Gibbs entrou no MTAC ansioso pelo vídeo conferência. Ele não tinha idéia do porque estava ansioso por ela mas sabia que deveria ser uma boa notícia.

Gibbs secretamente trabalhava na investigação da morte de Abby depois que o secretário Jarvis acabou com a investigação oficialmente.  Oficialmente Gibbs estava trabalhando em seu barco no porão.

 Extraoficialmente Gibbs analisava os relatórios de autópsia de Ducky que o legista havia dado a ele "por debaixo dos panos". Nem Gibbs nem McGee admitiam a mínima possibilidade de Abby estar realmente morta. Tony não tinha tanta certeza quanto McGee e Gibbs, mas admitia uma certa possibilidade de Abby ainda estar viva em algum lugar.

Gibbs entrou no MTAC e uma pessoa que ele bem conhecia apareceu.

— Comandante Julian. – Disse Gibbs. – Algo para mim? Porque esse chamado surpresa está me deixando nervoso.

— Temos algumas informações sobre o cartel Los Guapos das operações nessa última semana. – Disse Julian. – Eles estavam em uma operação de extração em um armazém que agora está abandonado.

— Sabe quem eles extraíram? – Perguntou Gibbs.

— Uma moça jovem. Acho que ela estava presa há algumas semanas lá. – Disse Julian. – Não conseguimos uma foto da extração nem conseguimos confirmar a identidade da moça.

— Tem alguma descrição especifica dela? – Perguntou Gibbs.

— Sabemos que ela é morena. Alta, olhos verdes. – Disse Julian.

Gibbs pegou uma foto de Abby em seu celular e a mostrou para o comandante.

— É parecida com essa aqui? – Perguntou Gibbs.

— Poderia ser ela. – Disse Julian. – Qual o nome dela?

— Abby. – Disse Gibbs. – Ela foi dada como morta há uma semana. Possivelmente seus restos foram encontrados perto do capitólio. As digitais combinaram com as dela. E o DNA também.

— Então se ela está morta como ela pode estar viva? – Perguntou Julian.

— Acho que eu estava certo o tempo todo. – Disse Gibbs.

— Qual a sua teoria Agente Gibbs? – Perguntou Julian.

— A minha teoria é tudo foi forjado para parecer que Abby está morta, assim o cartel pode extrair as informações que precisam dela. E se ninguém a procurar porque na teoria ela está morta vai ser mais fácil faze-la passar por alguém desconhecida no necrotério. – Disse Gibbs.

— E como explica o DNA dela no sangue e as digitais? – Perguntou Julian.

— Há técnicas de impressão de Digitais. Eles lixam as digitais verdadeiras e gravam a da pessoa escolhida. – Disse Gibbs. – E o DNA poderia ser fabricado. Já ouvi falar sobre esse tipo de técnica. É uma coisa cara. Algo que um cartel de drogas teria amplo acesso.

— E como sabe tudo isso Agente Gibbs? – Perguntou Julian.

— Trabalhei com a Abby temo suficiente para saber disso. – Disse Gibbs. – E tenho feito algumas pesquisas ultimamente.

— Hum. – Disse Julian.

— Obrigado comandante Julian. – Disse Gibbs.

Ele cortou a transmissão e foi direto para a sala de Vance.

— Posso falar com ele Suzi? – Perguntou Gibbs.

— Vou avisar que está aqui. – Disse Suzi. – Diretor. O agente especial Gibbs deseja falar com você.

— Pode deixar ele entrar Suzi. — Disse Vance elo telefone.

Gibbs entrou na sala de Vance.

— Abby está viva. – Disse Gibbs.

Vance olhou para Gibbs assustado.

— Nós a enterramos há uma semana. – Disse Vance. – Isso não é possível.

— A equipe do comandante Julian estava de olho em uma extração do Los Guapos em um armazém secreto. Eles não tiraram fotos da operação, mas mostrei uma foto da Abby para ele e ele disse que pode ser ela a moça que foi retirada do local. – Disse Gibbs. – A Abby está viva Leon!

Vance não podia acreditar. Uma semana depois ele tendo a oportunidade de pedir perdão para Abby.

— Mesmo que ela esteja viva não sabemos para onde a levaram. – Disse Vance. – O comandante Julian não tirou foto alguma da vigilância e isso é impossível.

— Está dizendo que ele está escondendo provas? – Perguntou Gibbs.

— E muito provavelmente esteja envolvido nisso tudo. – Disse Vance.

Gibbs não podia acreditar. Se fosse verdade ele tinha dado a Julian motivos para alertar George e Abby provavelmente morreria de verdade.

Tony e McGee observavam a nova agente digitando freneticamente no computado. Ela apenas parava para um gole de café preto ou para corrigir algum erro de digitação.

Muito provavelmente ouvindo músicas no fone de ouvido dela na última altura.

