When I'm Quiet I Can Nearly Hear Him Say... escrita por Jinx Vengeance


Capítulo 1
único


Notas iniciais do capítulo

Cadê as shancezinhas desse meu Brasil?
O título da história foi retirado da música Smile, de Mikky Ekko.
Boa leitura.



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Ser um dos cinco paladinos defensores do universo era uma tarefa árdua que exigia muita responsabilidade. Além do perigo constante, a falta de comunicação podia ser tão fatal quanto a lâmina de uma faca. Quando se tratava de trabalho em equipe e a formação do Voltron, todos deveriam estar conectados uns aos outros e trabalhar como um só corpo e mente.

Dessa forma, envolta de um ambiente cheio de companheirismo, o peso da perda de um membro da equipe foi imensurável.

Se reerguer e continuar a focar nas missões após o sumiço de Shiro foi algo que demandou muito autocontrole. E então, quando todos menos esperavam, Shiro voltou.

Desde o seu retorno, ele sorria como sempre sorriu. Sua voz de liderança era a mesma desde que Lance o conhecia. Tratava todos como usualmente, mas, mesmo assim, em seu âmago, acreditava que algo parecia estar diferente.

Era algo com a aura que ele emanava. Lance sempre teve a sensação de que com Shiro presente no Castelo dos Leões tudo parecia certo. Não o entenda mal, ele não queria dizer que as coisas costumavam ser tranquilas ou que todos os problemas do universo eram facilmente extinguidos com a mera presença do seu líder, mas o ambiente parecia tão incrivelmente certo quando Shiro estava por perto que Lance, em meio toda a confusão e tensão, se sentia seguro.

Contudo não se sentia mais assim. Shiro estava ali, mas algo havia mudado tanto que, ao mesmo, era como se não tivesse. Como um grande vazio que o fazia se sentir letárgico.

Também havia algo diferente em seu olhar. Às vezes, quando não era o foco das atenções da equipe, Shiro contemplava o nada com uma expressão confusa, inquieta. Era algo que Lance não conseguia decifrar. Perturbador, se é permitido dizer.

E conseguiu ver isso, de fato, durante seu treinamento. Após certo tempo se recuperando fisicamente e psicologicamente, Shiro tinha voltado à rotina de treinos, tanto em equipe quanto por si só. Antes de seu desaparecimento, por várias vezes Lance fingia voltar ao seu quarto para tomar banho após o treino só para ir à sala de controle do centro de treinamento. Lá de cima, gostava de observar Takashi praticar, muitas vezes com Keith e outras, sozinho com os drones e androids. Adorava ver como o outro se movimentava e seu estilo de luta era algo admirável. O modo como se defendia dos avanços de Keith ou como contra-atacava estrategicamente os androids fazia Lance ficar estupefato.

Decidiu dar mais privacidade aos treinamentos de Shiro após o seu retorno, mas não conseguiu deixar pra lá por muito tempo. E após se esgueirar para a sala de controle, em meros minutos já havia percebido certa peculiaridade no outro. A sua desenvoltura de luta permanecia excepcional, mas Lance conseguiu ver algo ferino emanando de Shiro. Algo que nunca tinha visto.

Mas ser capturado duas vezes pelo Império Galra e ter conseguido escapar não era para qualquer um. Sabia que foi muito mais do que sorte Shiro ter sobrevivido e nem nas partes mais obscuras de sua mente podia imaginar o sofrimento e angústia do qual ele fora submetido. Isso lhe dava o direito de agir e parecer fora do usual e Lance não tinha nada a ver com isso. Ainda que algo parecesse estar fora dos eixos com o seu retorno, não podia simplesmente apontar o que lhe parecia esquisito quando o seu líder ainda estava se recuperando.

Assim como ele abdicou de sua rivalidade ridícula para apoiar a liderança de Keith, Shiro precisava do mesmo. Precisava da estabilidade de volta, de se sentir como um líder de novo e parte do time após seu tempo distante e Lance não podia distrair a equipe com suas picuinhas quando todos estavam se adaptando novamente. Era necessário que todos se sentissem seguros uns com os outros e individualmente para que pudessem se reestruturar sem maiores danos e contra-atacar.

Com sua ausência, os paladinos conseguiram se organizar da maneira que puderam. Apesar de todo o processo de familiarização com a troca de leões e os conflitos de liderança envolvendo Keith com os demais paladinos, as coisas começaram a se acertar. Lance se tornou o braço direito (figurativamente e literalmente) de Keith, sendo seu apoio quando precisava tomar uma decisão muito complexa ou seu freio quando a situação começava a sair do controle. Apesar de ter se sentido totalmente incapaz por não ter conseguido pilotar o Leão Negro e ter seu coração partido quando o Leão Azul não desativou sua barreira de partículas para deixá-lo entrar, estava bem, na medida do possível. Precisava estar, para o sucesso da equipe.

