Apenas mais Uma de Amor escrita por DanielaSilvaa
Notas iniciais do capítulo
Mais um... =)
Eu realmente não estava disposta a levantar e tive mais certeza disso quando eu senti uma mão puxando meu lençol, e um calafrio passar pelo meu corpo todo.
- Acoordaaa, Daniela! – eu reconheci a voz da Priscila na mesma hora, e por momento a voz dela soou extremamente irritante para os meus ouvidos
- Aí, cala a boca, Priscila! – disse ainda de olho fechado e tentando encontrar o lençol
- Cala a boca nada! Se você demorar vamos nos atrasar! Você dormiu na mesma hora que todo mundo e todos nós já levantamos. – quando ela disse isso vieram lembranças da noite anterior e eu tive vontade de dizer que eu não dormi mesmo na mesma hora que eles, mas resolvi continuar calada.
- Pega leve, Pri! Chama direito, eu não gostaria que me acordassem assim. – eu escutei a voz da Amanda pela primeira vez no dia e ela soava calma, paciente e eu agradeci em pensamento por isso
- Ah, é?! Eu duvido você conseguir com que ela levante! – Pri disse com um tom desafiador e eu não escutei resposta da Amanda, logo conclui que ela recusara o “desafio”, mas eu percebi que me enganei completamente quando senti uma mão passar no meu rosto e depois esfregar de leve meu braço.
- Dani, é melhor você levantar, senão nós vamos nos atrasar! – Ela disse ainda esfregando meu braço e sua voz era suave. Eu fui abrindo meus olhos lentamente e encontrei um par de olhos castanhos bem clarinhos me olhando com carinho, e a boca aos poucos se formar em um sorriso lindo, foi surpreendente pra mim a forma rápida como respondi.
- Bom dia, dorminhoca! – ela disse aumentando ainda mais o sorriso
- Bom dia! – eu sussurrei e passei a mão no olho. – Que horas são?
- 6:55. – ela disse após uma avaliação no relógio de pulso
- Nossa! – eu disse dando um pulo que a assustou. – A gente pega 7:30.
- Era isso que eu tava tentando te dizer, mas você é muito chata! – Priscila disse cruzando os braços
- Você não sabe acordar uma pessoa decentemente, Priscila! – eu afirmei pegando o lençol pra começar a arrumar a cama.
- Não, pode deixar que eu arrumo, é melhor você ir se trocar logo! – Amanda disse pegando o lençol da minha mão e eu obedeci. Eu ainda consegui ouvir a Priscila falando: “Se eu soubesse que era só dar uma passadinha no rosto e esfregar o bracinho da princesa, eu teria feito!” – eu ri da situação e acabei não vendo alguém que vinha na direção
- Opa, foi mal, Dani! Você ainda tá assim? – Pedro perguntou dando um gole na sua bebida que eu não conseguia identificar pelo fato do copo ser escuro
- Sim, e esse assunto já deu polêmica, é melhor eu ir logo, licença amor. – eu disse saindo
Eu fui tomar banho rápido, escovei meus dentes e comecei a me arrumar no banheiro mesmo, vestindo uma calça jeans coladinha, mas não muito, vestindo a blusa do colégio, mais o meu tênis e meus acessórios, também coloquei a maquiagem básica que não podia faltar, quando eu saí, escutei risadas vindo do quarto
- Qual é a piada? – eu perguntei sorrindo, todos pararam por um minuto e voltaram a rir olhando pra minha cara, eu fiquei com cara de interrogação e o Pedro resolveu me explicar
- Parece que a Amanda participou de uma luta livre essa madrugada! – ele disse voltando a rir, e as meninas o acompanharam
- Eu bati em você? – eu perguntei olhando pra Amanda que ria, mas quando ela percebeu meu tom preocupado diminuiu um pouco as risadas
- Fica tranqüila, Dani! Eu fui avisada antes e eu gostei mesmo assim! – ela sorriu e piscando logo em seguida. Eu fiquei sem graça e vi o olhar confuso que a Priscila lançou para ela, como se estivesse perguntando: “Então ela sabe?!”
- Me desculpe mesmo assim. – eu disse sorrindo de lado e indo guardar minhas coisas
- Gente já são 7:20, com certeza só vão deixar a gente entrar no segundo tempo! – Priscila disse pegando a mochila
- Vamos logo então! – foi a vez de o Pedro ir pegar sua mochila. Os dois foram na frente, enquanto a Amanda tirava o celular da tomada e eu terminava de guardar minhas roupas
- Ei, Dani... – eu parei de enfiar a roupa na mochila e me virei para encará-la
- Sim.
- Tá linda! – ela disse respirando fundo pra completar. – E cheirosa. – Nossa, mas como elogios me deixam sem graça
- Obrigada! – eu disse baixinho e colocando a mochila nas costas
- Você não tomou café. – acho que a intenção era soar como uma pergunta, mas soou mais como uma afirmação
- Na verdade, não, mas deixa, eu como alguma coisa no colégio, já que não vamos entrar no primeiro tempo.
