— O mundo vai acabar de novo? Droga, desde 2012 ouço essa história... – menciono. – Mas desta vez não vou ter nem “brusinha” nova pro rolê! – cruzo os braços e reviro os olhos.

Assim que concluo a frase, algo quebra o vidro do estúdio e se arrasta pelo chão.

Todos nos assustamos, mas me aproximo. A pessoa se mexe e logo reconheço que se trata de Thor com as cortinas de sua mãe.

— E aí garoto propaganda da L’oréal Paris! – Wade o cumprimenta.

Thor joga seus cabelos para trás, como uma diva. Levanta-se em câmera lenta e ouço a música da Berlin - Take My Breath Away (que tem uma versão muito melhor que a original, pelos sertanejos Cleiton & Camargo) tocar ao fundo.

A loira do Tchan caminha devagar até mim.

— Caaaraaalhooo, tááá tuuudooo eeem slooowmoootiooon! – diz Deadpool, com aquela voz grave de quando o vídeo fica em câmera lenta.

O deus do trovão envolve suas mãos em meus cabelos, puxando-os para trás com delicadeza e me beija lentamente.

Em seguida, tudo volta ao normal. Ele dá uma piscadela para mim e sai sem dizer nada.

— 99% ama o Strange, mas aquele 1% ama o Thor... – Wade canta.

— Porra, você filmou isso? – Henrique pergunta ao câmera que confirma. – Ótimo, não quero que pare de filmar. Mesmo se morrer, volte e continue gravando. Isso vai dar muitos views! – bate palmas, animado.

O Doutor que estava quieto até o momento, me olhava boquiaberto.

— O que foi Stephen? Ainda está em câmera lenta?

— Você me deve explicações sobre o Thor. – manifesta-se.

— Cuidado com os chifres! – Wilson avisa. – Mas então, vamos atacar o monstro que teve a hemorroida colada na cadeira ou não?

— GENTE, VENHAM VER ISSO! – meu assessor grita para nós. Estava com o câmera filmando algo que acontecia lá embaixo.

Ao olharmos na direção, vemos Thanos com uma roupa dourada, batendo nos Vingadores e matando várias pessoas.

Ele espremeu a cabeça de um civil, fazendo sangue voar em nossas caras.

— É a primeira vez que o vejo em pé. Isso é um milagre! – expressa Deadpool.

— Essa não, olhem o que tem na mão dele... – Strange aponta em sua direção.

— Ele roubou a manopla da Joelma do Calypso... É guerra que ele quer, então vamos guerrear! – digo, socando a palma da minha mão.

— Fiquem aqui. Wilson e eu vamos ajudar os Vingadores. – Stephen avisa.

Mas naquele instante, um terremoto atinge o local que estamos e começamos a nos desequilibrar. Olho novamente para baixo e vejo que Thanos estava socando o prédio. Cada soco que dava causava mais tremores, até que roubou uma das flechas explosivas do Gavião Arqueiro e colocou-a diretamente no encanamento de gás.

— Foi muito bom conhecer vocês, gente! – meu primo comenta e começa a chorar.

— Parece que vamos participar de um filme do Michael Bay... – avalio.

Stephen envolve-me em seu Manto, colocando-o em minhas costas. Ele acaricia meu rosto como um catioríneo fofíneo, arrancando-me risíneos devido às cóceguíneas.

— Quando eu gritar “já”, todos pulam, ok? – o doutor avisa e começa a abrir um de seus portais que pareciam palha de aço queimando. – JÁ!

O prédio explode, no entanto, temos tempo de pular pelo portal antes. O fogo vinha atrás de nós. É, parece mesmo que estamos num filme do Michael Bay...

Caímos no chão, deitados. Olho ao redor e vejo pessoas correndo desesperadas.

“É a Black Friday?”— penso. Todavia, na verdade, era Thanos que estava se aproximando de todos nós. Ele trazia a cabeça do Visão sem a pedra e sorria maleficamente.

— Agora só falta a sua... – elucida, apontando para Stephen.

— PARE! – grito e me encara com uma expressão de cu, ainda deitada. Sento-me. – Até quando você quer mandar e mudar minha vida?— canto, a fim de disfarçar, mas ele me hasteia pelo pescoço.

— Como ousa me encarar, humana fraca? – a Capa de Strange tenta atacá-lo, entretanto por ser só um pedaço de pano, nada acontece. Ela fica brava por me referir assim a ela, mas é aquele ditado: “Vamos fazer o quê?”— Você e toda a Terra curvar-se-ão perante a mim! – avisa.

— É... Com licença... – Henrique cutuca-o por trás, fazendo-o olhá-lo. – Será que pode fazer uma dancinha da Joelma já que está com a manopla dela?!

O câmera, que filmava tudo, ri. Thanos bufa e dá um soco que esmigalha o cérebro do mesmo.

— FODEU! – meu assessor grita e sai correndo.

— Onde estávamos mesmo? – o cara roxo ergue a sobrancelha, me encarando.

— Você estava me enforcando, disse que sou uma humana fraca e blá blá blá... – respondo.

— Ah sim, obrigado! – ele volta a apertar meu pescoço. – Você morrerá, sua humana fraca! – ameaça, mas é atingido por uma espécie de raio laranja. Era o Doutor Estranho.

A Capa se solta de mim e vai até ele, fazendo-o pairar no ar.

— Solte-a! – Stephen ordena.

— Com todo prazer! – Thanos zomba e me deixa cair de cara no chão.

Strange e ele cravam uma feroz luta, a qual não estou a fim de narrar. Decido ir até os Vingadores que lutavam contra os aliados do Hulk roxo.

— Pessoal, eu tenho um plano! – notifico.

— Qual ser o melhor plano que esmagar? – Hulk (o Hulk normal mesmo) questiona.

— Vamos cantar a música mais chata do mundo até que ele perca a paciência! – exponho.

— Ora, mas que música é essa? – o Capitão América interpela.

Pego meu celular e mostro-lhes a letra, cantarolando o ritmo para que aprendam.

Rapidamente captam e chegamos perto do Titã.

— Ei Thanos, vai tomar no... – Homem de Ferro canta.

— Olha a língua! – Steve adverte.

— Vocês de novo? Não se cansam nunca? – o roxinho pergunta, bufando. – O que querem?

— Viemos barganhar! – Romanoff brinca.

— Essa fala é minha! – Strange ralha.

Começamos a cantar em uníssono:

O coração dispara
Tropeça, quase para
Me encaixo no teu cheiro
E ali me deixo inteiro
 

Thanos coloca as mãos no ouvido, a fim de interromper o ruído:

— PAREM, PAREM COM ISSO! – berra. Entretanto, continuamos.

Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver 
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver

(Tiago Iorc – Amei te ver)

Ele atira uma rajada de energia de sua manopla, “matando” todos os Vingadores. Não chore porque você sabe que ninguém morre pra sempre nos quadrinhos. Exceto o Tio Ben.

— NÃOOOOOOO!!! – Deadpool esgoela-se e começa a soluçar.

E naquele momento só me surge um pensamento:

“Hello darkness my old friend…”