McGee ficou impressionado com a velocidade de digitação da novata que eles poucos conheciam. Não havia um caso ativo naquele momento então ela escrevia para passar o tempo.

Tony tomou coragem para ir até o lado da novata ver o que ela tanto digitava. Parecia algum tipo de história bem estruturada. Ele se afastou quando ela deu um olhar do tipo que diz " o que você quer aqui?". 

— O que realmente ela está fazendo digitando rápido daquele jeito? – Perguntou McGee.

— Algum tipo de história. Não consegui ler. – Disse Tony. – E ela nem vai ouvir as perguntas com aquele fone de ouvido nos ouvidos.

Os dois agentes voltaram para suas tarefas quando Gibbs desceu. Gibbs parou na frente da mesa onde Any estava digitando e ficou esperando ser notado. Ela parecia concentrada demais no que estava escrevendo.

— Ela já está assim há 10 minutos chefe. – Disse Tony. – E provavelmente a música está alta.

Gibbs resolveu se sentar ao lado da agente para tentar descobrir o que ela estava escrevendo.

Ela virou para Gibbs quando ele se sentou e deu um olhar atravessado, mas ele não se intimidou.

— Se quiser escrever eu vou ficar aqui. – Disse Gibbs.

Any salvou o documento e desligou o computador.

— Não precisa. – Disse ela levantando. – Eu já acabei. – Ela saiu do Bullpen com o celular e os fones de ouvido em direção ao banheiro.

Gibbs, Tony e McGee perceberam que ela parecia doente.

— Ela não comeu nada hoje além de uma xicara de café preto. – Disse Tony. – Acho que tem algo errado com ela.

Gibbs se levantou e foi até o banheiro. Ele parou na porta ao ouvir a agente vomitar. Ele ficou lá ouvindo ela vomitando até que não houvesse nada no estomago dela. A torneira foi aberta e Gibbs ainda não havia criado coragem para entrar. Ela ficou lá por uns dez minutos sentada no chão quando Gibbs entrou e a viu sentada no chão.

— Está tudo bem? – Perguntou Gibbs.

— Sim. – Disse Any.

— Está gravida? – Perguntou Gibbs.

Any olhou para Gibbs.

— Não há nenhuma possibilidade disso. – Respondeu ela. – Apenas cafeína em excesso.

Ela levantou e foi para porta. Gibbs a seguiu impedindo ela de sair.

— Você sabe alguma coisa sobre a Abby? – Perguntou Gibbs.

— Por que essa pergunta agora? – Ela respondeu com outra pergunta.

— Você não respondeu a minha pergunta. – Disse Gibbs.

— Nem você. – Disse Any. – Eu gostaria de sair e voltar para a minha mesa.

 - Você não vai ara nenhum lugar até responde r a minha pergunta. – Disse Gibbs.

— E por que eu saberia algo sobre a Abby? – Ela tentava mudar de assunto.

— Uma semana depois o diretor te contrata para trabalhar na NCIS. Uma agente brasileira. Sem qualquer experiência nessa área. – Disse Gibbs. – Eu quero saber porque você veio para cá.

— Pergunte a Vance. – Respondeu Any.

— Você não pode chegar aqui e achar que pode me desrespeitar desse jeito. – Disse Gibbs. – Eu sou o agente responsável por você e os outros agentes.

— Você deixou bem claro isso agente Gibbs. – Disse Any. – Agora me deixe sair.

Gibbs saiu da frente e Any abriu a porta. Ela voltou para a mesa sem dizer uma palavra.

Gibbs voltou para a sua mesa também. O clima parecia péssimo entre Gibbs e Any e Tony e McGee perceberam.

Any abriu o laptop e começou a digitar outra vez. Dessa vez mais demoradamente. Ela parecia estar se sentindo mal.

— O que o Comandante Julian queria com você chefe – Perguntou Tony.

— Ele só queria saber o que a gente sabia para informar aqueles filhos da puta que pegaram a Abby. – Respondeu Gibbs.

— Ela está viva chefe? – Perguntou Tony.

— Ele disse que uma moça que bate com as características da Abby foi extraída de um armazém ligado ao cartel de Foyet. – Disse Gibbs. – Infelizmente ele é um traidor nojento. Agora ele sabe que a gente sabe que a Abby está viva.

— Por que Vance a colocou na equipe? – Perguntou McGee se referindo a agente Any.

— Eu vou tentar descobrir. – Disse Gibbs.

— Estou indo por hoje rapazes. – Disse Any levantando da mesa. – Espero vê-los amanhã.

Nenhum dos agentes falou uma única palavra.

Any entrou no elevador e quando as portas se fecharam ela discou alguns números no celular.

— O plano deu certo. – Disse para alguém no telefone. – Estou infiltrada na agência. Iniciando a fase dois. – E desligou.