A batalha de Lore escrita por Isabela


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oie, gente alguma sugestão sei que ta meio devagar mas a intenção é movimentar mais a partir do prox.....primeira fic.....aceito conselhos:)



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—Marian, então é verdade, foi você que me deixou abandonada?  - Acredito que nem todos os meus anos me escondendo por trás de tanta ironia e desprezo podem ocultar agora a tristeza que devo estar demonstrando. - O que eu te fiz?
A última pergunta já não é mais motivo de preocupação, pois qualquer que seja sua reposta eu simplesmente não tenho vontade de ouvi-la. Já me virando para voltar a andar, posso ver que não tenho para onde ir, e posso ouvir atrás de mim uma movimentação que me sugere que alguém está vindo, mas não quero mais falar com alguém, estou muito cansada para isso no momento.
— Alana, espera, onde você está indo? Não pode ir embora simplesmente por algumas palavras de Marian, ele não sabe o que está dizendo. – Donan tenta me para com seu braços segurando apenas de leve mas sem deixar o contato visual se perder, e tenho  que admitir  o quanto ele é bom nisso, mas não tenho mais forças para ficar.
—Qualquer pessoa aqui pode ver o que está acontecendo, eu não posso mais ficar aqui, e sei que agora existe só uma pessoa que vai poder me dar o que eu preciso.
 -Você não tem pra onde ir! Pode ficar em outros locais daqui se desejar ou ser levada para nossas casas mais distantes, posso ir com você, não vamos deixa-la. – Adua é tão delicado em suas palavras que quase penso em ceder, até porque a proposta de pessoas queridas em um lugar um pouco seguro e mais afastado, tanto de Azlan quanto de Marian podem ser uma boa sugestão no momento. Mas só os dois tem o que eu preciso, e nesse momento somente um está disposto a ceder
—Fique pelo menos mais um pouco! Quantas horas você demorou pra chegar aqui? Pode não ser grande coisa, mais ainda deve ser inteligente o suficiente para ver que não conseguirá chegar lá antes do anoitecer. – Na verdade já posso ver os raios de sol descendo ao horizonte – Vamos te dar abrigo essa noite e se ainda quiser, partirá pela manhã. Apenas uma noite! –Não sei se me sinto bem pelo convite ou surpresa ao ver Niria pronunciado tais palavras, e acompanhada de Naiad. Mas se ainda tenho uma chance de tentar entender o que aconteceu para me tratarem dessa forma aqui preciso tentar hoje, porque amanhã sairei daqui, e a impressão é de que não voltarei.
—Tudo bem, posso ficar essa noite, mas não quero mais falar sobre isso, já tomei minha decisão. Será somente uma noite!
—Venha querida. – Naiad nunca havia me chamado assim, mas algo me diz que talvez comigo a caminho de Lore me dê alguma informação que possa me ajudar ou ao menos tentar me fazer desistir, desisto de resistir, e acompanho-a até sua casa, onde sou colocada em um quarto, e são oferecidas roupas limpas e um tempo para que eu tome banho antes de ir jantar!
Durante o banho reflito sobre as possibilidades que tenho de viver mais do que poucas horas dentro de Lore, mas decidi confiar em Azlan, certa ou errada tomei minha decisão. Após um longo período de reflexão e encorajamento para o jantar que certamente me renderá muitas perguntas sou obrigada a sair do banho e visto as roupas que são trazidas do que restou de minhas coisas. Apenas calças e blusas confortáveis com as quais não me darão sensação de estar derretendo perto do calor que faz lá fora. Saio da suíte pensando em já descer sem me preocupar em chegar um pouco antes afinal imagino todos me esperando, mas para minha surpresa alguém resolveu me esperar antes em meu quarto.
—Naiad achou que eu deveria falar com você! – Sua voz não apresenta mais a firmeza de sempre, mas encontra-se doce agora, embora seus olhos não me encarem, posso ver que Marian luta contra alguma coisa que me parece sincera – Na verdade acho que ela tem medo que nós dois juntos durante o jantar possamos causar algum tipo de briga pior que as que costumamos proporcionar sempre.
—E então você veio aqui pedindo para que eu contenha meus modos e simplesmente o ignore ao invés de fazer o que seria rotineiro e simplesmente dar indiretas durante uma refeição? Acho que posso fazer isso, até porque não faço mais questão de ter você por perto, muito menos para digirir-lhe a palavra, então concordo em me afastar o máximo de você.
—Não precisa ser assim, mas deixo você perceber as coisas sozinha! Espero que ocorra tudo bem - ele diz.
Saio do quarto deixando-o lá sozinho e vejo que muitas pessoas já estão em uma grande sala de jantar usada para grandes eventos quando chego, e um certo silêncio indiscreto toma conta do local, mas Naiad, como alguém que sempre sabe o que fazer logo vai ao meu encontro e começa a puxar um assunto qualquer sobre eu estar cansada apenas para distrair um pouco e noto logo as pessoas voltando as conversas aos poucos, e vou me sentindo mais confortável. Mas não posso deixar de notar pessoas mais próximas um tanto quanto ansiosas. E decido que mais tarde vou falar com cada um e me despedir mais educadamente.
