Promised escrita por honeychurch


Capítulo 1
único




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237 AC.

 

A despeito da pouca idade da noiva, sua mãe não viu porque adiar o casamento. Ainda que os septões lhe dissessem que um noivado tinha peso semelhante a de um casamento, eles também diziam que treze anos era uma idade aceitável para que uma dama se casasse, e até – se fosse grande a necessidade – que consumasse o dito casamento.

Duncan gostaria que tivessem lhe dado mais tempo, e ainda mais, ele gostaria que ainda fosse um Targaryen sem importância brincando nos jardins de Solarestival, de relevância alguma para ninguém.

Agora todos os olhos presentes no grande Septo de Baelor prestavam atenção em cada movimento que ele e a menina ao seu lado faziam.

O nome dela era Elinor Baratheon, uma jovem que aparentava ter um temperamento doce e diligente. Sua mãe lhe garantira que a ansiosa e feliz garota ao seu lado seria uma boa rainha. Duncan acreditava mais nisso, do que acreditava que seria um bom rei.

Ele e Elinor fizeram seus votos, tiveram as mãos atadas pela fita do alto septão, e Duncan cobriu os ombros de sua agora esposa com o manto dos Targaryen Os dois eram bem jovens, ele com dezessete, e ela com treze, e em outro mundo ninguém esperaria nada deles a não ser serem jovens.

Elinor apenas o chamava de ‘meu senhor’ ou ‘vossa graça’ não importava o quanto ele insistisse para que ela o chamasse pelo nome, como era um direito dela. Mas Elinor também gostava de sorrir, e toda vez que o olhava, ela dava um doce e tímido sorriso.

Para comemorar o casamento deles, o rei organizou um torneio que duraria dezessete dias. Com festejos e banquetes. Lorde Lyonel riu mais do que nunca na vida, o casal real estava satisfeito, e todos os lordes que vieram presenciar a união do futuro rei e da futura rainha estavam contentes.

Duncan não participou do torneio, ele era jovem, inexperiente, e precioso demais para que isso fosse sensato, ao invés disso ele se sentou no palanque principal, com sua esposa se agarrando em seu braço toda vez que uma lança era quebrada com violência. E no fim a viu ser coroada rainha do amor e da beleza por seu homônimo e chefe da guarda real. A vida parecia tranquila, e tudo seguia seu curso ideal.

Duncan não tinha intenção de consumar seu casamento, e o acordo feito entre ele, o rei, lorde Lyonel, e o grande septão, foi o de que não haveria ato físico até que a noiva completasse dezesseis anos. Mesmo assim, o príncipe esperava que ele e Elinor pudessem se tornar amigos.

De algum modo no entanto, depois que o torneio passou, os dois se viram caindo em uma espécie de cortesia afetuosa, e não de amor.

Elinor cuidava dele em todos os aspectos, desde suas camisas até o seu jantar, a jovem Baratheon não deixava que nada lhe faltasse, e Duncan não achava isso justo, que ela tivesse tantas responsabilidades em uma idade na qual só deveria ter sonhos. Ele sugeriu que ela passasse tempo com sua família em Ponta Tempestade, ou em Solarestival, mas sua princesa se mostrava irremediavelmente triste quando ouvia propostas que incluíssem se afastar dele, por isso Duncan colocava-as de lado.

 

239 AC.

 

Elinor cuidou para que a mesa deles fosse especialmente bem servida naquela noite, assim como sempre fazia um dia antes de Duncan ir a uma caçada.

— Minha mãe disse que providenciou um jardim só para você, vai poder tê-lo todo no seu gosto.

Duncan disse depois de mastigar um pedaço de perdiz. As refeições dele melhoraram muito depois que sua esposa Baratheon passou a se responsabilizar por elas.

— Sim, vossa majestade é muito gentil comigo, e eu espero poder agradá-la. Acredito que um dia ela irá me amar como eu a amo.

O príncipe tocou a mão dela por cima da mesa.

— Ela já a ama. Afinal, ela própria a escolheu como sucessora, como futura rainha dos Sete Reinos.

Elinor sorriu, e seu rosto de pele pálida assumiu uma coloração corada e adorável.

— A rainha escolheu a filha de Lyonel Baratheon, fosse ela quem fosse, espero que um dia ela me ame por quem eu sou.

O modo como os olhos dela foram para a mão que repousava sobre a sua, sugeria que a jovem não gostaria que o toque fosse interrompido.

Duncan se esforçava para ser afetuoso e atencioso, e ele a amava, mas não estava apaixonado, e temia que Elinor notasse. Detestaria vê-la magoada.

— Bem, eu tenho um presente para vossa alteza.

Sua esposa disse sorridente, e olhou para uma de suas damas que trouxe para ela uma caixa. Elinor se levantou, ainda hesitante ao soltar a mão da dele.

— Meu irmão me escreveu sobre sua nova arma de caça, devo confessar que não entendi muito bem, mas ele parecia tão empolgado que eu achei que talvez o senhor fosse gostar depois.

Elinor tirou da caixa uma belíssima besta, feita de madeira escura e detalhes em ouro. Duncan conseguiu entender porque ela achou que ele gostaria.

O príncipe saltou de sua cadeira e aceitou a arma que a esposa lhe oferecia. Era uma besta leve, com mira, e fácil de recarregar. Gravado em um rebuscado trabalho no dourado haviam dragões.

— Talvez eu mande fazer algumas alterações.

Duncan disse experimentando a mira.

— O senhor não gostou?

Ele colocou a arma de lado e tocou o nariz da esposa com o indicador.

— Mandarei que gravem as letras D e E entrelaçadas, para que eu sempre tenha a senhora por perto.

Duncan passou três dias fora, caçando na Mata do Rei com sua nova arma. Quando voltou esperou encontrar sua sorridente esposa, mas invés disso encontrou sua adoentada esposa.

Elinor ardia em febre quando ele retornou, tão frágil e atormentada, que Duncan temeu que fosse perdê-la.

O príncipe segurou sua mão, umedeceu-lhe a testa com água fria, e fez tudo quanto o meistre lhe permitiu fazer.

Só quando lhe garantiram que sua esposa estava fora de perigo, Duncan deixou o quarto dela, mas só o fez para avisar ao pai que não poderia ir na viagem programada para as terras fluviais.

— A senhora minha esposa não está bem, e eu gostaria de ficar ao lado dela até que esteja completamente recuperada.

O rei era um homem muito gentil, que pareceu surpreso com o pedido do filho.

— Mas é claro! Me surpreende que você tenha se lembrado disso. Ponha a viagem de lado, vou encontrar um substituto.

Duncan acenou com a cabeça, e se curvou pedindo licença para se retirar, mas seu pai o chamou de volta.

— Seu casamento... Eu nunca perguntei, mas como está indo?

— Eu gosto muito dela, sou muito afeiçoado a ela, mas não posso dizer que a amo, muito menos como o senhor ama a mamãe. O que mais me dói, no entanto, é que vejo que minha esposa me ama muito, ou ao menos ela acredita amar, e eu não sou capaz de retribuir. Sinto que amaldiçoei uma doce menina a ser para sempre amada pela metade.       


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