- Tem certeza? – ela perguntou levantando uma sobrancelha
- Sim, tenho. Vamos antes que a Priscila dê a louca de novo. – eu disse saindo do quarto sentindo- a atrás de mim e descemos as escadas em silêncio.
Quando chegamos do lado de fora da casa, a mãe dela estava no carro esperando com a Priscila e o Pedro dentro.
- Oi minha linda, dormiu bem? – A mãe dela perguntou sorrindo pra mim pelo retrovisor enquanto ligava o carro
- Sim, tia, obrigada! – eu disse dando um enorme sorriso
- Daniela, não pense que eu esqueci que você prometeu almoçar comigo um dia desses! – ela continuou
- Ah, sim, claro, é só marcar e pedir pra Amanda falar comigo.
- Minha mãe gosta mesmo de você. – a Amanda sussurrou bem perto do meu ouvido, ela pegou em um dos meus pontos fracos, a respiração no meu ouvido, me virei rapidamente para ela sorrindo a fim de quê ela não percebesse a reação que me causou.
Quando nós chegamos no colégio, aconteceu o previsto, não foi permitida nossa entrada, então eu fui pra cantina, enquanto eles sentavam em um banco grande no pátio.
- Dani, eu queria conversar com você, será que dá? – Pedro perguntou assim que voltei tomando minha vitamina de morango
- Claro, Pedro, pode falar. – eu disse dando mais um gole no canudinho
- É particular. – ele disse dando um sorriso amarelo
- Ah, sim. Agora? – eu perguntei colocando a minha mochila no banco
- Sim. Vem comigo, vamos na quadra. – ele disse me puxando pela mão e me levando, eu dei uma última olhada pra trás e vi as meninas nos olhando com cara de: “Eu também não sei o que é”.
Eu estranhei a atitude do Pedro, ele nunca foi de me chamar pra conversar em particular e pra falar a verdade eu já tava começando a ficar com medo de conversas assim.
- Diga-me. – eu disse assim que ele parou na minha frente e ficou me fitando
- Eu preciso da sua ajuda. – ele disse cruzando os braços no peito, ele parecia tomar coragem
- Huum... No que eu poderia ser útil? – eu perguntei jogando o copo vazio de vitamina no lixo
- Eu to a fim da Amanda, e eu queria que você me ajudasse a conquistá-la. – ele disse olhando pro lado. Nessa hora eu senti meu coração disparar, eu tinha escutado bem?
- O que você disse? Você tá gostando da Amanda? – eu perguntei chegando a cabeça pra frente em sinal de melhor compreensão
- Sim, há algo errado nisso? – “TUDO” eu pensei, mas resolvi disfarçar
- É... é... não, claro que não! – eu gaguejei
- Você pode me ajudar? – ele perguntou dengoso
- Calma, vamos por partes. Por que você nunca falou nada? Como isso aconteceu?
- Eu queria ter certeza dos meus sentimentos antes de falar qualquer coisa e você sabe que desde o primeiro dia dela, eu babo em cima. – ele disse rindo fracamente
- Sim, disso eu sei. – eu disse sorrindo fraco também
- A Amanda é linda, sabe Dani, e tem o jeito tímido e engraçado dela. Tudo me encanta. – eu tava começando a ficar com sentimento de culpa
- Como eu poderia ajudar você, Pedro? – eu perguntei sentindo um nó na garganta
- Arrancando informações dela. Pra ver se o sentimento é recíproco. Se não for, quero saber se ela tem interesse em alguém.
- A Amanda é reservada, ela não é o tipo de garota que sai por aí falando dos sentimentos. – eu disse com sinceridade
- Eu sei, por isso mesmo estou pedindo pra você.
- Como assim?
- Vocês são amigas e é mais fácil pra você do que pra Priscila, porque a Priscila não saberia perguntar sem demonstrar que tem algo por trás. Indiscreta total sabe... – ele disse colocando uma mão na cabeça e rindo
- Eu sei. – eu disse sem sorrir
- Então, vai ajudar seu amigão aqui? – ele perguntou cruzando as mãos
- Olha...
- Vai, Dani, por favor! Eu fico te devendo todos os favores do mundo! – eu não tinha como negar um pedido tão meigo desses
- Ok, Pedro. Eu te ajudo. – eu disse tentando forçar um sorriso
- Caraca! Eu te amo, cara, na moral! Tu é a melhor sapatão do mundo, sério! – ele disse me pegando em um abraço de urso e me rodando
- Nossa, adorei o seu jeito de expressar gratidão! – eu disse rindo de leve
- Valeu mesmo, Dani! – ele disse me colocando no chão.
Nesse instante o sinal tocou e voltamos pro pátio onde as meninas esperavam a gente em pé.
- Foram se pegar, é?! – Priscila perguntou rindo, mas a Amanda se manteve séria
- Da fruta que eu gosto, essa aqui come até o caroço! – Pedro disse rindo e apontando pra mim, eu tive que rir também
Subimos em silêncio, óbvio que os meus pensamentos estavam a mil. Se olhasse por um lado seria bom pra Amanda, o Pedro é um ótimo garoto e é atraente sim, ele não é muito magro e nem muito forte, é de porte certo, tem cabelos loiros e olhos verdes claros. Mas pelo outro lado eu não teria cara de pau de chegar na Amanda e perguntar uma coisa que eu já sabia e eu bancando a cupido provavelmente não daria muito certo. Eu realmente não sabia como eu ia fazer pra fugir dessa.
