Dias perfeitos. escrita por Any Sciuto


Capítulo 1
I really Like You.


Notas iniciais do capítulo

"ame todos, confie em poucos, não faça mal a ninguém..." - William Shakespeare
Com essa citação retirada de Criminal Minds começo uma nova história dessa vez idealizada por alguns meses mas que só agora resolvi colocar para escrever. não upei na minha conta nuvem exatamente para poder escrever sem problemas com conexões.
Perdoem as "viagens" que tive, mas eu realmente queria uma história legal para Abby bem ao estilo missões secretas, chefes do tráfico com direito a nome de assassino lendário de Criminal Minds.



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Sede NCIS

22H45Min

Abby ainda estava em seu laboratório quando Gibbs trouxe mais um Caf- Pow para ela. Ele que estava de saída perguntou se ela não queria ir jantar com ele naquela noite, mas Abby recusou. Disse que estava cansada e precisava descansar. Gibbs saiu e deixou Abby. Ela pegou o telefone e ligou para alguém.

— Ele já foi. – Disse ela ao telefone. – Já pode vir.

— Estarei aí em um minuto. – Disse Vance para Abby.

Ele pegou o elevador de serviço e desceu até o laboratório.

— Abby. – Chamou Vance. Ele geralmente a chamava de Srta. Sciuto, mas aquela era uma situação especial para formalidades bobas.

Ela estava em frente ao computador e se levantou quando Vance a chamou. Ela caminhou até ele que estava parado próxima a mesa do laboratório.

— Eu espero que seja algo importante para eu ter que mentir assim para Gibbs. – Disse Abby.

— E é sim. – Vance puxou uma cadeira e sentou.

Abby fez o mesmo. A expressão de Vance estava fechada o suficiente para fazer chover dentro do laboratório.

— Preciso de você em uma missão secreta. – Disse Vance.

— Porque eu? – Abby não entendeu a escolha. – Porque não o Tony ou McGee?

— Todo mundo conhece o Dinozzo e o McGee. – Vance ficou ainda mais sério. – Mas muito pouca gente conhece você.

— Que missão seria essa? – Perguntou Abby.

— Cartel de drogas. – Disse Vance entregando a pasta que ele trouxe junto. – Você irá precisar saber atirar.

Abby hesitou em abrir a pasta.

— Eu posso fazer aulas no estande. – Disse Abby. – Mas preciso ser discreta.

— Discrição é tudo que eu peço. – Disse Vance. – Marque uma hora no estande e eu te dou uma folga para ninguém descobrir. –Vance saiu do laboratório.

Abby ficou com a pasta. Ela sabia que algo daria errado e ela estaria sozinha sem Gibbs por perto.

No dia seguinte...

Abby não contou para Gibbs sobre a conversa com Vance. Ela havia marcado hora no estande de tiro e apesar de ter treinamento para fazer os testes de balística era mais complicado.

Ela tentou sair do prédio sem Gibbs perceber, mas ele a seguiu de longe até o estande de tiro. Ele se escondeu e a viu treinando tiro. Ele sabia que algo estava errado. Abby treinando tiro?

— O que está acontecendo aqui? – Perguntou Gibbs quando viu Vance se aproximando de Abby.

Abby já estava de volta ao seu laboratório quando Gibbs foi pegar os resultados de um caso quase resolvido.

— Então Abby. – Começou Gibbs. – Se requalificando?

— Como assim? – Perguntou Abby se fazendo de desentendida.

— Achei que fosse preciso para técnicas de balística. – Disse Gibbs.

— Talvez. – Disse Abby. – Aqui está seu resultado. – Abby mudou a conversa mais rápido que Gibbs poderia prever.

Ele saiu do laboratório deixando Abby sozinha outra vez. Quando chegou ao Bullpen ele estranhou o fato de Abby não contar nada para ele.  

Abby subiu a sala do diretor para combinar os detalhes de seu disfarce no cartel de drogas.

— Sem sapatos plataformas, sem roupas e maquiagem extravagantes. – Disse Vance. – Roupas desse tipo. – Disse mostrando uma foto a Abby. – E sapatos de salto ou sapatos militares se você não gostar de saltos.

Abby ficou chateada a princípio, mas como já havia aceitado a missão não havia nada que ela dissesse ou fizesse que mudaria a opinião de Vance.

— Quando eu começo? – Perguntou Abby.

— Amanhã de manhã. – Disse Vance.

— E quanto a equipe? – Perguntou Abby. – O que eu digo a eles?

