Piratas do Evangelho escrita por Suzanah


Capítulo 1
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O alarme foi preparado para despertar o Pedro às sete da manhã e foi o que aconteceu mais uma vez em todas as manhãs de segunda à sexta.

Não foi muito difícil de acordar o Pedro porque ele esqueceu de fechar as cortinas no dia anterior e os raios solares o despertou.

— Mais cinco minutinhos...

Mas foi só ameaça mesmo. Logo ele se levantou, tomou o seu café e foi tomar banho e colocou, desnecessariamente, shampoo. Tudo bem, a gente respeita.

Pedro é um quarentão, solteiro e sem filhos. Trabalha em uma feira vendendo frutas. Uma vida tranquila.

Depois de tudo pronto, pegou sua bicicleta e foi para a rua das flores, dois bairros depois da dele. Mas como ele é pão duro, vai de bicicleta. Depois reclama de dores nas pernas.

Quando ele chegou, logo ele coloca a sua bicicleta junto com as dos outros trabalhadores.

— Bom dia, Pedro!

— Bom dia, Dona Lurdes!

O Pedro caminha até a sua barraca e para na frente dela:

— Bem, mais um dia de trabalho!

— Bom dia, Seu Pedro!- Disse João. Um adolescente que traz as caixas de frutas.

Muito bem, Seu Pedro poliu uma maçã por uma e fez uma pirâmide com ela.

Os abacaxis foram postos na frente da barraca, uma das estratégias do Seu Pedro. As cores vibrantes dos abacaxis para chamar a atenção. Todo mundo sempre coloca as maçãs, mas ele fez diferente. Espertinho.

E mais dois barris. Um em cada canto da barraquinha. Uma cheia de maçãs verde e a outra de morangos.

Era hora de abrir.

— MAÇÃS! MAÇÃS VERDES E VERMELHAS! FAÇO SUCO NA HORA!

Como hoje era quinta-feira, a movimentação estava cheia. Final de semana chegando, o pessoal quer dar uma renovada na alimentação, receitas novas. Seu Pedro fica muito feliz com a nova moda fitness.

Sério, uma moça perguntou para o Seu Pedro se havia maçã fitness. Meu, MAÇÃ FITNESS!

Basicamente, qualquer maçã é fitness. Hilário.

— Está sabendo, Pedro?- Veio a Dona Lurdes lhe entregando o jornal.

— Não.- Ele o pegou e o abriu.- Piratas na cidade? Onde?

— Lá do outro lado da cidade.

O coração do Seu Pedro se acalmou.

— Que alívio. É raro piratas virem a esta cidade. Me pergunto como essas cidade, já acostumadas lidam com isso.

— Também não sei, meu filho. Engraçado que aqui diz que não consegue identificar qual é o navio por não possuir uma bandeira.

— Surreal. Não vamos nos preocupar, Dona Lurdes. Eles estão bem longe.

— Amém, meu filho!

— Oi, com licença.- Veio uma moça de cabelo castanho e encaracolado.- Quanto é as maçãs?

— Opa, depois a gente se fala, Dona Lurdes. Cinco cada, senhorita.

— Quero vinte.

Enquanto o Seu Pedro ensacolava as maçãs, a moça perguntou assim do nada:

— Você acredita em Deus?

— Não.

— Por quê?

— Sabe, mundo violento cheio de matança...

— Mas já pensou que a culpa é nossa.

— Xiiii lá vem aquele papo de livre arbítrio. Isso não cola comigo.

— Não deixa de ser verdade.

— Hum, sei. Qual seu nome?

— Não posso dizer.

— Me pergunta se eu acredito em Deus e não pode me dizer o seu nome?

— Desculpe. Eu gosto de saber o que as pessoas pensam sobre isso. Me faz...refletir.

— Entendo. Mas prefiro acreditar na ciência.

— Você já pensou que Deus e a ciência estão interligados?

— Olha, tá bom o papo, mas eu preciso trabalhar.

— Compro o barril inteiro de maçãs verdes.

Então o Pedro bufou e parou de fazer suco e ficou prestando atenção.

— Não acredito, mas o papo até que tá interessante.

— Alguém muito inteligente fez a Terra. Saca só: A água tem propriedades únicas. E essas propriedades são muito importantes porque a água, para ela gelar, ela se contrai. Mas antes dela gelar, ela expande. Se a água não tivesse essas propriedades ela não ia expandir e sim se contrair ainda mais até virar gelo. Mas esse gelo, sem as propriedades, afundaria porque seria mais pesado a água, assim sendo impossível ter vida humana. Tendo mares e lagos congelados seria impossível haver vida humana... e outras vidas também.

— Me pergunto porque está me dizendo isso.

— Senti isso. Estamos salvando vidas!- Ela deu o dinheiro e pegou o barril de maçãs verdes.

— Você quer ajuda?

— Não precisa. Eu sou bem forte!

— Caral...

— Olha a boca suja!- Advertiu aquele tiquinho de gente segurando o barril como se fosse um abraço de urso.

O resto do dia foi tranquilo.

