Saving Love escrita por Candy S


Capítulo 18
Capítulo 18




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Mais um mês tinha se passado e eu sentia que o dia que Savitar me mataria se aproximava. Haviam se passado três meses desde que Barry tinha nos contado o que ia acontecer e desde então todo o time vinha tentando achar uma solução, mas não tivemos sucesso, por isso resolvi contar a minha irmã o que estava acontecendo. Chamei ela em minha casa e o meu pai veio junto.
— Fiquei feliz que veio, pequena.
— Você sabe que eu não sou mais pequena, não é? Já tenho 15 anos... Que, por um acaso, você não foi me ver, nem me ligou porque não queria nos ver depois que a mamãe morreu...
— Octávia... Eu sinto muito! Você sabe o quanto foi difícil para mim...
— Eu sei, Daph. Eu entendo e está tudo bem. Você está aqui agora, então... - ela me olhava sorrindo. - O que você queria falar comigo? Parecia ansiosa no telefone.
— Pois é... É que... Eu preciso te contar uma coisa muito importante. Senta aqui. - disse, me sentando no sofá, pedindo para ela fazer o mesmo. - Octávia... em menos de um mês...
— Daphne, eu acho que não devia. - meu pai me interrompeu.
— Não devia o que? Vocês estão escondendo o que de mim? - Octávia perguntou curiosa.
— Pai, eu preciso. - me direcionei a minha irmã agora. - Em menos de um mês, eu vou... morrer.
— O quê? Você está doente?
— Não. É... complicado, Octávia, mas o que você tem que saber é isso.

Octávia começou a chorar, então enxuguei suas lágrimas.
— Mas... você não pode. Pai...! - ela soluçava.
— Calma, meu amor. - meu pai se ajoelhou em frente a Octávia, segurando suas mãos. - Eu vou fazer de tudo o que eu puder para salvar a sua irmã.
— Pai...
— Eu vou, Daphne. Não vou deixar que a minha filha simplesmente se vá. Vai ficar tudo bem, vocês vão ver.

Meu telefone tocou.
— Daphne, achamos algo que pode te ajudar. - Caitlin disse.
— Eu estou indo aí então.

Desliguei o telefone, olhando para a minha irmã.
— Eu preciso ir.
— Onde você vai? - meu pai perguntou.
— No STAR Labs. A Caitlin disse que talvez tenham encontrado algo que pode me ajudar. Desculpem, mas eu preciso ir.

Octávia me olhava triste.
— Você pode continuar a me chamar de pequena o quanto quiser. Eu gosto, na verdade.

Meus olhos se encheram de lágrimas.
— Eu te amo, pequena.
— Eu também, Daph. Eu te amo muito!
  Nos abraçamos.
                                                              ...

Já no STAR Labs, encontrei todos no salão principal.
— Então, o que houve?
— Nós achamos um cara. O nome dele é Abra Kadabra.
— E como ele pode ajudar?
— Ele é do futuro, Daphne. - Barry disse. - Ele sabe quem é o Savitar. Nós vamos ficar um passo à frente dele agora. Nós vamos vencer, meu amor.
— O que estamos esperando então? - meu pai disse, entrando no salão principal.
— Pai? - disse surpresa. - O que está fazendo aqui? Onde está a Octávia?
— Eu deixei ela na casa de uma amiga dela e vim aqui fazer o que eu disse. Eu vim fazer de tudo para te salvar junto com os seus amigos e com o Barry.

Barry parecia surpreso, mas consentiu com a cabeça.
— Pai...
— Daphne, por favor. Eu sou seu pai. O que achava que eu ia fazer? Ficar sentado esperando você morrer?
— Ele está certo, DD. Quanto mais ajuda melhor.
— Ok. – bufei. - Então, Barry, o que esse... Kadabra sabe?
— Ele sabe de tudo o que aconteceu. Ele é a chave para determos Savitar.
— Não se esqueçam que tenho que levá-lo. – Cigana disse entrando na sala.
— Você não pode fazer isso. Essa é a primeira pista real que já tivemos em meses. – falei apressada.
— Ele está no topo da lista dos mais procurados pelos coletores. Desculpe, mas eu tenho que levá-lo.
— Barry!
— Olha só, - Barry segurou meus ombros. – Nós vamos falar com ele agora, ok? Vamos descobrir quem é Savitar.
— É melhor se apressarem. O tempo de vocês está acabando. – Cigana falou.