— Você entrará em licença administrativa. – Disse Vance. – Será acusada de desviar produtos do laboratório e será falsamente investigada pela corregedoria. Será afastada temporariamente e depois de alguns meses voltará como se nada tivesse acontecido.

Abby ficou receosa com aquela idéia a princípio.

— Ainda poderei falar com Gibbs e a equipe? – Perguntou Abby.

— Eles serão instruídos a cortar contato com você. – Disse Vance. – É mais seguro se não falar com eles. Não quero que algo de ruim aconteça com você.

Abby entendeu. Se ela ficasse segura os outros também ficaria seguros. Ela saiu da sala de Vance e foi se despedir de seu laboratório. A Abby gótica daria lugar a Abby descolada. Sem botas de rock star e com botas militares e sem graça.

Gibbs viu o homem da corregedoria chegar no Bullpen e já se preocupou.

— O que você quer aqui, Edward? – Perguntou Gibbs nervoso. Ele não suportava aquele cara.

— Quero falar com a Srta. Sciuto. – Disse Edward.

Tony e McGee se levantaram e foram em direção ao homem.

— Qual o problema? – Perguntou McGee.

— Ela é suspeita de desviar produtos do laboratório. – Disse Edward mostrando um documento falso, mas que passaria desapercebido pelos agentes.

— Isso é ridiculo. – Disse Gibbs. – Abby nunca faria isso.

— Mas ela fez. E quem a esconder será acusado também. – Edward era um cara odiado por todos, especialmente por Gibbs. Ele já havia tentando acabar com a equipe antes, mas agora estava tentando acabar com Abby.

— Se você fizer algo contra Abby...  – Gibbs começou uma ameaça, mas Edward o impediu de continuar.

— Na verdade eu já fiz, agente Gibbs. – Edward tirou um documento da pasta. – Ela está afastada até que a gente prove ou não seu envolvimento nisso tudo. – Edward tinha o sorriso típico de uma cobra quando vai dar o bote na presa.

Edward se dirigiu ao laboratório de Abby com Gibbs. Eles não trocaram nenhuma palavra no elevador embora Gibbs se imaginava estrangulando aquele homem em seus pensamentos.

Eles chegaram ao laboratório e Abby se assustou ao ver Gibbs junto com o homem. Gibbs tinha uma expressão de raiva, mas não para Abby e sim para Edward.

Abby ouviu atentamente o que Edward dizia sem esboçar uma expressão de raiva. Gibbs sabia que Abby se controlava para não gritar e que qualquer reação que ela tivesse seria pretexto para demiti-la naquela hora.

— Posso ao menos pegar algumas coisas antes de sair? – Perguntou Abby.

— Pode. Mas seja rápida senhorita. Não tenho o dia todo. – Respondeu Edward friamente. – A partir de agora você não pode entrar em contato com nenhum agente até a investigação acabar. Sem email, telefone, sms ou qualquer outra comunicação. Elas serão vigiadas até o fim das investigações. – Edward estava decidido a não ser bonzinho mesmo sendo tudo um fingimento, uma desculpa para Abby sair em missão.

Abby pegou seu hipopótamo e alguns cd's e saiu. Gibbs ficou com Edward lá no laboratório.

— Agente Gibbs. – Começou Edward. – Se qualquer um dos seus agentes ou até mesmo você entrar em contato com a Srta. Sciuto ela será sumariamente acusada e demitida. – Ele começou a sair. – Então recomendo não entrarem em contato com ela se quiserem que ela volte ao trabalho.

Gibbs não gostou no que ouviu. Ele não poderia falar com Abby durante a investigação e com essa ameaça de demissão ele estava mais nervoso ainda.

— Não ouse tocar na Abby. – Disse Gibbs.

— Se ela estiver limpa, ela vai voltar depois das investigações. – Edward saiu do laboratório e esperando Gibbs. – Agente Gibbs. Se importa em sair do laboratório?  Preciso fechar para investigação.

— E como analisaremos DNA de casos ativos? – Perguntou Gibbs.

— Serão um ou dois dias com ele lacrado para poder examinar os frascos e descobrir o que está faltando. – Disse Edward. – Agora se não se importa eu preciso lacra-lo.

Gibbs saiu contrariado do laboratório.  Edward fechou o laboratório. Eles subiram para o Bullpen e Gibbs esperava encontrar Abby lá, mas ela já havia saído. A regra de sem telefonemas já estava valendo então ele não poderia entrar em contato com ela.