- Tá tudo bem? – Amanda perguntou se aproximando um pouquinho e sussurrando do meu lado pro professor não escutar
- Sim. – menti. – Tá tudo bem.
- Você mente muito mal, Dani. – ela disse rindo de leve
- Será que podemos conversar depois? - eu perguntei em um tom sério e falando o mais baixo possível, acho que ela tava mais fazendo leitura labial
- Claro. – ela respondeu tentando aparentar tranqüilidade, mas eu sabia que ela tava curiosa
A aula passou irritantemente devagar e eu sabia que prestar atenção era preciso, pois as provas eram semana que vem.
Quando o sinal tocou anunciando o intervalo, suspirei aliviada, e fui a primeira a levantar.
- Dani, vamos no banheiro comigo? – Amanda perguntou com um olhar penetrante
- É... sim, vamos sim. – quando a gente ia passando o Pedro sussurrou rápido no meu ouvido:
- Pode começar a investigação quando quiser. – eu o encarei e ele piscou pra mim, eu apenas acenei uma vez com a cabeça confirmando.
Eu e a Amanda caminhamos em silêncio agonizante, até quando chegamos no banheiro, o silêncio permaneceu, eu me olhei rápido no espelho e a esperei se olhar também.
- Então, o que você quer conversar? – ela perguntou me olhando rápido pelo espelho e se virando em seguida pra mim
- Na verdade, nem eu sei bem. – eu disse passando a mão no cabelo
- Que tal pelo começo? – ela fez cara de óbvio demais
- Sim, mas é complicado, eu acho.
- Sobre o quê estamos falando exatamente? – eu olhei pros lados e realmente o banheiro estava vazio, eu me aproximei um pouco
- Eu to numa sinuca de bico.
- Daniela, dá pra você parar com esse mistério todo, já to começando a achar que você tá louca!
- Amanda, você estaria interessada em ficar com alguém? – eu não vi maneira melhor de começar, mas depois que eu perguntei vi como soou tosco.
- Tá brincando comigo?
- Não, quero dizer, você gostaria de um compromisso sério?
- Com quem? – ela perguntou erguendo uma sobrancelha
- Só me responda...
- Se for com você, sim. – ela disse e eu fiquei balançada, mas isso só me fez sentir pior
- Hum...
- É o Pedrinho, né?! – ela perguntou colocando a mão na cintura e sua expressão mudou pra triste
- Sim. – eu disse baixinho. – Ele gosta mesmo de você e... mas perai como você sabe?
- Ao contrário de você, eu pego as coisas rápido, eu já o vi me olhando e às vezes ele tem umas brincadeiras suspeitas.
- O que você pensa disso?
- Como assim?
- Você não pensa em fazer nada a respeito?
- O que eu poderia fazer? Eu não quero magoá-lo, mas só o vejo como amigo!
- Mas se você tenta... – ela me cortou
- Não adianta, eu não o vejo com outros olhos! Por favor, não insista.
- Ok. – eu disse triste também
- Foi sobre isso que ele foi conversar com você? – ela perguntou encostando na pia
- Sim.
- E o que ele disse?
- Ele queria minha ajuda...
- Para...
- Pra “arrancar” de você se você tem interesse nele ou em outra pessoa.
- Hum... e o que você disse?
- Que eu o ajudaria. Mas não me culpa, eu disse que sim porque ele pediu de um jeito tão meigo, tão sincero, talvez se ele conversasse com você, você mudaria de idéia!
- Daniela, pode parar de tentar me empurrar pro Pedro? Eu não vou ficar com ele, eu quero você, eu quero beijar você, eu quero abraçar você, será que você não entende?! – eu agradeci em silêncio por ela continuar e eu não precisar responder. – Eu posso sim conversar com ele, mas será pra dizer que nada acontecerá entre a gente, e fica tranqüila que não citarei seu nome.
Eu tava estranhando ninguém entrar no banheiro, e nesse momento um grupinho de meninas entrou e pararam de rir e conversar quando deram de cara comigo e com a Amanda, nós duas ainda estávamos sérias. Elas tentaram disfarçar e continuaram conversando, mas uma concentrou o olhar na Amanda e não desgrudava de jeito nenhum. E eu sei que a Amanda percebeu o olhar, porque ela tava sem graça. Eu posso dizer que o olhar me incomodou sim, não muito, mas incomodou, eu apenas virei e voltei pro pátio, não demorou muito e senti alguém do meu lado.
- Ciúmes? – Amanda perguntou sorridente do meu lado
- Hãm? – eu perguntei fazendo cara de confusão
- Fica tranqüila, Dani, eu posso ser sua a hora que você quiser... – ela piscou pra mim que tava de boca aberta com esse jeito dela, eu só percebi que tinha estagnado no lugar quando ela já estava um pouco à frente rindo, então apressei o passo e tratei de voltar com ela pra encarar o meu amigo.
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