—É assim que se fala. – ergueu as mãos para que ela pudesse tocar. – Deixe o medo e o passado de lado e vá agarrar o seu homem.

E era exatamente isso o que ela faria.

Bella desceu correndo as escadas para atender a porta. Olhou rapidamente no relógio e viu que ainda eram 7hs e ela tinha combinado com Edward às 8. Será que ele estava adiantado? Respiro fundo e abriu a porta dando de cara com Rosalie e Emmett.

—Oi. – Rosalie cumprimento já entrando na casa.

—Oi Bella. – Emmett a puxou para um abraço.

—O que fazem aqui?

—Viemos ver o nosso sobrinho. Trouxemos presentes. – apontou para a pilha que estava amontoada do lado de fora.

—Ele está com o pai, deve ser daqui a pouco.

—Nós esperamos. Enquanto isso, pode ir se arrumar, não precisa se preocupar conosco.

—Eu já me arrumei. – deu uma voltinha para ela pudesse ver e Rosalie a encarou em choque. 

—Você não vai sair assim de forma alguma. O que eu te disse Emm?

—Que ela se vestiria como uma mãe.

—Exatamente. Bella querida. – colocou a mão sobre o ombro dela. – Você não está indo levar o Will ao parque, você está indo em um encontro com o homem da sua vida. E como sua melhor amiga, não posso permitir que vá a um encontro de jeans e sapatilha.

— O que tem de errado com a minha roupa? Essa calça é nova. – não é que Bella estivesse mal arrumada, ela só estava normal para os padrões da amiga.

—Essa roupa diz: quero ser apenas sua amiga.

—E você quer que eu use o que?

—Sabe aquele vestido preto?

—Aquele vestido preto? – perguntou em choque, Bella não usaria aquele vestido de forma alguma.

—Sim, aquele vestido preto. É ele que você vai usar e vai colocar um salto e me deixar maquia-la e arrumar o seu cabelo. – ela não estava para discursão.

—Rose, aquele vestido é altamente indecente. Nem sei para que o comprei.

—Você o comprou para esse momento e espero que não esteja usando calcinha de vovó. – empurrou a amiga escada acima. – Vamos que o nosso tempo é curto.

[...]

—Papai. – Will correu e pulou nos braços do pai assim que o viu na entrada da escola. Edward o ergueu no ar o fazendo gargalhar e várias mães olharam para ele e ele notou que era o único homem ali.

—Oi filhão. Como foi o seu dia? – foi em direção ao carro.

—Legal, aprendemos um monte de coisas hoje. Que carro maneiro, é seu?

—É sim. Comprei hoje. - o carro era um volvo prata V60.

—Muito maneiro. – Edward o acomodou na cadeirinha. – O que vamos fazer hoje?

—Que tal irmos fazer um lanche e depois ao parquinho?

—Podemos acampar depois? – pediu manhoso.

—Infelizmente hoje não vai dar. Vou sair com a sua mãe. – pelo retrovisor Edward observou a reação dele.

—Para namorar? – Edward freou bruscamente assustado com a pergunta.

—Como assim para namorar?

—É isso que os papais e as mamães fazem. – respondeu como se fosse bem óbvio. – É assim que tem os bebês.

—Achei que os bebês viessem da cegonha. – Edward o encarou abismado. Ele tinha perdido a conversa de onde vinham os bebês. Por um lado era bom, ele não sabia como explicar aquilo.

—Cegonha, que ideia. – Will riu do pai. – Como que uma cegonha ia me carregar? Eu vim da barriga da mamãe.

—E quem te contou isso?

—A mamãe. Eu só não entendi como fui parar lá. – antes que ele pudesse perguntar algo, Edward mudou de assunto.

—O que vai querer comer? – foi o que bastou para que ele esquecesse o assunto.

*****

—Só vou me trocar rapidinho e te levo para casa. – Edward avisou ao filho assim que entraram na casa.

—Oi meu lindo. – Esme sorriu ao ver o neto. – Se divertiu hoje?

—Demais vovó. Meu pai é muito maneiro.

—Mãe pode ficar de olho nele enquanto me arrumo?

—É claro. O que vai usar?

—Uma calça jeans, uma camisa básica. – deu de ombros como se aquilo não fosse importante, mas pela cara que Esme fez, aquilo tinha sim muita importância.

—Você não vai vestido de qualquer jeito não.  Aposto que a Bella vai estar toda produzida, então o mínimo que pode fazer é colocar uma roupa decente.

