Paginas dos cavaleiros escrita por Leonardo Gama


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal, esssa é a historia que tenho maior orgulho em escrever, desde 2014 eu venho idealizando e moldando ela.
Espero que gostem dela tanto quanto eu.
Boa leitura



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 Mais um dia produtivo de trabalho, novas descobertas em campo, novos mistérios a serem desvendados. O Sol já se punha no horizonte, estava ficando tarde.

—Tudo bem pessoal, podem guardar tudo. – pedi à equipe.

—Senhora, sei de um bom lugar para acampar, se quiser, podemos ir até lá. – detrás das árvores surgiu um homem de longos cabelos cor de mel e olhos negros como a noite, portava-se como um verdadeiro latino. –Tem água e comida por lá, sem contar que é seguro.

—Pois bem, Alfonso. Nos ajude a guardar tudo e conduza a caminhada.

Sam confiava plenamente a sua equipe nas mãos daquele homem. Alfonso era seu guia de confiança, viajou o mundo todo e conhecia cada canto como a palma de sua mão, então, dificilmente iriam se perder ou entrar em apuros em uma mata fechada ou desertos gigantes. Essa expedição pela floresta amazônica era essencial para a pesquisa que trabalhávamos, haviam relatos de fosseis novas criaturas por essa região, precisávamos vê-los com nossos próprios olhos.

Após alguns minutos caminhando, encontramos uma clareira que dava acesso à beira de um pequeno lago, calmo e tranquilo. Havia, ao redor, diversas árvores frutíferas.

—É, realmente é um ótimo lugar para acampar. Você conhece bem a região. – disse enquanto admirava a paisagem. Este lugar é uma maravilha da natureza.

—Senhorita, eu conheço muitos lugares, poucos são tão ricos como aqui. Bom, eu irei buscar algumas frutas um pouco longe daqui, volto antes do jantar ficar pronto.

—Tudo bem, eu ficarei aqui mais um pouco.

—Vê aqueles pés de manga bem ali na margem, aqueles com as copas grandes? Vire a direita e siga 40 passos em frete, encontrará uma cachoeira de águas claras, caso deseje, tome um banho, relaxe um pouco, tem trabalhado demais essa semana. – disse já indo embora se embrenhando na mata. –Os povos daqui, dizem que a água tem poderes mágicos, irá te fazer bem.

—Obrigada pela dica. – acenei. – Volte logo.

—Eu sempre volto. – a voz estava distante, já não conseguia vê-lo.

Aquele homem, era amigável e misterioso, era como se sempre soubesse o que fazer ou dizer, seu olhar emanava uma luz de paz e sabedoria, isso era ótimo para as pesquisas, mas ainda, inquietante.

Ao anoitecer, a jovem foi até o local que Alfonso a indicou, munida de uma lanterna enorme, adentrou na mata e teve a visão da mais pura beleza da natureza, uma cachoeira, não muito alta, que findava em um pequeno rio que corria por dentro da encosta. A formação das árvores fazia com que a luz da lua iluminasse toda a queda d’agua, as pedra grandes ao redor tornava a beleza do local, ainda mais estonteante. Tirou sua mochila das costas e colocou várias tochas ao redor do pequeno lago, pensou com sigo, que se tivesse um violão e comida, ali seria um ótimo local para um luau. Certificando-se de que estava à sós, entro na água, era como se a natureza abraçasse e a acolhesse, sentiu-se em casa, mas, algum tempo depois, viu um arbusto mexer na margem, logo em seguida uma sombra atrás de uma das pedras.

—Isso não tem a mínima graça, se eu descobrir quem está me espionando...

Antes que terminasse a frase, ouvia gritos ao longe, muitas pessoas chamando pelo seu nome, ainda com medo da cena que acabara de presenciar, vestiu suas roupas e foi ao encontro dos gritos. Se depara com Fred, seu pai, que a recebe com um abraço de alivio.

—Onde estava? Eu fiquei morrendo de preocupação. – disse Fred a envolvendo em um abraço caloroso.

—Eu estava em um cachoeira aqui perto, não havia necessidade de todo esse alarde.

—Como não? Você sumiu por quatro horas.

—Como por horas? Eu sai do acampamento apenas para tomar um banho e descansar.

—Que tipo de banho você estava tomando? Foi fabricar a água? –Seu pai já mostrava um tom de nervosismo. –Você devia ser mais responsável e avisar alguém quando sair.

—Alfolso sabia onde eu estava.

—Ele também desapareceu, mas vindo dele, já me acostumei. Pensávamos que ele estava com você.

—Ele entrou na mata antes de eu sair para o lago.

—Mas isso não importa, sumir assim, sem avisar ninguém, é loucura! –Seu semblante passara de preocupação, a raiva. –O que estava pensando? Podia ter se perdido.

—Não precisa de chilique, foram alguns minutos.

—Você é surda? Eu acabei de dizer que sumiu por horas. HORAS! Vamos voltar, a gente conversa quando chegar no acampamento.

Mas como isso é possível? Não passei mais do que trinta minutos, tenho certeza absoluta disso. –Teria eu, perdido noção do tempo? Estava tão cansada, talvez seja isso. Pensou a jovem, ainda confusa com tudo que acontecera até então. Mas nada seria tão estranho quanto o evento que estava por vir.

Ao retornar para o acampamento, todos se deparam com uma cena de destruição, tudo estava jogado e revirado, barracas jogadas, comida espalhada, alguns instrumentos frágeis e tubos de vidro quebrados, uma verdadeira zona de guerra. No meio da bagunça, Alfonso analisando o local.

