Amor ao primeiro Toque escrita por Kevin
Notas iniciais do capítulo
Nome: Ana
Anos: 14 anos
Descrição Física: Cabelos castanhos claros, longos até metade das costas, lisos com as pontas cacheadas; Pele clara e macia; Olhos cor de mel; 1,58 de altura; Mãos delicadas; Cega.
Personalidade: Insegura e desconfiada; Teme as pessoas que se aproximam dela, agindo com agressividade em alguns casos; Sensível percebe com facilidade a mudança do tom de voz das pessoas.
Nome: Leo
Anos: 17 anos
Descrição Física: Moreno de pele escura; Cabelo crespo cortado baixo, quase uma cabeça pelada; Lábios grossos; 1,68 de altura.
Personalidade: Atrapalhado, está sempre criando uma situação embaraçosa, seja falando ou agindo; Criativo, quando consegue se concentrar, acaba deixando sua criatividade fluir; Esforçado e sonhador.
Atrás do balcão de costas para a porta, o único atendente da lanchonete, entretido com uma revista, não percebeu o cliente entrando lentamente.
– Por favor, pode... Um pouco de... De... Água? - A voz do cliente mostrava ser a voz de uma jovem moça. O jovem atendente apenas esticou o braço direito, apontando para um pequeno filtro com copos, não muito distante.
– Alguém... Está ai? - A cliente pareceu um pouco constrangida ao perguntar aquilo.
– A sua direita! Acaso é cega? - O atendente virou-se irritado. Os clientes pela manhã eram sempre folgados, pediam água e nada compravam. Aquela cliente em questão estava se saindo mais folgada que o normal, como ela podia dizer que ele não estava ali?
– É-É... É o que parece! - A cliente bradou com a voz tremula. No entanto, o jovem atendente já estava a ver a cliente, havia ficado estático. Realmente a cliente era cega. Os olhos dela estavam vermelhos e sua face marcada pelas lagrimas que desciam.
– Espera! Não foi minha intenção! Cuidado! - O rapaz parou esticando a mão para frente e fechando os olhos, chegou a retrair o corpo como se tentasse evitar algo. A menina tropeçava ao começar a andar para trás.
O jovem moveu-se para o outro lado do balcão. Já constrangido sem saber o que dizer e fazer.
– Ai meu Deus! Não... Por favor! Desculpa! Droga olha esse sangue... Meu Deus! Digo, não olha nada! Quero dizer... - O rapaz quando chegou mais perto da jovem via sangue em seu joelho.
Pegando-a no colo, a pôs sentada no balcão. Ele tentava se acalmar e pensar no que fazer, ela desesperada em meio ao pranto batia nele com as mãos, até dava-lhe ponta pés, querendo desvencilhar-se dele. Nenhum dos dois conseguia manter a calma. Ela acabou o derrubando no chão. Caído pode ver novamente os joelhos. Os joelhos sangravam, mas também estavam sujos. Pela lanchonete, piso liso e branco, não se via sujeira alguma.
Ele havia limpado a lanchonete. Ele levantou-se pegando um copo de água para a menina. Ela ainda se debatendo, não deixava ele chegar perto. Ele pegou firme no pulso dela, impedindo que ela continuasse a bater, e levou o copo a mão direita da menina. A menina parou de se debater naquele momento.
A menina tremia e soluçava ao levar o copo de água até a boca. A algazarra entre os dois havia parado. O rapaz tentava se acalmar à medida que via que ela ia se acalmando. Moveu-se para trás do balcão, pegando um pequeno estojo de primeiros socorros. Pondo a mão nas pernas dela, ele a virava para que pudesse fazer ela ficar de frente para ele, e assim cuidar do ferimento dos joelhos. Ela gritou assustada, ao sentir ele a tocando. Tentantou golpeá-lo.
– Caí na rua... Tateei uma... Entrada de loja... Não foi sua culpa... - A menina ainda falava em meio a algumas lagrimas que desciam.
– Sou Leo! -O rapaz fez uma pausa.– Pela sujeira foi no inicio da quadra. -As mãos da menina não deixavam que ele limpasse o ferimento. Ele deixou então a gaze nas mãos dela.– Não sei o que aconteceu nos outros lugares, mas ao menos ligar para alguém vir te buscar você vai deixar. - O rapaz foi interrompido.
– Não preciso de ajuda! - Grita a garota que deixa Leo desconsertado. Leo nada disse, pegou uma nova gaze e começou a passar no joelho da menina.
– Não estou ajudando, apenas fazendo o meu trabalho. Aqui é um pronto socorro! Um acidentado entra, eu cuido dele. Mesmo que não queira. - O rapaz iniciou a limpeza do joelho novamente, enquanto a menina ficou estática. Ela jurava que ali era uma lanchonete. Sentia cheiro de fritura. Nem mesmo sabia que havia pronto socorro próximo. A menina acabou esboçando um pequeno sorriso.
– Preciso pegar outra gaze. - Leo se levantou, mas sentiu seu braço ser envolvido por mãos pequenas. A menina impedia sua saída. Ela estendia a outra gaze para ele, a mesma que ele havia colocado nas mãos dela.
– Tente ser mais delicado. - Ela ergueu a mão ficando com ela estendida segurando a gaze. Ele foi para pegar a gaze. Um toque pequeno ocorreu entre a pele dos dois. A menina ao notar pegou cuidadosamente a mão dele, levando até seu joelho.
– Dessa forma, com leveza... - Ela segurava a mão dele docemente, mostrando como deveria deixar sua mão tocar o ferimento. Enquanto tinha as mãos dela junto a sua, ele sentia a maciez da mão dela.
Quando terminou de limpar o ferimento, as mãos ainda estavam juntas. Ela então levantou a mão e agitou no ar até tocar o rosto dele. Delicada e cuidadosamente o rosto do jovem era explorado. Toque leve e suave, que deixava o rapaz sentir ainda mais a maciez.
– Cegos tocam a face das pessoas para sentir o modelar dos rostos. - A voz deixou Leo completamente constrangido e atrapalhado, derrubou as coisas ao seu redor e quase caiu.
– Sorte minha filha encontrar você. - O pai sorriu apra o jovem.– Filha, sua ida a floricultura fica para amanhã. - Era o pai. Parecia já saber que ela havia caído. O pai pegou a filha do balcão levando-a no colo.
– Me chamo Ana. - Disse a menina enquanto o pai ia saindo com ela devagar.– Obrigada, Leo! -
– Voltem! Amanhã aqui será uma floricultura. - Dizia Leo.
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Espero que tenham gostado.
É basiquinha mesmo, só para mostrar uma cena diferente. Um encontro diferente.