Ardentemente escrita por helenabenett


Capítulo 4
A espadachim


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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— Miss. Bennet, acredito que não precise treinar tão intensamente no arco. Seu desempenho é perfeito – Disse Darcy com o sorriso amigável.

— Agradeço, realmente, Mr. Darcy. Mas não há mais nada que eu possa treinar por aqui e sempre temos algo a aperfeiçoar.

— Pretende entrar na competição de esgrima?

— Claro. – Disse laconicamente.

— A Senhorita deveria treinar este ponto então, pois Lorde Churchill é um adversário duro.

— Nada garante que chegarei a final e que disputarei algo com Churcill. Ele certamente estará lá... já fazem 10 anos que ele não perde a competição de esgrima. – Disse a moça enquanto acertava uma flecha perfeitamente no centro do alvo.

— E fazem dois anos que você perde a final para ele.

Ela parecia querer usar o arco nele, os olhos tinham escurecidos e o rosto estava pálido de fúria. Mas não demorou muito para ela se recompor.

— Obrigada pelos seus votos de confiança, Senhor. – disse sarcasticamente - Se me der licença, gostaria de continuar meu treino.

— Miss Bennet, não foi minha intenção ofende-la. Apenas disse o que todos sabemos... Eu observo Churchill desde que ele começou nos jogos. Confio que a senhorita possa vence-lo, mas para isso precisa mudar sua atual técnica.

— E o que sugere, Mr. Darcy?

— Canse-o. Não o enfrente diretamente até ele estar bufando de cansaço e raiva. Você o enfrenta cara-a-cara e a luta nunca dura mais que 5 minutos. Ele é pelo menos três vezes o seu tamanho e é um homem absurdamente forte.

— O senhor não me conhece bem, Mr. Darcy. Mas se conhecesse saberia que não tenho a mínima inclinação para a covardia.

Ele sorriu e passou a mão pelos cabelos, em um leve gesto de frustração.

—Nunca afirmei algo do tipo, Miss. Bennet. De fato estou certo de que a senhorita é a mulher mais corajosa que já tive o prazer de conhecer. Se as regras da arena fossem similares as da esgrima a senhorita poderia vencer Lorde Churchill atacando-o diretamente. Mas só existem duas regras: Não matar o oponente, e aquele que é desarmado perde.

— Eu sei muito bem quais são as regras do jogo, Mr. Darcy – apesar das palavras duras de Elizabeth, ela parecia disposta a ouvir as ideias de Darcy.

—  Bem, eu posso demonstrar caso a senhorita queira, como usar a técnica que lhe falei.

— Minha espada ficou em casa.

— Podemos usar a minha e a de Bingley.

— Suas espadas não são as mesmas que usamos na arena, imagino. – falou Eliza com evidente desprezo.

— Nossas espadas são exatamente iguais as usadas no jogo, Miss Elizabeth. – disse o rapaz com certo orgulho.

—Bem, imagino não haja nenhuma objeção neste caso.

Darcy subiu para buscar as espadas e Elizabeth ficou pensando em como entrara em tal situação. Ela iria duelar com Darcy, e aquilo não a agradava em absoluto. Por que este homem tinha que ser tão estranho? A situação parecia totalmente inadequada, mas a possibilidade de vencer Churchill a havia convencido de que valia a tentativa. Bingley estava cuidando de negócios em Meryton e suas irmãs haviam saído com ele para fazer compras, Hurst nunca saia para o jardim e de qualquer modo aquele era o horário que ele costumava tirar uma longa soneca. E sua irmã ainda estava acamada. Portanto, ninguém iria ver tal iteração. Pelo menos, era o que Elizabeth ansiava.

Darcy voltou trazendo duas belas e artesanais espadas, ambas backsword extremamente novas e brilhantes, com um gume um tanto menor do que as que Eliza costumava usar, mas lhe pareciam igualmente eficazes, o cabo de ambos era decorado, mas não demasiadamente floreado e pelo o que ela pode ver da de Darcy esta tinha um belo pomo de ouro. Posicionaram-se de modo similar a como ocorria na arena, e olhando nos olhos um do outro começaram o duelo.

