Why We Broke Up escrita por Melina Carbone


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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— Mas Rosie, vocês precisam conversar e resolver isso uma hora ou outra. – o Al comentou em junho, enquanto estudávamos para as provas finais.

Nós não nos olhamos mais depois do dia que você bateu no Hauke, em outubro. O Al, claro, estava sofrendo o dobro do que nós. Veja bem, Scorp, o Al é meu primo e melhor amigo, mas ele também era o seu melhor amigo e para ele era difícil ter que ficar se dividindo assim. Claro que na época eu não pensei muito nisso e tudo o que me importava era ficar bem longe de você.

— Não adianta vocês ficarem tentando colocar isso debaixo de um tapete. – ele resmungou. Eu estava tentando aquilo que você também faz muito de ignorar o que não te interessa. – Pelo amor de Merlim, Rosie! – ele levou as mãos ao cabelo.

Eu estava perdendo a paciência com o Al e a insistência dele com esse assunto que tinha nome e sobrenome.

— Eu não sou a única a ignorar esse assunto, Sirius. – eu retruquei. – E só para constar: ele que fez merda, ele que arrume tudo.

— Ele não foi o único a fazer besteira, Rose. – o Al respondeu baixinho.

Eu estava prestes a perguntar o que ele queria dizer com isso. Talvez se eu tivesse conseguido perguntar, talvez nós tivéssemos nos resolvido antes, Scorp.

— Finalmente achei vocês! – o Ryan chegou me dando um beijo na bochecha.

Eu e o Ryan estávamos saindo desde aquele dia de outubro. Eu estava até pensando em como abordar o assunto de leva-lo em casa para que ele conhecesse os meus pais – você sabe como o meu pai reage com o tema namorado. Mas esse foi o dia em que terminamos, Scorp, como você deve se lembrar.

— Vamos começar por runas antigas. – eu sorri para os dois e abri um dos livros que tinha levado comigo.

— Rosie, lembra que eu sou seu primo e melhor amigo antes de falar qualquer coisa. – Albus sussurrou para mim e eu não entendi até levantar os olhos do meu livro e dar com você olhando feio para o meu primo.

Sim, Scorpius, o Al sempre fez isso de “bolar planos” para fazer tudo dar certo. Para ele, era óbvio que nós voltaríamos a nos falar depois que passássemos uma tarde estudando para os exames finais – lembranças de uma tarde que estudamos para poções no primeiro ano. O erro dele foi achar que tudo bem fazer isso as escondidas.

Eu ajudei o Ryan com runas antigas e transfiguração, emprestei os meus resumos de poções e defesa contra as artes das trevas para o Al, mas procurei evitar falar com você ou até mesmo te olhar. Eu já não me sentia mais confortável para ficar perto de ti, Scorp.

Ficamos uma tarde inteira assim. Você até me olhava e as vezes seus olhos pareciam querer dizer algo, você parecia querer conversar algo. Mas esses olhares sumiram depois que o Ryan me deu um beijo ao acertar uma tradução de runas.

— Eu tenho que ir, muito obrigado pela ajuda, Rosie! – o Al me deu um beijo no topo da cabeça e saiu andando.

Eu percebi que o Ryan ficou incomodado com aquele gesto, mas pensei que ele esqueceria pois o Al é o meu primo. Claro que eu errei.

— Você pode pegar uma cópia desse livro para mim, por favor? – eu mostrei um exemplar de Silabário de Spellman. O Ryan assentiu e saiu em silêncio.

Não tinha notado que eu e você ficaríamos juntos caso o Ryan saísse.

— Vocês formam um casal bonito. – sua voz ecoou.

Fazia tempo que não conversávamos – ou trocávamos algumas palavras que fosse. Óbvio que eu não gostava disso e as vezes chegava a me perguntar o que nos levou a virar a cara assim um para o outro.

— Obrigada. – eu murmurei sem deixar de escrever o meu trabalho final de adivinhação.

Você rabiscou alguma coisa num pergaminho e jogou para mim, mas eu só o coloquei no meio de um dos meus livros quando vi que o Ryan estava voltando.

Não pense que eu escondia coisas dele ou vice-versa, mas eu queria me resolver contigo antes de falar qualquer coisa sobre o assunto com ele. Eu sabia que ele não gostava muito de você depois do que aconteceu em outubro.

