Pós Amor: O que vem depois do amor? escrita por Usagui120


Capítulo 23
A tribo Dukn




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/744580/chapter/23

Após ouvir tudo que Eduardo tinha falado, ela expressou preocupação:

Por um lado, você está certo. Agora que o Sebastião descobriu as nossas verdadeiras intensões, podemos usar recursos mais efetivos sim. Contudo, ao mesmo tempo, estamos em perigo. Ele é extremamente perigoso! Várias colegas meus de militância foram mortos ou tiveram familiares feridos. Por isso, você tem que tomar cuidado. Além de defender a Renata!

 — Tô sabendo. Pode deixar que a Renata fica por minha conta.

— Mudando de assunto... Você vai estar livre amanhã cedo?

— Vou sim. Por quê?

— Bom, acho legal todos nós estarmos lutando por uma causa justa. Mas, não podemos lutar sem os indígenas. Aliás, eles são os protagonistas dessa luta e têm que estar na linha da frente com a gente. Por isso gostaria que você levasse até a tribo. Agora que a guerra foi realmente declarada... Temos que agir rápido!

— Está certíssima Laura. Amanhã eu passo aqui e te pego.

— Combinado.

— Vou indo casal. Até mais. — Despediu-se Eduardo se retirando.

Laura olhou para Miguel e disse sorrindo:

— Estamos progredindo! Falei que iria sair com o Edu e você não fez nenhum comentário.

— Não prometi que iria me controlar? Estou cumprindo a minha promessa!

— Bom, pensei que você confiasse no Eduardo já que ele virou sou novo best.

— Tá muito zoeira hoje em? Ele não é o meu best! Nós apenas torcemos para o mesmo time. Pelo menos ele não parece ser tão retardado como eu pensava.

Laura sentou ao lado de Miguel e o abraçou com força. Ele riu e continuou:

— Fico feliz que você esteja se esforçando.

— Eu não quero te perder.

— Não irá me perder... Eu serei sempre sua!

Mais uma manhã surgia. Laura acordou cedo e antes das oito da manhã já estava dentro do carro de Eduardo. Ela olhava a paisagem de estrada com admiração:

— Não sabia que a vista daqui era tão bonita!

— Todo mundo tem essa impressão. — Comentou Eduardo. — Essa estrada é antiga, mas muito pouco conhecida pelos moradores. Acho que se eu não tivesse sofrido o acidente, não conheceria esse caminho.

— Falta muito para chegar?

— Falta não. Daqui uns quinze minutos estaremos lá.

A aldeia ficava em uma região de fácil acesso. Ao longe já era possível ver as primeiras ocas e com mais algum esforço crianças indignas brincando descalças na terra recém-molhada pela chuva. Ao estacionar o carro, ambos puderam observar melhor a região. No meio da aldeia, havia uma fogueira a qual os mais velhos se reuniam. Não muito longe, homens partiam para a caça matinal e as mulheres começam a preparar tudo para a refeição.

Os dois entraram e logo foram cercados por muitas crianças. Todos abraçavam Eduardo com força e olhavam de forma curiosa e desconfiada para Laura. O cacique saiu da sua oca e pediu para que seus pequenos se retirassem. O chefe da tribo abraçou Eduardo e disse com satisfação:

— Fico feliz que você tenha vindo nós visitar.

— Também fico contente de estar aqui novamente. Vocês são como uma família para mim.

— Então essa é a famosa Laura? — Perguntou o cacique curioso.

— Famosa? — Indagou Laura.

— Quando Eduardo foi encontrado pelo meu filho, ele não parava de sussurrar o seu nome. Foi graças a enorme vontade de te ver novamente que Eduardo conseguiu se recuperar. Então juntos?

Laura olhou para Eduardo com ternura. Não tinha a mínima ideia de que ele a chamava todos os dias enquanto estava doente. Se sentia às vezes um pouco culpada por não ter esperado Eduardo. Será que continuaríamos juntos? Ela afastou esses pensamentos e respondeu:

— Somos só amigos.

— Uma pena! São um belo casal!

— O papo está bom, mas, viemos aqui para tratar de um assunto sério. — Disse Eduardo.

— Vamos para dentro. Lá poderemos conversar de maneira mais privativa.

Os três entraram e se sentaram em um banco rústico de madeira. Como boa historiadora, Laura observou todo o lugar com atenção e admiração. A diversidade cultural do nosso planeta é a coisa mais fantástica que existe! Eduardo começou a explicar:

— O chefe do agronegócio do Estado, Sebastião Salgado, acabou de comprar algumas terras pela região. Só que para ele não é suficiente. Assim, ele está querendo avançar suas plantações para outras terras. E uma dessas terras é onde a sua aldeia está localizada. Temos certeza que ele vai usar dos golpes mais sujos para conseguir cumprir seus objetivos. Doa a quem doer.

— Fiquei sabendo. — Disse o cacique nem um pouco surpreso. — Já andei investigando esse latifundiário. Ele cada vez se aproxima mais das nossas terras.

— É por isso que estamos aqui.  — Disse Laura. — Não achamos certo os atos dele. Essa terra pertencem a vocês! Nós estamos querendo ajudar nessa luta. Mas, precisamos da ajuda de vocês. Não podemos lutar sem o seu povo.

— Como poderiam ajudar ao meu povo?

— Eu tenho muitos colegas antropólogos que são especialistas na área indígena. Existe o estatuto do indígena com os seus diretos. Com certeza podem ser de grande auxilio.

— E eu tenho os advogados. — Completou Eduardo. — Certeza que eles podem ser bem úteis para tratar a questão mais burocrática.

— Eu aceitarei a ajuda de vocês. E já agradeço por ela.

Um dos moradores de aldeia entrou na oca em que os três conversavam e anunciou:

— O monstro chegou!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pós Amor: O que vem depois do amor?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.