Eliza começou sem vontade, ela era uma ótima esgrimista e não acreditava que Darcy estava a sua altura, mas acabou por notar que ele era um adversário bem mais duro do que parecia. Ele agia com muita rapidez, sem ataca-la diretamente e afastando-se com um jogo de pés difícil de acompanhar. Quando ela pensava que havia impossibilitado alguma fuga ele habilmente se desviava a obrigando a reagir rapidamente, ele girava ao redor dela de modo que Eliza precisava constantemente estar aparando golpes de uma maneira desajeitada, de lado ou mesmo de costas. Em geral ele desviava o corpo facilmente das estocadas de Elizabeth sem nem ao menos necessitar do amparo de sua arma.

— Mr. Darcy... Queria dizer-lhe que estamos duelando, não dançando – disse ela em um tom de divertimento.

— Ai que se engana, cara Miss Bennet – disse o rapaz enquanto desviava tranquilamente de uma das estocadas de Elizabeth – a luta é uma espécie de dança.

Elizabeth já estava começando a ficar realmente irritada. Ele não a enfrentava diretamente e a obrigava a persegui-lo, deixando-a quase sempre com a guarda mais aberta que gostaria. Pensando bem aquela era uma ótima tática, talvez ela tivesse uma chance contra Churchill afinal. Ansiosa para terminar aquela luta Elizabeth começou com uma sucessão rápida de golpes, usando a tática de Darcy até certo ponto, desviando dos golpes mais fortes e o obrigando a recuar. Poucos minutos depois a espada de Darcy se encontrava a seus pés.

— Sua capacidade de adaptação é incrível! Se tivesse a força de Churchill ele não teria a mínima chance contra a senhorita.

— Mas não tenho.

— Quem é seu treinador, Miss Bennet?

— Meu pai. Ele é um ótimo esgrimista.

— Imagino que sim, mas provavelmente suas técnicas são um pouco antiquadas. Ficaria feliz em lhe ajudar.

Ela lhe deu um sorriso, com uma expressão levemente felina que o deixou desconcertado. Carregando a espada ao seu lado deu alguns passos até ficar bem de frente a ele, olhando em seus olhos ela disse de uma maneira sarcástica:

— Mas, meu caro Mr. Darcy, sabe que para isso teria que passar um tempo considerável comigo.

— Eu não vejo nenhum problema nesse sentido, Miss Elizabeth. – Apesar de estar levemente atordoado, ele a respondeu no mesmo tom de desafio.

Ela riu de uma maneira quase maldosa, os olhos eram como labaredas negras.

—Não, estou certa de que não se atreveria a se relacionar com alguém como eu.

Ele estava em choque, não imaginava que ela poderia ser tão audaciosa. Ouviram o som de cavalos se aproximando, logo os Bingley estariam em casa. Ambos estavam suados e exaltados, Elizabeth entregou a espada na mão e Darcy e de uma maneira tranquila e civilizava, ela agradeceu a Darcy e foi embora.

 

Elizabeth

 

— Você disse isso para ele, Eliza? – Disse Jane entre sorrisos.

— Claro, por que não? Homem arrogante! Mereceu o que ouviu.

— Você agiu muito rápido quando recebeu aquele bilhete de mamãe. – disse Jane mudando de assunto.

Elizabeth havia recebido um bilhete de Mrs. Bennet avisando que ela iria em Netherfield no dia seguinte. Jane não estava totalmente reestabelecida, mas estava suficientemente bem para poder ser deslocada, não muito tempo depois elas estavam com todas as malas prontas e a caminho de Longborn.

— Mamãe ficou uma fera, principalmente comigo. E olha que não foi minha ideia.

— Tolice, Jane. Quanto mais longe mamãe ficar daquela gente melhor e maiores serão suas chances de casar-se com Bingley. E é isso que você quer, não é mesmo?

Para esconder seu rubor Jane caminhou até a janela.

—Você sabe a resposta, minha irmã. Viu como ele é maravilhoso.

— Ele é um bom homem, de fato – Disse Eliza de modo afável – diferentemente do amigo.

Jane sorriu.

—Você não pode ficar dois minutos sem falar de Darcy?

— Eu não falo dele o tempo todo! De fato, eu mal falo dele. Só comentei o absurdo dele querer me ensinar a usar o arco e a espada.

— Não foi você mesmo que disse que com essa técnica tinha chances contra Churchill? E suas costas não pararam de doer?

— É verdade que ele deu dicas uteis, mas ainda assim não gosto daquele homem!

— Você é tão cabeça dura, Elizabeth!


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Notas finais do capítulo

Agradeço as minhas leitoras fieis, e peço mil perdões pela demora. ♥



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