Mas aquela voz, aquela maldita voz que sussurrava palavras sórdidas em seu ouvido, que dizia que não era bom o bastante para ser um dos defensores do universo ou qualquer coisa que almejasse ser, parecia ter ganhado mais força nos últimos tempos. Passaram de sussurros a ecos que não o deixavam em paz, piorando quando se aprontava para ir dormir.

Mas Keith precisava dele, a equipe precisava dele. Ainda que ele não fosse quem tomasse as decisões, precisava manter as coisas no lugar e funcionando o mais perfeitamente possível. Ele era como o alicerce que sustentava a todos (o que era irônico, pois ele costumava ser a perna do Voltron) e se deixasse uma trinca aparecer e se permitisse ruir, tudo estaria perdido.

Mas quando Shiro voltou, totalmente destruído, porém vivo, todas as inseguranças que antes Lance empurrava para o fundo de sua mente ressurgiram. O que fazia com que ele se sentisse culpado, pois Shiro — o seu herói, o seu líder — ter retornado era como acordar de um pesadelo sem fim, mas simultaneamente desencadeava um turbilhão de emoções que o fazia se sentir fraco e incompetente, tudo agravado pelas mudanças sutis de Shiro que aparentemente Lance imaginou em sua cabeça.

Em resumo, ter Shiro de volta era um alívio e, ao mesmo tempo, desconcertante.

Como explicou para Keith, com a volta de Shiro o Leão Negro retornaria para o seu comando, fazendo Keith voltar a pilotar o Leão Vermelho e Lance, o Azul. Mas não seria justo tomar o Leão Azul de Allura nessa altura do campeonato quando ela já tinha estabelecido um laço tão forte com ele e ativado poderes que ele mesmo nunca imaginou. E ainda compreendendo todo o raciocínio e o explanando para Keith, que aquilo que estavam vivenciando era uma guerra e que somente os melhores deviam estar na linha de frente, internamente Lance se sentia um fracasso.

Mas apesar de todas as inseguranças, acreditava que podia segurar as pontas e não ter uma recaída se se esforçasse e se concentrasse o bastante no que realmente importava.

Desde quando estudava na Patrulha Galáctica, Shirogane Takashi parecia um sonho inalcançável, que inspirava confiança e determinação. Desde que ele fez o discurso da cerimônia de abertura dos calouros da instituição, Lance sabia que tinha caído de amores e caído feio.

Claro que não foi o único. Além de ser o piloto mais habilidoso que já conheceu, Shiro era gentil e atencioso. Era o típico cara legal, aquele que sabia o nome de quase todas as pessoas e as cumprimentava quando as encontrava nos corredores, apesar de não se enturmar muito. Mesmo não sendo nada tímido, Lance sempre o observava de longe, na cantina ou durante o intervalo das aulas, não querendo se aproximar para não ser confundido com um puxa-saco (ninguém merece) ou se atrapalhar e se fazer de idiota em frente de seu ídolo.

E embora sempre fosse acessível aos demais estudantes, Lance só o via realmente sorridente e relaxado quando estava ao lado de Keith Kogane. Isso o deixava com um gosto amargo na boca, o bichicho da inveja e do ciúmes parecia devorar suas entranhas só de pensar nos outros dois garotos juntos. Para descarregar um pouco desses sentimentos, Lance criou uma rivalidade unilateral com Keith que, além de ser o centro da atenção de Shiro, também era um piloto prodígio, estando em uma classe mais avançada. O tiro, infelizmente, saiu pela culatra e o que servia para descarregar suas emoções ruins só as fez mais presente.

E como as coisas nunca podiam ser fáceis, houve o incidente de Cérbero ("falha humana" uma ova) e Keith foi expulso da Patrulha após furtar documentos confidenciais sobre a missão em busca de respostas. Assim, Lance foi promovido para as aulas de piloto de caça, vivendo à sombra de Keith, o prodígio, até todo o incidente do Voltron acontecer.

Gatos robôs espaciais, alienígenas malignos, alienígenas que hibernaram por dez mil anos, uma guerra intergaláctica. Tudo era tão surreal e inimaginável que quase não se tocou que estava deixando sua vida mundana, sua família para trás para se dedicar a salvar e trazer a paz para milhares de vidas que estavam sob domínio galra.