Abby estava voltando para casa logo depois de sair da sede do NCIS. Ela chegou em casa e desligou todos os telefones e aparelhos. Ela teria que deixar sua casa por um tempo e teria que se unir a um traficante desumano que com certeza a mataria se descobrisse quem era ela de verdade.

Abby tirou suas botas e roupas extravagantes e colocou-as no armário. Vance havia comprado um grande volume de roupas novas para a missão. Ele não se preocupou com o valor.

Abby deveria mudar completamente seu modo de vestir. Sem trancinhas nem roupas diferentes. Ele comprou alguns sapatos de saltos e botas militares para ela usar. Abby jogou tudo em uma mala, saiu do apartamento e o trancou. Ela pegou uma das cópias da chave, colocou em um envelope de cor parda e colocou um papel com algumas coisas escritas pelo lado de fora. Ela foi até uma agência dos correios e guardou em uma porta volumes. Gibbs seria avisado caso algo acontecesse com ela durante a missão.

Novo México, EUA.

Abby saiu do ônibus que ela havia pegado em Washington. Ela poderia ter ido de carro, mas queria passar algo novo. Chegar de ônibus seria uma maneira de criar algo novo e passar desapercebida. Vance havia oferecido um carro discreto, colocado em nome de uma empresa fantasma, mas Abby achou arriscado.

Ela desceu em uma das paradas do Novo México. Ela havia feito contato com o traficante local, um cara de baixo escalão para servir de entrada no cartel. Seu nome era Julian. Tinha 30 anos e estava dentro do cartel há alguns anos. Servia de elo dos novatos com George Foyet o líder do cartel Los Guapos.

Abby usava um nome diferente. Elisabeth Survoy. Havia sido expulsa da marinha por usar cocaína durante os treinamentos. Se filiou ao grupo Las Megeras de Washington logo após sua expulsão da marinha. Começou como traficante pequena e logo se tornou uma das líderes do grupo cartel feminino.

Abby usava uma blusa básica branca e calça comprida de cor bastante básica. Ela também usava uma bota baixa embora tivesse confidenciado a Julian que se sentia melhor usando saltos e que só havia trocado de calçado porque em certo ponto da viagem os saltos se tornaram incômodos demais.

Julian a levou para a sede dos Los Guapos no meio de uma grande área cheia de arvores.

— Vai ter que usar isso. – Disse Julian a Abby entregando uma venda. – Se você não passar não podemos correr riscos de você decorar o caminho. Todos os novatos usam.

Abby não fez nenhuma pergunta apenas colocou à venda sem nenhuma resistência. Ela deveria se reportar a um homem chamado Alex a cada dois dias para saberem que ela estava bem.

A viagem demorou um tempão. Abby pegou no sono durante a viagem acordando rápido quando o carro parou.

— Já pode tirar a venda, Lizzie. – Disse Julian a chamando pelo nome falso.

Abby tirou a máscara e saiu do carro. Ela entrou com Julian em uma casa antiga, provavelmente do século passado, com grandes candelabros na entrada. Haviam grandes lustres na sala. Eles seguiram por uma sala e pararam em uma porta.

Abby fez um gesto de bater na porta sendo impedida por Julian.

— Aperte a campainha. – Disse Julian indicando a campainha no alto da porta.

Abby a apertou. Uma voz a convidou para entrar.

— Pode entrar. – Disse George de dentro da sala.

Julian foi na frente.

— Senhor. – Julian tinha muito respeito por George. – Esta é Elisabeth Survoy. – Disse apresentando Abby. – Veio de Washington. Era do cartel Las Megeras e ela veio pedir sua permissão para se juntar a nós.

— Encantado Senhorita Elisabeth. – Disse George apertando a mão de Abby.

Ela ainda se acostumava com o novo nome.

— E bem-vinda ao Los Guapos. – Completou George.

— Será um prazer ser uma de vocês. – Disse Abby.

— O prazer será meu. – Disse George. – Coloque-a no melhor quarto disponível.

Julian a levou para uma das suítes da casa.

— Sinta-se à vontade. – Disse Julian.

Abby entrou no quarto indicado e se surpreendeu com o luxo do lugar. Ela soltou sua mala e deitou-se na cama. Ela estava cansada da viagem então descansou um pouco.

— Quando eu acordar vou ser Elisabeth. – Pensou antes de cair no sono.

Ela dormiu pensando em Gibbs e em como iriam reagir quando descobrissem a verdade.


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