Você está sozinho em casa. Olha para o relógio na parede de seu quarto, marca 22:54. O sono logo chegou. Antes, porém, tem que tomar um banho relaxante.

Verifica antes se sua porta está trancada, haja vista seus pais estão fora de casa numa viagem. Fica receoso, pois, além de nunca ficar tanto tempo sozinho, você mora numa região mais afastada da cidade.

23:25

Você se enxuga e veste o pijama. Dá uma última olhada no grupo do Facebook do site de fanfictions que costuma acompanhar. Fecha o notebook, pega o celular e vai para o seu quarto.

Há uma mensagem de voz enviada dez minutos atrás. Será que são seus pais?

Você clica na mensagem de voz, mas há algo de errado. Uma respiração profunda, doentia, insana. Era como se a pessoa estivesse sussurrando algo para você.

"Eu vou te matar", sussurrou.

"Eu vou te matar", mais uma vez.

Seus olhos se enchem de lágrimas, coração acelerado e ansiedade.

"Eu vou te matar".

"Eu vou te matar".

"Vou te matar".

"Vou te matar".

"Te matar".

"Te matar".

"Não olhe para a janela".

"Vagabundo. Eu vou te matar, pode apostar".

Seu corpo treme, sua boca fica seca e sua frio. É um ameaça, é um assassino.

Não fique sozinho em casa, não ande à noite na rua, não confie em estranhos. Alguém está parado só observando você pela janela.