E, como se não bastasse ter sido capturado, torturado e forçado a lutar para entretenimento dos tais galras, coube a Shiro ser o líder de todos eles, a cabeça do Voltron, aquele que deveria guiá-los em prol da salvação do universo. Como uma faca de dois gumes, era uma honra e um algoz e Lance, quando via Takashi por horas aperfeiçoando suas técnicas de luta na sala de treinamento, ou sendo o mais cortês e paciente possível nas missões diplomáticas, só queria abraçá-lo forte e nunca mais deixá-lo ir. Queria dizer como ele era incrível e corajoso e fazer questão de mostrar o quanto ele era lindo, independente das cicatrizes que carregava.

E devido à covardia nunca conseguiu dizer o que pensava. Deixou a grande oportunidade passar após o episódio da falha do buraco de minhoca, que fez os paladinos se separarem após a primeira luta contra Zarkon. Depois disso, nunca mais sequer pensou em exteriorizar seus pensamentos, nem para Shiro ou qualquer outro paladino, até mesmo Hunk.

Lance sabia. Sabia que a qualquer momento, durante uma missão ou uma simples expedição diplomática poderia não mais voltar. E, não obstante a isso, via-se suprimindo todos os seus sentimentos e adiando para uma "próxima vez" (qual nunca vinha) a hora de despejar seus pensamentos, como se isso fosse garantir a possibilidade de um futuro.

E o que constantemente importunava-o era que embora acreditasse que Shiro era um bom líder, muitas vezes se pegava pensando se ele não somente o aturava na equipe por ser o paladino azul, não nutrindo nenhum sentimento para com ele. Sabia que nunca conseguiria ficar tão íntimo de Shiro como Keith e Pidge, mas pensava que se tentasse talvez um dia ele o olhasse como alguém em que pudesse confiar.

Mas não era tão fácil como imaginava. Desde a primeira vez que falou com Shiro (na cabana empoeirada de Keith, no meio do deserto), esteve ciente de uma pequena pressão de sua própria mente que o alertava para não se fazer de bobo em frente de seu herói. Falando em termos ideais, Lance devia ser mais quieto e observador, levar as coisas mais a sério e somente se pronunciar quando tivesse algo importante a acrescentar. Mas isso não tinha nada a ver com o seu ser, pois sua personalidade era totalmente extrovertida, voltada em fazer piadas para quebrar o clima de tensão. Ele também era aquele amigo que te apoiaria não importando a situação, daria o ombro pra chorar e jamais te julgaria. Porém, como sempre, todo o seu nervosismo em se mostrar útil e um bom sujeito o atrapalhou e o fez parecer um pirralho irritante, totalmente o contrário da impressão que queria causar.

E parece que Shiro o padronizou por isso. Grande parte das vezes que a atenção de Shiro era voltada para si era para reprimir seu lado galanteador ou chamar-lhe atenção para focar nas missões, como se achasse que Lance não fosse capaz de agir com maturidade. E quando os paladinos não estavam em tais missões, não fazia ideia de como se aproximar de seu líder pois era como se houvesse uma barreira entre ambos qual ele não era permitido ultrapassar.

E toda vez que via, de canto de olho, Shiro conversar com Pidge casualmente, ou ficar a vontade ao lado de Keith, totalmente nostálgico, mais forte ficava o desejo de também ter a sua afeição e reconhecimento.

E era assim que sua maior insegurança retornava pois somente os mais fortes devem estar na linha de frente. Se Lance deixasse de ser um piloto, nunca conseguiria fazer Shiro vê-lo como um igual. Se deixasse de ser um paladino, Shiro nunca o levaria a sério e não haveria nada para impedi-lo de cortar os laços, já tênues, com Lance.

Será que era tão facilmente descartável?

***

Era uma das inúmeras noites em que não conseguia dormir. Acreditava que já eram altas horas da madrugada, mas não sabia ao certo. O tempo no Castelo foi algo construído, regulado por uma espécie de relógio inventado por Pidge e pelo acender e apagar das luzes, então era difícil dizer a hora certa quando as luzes estavam apagadas.

Estava na sala de comando, de pijamas e sentado no chão sob sua jaqueta, observando o azul dos oceanos e o verde do solo de seu planeta de origem. Coran havia lhe ensinado a mexer no mapa interestelar e após um tempo procurando, encontrou a Via Láctea, e, logo em seguida, a Terra. 

Nas primeiras vezes que visitou a sala durante suas noites de insônia, Lance não conseguia segurar as lágrimas. Sua família estaria bem? Será que compraram qualquer desculpa esfarrapada que a Patrulha deu sobre o seu desaparecimento? Iria vê-los de novo?

Com o passar das noites observando o holograma, o choro parou, mesmo que a saudade permanecesse. Desde que o Império Galra não chegasse perto da Terra, tudo ficaria bem. Seus pais, seus irmãos, todos eles eram fortes o bastante para superar o seu sumiço e seguir em frente. Desde que Voltron cumprisse o seu papel como defensor do universo, não precisaria se preocupar com a segurança de sua família.