Aproveito um momento para sair dali e dar uma última caminhada por Gaia, saio andando pelas ruas, vemos que as necessidades de veículos automotores realmente é algo que passa despercebido mesmo a cidade sendo consideravelmente grande, o que é bom, pois atualmente não dispomos de mais recursos para poder fabricar esse tipo de transporte, todos os veículos que eram altamente usados sucumbiram com o tempo, e atualmente apenas usamos nossos recursos para reconstruir as ruínas do que restou após anos de lutas. Agora olhando ao redor do que restou, posso ver que os sobreviventes não herdaram nada além de problemas e muito trabalho.
O fato de morarmos em cidades relativamente próximas em torno de um ou dois dias de caminhada uma da outra, com caminhos reconhecidos apenas como se fossem uma velha estrada, o calçamento a muito já foi perdido em todos os lugares fora das cidades, e reconstruir a vida passou a ser uma atividade individual de cada cidade, o que acarreta em abandono de qualquer coisa fora dos domínios comuns das cidades, em um local que antes pertencia a alguma parte montanhosa do norte de Áustria, o que pode tornar o caminho entre as cidades difícil quando há neve.
Mesmo assim, nos meses de calor, o caminho traz brigas pela curta distancia entre as cidades, não que não haja muitos locais disponíveis, mas nenhuma das duas cidades aceita começar tudo de novo em outro local, ficar onde já se tem toda uma estrutura é algo tentador, sem contar o simples fato de não aceitar sair, ceder não é algo possível.
Voltando para o jantar encontro Donan no caminho com o qual converso distraidamente quando acabo esbarrando em Marian que se encontra lá também, por pouco tempo nossos olhos se cruzam e posso ver que Donan está pronto para entrar em nosso meio prevendo alguma briga, mas ele apenas sem me olhar me ajuda e recuperar o equilíbrio e pergunta se estou bem, saindo rapidamente após eu dizer que sim.
Não entendo porque mas durante esse rápido momento pude sentir Naiad nos observando, talvez ela esteja mesmo com medo que aconteça alguma briga maior,  mas por enquanto está tudo sob controle e ela volta sua atenção justamente a Marian.
Conversas animadas e um belo jantar, e depois de algum tempo estamos todos nos despedindo quando algumas pessoas começam a entrar na sala de reuniões, o que é estranho pois já estamos no meio da noite e as pessoas deveriam estar voltando as suas casas, mas apenas sigo com meus passos em uma ultima vez por esse abrigo que tenho frequentado desde que tinha doze anos, hoje, com 17 posso me preparar para olhar uma última vez para cada detalhe quando sou convidada por Naiad a entrar na sala e participar de uma reunião emergencial, o que não faz sentido, pois nada do que farão a partir de agora pode me atingir já que não estarei mais aqui, mas como uma despedida me apresento a essas pessoas, pois sei que encontrarei pessoas das quais quero me despedir na sala.
Posso ver ao redor de uma grande mesa as pessoas se ajeitando, e tentando parecer menos tensas do que realmente estão, sinto que algo deve estar errado em Gaia. Começo a sentir que deve ser algo muito ruim para reunir as pessoas a uma hora dessas após tamanho banquete, onde todos devem estar cheios e cansados, mas ao iniciar as reuniões vejo que os motivos se relacionam muito mais a mim do que a qualquer um que está aqui.
—Alana, você foi chamada porque precisamos de sua ajuda e aparentemente você tem mais motivos do que qualquer um aqui saber mais coisas sobre você mesma – diz Naiad.
Fico em silêncio para ouvir, mas noto que por enquanto estão apenar aguardando uma pessoa, já que temos um lugar vazio na sala.
Ademais temos Adua também pode ser considerado alguém esperado nessa sala, já que está sempre a frente de qualquer grande evento que ocorra. Niria por sua vez é alguém que eu realmente não esperava ver aqui, sei que ela tem sua importância ao lado de Naiad, quase como uma líder também, porém seus cuidados sempre foram destinados às áreas de cuidado dos cidadãos, não ao exército, e muito menos ás pesquisas, o que não traz nenhuma ligação dela a mim, e me intriga sua presença aqui. Além de uma das cobaias de Naiad em sua busca por controle, são quase um ser diferente dos outros, possui um olhar penetrante, olhos com uma tonalidade roxeada, ela possui características tão singulares, ela foi um projeto de Naiad, ou ainda é, na tentativa de misturar genes e encontrar o controlee inteligência que Lore possui, pessoas, algumas voluntarias outras não foram selecionadas para sofrer modificações em seus genes a fim de observarem seus resultados, e acabara, adquirindo apenas uma habilidade positiva, um olhar muito melhor do que de qualquer humano normal.
Fora ela, tem mais dois homens que não consigo me lembrar, não tenho nem mesmo vagas lembranças de tê-los visto, um lembra muito Adua, com seu porte belo e forte, mas o outro contradiz a qualquer habitante de Gaia, com um físico também grande e forte, mas com uma pele extremamente loira e clara, com olhos azuis, e um rosto não com traços firmes, porém não rudes, não lembro de conhecer pessoas com essas características e fico imaginando se ele também não é resultado de nenhuma pesquisa.