—Quer que vá de terno e gravata? – Will balançou a cabeça aprovando.

—E tem que levar flores. – o pequeno acrescentou. – Nos filmes o cara sempre leva flores.

—Escute o seu filho. – Esme apertou as bochechas dele. – E me diga que escolheu um restaurante bacana para leva-la.

—Não é muito chique, mas é onde tivemos o nosso primeiro encontro.

—Que romântico. Agora suba logo e se arrume.

[...]

Edward tocou a campainha e se mexeu desconfortável no lugar. Quando a porta foi aberta ele quase caiu para trás e agradeceu silenciosamente a mãe por tê-lo feito colocar uma roupa “decente”.

—Você está maravilhosa. – Bella sorriu corando. Ela teria que agradecer a Rosalie pela superprodução. O vestido era curto e decotado, mas não era vulgar e ela estava se sentindo poderosa.

—Obrigada! Oi amorzinho. – se abaixou para dar um beijo no filho. – Advinha quem está aqui?

—Oi baixinho.

—Tio Emmett. – ele correu para abraça-lo. – Oi tia Rose.

—Oi meu lindinho, estava morrendo de saudades.

—Eu também estava e olha só: Eu tenho um pai. – apontou para Edward que mantinha os olhos fixos em Bella.

—É nesse que tenho que bater ou no outro? – Emmett perguntou estalando os dedos.

—É no outro, e talvez nesse também, vai depender se ele vai magoar esses dois aqui.

—Pessoal. – Bella os repreendeu. – Rose, Emmett, esse é o Edward e Edward esses são Rosalie e Emmett, meus amigos.

—Somos praticamente da família. – Rose esclareceu. – É bom finalmente conhece-lo. – estendeu a mão. – E me agradeça. – pediu.

—Te agradecer? – perguntou confuso.

—Vi que gostou da minha obra prima. – apontou para Bella.

—Obrigado. – Edward a agradeceu. – São para você. – entregou as flores para Bella.

—São lindas. Só vou colocar em um jarro e podemos ir.

—Deixa que eu coloco. – Renée pegou as flores da mão dela.

—Então vamos? – Bella perguntou nervosa. – Will se comporte e obedeça a vovó.

—Pode deixar mamãe. – bateu continência.

—Juízo vocês dois. – Charlie alertou cruzando os braços.

—Tchau pessoal. – Bella se apressou em sair dali, não queria que a família tornasse a situação ainda mais constrangedora. – Desculpa por isso.

—Tudo bem. Eles se importam com você e acho isso ótimo.

—Gostei do carro.

—Obrigado. – ele abriu a porta para ela. – Confesso que estou nervoso.

—Eu também estou. Faz tempo que não faço isso.

—Eu também. – os dois se encararam por um tempo.

—Já fizemos isso uma vez, não tem porquê estarmos nervosos.

—Está certa. Acho que vai gostar do restaurante que reservei. – os dois entraram no carro e foram para o segundo primeiro encontro deles.

 [...]

—Esse lugar é maravilhoso. – Bella comentou admirando o local. Estava do mesmo jeito que ela se lembrava, era um restaurante simples, mas muito aconchegante e a comida era maravilhosa.

—Acertei em cheio então. – os dois se encaminharam para mesa e fizeram os pedidos. Quando o garçom os deixou a sós, Bella respirou fundo e o encarou.

— Podemos começar falando sobre o Will? – sugeriu e Edward concordou. – Eu não quero que briguemos por ele e nem impor horários. Você pode vê-lo quando quiser é só me avisar antes e combinamos direito. Vou me mudar no final de semana e você vai ter a chave da casa, então sinta-se a vontade para ir até lá quando quiser. Só peço que respeite as regras que impus a ele. Não é que eu queira ser chata e nem nada disso, mas ele precisa saber que as regras continuam valendo e devem ser respeitadas.

—Por mim tudo bem. Não quero atrapalhar a rotina dele. Podemos dividir as funções, posso busca-lo na escola e leva-lo para sair.

—É claro. Podemos resolver tudo civilizadamente. Vou te passar os horários dele e acertamos tudo.

—Excelente. – o garçom chegou e serviu a bebida deles. – Agora vamos falar sobre nós? 

—Você me culpa por ter dormido com o Anthony? – Bella foi direto ao ponto, ela queria esclarecer aquilo de uma vez por todas.