Soul Stone escrita por Haruyuki


Capítulo 2
02 ~ Yuuri




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Yuuri e Sakura Katsuki-Nikiforov chegam no escritório onde o outro membro da família, Victor, trabalha criando roupas para a sua nova coleção. Graças ao sucesso das Soul Stones de Yuuri, Stammi Viccino tem se tornado uma marca super famosa durante os 9 anos desde que a idéia foi lançada pelo casal. Isso também significa que vão fazer 10 anos desde que Yuuri encontrou Victor pela primeira vez, quando ambos estavam na Universidade. Yuuri, um nerd que ganhou uma bolsa de estudo para o curso de Design de Jóias e Victor, um veterano prestes a terminar o curso de Design de Moda.

“Papai!” Sakura diz, correndo até Victor, que a pega pelos braços.

Na mão direita dele, há uma aliança dourada decorada com pequenas pedras de cores azul claro e marrom brilha com a luz, e Yuuri olha para a sua mão esquerda, onde uma aliança igual está em seu dedo.

“O que meus amores estavam aprontando sem mim?” Victor pergunta, a enchendo de beijos no rosto.

“Mamãe me contou a história da Tamamo. E eu pedi para ele contar contar como vocês se conheceram.” A menina diz, rindo.

“Oh, que idéia interessante. Fique com ele e escute a história. Talvez eu tenha mais idéias também.” Victor então olha para Yuuri, que sorri.

“Tudo bem.” O japonês diz, colocando as mãos na cintura. “Só não me atrapalhe “

“Ok.”

Quando a menina e o japonês se sentam no sofá, este começa a contar sua história. Victor passa a escutar também, decidindo ficar em silêncio pois sabe que seu marido odeia ser interrompido. Seu estômago ainda sente dores da última vez que ele fez isso.

~x~

Desde que eu nasci, eu era estranho. Segundo minha mãe, eu não chorei. Chegaram até a pensar que eu nasci morto, mas quando cortaram o cordão umbilical, eu dei um grito e derramei uma lágrima. De repente, um barulho surpreende o médico, as enfermeiras e meus pais, que descobrem uma pedra redonda transparente rolando no chão. Uma enfermeira e o médico se abaixaram e tocaram na pedra ao mesmo tempo e ela soltou um brilho fraco e adquiriu um tom castanho claro e cinza, exatamente como está na minha aliança. Dias depois o médico confessa para a enfermeira e ambos começam a namorar.

Segundo minha família, meus choros eram sem lágrimas. Eles acharam que eu tinha um problema nas minhas glândulas, mas nada foi constatado. Quando pequeno, eles me deram um mini-poodle e eu me apeguei a ele. Eu cresci e passei a chorar menos, até que um dia, no meu quarto, eu li a história da Tamamo. Quando eu terminei, me senti mal. E derramei uma lágrima. Essa lágrima, quando caiu no meu colo, virou uma pedra redonda transparente e eu me apavorei. Quando contei para os meus pais, eles se surpreenderam também e me contaram sobre o que aconteceu no hospital. Senti uma certa familiaridade com a pedra, e decidi ficar com ela.

E então chegou o meu aniversário de quinze anos. Fui me aventurar sozinho no Castelo Ninja de Hasetsu, e de repente, encontrei uma biblioteca. Nessa biblioteca, encontrei um livro antigo sobre a Tamamo e estranhei ele ser mais grosso. Quando eu o folheio, descubro que a história dos livros infantis estava errada e passei a ler com mais interesse. À medida que eu lia, memórias que eu lembro de não ter vivido surgem na minha mente e eu me assusto. Apesar disso, eu continuo a ler até o fim, sendo invadido pelas memórias do novo personagem da história. Isso me faz achar ser a reencarnação dele, o que faz com que a história ali contada aconteceu mesmo.

Quando eu voltei para casa, descobri que minha irmã encontrou minha pedra, fez dela um pingente e a colocou no pescoço. E depois, quando um hóspede tocou na pedra acidentalmente, ela brilhou e adquiriu o mesmo tom dos olhos de ambos, para a surpresa de todos. Eles começam a namorar e se casaram antes de eu deixar o Japão.

Quando vi o que ela fez com minha pedra, e o que aconteceu, passei a me interessar na criação de Jóias. Mas eu queria usar as pedras que eram as minhas lágrimas. Eu tentei de tudo, até reler a história da Tamamo, mas nada.

