fazer.

 

Namjoon e Jimin estavam andando pelo beco das gangues.

— Como vamos achar esses meninos de novo? — perguntou Namjoon.

— Eu não sei… Eu só conheço o esconderijo do CBX. O jeito é continuar andando, talvez encontremos eles.

— O Taetae deveria ter vindo… Assim talvez pudéssemos pedir ajuda do Baekhyun. Agora, precisamos deixar alguma pista.

— Talvez eles já tenham feito isso. Vem comigo, hyung.

Namjoon seguiu Jimin pelos becos, até encontrar a porta de metal onde estaria o desenho de Jungkook que Chen teria feito.

— Sim, eles estiveram por aqui. Jackson deixou o sangue dele propositalmente. Ele sabe que eu sei sentir sangue.

— Então ele está esperando por você.

Jimin seguiu as marquinhas de sangue que estavam aqui e ali nas paredes e portas. De repente, ouviram uma voz.

— Quem está aí?

— Park Jimin.

A voz demorou a responder.

— Psiu.

A voz vinha de cima. Jimin reconheceu o vulto do antigo servo.

— Você demorou, Park. Subam logo.

 

— Vocês sabem dizer o que está acontecendo? — perguntou Jaebum.

— Nós voltamos no tempo, gente. O que não entenderam? — perguntou Jinyoung.

— Meninos, prestem, atenção — disse Namjoon. — Queremos que vocês recomecem desse ponto. Mas vocês precisam ter muito cuidado. O Hoseok disse que voltar no tempo é perigoso. Vocês precisam se acostumar a viver essa realidade de novo. Tentem fazer algo novo com suas vidas.

— Eu tô boiando muito bonito — confessou Youngjae.

— Ele não recuperou a memória. — disse Mark — Acho que é porque não foi condenado.

— É mesmo. Ele encarnou antes. — lembrou Jackson. O corte em seu pulso esquerdo era visível.

— Youngjae, você não precisa saber muita coisa. — disse Jimin. — Apenas siga o que seus amigos disserem, eles sabem o que estão fazendo.

— Joon Hyung… — disse Jinyoung. — Mas e vocês, o que vão fazer?

— Nós precisamos resolver isso tudo. Mas antes vamos sumir por um tempo, precisamos despistar o Chung Ho.

— E para onde vocês vão? — perguntou Jaebum.

— Para a minha casa em Busan — respondeu Jimin.

—Mas antes de partirmos — disse Namjoon — e de libertarmos vocês definitivamente, nós temos um pedido muito importante.

 

Mais tarde, Taehyung, Jungkook, Yoongi e Dongwon tentaram explicar para Yonseo tudo o que estava acontecendo e que precisariam partir muito em breve.

— Estamos querendo encontrar a Yumii em Busan — explicou Jungkook.

— Se for assim ela precisa vir logo. — disse Yonseo. — Talvez não seja seguro para a menina.

— Vamos pensar nisso direitinho — disse Yoongi. — Cadê o Hoseok?

— Tá chapado já. — disse Jimin. — Tomou vários remedinhos como o combinado. Vamos esperar uns minutinhos antes de levar ele para o hospital.

— Não é perigoso? — perguntou Dongwon.

— Não, apeoji, ele também tomou uma pílula preventiva que o deixará vivo.

— Precisamos de um plano, gente — disse Jungkook. — Lembram do que o Sehun Hyung disse? Foi o Chung Ho que matou o Hobi Hyung. Ele pode fazer de novo.

— Claro — disse Yoongi. — Hoje sou eu quem vai tomar umas pílulas de energia.

 

Hoseok acordou no quarto do hospital. Havia um curativo em sua mão, injetando soro em sua veia. Do seu lado, Yoongi estava de olhos bem abertos. Foi selecionado como acompanhante novamente. Era importante evitar alterações no curso original.

— O mesmíssimo quarto. O destino é impressionante.

— Você está bem?

— Sim, estou. O efeito da overdose foi só externo. Eu me sinto muito bem. Agora eu vou procurar a Mi.

— Tem certeza?

— Sim.

Hoseok ameaçou tirar o soro da veia

— Não faz isso! Tá maluco?

— Não. Eu estou em uma missão. E sei muito bem que isso não fará falta.

— Tome cuidado, Hobi. Eu não quero perder você de novo.

— Ah, fique tranquilo. De verdade, não precisa se preocupar. Vai dar tudo certo, hyung.

 

Hoseok estava preocupado com Michung. Mas sabia que falar com Jin era prioridade. Sabia também que Chung Ho não estava no hospital. Na história original, ele morreria na próxima noite, não nesta. Hoseok foi ao quarto que Namjoon indicara, e encontrou o hyung mais velho em sono profundo. Discretamente, adentrou no quarto, e observou o amigo.