Barry a olhou de uma forma não muito amigável. Em seguida fomos até a ala das celas, onde Abra Kadabra estava. Barry abriu o compartimento.
— Barry e Sra. Allen. – o homem de roupa preta e cabelo platinado disse. - É um prazer conhece-la, afinal de contas no futuro você estará...
— Cale a boca! – Barry o interrompeu. – Você disse que sabe quem é o Savitar.
— Eu sei tudo sobre o deus da velocidade.
— Como o que? – perguntei.
— Sei que ele é imparável, que foi o primeiro velocista e que você, Barry, derrota ele, mas não até que ele tire o que mais importa para você. – Abra Kadabra me olhava, senti novamente aquele frio na espinha...
— Nos conte quem ele é, agora! – meu pai se aproximou.
— Eu acho que não. É frustrante, não é, Daphne? Saber que você morrerá. A menos que eu dê ao Flash o que ele quer. Todo esse poder, toda essa velocidade e você ainda continua lento demais.
— Isso não é um jogo. Isso é sobre a vida da minha filha!
— E é a minha vida se vocês me entregarem para a coletora! É simples, me deixem sair e eu os direi quem é o Savitar. Me entregue a Cigana e a Daphne morre. A decisão é sua, Flash.

Olhei para Barry e ele parecia começar a aceitar as condições de Kadabra.
— No futuro, eu e você temos sido inimigos por anos, Flash. Tiveram outros, é claro. Teve o Thawne, o Zoo, DeVoe... Mas nenhum deles te machucou como o Savitar. Ele te quebrou de verdade. Tenho que ser honesto, sempre tive um pouco de inveja. Mas agora, é como se eu matasse ela também.

Barry parecia irritado.
— Ok, já chega. - disse fechando o compartimento das celas.
— Pessoal, não podemos deixar a Cigana leva-lo antes de descobrirmos quem é o Savitar. - HR disse.
— Não podemos mesmo! – meu pai reforçou.
— Então o que devemos fazer?
— Eu não sei. - Barry se afastou, passando as mãos pela cabeça.
— Pessoal... Não vai ser tão fácil assim. - falei.
— Espera um pouco. – meu pai disse. – Você tem a chance de sabe a identidade do monstro que quer te matar e ainda está pensado?
— Não foi isso que eu quis dizer, pai. É só que... não é tão simples assim...
— Claro que é, Daphne. A cidade inteira está infestada desses caras... Um a mais não vai fazer diferença... Ainda mais sendo para salvar a sua vida.
— Pai! – o adverti.
— O quê?!
— Pessoal. Acho que devemos nos acalmar um pouco... – HR falou. – Josh, lá em cima tem um café delicioso que o Cisco comprou. Não quer provar?

Meu pai parecia um pouco aborrecido, mas aceitou.

Eu e Barry ficamos a sós. Ele então se aproximou.
— Nós vamos dar um jeito, Daphne. – ele me abraçou. – Um cara como o Kadabra não tem direito de dizer se você vive ou morre.
— Como você sabe se ele está falando a verdade? – o afastei, fazendo com que olhasse nos meus olhos. – Pelo que eu ouvi falar, ele não fez nada além de truques desde que chegou. Talvez seja só mais um.
— Não é, Daphne.
— Então você quer deixa-lo ir?
— Parece que é nossa única opção.
— Mas ele é um assassino, Barry.
— Eu sei... Mas quantos assassinos nós colocamos na prisão? Quantos caras maus nós derrotamos? – ele disse saindo pelo corredor, indo até o laboratório de velocidade. O segui. - Nós não merecemos uma vitória depois de tudo que fizemos?
— A vida não conta pontos, Barry. Você deveria saber disso melhor que qualquer um. – segurei seu braço, fazendo com que parasse de andar. - Olha, se o Kadabra não tivesse aparecido, nós ainda estaríamos na mesma posição.
— Mas ele apareceu e se ele sabe quem o Savitar é, ele vai nos contar.
— Barry...
— Ele pode salvar sua vida!
— Não, Barry! Você pode salvar a minha vida. Não ele. Confie em mim, eu também quero saber quem o Savitar é, mas não quero deixar alguém que causou tanta dor andar livremente só para salvar minha vida. Imagine só se fosse o Zoom, ou então o Anthony Smith que estivessem livres agora... – lembrei do que o tinha feito. Engoli seco. – Vamos lá, Barry. Eu sei que lá no fundo você também não quer isso.

Barry me olhava hesitante.
— Vamos entrega-lo a Cigana, ok? – o perguntei.
— Certo. – ele cedeu.

De repente ouvimos uma sirene tocando.
— Kadabra está à solta em algum lugar do prédio. – Cisco disse apreensivo pelo alto falante.
— O quê?

