Magi: Empire of Magic escrita por TrizArqueira


Capítulo 4
Algumas coisas mudam, outras, nem tanto




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Ninguém sabia ao certo o que fazer. Teriam as dungeons voltado com todos os djinns? Sinbad não podia evitar de sentir a animação da sua juventude retornar, mas Já’far era mais cético.

— Sin, tem certeza que isso é uma boa ideia? – O albino olhava para a ilha que se aproximava com descrença. – Não se esqueça que Arba fugiu, isso tudo pode ser alguma armação ou algo do tipo.

— Já’far, não seja tão medroso! – O conselheiro revirou os olhos para isso. – Eu conquistei me primeiro djinn com quatorze anos enquanto que mil outros falharam. Realmente sinto falta de Baal e acho que isso é um bom sinal...

— Mas, Sin...

— Estávamos indo para novas aventuras, não é? – perguntou o moreno abraçando o outro pelos ombros, ao que o companheiro só pode confirmar contrariado – Então iremos recuar ao primeiro mistério que se aproxima?

— Sei que você pode ver coisas que nós não podemos, Sin, – concordou Já’far ainda olhando a ilha no horizonte – mas eu ainda acho que seria melhor vermos primeiro do que se trata...

— Não há nada a temer! Até porque eu tenho você ao meu lado, certo? – perguntou Sinbad apertando o abraço e descendo um pouco mais a mão pelas costas do companheiro.

— SIN! – exclamou o albino ganhando a cor vermelha rapidamente ao que o outro apenas piscou e sorriu em retorno. Ja’far só pôde suspirar e torcer para não estarem se encaminhando para a morte. “Pelo menos desta vez estarei ao lado dele... Se é a vitória ou a derrota que nos espera, eu ficarei ao lado de quem amo” pensou ele olhando as sete construções na ilha e passando os dedos pelos fios das suas lâminas que contornavam os seus braços.

~Em Sindria

Os navios, com exceção do de Sinbad que havia partido mais cedo, retornaram no meio do caminho para o porto de Sindria e Drakon tentava acalmar os ânimos dos antigos generais e agora líderes das outras nações. Todos se encontravam na sala de reuniões ao redor de uma mesa com o mapa de seu mundo aberto. Marcadas nos países as dungeons que souberam ter aparecido. Ao redor da mesa, os regentes discutiam de forma acalorada.

— Precisamos saber o que está acontecendo! – exclamou Sharkan já paramentado com as vestes de soberano de Heliophat – Se as dungeons retornaram, devemos começar logo os acordos entre países para que não haja desavenças novamente.

— Ele tem razão! – concordou Yamu, se constrangendo com Sharkan sorriu em agradecimento. – Não podemos deixar que tudo se repita!

Yunan e Aladdin chegaram nesse exato momento e todos se calaram esperando o posicionamento dos magis.

— Yunan, Aladdin, – começou Drakon ao perceber que ninguém diria nada. – imagino que já saibam o que está ocorrendo.

— Sim, nós já sabemos... – concordou Aladdin retirando a franja da frente do rosto. – Precisamos falar sobre isso.

— Então sabem o porquê das dungeons conquistadas terem retornado? – perguntou Pisti se ajeitando melhor em sua cadeira.

— Não somente as dungeons conquistadas, – afirmou Yunan se apoiando em seu cajado e olhando de um a um. – mas sim todas elas.

— Como assim “todas as dungeons” – perguntou Drakon, os olhos arregalados.

Aladdin e Yunan se entreolharam e o mais novo foi até o mapa. Com alguns gestos de mão, surgiram dezenas de luzes entre os países, os reis e rainhas ecoaram em assombro.

— O que isso significa, então? – disse Yamuraiha. – Todos os djinns foram invocados? Vocês fizeram isso?

— Não, tia Yamu, – começou Aladdin a olhando preocupado – e também já vimos com Titus e Judal... Nenhum dos magis invocou essas dungeons, ainda mais nesse número... Nenhum de nós tem poder para isso.

— Então, o que está acontecendo? – perguntou Drakon.

— Nós não sabemos... – falou Yunan, o rosto triste – Mas é melhor todos se prepararem, pode ser que uma guerra esteja a caminho.

Sharkan bufou.