— Rosie, podemos ir? – ele me pediu ao entregar o exemplar que eu pedi.

Eu acenei com a cabeça e juntei os meus livros, sem entender o porquê de ele querer sair assim da biblioteca.

Ele me acompanhou até a torre onde ficava a entrada na minha casa, na ala leste do quarto andar. Quase não nos falamos durante todo o caminho e isso me foi estranho também.

— Olha, Rosie, eu não queria te pedir isso... – ele começou a falar quando estávamos a alguns passos da minha sala comunal. – Não gosto que você passe tanto tempo com o Al e muito menos que fique perto do Malfoy.

Eu congelei com o rumo que aquelas palavras estavam tomando.

— Então não peça, Ryan. – meus olhos se encheram de lágrimas.

Você me conhece, Scorp, e sabe que é difícil me ver chorar – acho até que você chora mais do que eu. Mas eu realmente gostava do Ryan e odiava que ele estivesse me colocando naquela posição.

— Eu não me sinto confortável com você andando tanto com o Albus, Rosie. Eu entendo que ele é o seu primo e eu estou ok com isso, mas não precisa dar tanta bola para ele. – o Ryan passou as mãos nos cabelos.

— Não me sinto confortável com você me pedindo para que eu me afaste do meu melhor amigo, Ryan. – eu balancei a cabeça. – Você sabe que não é assim que funcio...

E ele me beijou. Chega a ser cômico achar que ele realmente pensou que um beijo iria me fazer esquecer todo aquele papo.

— Não, Ryan! – eu o empurrei depois de alguns segundos (ninguém é de ferro, desculpa).

— Rose, eu te amo! – ele soltou exasperado.

Eu o olhei por alguns segundos. Nunca alguém que não fosse da minha família tinha me falado “eu te amo”. Estávamos juntos há oito meses e ele me amava.

— Não, Ryan, não tente fazer isso comigo porque você sabe que não é justo. – uma lágrima escorreu pela minha bochecha.

— Fica comigo, Rosie! Deixa o seu primo e aquele Malfoy para lá e fica comigo. – ele pediu. – Sou eu ou eles, Rose. – ele deu um ultimato e eu o olhei em choque.

— Você não pode estar falando sério, Ryan! – eu retruquei deixando mais lágrimas caírem.

Mas ele permaneceu irredutível.

Foi nesse dia que terminamos, Scorp, como todo o colégio ficou sabendo no dia seguinte. Ele me pediu para abrir mão da única coisa que eu sempre carreguei no meu coração: a minha família.

Você não sabia disso, Scorp, tenho certeza. Apesar dos vários boatos que surgiram para justificar o nosso término, nenhum deles dizia que ele não me queria perto de você e do Al e que, por isso, nós terminamos. Afinal, você foi um dos motivos principais para que nós terminássemos, mesmo que não fosse sua culpa.

Naquele dia eu subi correndo para o meu quarto, joguei os livros que eu ainda carregava no canto e deitei na cama aos prantos. Eu gostava demais do Ryan para conseguir segurar as lágrimas depois de um término daqueles. Eu fiquei tão absorta na minha própria tristeza que só fui reparar uma semana e meia depois no pergaminho largado perto dos meus livros – ainda não creio que fiquei uma semana e meia só comparecendo nas aulas, sem anotar ou levar nada. Era o seu pergaminho daquele dia, Scorp. 

Me desculpa por tudo. Vamos conversar.

Amigos de novo?

Com carinho, S. Malfoy.

Sua caligrafia impecável como sempre, Scorp. Mas esse seu bilhete foi um dos fatores que levaram ao ultimato do Ryan. Porque você simplesmente não podia ter falado ou me chamado em qualquer outro momento.

Espero que você tenha ficado feliz quando soube que eu não estava mais com Ryan Hauke. Espero que todas as minhas lágrimas tenham valido algo para ti.

Você sabe, Scorp, esse sempre foi o seu problema. Você sempre ficava feliz ao alcançar seus objetivos, não importando como ou quem você tinha atingido durante o trajeto. No fundo eu sei que você não queria que nós terminássemos, mas foi o que você acabou fazendo.


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Notas finais do capítulo

Então, consegui fazer esse capítulo domingo a noite depois que a minha internet caiu hahaha espero que gostem e comentem o que eu posso melhorar ou ideias de objetos :)
Prometo que o próximo capítulo vai ser fofinho



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