Suspirou alto e coçou os olhos dormentes. Levantou-se para pegar a jaqueta e já se encaminhar para seu quarto quando ouviu passos. Ainda ajoelhado viu Shiro com suas roupas usuais, o cabelo úmido e um olhar um tanto cansado se aproximar. Sentiu o cheiro genérico de sabonete, logo deduziu que ele há pouco parou de treinar.

— Ei.

Lance deu um sorriso fraco pois não sabia o que fazer. Nunca tinha encontrado Shiro ali.

— Não consegue dormir?

— Não muito bem — Lance respondeu, incerto. Levantou-se e colocou a jaqueta sobre os ombros, mas não a vestiu. — Uma sensação de inquietude. E você?

— Basicamente o mesmo. Tentar ocupar a mente, né?

Viu o outro dar um pequeno sorriso sem graça. Além de estarem a uns bons cinco metros de distância, o silêncio ensurdecedor do local deixava tudo um pouco mais estranho.

 — Eu... Eu já vou indo. Boa noite.

— Espere. — Ele parou instintivamente e Shiro se aproximou. Seu olhar estava ameno e focado no rosto de Lance — Eu queria falar com você, na verdade. O pessoal, principalmente o Keith, me contou que foi você que manteve todos unidos enquanto não estive aqui. Um ombro amigo, um apoio, isso é muito importante em um momento de crise, principalmente no que vocês estavam vivenciando. Aos seus olhos, posso perceber, pode não parecer grande coisa, mas posso sentir que os laços de vocês parecem terem sido fortalecidos.

A mão esquerda de Shiro, a humana, pousou em seu ombro e o apertou levemente.

— Isso é uma coisa muito importante. — repetiu e limpou a garganta. — E não digo isso somente pelo time ou em como é indispensável uma ligação entre todos para a formação do Voltron, mas sim porque eu notei como a interação de vocês está diferente. Eu sinto muito orgulho de você, Lance, e não sei o que teria acontecido se não houvesse alguém que mantivesse todos focados.

Lance piscou duas vezes lentamente.

— Obrigado, Shiro. — sorriu, genuíno. Os pensamentos pareciam burburinhos em sua mente. — Isso significa muito pra mim.

Estavam a poucos centímetros de distância e dali era possível apreciar detalhadamente os cílios delicados de Takashi (se tivesse tempo o suficiente gostaria de tentar contá-los). Diante da situação, só conseguia esperar, talvez, um abraço ou uns tapinhas nas costas, algo usual entre colegas de equipe.

Mas quando se deu conta sentiu uma pressão contra seus lábios. A primeira reação foi susto, um arregalar de olhos surpreso. Então pressionou levemente os bíceps de Shiro com a ponta dos dedos para ter certeza que seu cérebro não estava lhe pregando peças.

Sentia-se tão perdido que não conseguiu pensar em mais nada senão corresponder. Tinha ciência de que ali, em seus braços, estava Shirogane Takashi, sua paixonite desde a época da Patrulha; o rapaz que fez perceber que não era tão hétero quanto pensava e que o fazia persistir com mais vigor em seus objetivos só para impressioná-lo e, quem sabe, reconhecê-lo como alguém capaz.

Mas, de repente, aquilo não parecia certo. Não somente por ser totalmente inesperado (algo que Lance nunca poderia imaginar em seus mais loucos sonhos), mas porque não parecia real. O Shiro que conhecia nunca demonstrou qualquer indício de que o via com outros olhos. Mesmo que fosse muito sutil, Lance perceberia porque ele sempre estava atento sobre tudo que envolvia Takashi.

Sua mente estava tão nublada que não conseguia pôr seus pensamentos em ordem. Em algum momento sentiu uma mão gelada, porém gentil, acariciar-lhe a nuca e ainda que tudo indicasse que havia algo errado, não conseguia parar.

Não queria parar.

E embora não fizesse bem para sua autoestima já baixa, Lance se submeteria à piedade, compadecimento ou qualquer outro sentimento do gênero por parte de Shiro, desde que ele não o deixasse. 

Quando o outro se afastou para olhá-lo, Lance conseguiu ver afeição e talvez até algo a mais no seu semblante. Olhava-o como se nunca tivesse realmente o visto antes. E mesmo sua razão lhe dizendo que havia algo anormal no ar, que ele era somente um substituto — ele não era Keith, não era bom o bastante —, inclinou-se contra a mão robótica que lhe acariciava a bochecha, como um gato carente.

Mesmo com os sentidos abalados, Lance acreditava que merecia alguns momentos em que não precisasse se preocupar com nada. E, por ora, Shiro estar ali era o suficiente para acalmar o seu coração.


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Notas finais do capítulo

obrigada por ler ♥



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