Eis que a porta se abre e podemos ver que a última pessoa que, ocupará a cadeira vazia a minha frente é Marian, justo ele que não me quer mais aqui, imagino o que terá para me falar nessas circunstâncias, olho fixamente em seus olhos agora sem medo do que ele terá para me dizer, posso ver que ele também não foge do meu olhar, mas não consigo saber o que quer me dizer, se é que quer dizer algo, mas sinto ele sentando ainda sem desviar o olhar e permanecemos assim enquanto Naiad começa a falar.
—Como todos nós sabemos Alana passou um tempo perdida de Gaia, e agora quer ir embora, e simplesmente não podemos deixar que isso ocorra.
Ao ouvir a palavra perdida não posso mais me omitir, sinto que essa repugnante colocação de eu estar perdida quando fui entregue aos inimigos é mais do que posso aguentar, e logo antes que eu levante da cadeira prestes Marian segura minhas mãos tentando me impedir, sinto vontade de gritar e sair, mas não quero ninguém mais tentando em convencer de nada, então posso ver seus lábios formando um pedido, para que eu fique.
—Durante anos temos problemas com Lore e a atitude quem mais nos chama atenção além das habilidades avançadas que têm devido ao seu controle é sobre como se mantém contidos perto de você Alana, precisávamos de sua ajuda porque achamos de algum modo que você consegue obter esse controle e sabemos de sua aversão a qualquer tentativa que fazemos, então achamos melhor que você não esteja mais entre nós, o interesse de Lore em você é evidente e talvez isso nos dê um tempo de paz.
Então a verdade de tudo que eles queriam é isso, uma troca, me levam a Azlan e garantem a paz de Gaia.
—Já sei o que aconteceu agora, e o que queriam – Digo em alto e bom som para que todos possam prestar atenção em mim, e tento me manter compreensível e razoável para que nada do que aconteceu possa gerar mais conversas as quais não estou á fim de ter. – Entendo o lado de vocês e o que queriam e acho justo sim, talvez teria concordado, mas agora não é mais algo que importa, estou indo embora e não temos tempo de fazer nada, gostaria de me despedir de todos vocês e descansar um pouco antes de amanhecer.
—Alana – Começa novamente Naiad, mas agora sem tensão, parece que finalmente acabaram as conversas – Apenas queremos que se lembre de que querem você, não sabemos para onde está indo, se é que você mesma sabe, mas a partir do momento que sair daqui não contará mais com nossa proteção, e em Lore certamente estarão atrás de você, tenha cuidado e saiba que eles assim como nós queremos entender melhor esse controle, então poderá ser vítima de testes lá, talvez sem poder escolher se quer fazê-los ou não, apenas tente usar o que quer que você tenha a seu favor, estaremos torcendo por você, mas não podemos mais acompanhá-la.
—E sempre que quiser poderei estar ao seu lado – diz Marian olhando fixamente para mim.
Marian, era a única pessoa que eu não precisaria perto de mim. Mas é melhor não dizer mais nada, apenas agradeço aos conselhos, despeço-me dos três desconhecidos de longe mesmo, apenas um abraço em Naiad e Niria, e uma longa troca de palavras afetuosas com Donan e Adua, deixando de lado Marian, como prometemos que faríamos, e também porque ambos concordamos que não queremos isso.
—Boa noite! – Sua voz está suave e irreverente, mas não vejo Marian indo embora – Alana desculpa, eu só queria seu bem!
—Se livra de mim era realmente a melhor maneira de deixar bem, qual era o próximo passo, me enviar como um presente já sedada para os testes em Lore?
—Posso ir com você! – Ele não pode estar falando sério – Se você me quiser, e mesmo se não quiser, imagino que não precisamos ficar dessa maneira, pode ser a ultima vez que nos vemos, não tem nada que possa fazer você me perdoar, ou ao menos se despedir de mim?
—Desculpa Marian, posso me despedir de você, e só – Também não quero me despedir dele, mas não vejo outra saída e então dou um longo abraço nele, posso sentir seus lábios próximos aos meus ouvidos, e assim que ele diz adeus, minhas lágrimas escorrem pelo meu rosto de maneira que não consigo fazer parar, simplesmente não consigo. E então deixo que ele diga mais um adeus, já longe de meus braços, e provavelmente feliz por estar me vendo chorar por sua causa, mas ao levantar sua cabeça, vejo que estou errada novamente, ele também não consegue esconder suas lágrimas, então rapidamente beija meu rosto com um ultimo adeus e sai rapidamente do meu quarto.
Pela manhã pego uma pequena porção de roupas, alguns itens pessoais, nada além disso! Saio e me encaminho á mesa para uma refeição antes de partir. Acabo a refeiçãoe me retiro! Pego minhas coisas e me dirijo a saída de Gaia.


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Notas finais do capítulo

Então?? O que tão achando??



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