Barry então correu comigo até o salão principal. Cisco e HR estavam lá.
— Onde ele está, Cisco?
— Eu não sei. Estou tentando acha-lo...
  Do nada uma explosão nos assustou.
— O que foi isso.

Corremos até o elevador, de onde tinha vindo o barulho.

Julian e meu pai estavam ao lado de Caitlin. Um ferro tinha atravessado o seu abdômen.
— Ai meu Deus!

Cisco e Barry a ajudaram a levantar e a levaram para o laboratório, a deitando na cama.
— Certo. Calma. Calma. – Julian dizia. – Me dê a máquina de raio-x. – ele disse a Barry que assim o fez.
— O quão ruim é? – Caitlin perguntou, parecia sentir bastante dor.
— É ruim, bem ruim. Tem alguns estilhaços dentro de você e estão fundo o suficiente para perfurar seu rim se não tirarmos agora.
— Temos que levá-la a um hospital. – falei.
— Não dá. Identificarão ela como meta. – Cisco disse apressado.
— E não é qualquer meta. – HR disse apreensivo. – Ela atacou o CCPD.
— Então o que vamos fazer? Nenhum de nós é médico e ela não pode se auto operar.
— Nós temos outra opção. – Cisco disse. – Caitlin tem que se transformar. A taxa de metabolismo acaba com a destruição do tecido frio. Ela pode se regenerar.
— Não! Não vão tirar meu colar. – Caitlin disse assustada.

Desde a ultima vez que Caitlin tinha virado a Nevasca, Cisco tinha conseguido dar um jeito de controlar os poderes dela através desse colar.
— Não preciso de um hospital. – ela continuou. – Preciso apenas de um espelho e algumas mãos firmes. – ela olhava para Julian. – Você foi um médico de campo no Exército Real, não foi?
— Sim... Mas eu nunca operei alguém antes.
— Tudo bem, eu te explico.
— Caitlin, você vai ter que se manter acordada no meio da sua própria cirurgia. Isso é loucura!
— Estou pondo minha vida em suas mãos. Eu confio em você, Julian.

Eles então se olharam de uma forma diferente... Eu diria que eles se gostavam.
— O que diabos estava pensando? – Cigana entrou irritada no laboratório, se direcionando ao meu pai.
— Agora não é hora, pessoal. – Cisco disse
— Você é um idiota!
— Cuidado aí, mocinha. Eu fiz um juramento a minha esposa quando ela estava prestes a morrer. Eu prometi que protegeria as minhas filhas. E não vai ser agora que uma mulher toda vestida de couro vai me impedir.
— Aquele era o meu prisioneiro!
— Espera, do que ela está falando? – perguntei confusa.
— O seu pai libertou Kadabra.
— O quê?
— Pessoal! – Cisco disse irritado.
— Vamos lá para fora, ok?

Seguimos até o salão principal e pedi a Cigana para ficar a sós com meu pai.
— O que aconteceu exatamente, pai?
— Filha, ele tem a informação que pode salvar a sua vida. Então eu não dou a mínima se aquela mulher quer prendê-lo.
— Eu não acredito que fez isso.
— Ele ia me dizer, Daphne. Ele estava quase falando quando essa Cigana apareceu. É por causa dela que ele está a solta.
— Por causa dela? Não, não. Por sua causa! – minha voz soou alta. - Você abriu a porta! Você o deixou sair! A culpa é sua!
— Eu só estava tentando te proteger!
— Me proteger? – dei um sorriso falso. – Belo trabalho tentando me proteger. Agora a minha amiga está machucada e um assassino está a solta pela cidade.
— Eu não queria que isso acontecesse.
— Não é o que parece! O que estava pensando? Que ele simplesmente ia te dizer o nome, sobrenome e endereço do Savitar? Não! Ele não ia!
— Daphne, eu sou seu pai! – ele também falava alto.
— Eu não me importo! Eu vi a raiva nos olhos do Kadabra quando olhava para Barry. Era o mesmo olhar que eu tinha para Anthony depois do que aconteceu com o meu filho. Ele queria ver Barry sofrer. E você só o ajudou.

Meu pai colocou as mãos na cintura e olhava para o chão, mordendo seus lábios.
— Acho melhor eu ir embora. Espero que a Caitlin fique bem. – ele disse cabisbaixo, indo embora.

Sentia que minha cabeça estava prestes a explodir. Comecei a andar pelo salão até que notei Barry na porta.
— Está aí a muito tempo?
— O suficiente para ver sua discussão com o seu pai.
— Ele não podia ter feito isso, Barry.
— E por que não? Você é filha dele, Daphne. – Barry veio até mim. - Você não cometeria um ato de loucura por quem se importa?