E quando um mês depois dos meus 17 anos, meu pai achou meu cachorro doente. Ele morreu dias depois e então, eu chorei. Chorei tanto que derramei 108 pedras. Depois de dois meses de luto, eu guardei as pedras em potes de vidro e peguei meu caderno de desenho, passando horas e horas criando colares, pulseiras, brincos e anéis. Comprei materiais usando minha mesada e usava o forno da pousada para derreter o aço. Fiz os moldes e preparei dois colares. Um para minha amiga de infância, Yuuko-chan e outro para mim. Para a minha surpresa, quando eu entrei para ela, um garoto que vivia implicando comigo tocou nele também e me surpreendo ao ver novamente a pedra brilhar e adquirir as cores dos olhos dele. Não muito tempo depois, eles começam a namorar e o garoto acaba se tornando meu amigo também.

Fotos dos meus colares foram divulgados pela internet e acabei recebendo a bolsa de estudos da Universidade de São Petersburgo. Lembrando que Rússia também está nas minhas memórias, decido aceitar. Começo a assistir as aulas, sempre usando o colar e recebendo elogios dos professores e estudantes. Passei a mostrar meus desenhos para meus colegas.e professores, discutindo sempre com eles. Quando perguntam que pedra é essa, eu a chamo de ‘Namida', que significa lágrima em japonês. Eu fiz amizade com meu colega de quarto, um tailandês que estuda Fotografia.

E então, os professores de design de moda decidiram unir as classes e criar seu próprio desfile de moda. Eles formaram um grupo contendo uma pessoa de cada curso, que continha um modelo, um estilista, um criador de jóias e um fotógrafo. Foi então que eu e Victor nos encontramos pela primeira vez, já que ambos fomos escolhidos para ser do mesmo grupo, junto com Phichit, meu colega de quarto e Yuri Plisetsky como modelo.

~x~

“Yurio~!” Victor exclama, dando risadas. “Bons tempos aqueles!”

“Victor, o que eu te disse sobre me interromper?”

“Mas…”

“Papai! Deixa mamãe contar a história!”

“Desculpa.”

“Sakura-chan, o que papai merece por ter interrompido a mamãe?”

“Divórcio?”

“O quê? Espera um pouco, Yuuri! Não se divorcie de mim!”

“Andou assistindo dramas na TV de novo, mocinha?”

“Hai!

“Yuuri, não me ignore.”

“Olha só o que você fez. Ele está manchando o trabalho dele de lágrimas.”

“Eu não fiz nada, mamãe. Ele quem começou atrapalhando você.” Yuuri solta um suspiro, olhando a menina fazendo cara de santa para ele.

“Agora tenho que consertar essa bagunça. Feche seus olhos.” A menina obedece e tampa os olhos com as mãos.

Yuuri se levanta e vai até seu marido, que chora e faz bico ao mesmo tempo, sentado na cadeira e com a parte de cima do corpo deitado na mesa, em cima dos rascunhos manchados.

“Yuuri. Diga para mim que você não vai se divorciar de mim, vai. Eu amo meu Katsudon.” Ele choraminga, recebendo uma pisada no pé esquerdo, o fazendo pular na cadeira e chiar de dor.

“Isso é por ter me interrompido. Quantas vezes tenho que avisar que eu ODEIO ser interrompido?” Ele pergunta, o fitando com raiva. “E isso, é para você parar de duvidar de mim. Eu te amo,seu idiota. Sendo alma gêmeas ou descendentes ‘deles’, Alfa e Ômega ou não, eu escolhi passar o resto da minha vida com você. Então pare de duvidar e me beija.”

E eles se beijam por um tempo, parando ao ouvir risadas da menina.

“Sakura~!” Ambos reclamam, e começam a dar gargalhadas juntos.

Yuuri se afasta de seu marido e ergue os desenhos manchados dele.

“Vicchan, isso é…”

“Eu ainda acho que está faltando algo.”

“Qual é o tema da nova coleção?”

“Eu estava pensando em…” Ele continua a falar, no ouvido do esposo.

“Oh. É perfeito.” Yuuri exclama, contente. “Então, que tal usar o estilo japonês de tintura e usar seda nas partes de cima da coleção?”

“Yuuri, você é um gênio!”

“Mamãe! Conta mais da sua história. E papai, se atrapalhar de novo, vou chutar a sua bunda.”

“Por acaso você escutou isso de Yurio?”

“Da!” A menina responde, orgulhosa.

“Talvez da próxima vez eu deixe ela chutar sua bunda.”

“Yuura~! Você não acha errado nossa filha aprender palavrões.”

“Isso eu vou resolver com o próprio depois. Agora, se você voltar a se concentrar no trabalho e me deixar contar o resto da história, talvez mais tarde, eu possa fazer algo por você.”

“Talvez?”

“Basta não me atrapalhar.”

“Tudo bem, eu vou tentar me conter.” Victor fala, soltando um gemido ao ver seu marido dar uma rebolada ao se afastar dele e voltar para o lado da filha.


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