— Eaí, Pedro!

— Pô, como vai Michael?

Ele fizeram um toca aqui.

— Vamos para o boteco depois do trabalho?

— Claro, meu chapa! Tomar uma cervejinha! Hum... faz tempo!

— Tá certo. Até mais tarde, então!

A movimentação estava diminuindo e algo brilhava no chão. Então o Seu Pedro foi até lá e viu que era um chaveiro de panda de metal.

— Por isso que brilhava.

Então ele foi procurar pelo dono de barraca em barraca, mas nada.

— Onde você estava estava, Pedro? Estava cuidando da sua barraca, enquanto você estava passeando.

— Que nada, João.- Da barraca de guloseimas- Estava procurando o dono deste chaveiro.

— Ah fica com ele ou joga fora.- Ele ligou o seu celular.- Vou convidar a Sabrina para ir ao cinema...- João ficou roxo.

— João o que foi? Você está passando mal?

— É melhor jogar esse chaveiro fora, e agora!

— Peraí, mas o que tá acontecendo?

— Nas notícias estão dizendo que viu um pirata com um chaveiro igual a esse!

— Ai meu Deus!

Sem pensar muito, ele jogou aleatoriamente e bateu em um cara.

— É ele!- Disse o cara.- O pirata das notícias!

— Na-na-na-na-não é meu! Eu o encontrei na rua!

— Peguem ele!

Seu Pedro saiu correndo até chegar em sua bicicleta.

— Chave, chave!

Ele batutava os bolsos, mas a chave não aparecia. A notícia se espalhava e vinha multidões de dois lados opostos.

— Não dá tempo!

Abandonou a bicicleta de lado a saiu correndo. Não foi tão difícil por causa da pão durisse dele. Pessoas novas recebiam a notícia e corriam atrás dele.

— Nada dá. Não aguento mais!

Por sorte, encontrou uma rua de esquina e entrou.

Mas era sem saída.

— Ferrou. É questão de tempo até me acharam.

E, por milagre, caiu uma corda, dando contraste as paredes de tijolos e ele subiu.

— Obrigado, você salvou a minha vida! Peraí, você?

— Desculpe, mas você está com o meu chaveiro.- Disse aquela moça dos cachos.

— VOCÊ fez de propósito?!

— Não, não! Se acalma! Olha, vou falar bem devagar.

— Está bem.- Ele respirava ofegante.

— Eu sou uma pirata...

— Ai meu Deus!

— Calma, calma, calma! E... não fale Deus em vão...obrigada. E....você vem com a gente.

— Oi?! Eu tenho uma vida aqui! Não posso abandonar tudo só porque uma vadia me encrencou!

Então ela lhe deu um tapa e disse bem firme:

— Olha só, seu careca idiota boca suja! Estou lhe fazendo um favor! É uma questão de tempo até a cidade, ou melhor, o país saber que você é um "pirata".

— Mas eu não sou um pirata!

— Ninguém vai acreditar! Você já tá na internet! Vou te levar até o Capitão. Ele deve estar me esperando agora.

— Não, por favor. Eu vou morrer!

— Calma, fica tranquilo. Não somos piratas qualquer. Somos os Piratas do Evangelho!

— Mas que mer....ah! Piratas crentes!

— Ok, já que você quer ser preso...

— Não, não! Não quero, me ajuda!

— Ok, você sabe pular alto?

— Não.

A cachinhos bufou.

Seu Pedro amarrou a corda no prédio em que eles estavam e a garota pulava no outro prédio e amarrou a outra ponta da corda e o Pedro engatinhou até chegar nela.

— Beleza, vamos fazer isso mais sete vezes e depois vamos até o mar.

— Ok.

— Ah, meu nome é Marina e o seu?

— Pedro.

— Ok, você consegue, Seu Pedro.

Depois das sete vezes, os dois desceram pela corda e correram com tudo pro mar.

— Olhem, é o pirata do chaveiro!

— Me pergunto se ainda terei pique para nadar até o navio.

— Não precisa, Marina. Há uma canoa bem ali!

Os dois correndo viraram para a direita e entraram na canoa.

— Eu posso descansar um pouco?

— Estamos quase chegando no navio.

— Eu nunca corri tanto e ainda tenho que remar.

— Por ter me chamado de vadia.

— Mas eu podia estar no trabalho ainda se não fosse por você.

— REMA!

— OK, OK!

Os dois chegaram no navio e foram direto falar com o capitão.

— Então é isso, Marina?

— Sim, Capitão.

— Sei não. Ele pode nos dedurar.

— Eu não vou eu juro! Eu... eu posso fazer a sua bandeira! Soube que vocês não tem pelo jornal.

— Hum... ok!

— Faço rapidinho!

Dez minutos depois.

— Mas já voltou?

— Sim. Agora lhe mostro a minha obra de arte!

— Gostei. Bem-vindo a minha tripulação, companheiro!

 


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Notas finais do capítulo

Se quiser saber o resto da história, entre no meu wattpad---> https://www.wattpad.com/story/124418462-piratas-do-evangelho



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