— Jin Hyung. Aqui é o Hoseok. Eu não sei se você está me ouvindo, mas…

— Estou sim — disse ele sem abrir os olhos. — Eu imagino o que está acontecendo. Ele esteve aqui. Ele acha que eu ainda estou em coma. Que dia é hoje?

— 24 de Julho. Hoje seria mortiversário do Jimin.

— Ele sobreviveu?

— Sim, todos estão bem.

— Vocês precisam partir. É muito perigoso. Você não devia estar aqui.

— Eu sei, hyung. Sei de tudo isso. Mas eu precisava falar com vocês. Justamente porque vamos partir. Vamos para Busan em alguns dias. Eu preciso que você cure a Mi aos poucos, e leve ela para lá quando for seguro.

— Eu não… Não sei se posso ir. Isso vai gerar suspeitas naquele monstro.

— Talvez você possa… Assumir a paternidade da Sun…

— Como é que é?

— Yumii é a sua ex-namorada… Ela está esperando um filho seu, e precisa de você. Não é uma ótima desculpa para viajar?

— Ah, Yumii… Como ela está?

— As duas estão bem, estão no Japão como a lógica desenha.

— A Sun nasce em Março. Eu prometo que estaremos com vocês antes dela nascer.

— Ótimo. Agora eu preciso ir, antes que alguém entre.

Hoseok segurou de leve a mão de Jin.

— Sentiremos sua falta, hyung. Fique bem.

— Boa sorte, Hobi.



— Oh, olhe para você… Voltou a ser meu pequeno anjinho.

— Sim, um anjinho com câncer.

— Não fale assim, Mi… Vai ficar tudo bem.

— Tem certeza, bae? O que vai acontecer agora?

— Eu e os meninos… Vamos ter que fugir.

— Você vai me deixar?

— Eu preciso. Você sabe que aquele cara me matou. Não podemos correr riscos. Eu e os meninos. Mas não se preocupe. O Jin Hyung vai ficar aqui e cuidar de você. Ele vai curar você, e vai te levar conosco.

— Me curar? Quanto tempo isso vai levar?

— Não sei ao certo. Mas não vai ser depois da Sun nascer.

— Quantos meses ela tem?

— Acho que… um…

— Oppa…

— Não se preocupe, vai passar rápido.

— A vida de uma pessoa com câncer não passa rápido.

— Cadê o seu celular?

Michung entregou o celular para Hoseok.

— Eu vou te dar meu número. Ligue para mim quando quiser, e mantenha contato. E se eu não…

A porta do quarto se abriu.

— Quem é você?

— Eu… Sou…

— Ele é meu marido, Oppa. Eu te falei que não foi sonho.

Sehun estava boquiaberto.

— Não devia ter contado para ele — disse Hoseok. — É perigoso saber sobre o futuro.

— Eu não falei nada de futuro. Só falei que você é meu marido e amigo dele.

— Seu marido… Tem a minha idade? — Perguntou Sehun.

— Isso não importa muito do lado de lá — respondeu a pequena.

— Entendi. Sabe o que importa? Que o seu marido do futuro saiu do soro sem receber alta. Pode voltar para o seu quarto, Jung Hoseok.

— Mas eu… Ainda não terminei de falar com ela…

— Escute, Jung. Eu não confio em você. Chegou assim a essa hora da madrugada no quarto da minha prima de doze anos, dizendo que é marido dela? Por favor, me acompanhe até seu quarto, antes que eu perca a paciência e chame o nosso psiquiatra.

Hoseok ficou sem chão. Seu melhor amigo primeirista estava sendo muito duro. Nem parecia o doce rapaz que conhecia. Além disso, sabia que Chung Ho era o psiquiatra. Sem querer arriscar, preferiu acompanhá-lo, sem nem se despedir de sua amada.

No quarto, Sehun coletou sangue de Hoseok para fazer exames, e recolocou o soro em sua veia. Yoongi observava.

— Não apronte outra dessas, por favor.

Dizendo isso, Sehun saiu do quarto, enquanto Hoseok derramava algumas lágrimas silenciosas.

— O que aconteceu, Hobi?

— Eu não consegui me despedir dela. Meu próprio amigo não confia em mim. Foi horrível, hyung. Parecia que o Sehun ia virar uma versão 2.0 daquele monstro, que não nos deixa ficar perto das pessoas que amamos.

— Mas isso não deveria ser normal? Deve ser muito estranho pra ele.

— Eu compreendo, mas ainda estou muito chateado.

 

No corredor, Sehun ouvia cautelosamente. Sua principal missão na vida era cuidar das pessoas. Agora ele era comparado a um monstro. Ele precisava reverter a situação.


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Notas finais do capítulo

Poxa vida Sehun. Você não era assim.