—O que diabos aconteceu aqui? – Fred estava perplexo.

—Um ataque de algum animal, talvez uma onça, uma matilha de lobos-guarás, não sei dizer ao certo, está escuro, não consigo ver muito bem. – Alfonso agachado, olhava a terra revirada. –Mas o que fez isso, estava furioso.

—Está vendo? Isso tudo aqui é culpa sua. – Fred se virou par sua filha. –Se não tivesse desaparecido, nada disso teria acontecido.

—Minha culpa? Eu não mandei você ir me procurar. Já sou grande o suficiente para me virar.

—A então você estar reclamando por ter me preocupado?

—Só não precisa fazer um escândalo por causa disso, já disse que não percebi a hora passar, quer que eu faça o que? Te dê um biscoito?

—Então como quiser, já que é grande e autossuficiente, eu estou sobrando aqui, vou dar uma volta. – seu pai lhe deu as costas. –E não se preocupe comigo, eu sou grandinho também.

Com isso Fred adentrou na mata, sem olhar para trás. Sam tentou esboçar uma reação, porém, foi interrompida por seu guia.

—Deixe-o ir, precisa passar por seus próprios testes.

Aceitando o conselho do amigo, a Doutora voltou os olhos a completa bagunça que seu acampamento se encontrava, alguns de seus companheiros tentavam recuperar amostras de plantas e solo, outros rearmavam as barracas. Ao observar bem tudo que aconteceu ali, percebeu que havia uma pena negra jogada perto da fogueira que ainda estava acesa. O artefato não era uma amostra, apareceu ali durante o ataque. –Poderia ser de um dos responsáveis? Revolveu buscar um catálogo de pássaros de grande porte, para tentar resolver tal mistério, não encontrou nada, talvez analisar em algum microscópio, foi ai que o que era estranho, ficava pior. Ao observar o objeto, percebeu que ele emanava uma energia estranha, algo que parecia ter consciência, jamais tinha visto algo parecido. Pensou ser a descoberta de uma nova espécie, então, resolveu guardar o artefato no lugar mais seguro que tinha no momento. Foi até uma grande caixa branca, de lá retirou um objeto quadrado, o colocou no chão e apertou o botão que se encontrava na parte superior, seguido de ruídos eletrônicos, o que era até então um pedaço de metal, tomou-se forma, braços e pernas saindo, um compartimento menor elevou-se e a tela que ali estava ligou reproduzindo uma voz que se assemelhava a de um jovem.

—Por que me acordou no meio da madrugada? Eu estava sonhando com a KS-189. – disse a pequena criatura ao se esticar, como um humano que acabara de acordar de um sono profundo.

—Mas você não consegue sonhar, você é um robô. – declarou o óbvio.

—Você que pensa, eu baixei uma configuração nova que eu posso misturar dados armazenados e formas novas imagens, é quase um sonho.

—Tá, vamos, diga logo o que precisa. – Sam apontou para a pena. –Preciso guardar uma coisa.

—Aqui quem fala é Will Morph, Robô de coleta, armazenamento e auxilio humano, RD-001, Qual código de acesso? – disse o pequeno robô.

—Meu nome é Samantha Grigs, Biologa e Bioquimica do instituto LP de pesquisa e desenvolvimento cientifico e humano, código de acesso MRC-09031998.

—Acesso permitido. – um compartimento abre na barrida do robô e olha guarda a pena. –Condições de armazenamento?

—Temperatura ambiente.

—Está pronto. Precisa de algo mais, minha senhora?

—Preciso sim, que nunca mais me chame de “minha senhora” sabe que não sou sua senhora. Eu criei você como meu amigo, não como meu objeto.

—Eu sei, só queria ver sua cara de pamonha mesmo. – por incrível que pareça aquele robô tinha um senso de humor.

—Muito engraçado WM, se quiser dormir, pode ir, não vou precisar de nada por hora.

—Não, vou ficar por aqui mais um tempo, é sempre assim, você me chama, manda dormir e me chama de novo depois de 15 minutos.

—Então fique alerta a movimentações estranhas na mata, fomos atacados por algum animal ou coisa.

—Tudo bem, WM no comando. – o pequeno robô fez uma continência.

Ao dizer isso, o pequeno se pôs em modo de sentinela, determinou um perímetro em volta do acampamento, indo de um lado para o outro, observando atentamente cada movimentação na floresta, seus olhos eram potentes, podiam ver o mínimos detalhes, podia ver um pequeno pássaro dormindo em um galho, ratos saindo de suas tocas para buscar comida, cigarras cantando mata a dentro. Depois de horas, nada havia mudado, tudo era calma e tranquilidade nos arredores, todos foram dormir a não ser Alfonso e o pequeno de lata que ainda fazia vigília, mesmo aparentemente sem necessidade, o robô fazia questão de observar melhor os detalhes em volta da cabana de sua comandante, mas nada encontrava.

Já passava das 2:30 da manhã, o silencio da mata era dominante, a fogueira estava fraca, quando a escuridão penetrava no acampamento um grito de terror foi ouvido ao longe. Todos saíram correndo de suas barracas e o pequeno robô se pôs em modo de combate, seus dedos recolheram-se dando lugar a uma espécie de arma a laser, na outra uma pequena metralhadora.

—Pai! – gritou Sam, seu coração sentira que algo de terrível tinha acontecido.


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