Senti o remoço me batendo, pois foi exatamente o que eu tinha feito quando fui atrás de Anthony sozinha.
— Que droga! – afundei minha cabeça no peito de Barry e o abracei. – O que eu fiz...
— Você só estava nervosa por causa da Caitlin. Mas acho que deve um pedido de desculpas ao seu pai.
— Eu sei... Mas e a Caitlin?
— Ela vai ficar bem. – Cisco disse entrando com Julian e HR.
— Graças a Deus!
— Aquilo foi incrível, Julian.
— Sério. Julian Albert, médico. Por essa eu não esperava. – HR ria.
— Ei, acho que sei o que Abra Kadabra veio fazer aqui. – Cigana entrou em seguida.
— E o que foi?
— Ele veio roubar tecnologia para construir uma máquina do tempo.
— Ele está tentando voltar para o futuro. – Barry disse. – Precisamos detê-lo.

Todos seguiram Cigana e quando eu estava fazendo o mesmo, Barry me parou.
— Achei que fosse se desculpar com o seu pai.
— Mas é que...
— Vai ficar tudo bem por aqui. Vai lá.
— Tá. Eu te amo. – disse, o beijando.
— Eu também.

Prestes a entrar no carro, ouvi passos atrás de mim.
— Ei. – era Cigana. – Posso falar com você só um minuto.
— Claro.
— Então... Eu queria pedir desculpas ao seu pai por ter o chamado de idiota. A minha questão com Abra Kadabra é pessoal e eu acabei descontando minha raiva dele no seu pai. Você pode, por favor, dizer a ele que eu sinto muito?

Eu via no olhar de Cigana que ela estava sendo sincera.
— Claro.
                                                                ...

Já na casa do meu pai, bati em sua porta envergonhada. Ao abrir e me ver, ele apenas me mandou entrar e se sentou no sofá.
— Pai... Sinto muito por tudo que eu disse. Eu te desrespeitei e não me orgulho disso.
— Tudo bem, filha. Todos estávamos de cabeça quente.

Ele então me puxou mais para perto, fazendo com que deitasse minha cabeça em seu colo.
— Desculpe, Daphne. Eu deveria ter sido mais forte. Tento ser forte para vocês. Para você, para a Octávia e até o Barry...
— Pai, você tem sido forte. E isso é o que vem me fortalecendo.
— Acho que devo um pedido de desculpas a Cigana também.
— Falando nisso... Ela pediu que eu te dissesse que ela sente muito pelo que te disse.
— Mesmo?
— É.
— E como está a Caitlin?
— Ela está bem.

Meu pai passava sua mão pelo meu cabelo.
— Quando você era um bebê, eu morria de medo de você morrer no meio da noite. Você sabe... Eu e sua mãe não planejamos ter você e aí tudo veio como uma avalanche. Sua mãe não sabia muito o que fazer e apesar de eu também ser pai de primeira viagem, puxei a responsabilidade para mim. – ele respirou fundo. - Eu não dormia, só sentava no seu quarto... e via você dormir. As vezes botava minha mão no seu tórax só para garantir que você estava respirando, e então eu só ficava sentado lá, rezando para que você continuasse respirando. É assim que me sinto agora... Eu não sei o que posso fazer para salvar você.

Meu pai começou a chorar. O abracei e por mais que tentasse ser forte, vê-lo daquele jeito era demais para mim.

Uma batida na porta nos interrompeu. Era Barry.
— Desculpem interromper algo.
— Não, está tudo bem. – disse enxugando meu rosto. – O que aconteceu?
— Bem, nós conseguimos capturar o Kadabra.
— E ele disse algo sobre o Savitar?
— Não, mas ele me mostrou sem querer como te salvar.
— O quê?
— Kadabra, Savitar, Thawne... Eles estão sempre um passo a nossa frente por uma razão. Eles sabem o que vai acontecer. Então cada movimento, cada armadilha nossa é só história para eles. Eles estão armados com o futuro. Mas não mais.
— O que isso quer dizer?
— Se as respostas que precisamos para deter Savitar e te salvar estão no futuro... Então é onde preciso ir. Eu vou para o futuro, Daphne.

Me levantei indo até ele.
—  Tem certeza disso, Barry?
— Absoluta.

O abracei forte. Sentia que finalmente estávamos começando a progredir.
— Tem mais uma coisa que preciso te contar.
— Pode falar. – disse sorrindo.
— É a Caitlin. Ele teve complicações e... Ela virou a Nevasca e não sabemos onde ela está.

O sorriso que estava no meu rosto se desfez. Ter Nevasca a solta pela cidade era mais perigoso do que podíamos pensar.
— Só pode estar de brincadeira.


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