— Logo agora que achei que as coisas tinham se acalmado?

— Precisamos convocar todos... – afirmou Drakon ignorando o comentário do líder de Heliophat – Alibaba, Hakuryuu... Temos que achar um modo de falar com Sinbad!

— Daremos um jeito, tio Drakon! – disse Aladdin – O importante é que fiquemos juntos e saibamos não começar uma guerra entre nós novamente.

~Em Kou

Pela janela, o imperador de Kou observava as duas dungeons que ele reconhecia muito bem. Hakuryuu sentiu o coração acelerar, tudo iria se repetir. Não, nem tudo. Já superara seus demônios e seus inimigos. Tinha amigos agora, tinha uma família. Tinha Judal. Viu quando ele arregalara os olhos vermelho rubi ao seu lado, ele também estava tenso. O imperador não sabia ao certo o que tudo aquilo significava tanto para ele quanto para o resto do mundo, mas não iria deixar seus erros se repetirem. Não, dessa vez ele faria tudo diferente. Dessa vez ele seguiria o coração e seus instintos sem pensar duas vezes, sem deixar que os outros tomassem as decisões por ele. Dessa vez ele estava no comando. Porém, não queria estar sozinho.

Há algum tempo havia tomado uma decisão, dependendo de como ela fosse resolvida, sua vida mudaria completamente dali em diante. Saindo de frente da janela e tentando não pensar em tudo que aqueles prédios significavam e trariam para o seu futuro, foi até um móvel que ficava do lado de sua cama e retirou uma pequena caixa da segunda gaveta. Suas mãos tremiam e sentiu uma gota de suor passar por toda extensão de suas costas. Era hora. O jovem imperador se encaminhou a passos lentos até Judal que ainda estava de costas voltado para a janela. Os joelhos pareciam estar derretendo e parecia que algo estava preso em sua garganta. Percebendo o movimento atrás de si, Judal se voltou para o companheiro e arregalou os olhos ainda mais. Vendo que não havia mais escapatória, Hakuryuu dobrou o joelho direito e abriu a caixa.

— Ju-judal, você quer... – Ele não chegou a completar a frase. O mais alto o levantou com apenas um movimento, o pegou no colo e juntou os lábios aos dele.

— Um imperador não deve se ajoelhar diante de ninguém, Hakuryuu!

— Mas, você não respondeu... – disse o mais novo escondendo o olhar – Foi uma grande bobag...

— E eu preciso responder? – Judal colocou Hakuryuu novamente no chão e levantou o queixo dele com os dedos para que se olhassem nos olhos, o jovem imperador se chocou ao ver uma pequena lágrima que escorria do olho direito de seu companheiro, tão verdadeira que escapara do controle do magi. – Achava que depois deste tempo você perceberia que não há nada no mundo que eu queira mais do que estar ao seu lado.

Hakuryuu corou ainda mais e não aguentou, deixou as lágrimas rolarem livremente. Colocou a aliança, que tinha uma pedra tão vermelha quanto os olhos do magi, no dedo do companheiro que sorriu de forma tão inocente e verdadeira que fez o coração do jovem imperador se aquecer.

— Mas tem uma coisa que eu não posso perdoar, Haku... – disse Judal ficando subitamente sério e fazendo com que seu companheiro sentisse um frio passar por suas veias.

Antes que Hakuryuu dissesse alguma coisa ou menos que Judal se explicasse melhor, o magi foi até o seu lado da cama, onde havia um móvel idêntico ao do lado do imperador, e retirou uma pequena caixa. Hakuryuu perdeu o fôlego. O magi, com seu sorriso arrogante e os olhos semicerrados que eram sua marca sedutora, dobrou um dos joelhos e abriu o embrulho revelando um anel com uma pedra de dois tons de azul, que combinavam com os olhos bicolores do imperador.

— Hakuryuu, você...

— Sim! Sim! Eu...

— Deixa eu terminar, você é sempre tão... – Judal foi calado pelo beijo de Hakuryuu que se jogou sobre ele, fazendo com que os dois rolassem pelo chão e rissem como duas crianças. Passaram um tempo assim, Hakuryuu com a cabeça apoiada no peito de seu companheiro e Judal acariciando os cabelos daquele que significava o mundo para ele até caírem no sono.


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