Todoroki sempre tivera um amor imenso por flores. Sua mãe teve uma floricultura quando era mais novo e o bicolor não pôde deixar de ter uma certa admiração por algo tão único quanto uma simples planta. Maravilhava-se com tamanha beleza que as mesmas tinham e como conseguiam carregar tantos significados. Em vista disso achou em cada broto uma forma de se expressar.  

Nunca fora muito bom com palavras. Não era muito de bater papo ou interagir socialmente, sempre que precisava falar algo para alguém, limitava-se ao básico, a respostas rápidas e diretas. 

Isso até que conhecesse Midoriya Izuku. 

Para si, Midoriya era algo além de sua compreensão. Não entendia como um ser tão pequeno conseguisse viver em um mundo tão grande, incrível era o fato de que mesmo isso, não parecia abalar o universo do garoto de cabelos esverdeados e bochechas sardentas, de um sorriso brilhante e olhos igualmente verdes como suas madeixas. 

E antes que notasse, o baixinho era seu novo vício.  

Passava horas e horas, às vezes, noites em claro até, pensando no outro. Se permitia encará-lo pelo canto do olho sempre que podia, deslizando as cores distintas pelas expressões variadas de Midoriya ou a pele alva, e se perdia sempre em pensamentos sobre como seria tocá-lo, senti-lo sob sua mão. 

A sálvia azul deixava claro o que queria dizer ao repousá-la, uma, todos os dias, em cima de sua mesa antes que ele chegasse. 

Penso em ti.  

E extremamente satisfatório que era, ver o sorrisinho sem graça do esverdeado ao tomá-la nos dedos e a aproximar do nariz, fechar os enormes orbes verdes e inalar suave, a fragrância da flor. Aquilo já valia para si como se tivesse uma conversa completa consigo. 

No início da primavera, no entanto, fora ele a ser surpreendido com uma flor em cima de sua mesa, um singelo crisântemo vermelho que trazia o recente ar de começo de estação e uma declaração. 

Sendo a vez de Izuku de se agraciar com suas expressões.