Era a última vez que se sentavam no campo de crivanas antes da mudança de cidade. E, como se preparassem uma despedida, as flores brilhavam belas e douradas, exalando seu perfume único. Calil observou Dara se inclinar para pegar uma, o cabelo brilhando da mesma cor que as pétalas e os olhos como o céu limpo daquele dia de paz.

— Eu tinha um plano para te pedir oficialmente em casamento. – Ele comentou. – Fiz um presente, até. E no fim, nem houve um pedido.

— A resposta seria sim de qualquer forma. – Ela girou a flor entre as mãos, então olhou para seu noivo e sorriu. – Mas sobre o presente…

Calil riu e tirou um pequeno embrulho rotundo da bolsa. A moça pegou e o abriu, animada. E ficou mais feliz ainda quando se deparou com uma caixinha de música feita pelo próprio rapaz. Ela deu corda e a deixou sobre o colo. A música era linda, como as que ela gostava de dançar, e ela amou, amou, amou. E amava Calil, amava a criança que iria nascer, amava a vida.

Dara encostou o rosto no ombro do noivo, ambos fecharam os olhos e respiraram fundo. Tudo estava bem e continuaria bem.