A dor em meu estômago escrita por Ariel F H
Notas iniciais do capítulo
oi, gente. Faz muuuuito tempo que eu quero fazer isso e finalmente tá acontecendo! Tô muito feliz. Eu tenho vários poemas por aí então vai render bastante. Enfim, enfim.
Infelizmente eu não vou poder postar o poema inicial aqui no Nyah :/ ele tem menos que 100 palavras e a plataforma não permite isso. Não faz muita diferença, mas tô meio bolado.
Essa história tá sendo postada no Nyah, Spirit e Wattpad, então você pode escolher por onde ler, se alguém quiser ir ver o poema que abre a coisa toda.
Espero que vocês gostem, tô muito ansioso pra saber a opinião de vocês ♥ me avisem qualquer erro, por favor
Boa leitura ♥ abraços
eu acho que meu maior problema é nunca saber quando alguém gosta de mim
e demorar a aceitar quando a resposta é afirmativa
e depois ficar procurando provas
conclusões precipitadas
eu exijo paciência, eu sei
sei que é difícil olhar para mim
porque eu sou todo errado, uma bagunça
e eu vou pedir pra você ler aquele poema que escrevi as três e meia da manhã
porque eu faço poemas sem rima, estrofes ou sentido
qual é o motivo?
o parnasianismo é uma merda
eu não quero ser aquele que pensa antes de ser sincero
não quero passar horas descrevendo um vaso
ou pensando em palavras
quero ser eu
não quero ser olavo bilac
quero ser bukowski, paulo leminski
quero ser aquele anônimo que posta textos e ninguém diz nada
porque um anônimo não é interessante, não agrada
eu não quero apagar versos só porque eles não se encaixam
mas aqui estou eu
sozinho
no escuro
tentando
sinto falta de quando eu tinha um heterônimo
e podia fingir que aquilo não era eu de verdade
porque, cara
ser eu é uma droga
mas será que eu existo, mesmo?
como é que eu provo que isso tudo aqui é real?
pode ser só uma ilusão total
criação do meu inconsciente
ou, pior ainda
construção social
o que é que eu sou, afinal, se não aquilo que me moldaram?
aquilo que eu fui obrigado a me tornar
como quando espremem uma laranja e ela não tem outra opção a não ser se encolher
mas, na verdade
sinto que expandi
o que não é de inteiro bom
as vezes a ignorância é uma bênção
as vezes quero me dar um soco na cara
por ser tão preocupado
quero ser ignorante
quero ser alienado
quero estar na fila das máquinas
sentar em minha mesa às seis e meia
com as costas cansadas do trabalho
o salário no fim
quero pensar em terminar a faculdade
em depilar a perna e visitar meus amigos sexta à noite
porque é o que fazem
quero deixar minhas unhas crescerem e ter orgulho de meu cabelo
quero concordar que quem não tem carteira assinada é vagabundo
que decote é coisa de puta
lugar de mulher é na cozinha, com dois filhos no colo
quero ter coragem de sorrir toda manhã
quero abraçar minha mãe e concordar com ela de que preciso emagrecer
ao invés de ficar bravo com os conceitos impostos
quero bater panela
ou dizer que não gosto nem de direita e nem de esquerda
não quero ter posição
não quero saber de nada
mas aqui estou eu
sozinho
no escuro
ciente
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