Saving Love escrita por Candy S


Capítulo 16
Capítulo 16




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Semanas tinham se passado e eu estava em casa, sentada perto da janela, quando ouvi a porta abrindo. Barry tinha chegado.
— O Harry foi embora para a Terra-2 hoje. Ele te mandou um abraço. A Jesse acabou ficando, você sabe, por causa do Wally... - Barry me olhou confuso. - O que foi? Por que você está aí, toda encolhida?
— A sra. Blake me ligou há alguns minutos. JB teve uma parada cardíaca e não resistiu.

Barry ficou surpreso e sentou-se do meu lado.
— Eu sinto muito!
— Eu não sei mais o que pensar, Barry. A sra. Blake já tinha perdido o filho mais novo e agora JB... Ele era um menino bom, jovem... Ele não merecia isso.
— Por favor, não ache que isso foi culpa sua.
— Mas foi. De certa forma foi. Eu estava escrevendo aquela história. Eu fiz dele meu informante.
— Daphne. - ele pôs a mão no meu queixo, levantando o meu rosto para que eu o olhasse nos olhos. - JB que foi atrás de você. Ele sabia dos riscos e mesmo assim fez. A única coisa que ele queria era ter justiça de uma forma limpa e você ainda pode fazer isso.
— Você tem razão. A última coisa que ele me pediu foi que eu fizesse justiça, que colocasse todos eles na cadeia e é o que eu vou fazer.

Barry me abraçou e nós ficamos ali por alguns instantes.
— Como você ainda pode ser tão bom comigo? Eu menti para você, matei um homem...
— Não fale mais nada, ok. Eu te amo, Daphne. É o que importa.

Seu telefone tocou.
— Quem era?
— O Cisco. - Barry colocou as mãos na cabeça. - Jesse disse que Wally estava tento alucinações e agora ninguém sabe onde ele está.
— Você acha que tem a ver com Savitar?

Barry me olhou hesitante, mas fez que sim com a cabeça.
— O Wally pegou a pedra filosofal.
— Mas você não jogou na Força de Aceleração?
— Sim, mas a Caitlin ficou com um pedaço... Ela achou que aquilo poderia a ajudar de se livrar dos seus poderes de alguma forma... e graças a ela ter feito isso que o Savitar não saiu de lá. Se Wally jogar aquele pedaço na Força de Aceleração... O Savitar estará finalmente livre.
— Vai, Barry. Pode ir, eu vou ficar bem aqui.
— Eu não quero te deixar aqui.
— Mas você tem que ajudar o Wally.
— Então venha comigo. Vamos para o STAR Labs. Pelo menos você não vai estar sozinha. - ele pegou minha mão e a beijou.
— Ok, você venceu...
                                                     ...

Já no STAR Labs, ao ver Joe, fui falar com ele.
— Sinto muito pelo que está acontecendo.
— Eu também.
— Joe, eu sei que não é um bom momento, mas queria te pedir ajuda em uma coisa.
— Pode falar, minha querida. - ele pôs a mão no meu ombro, me encorajando.
— Eu trouxe isso aqui. - levantei uma maleta. - Espero que possa me ajudar.
— E o que é isso?
— Provas. Provas contra o prefeito Marcus e a gangue de Keystone City. Eu esperava que você pudesse usá-las para prendê-los.

Joe pegou a maleta e abriu.
— Fitas de vídeo, de áudio... Parece que conseguiu bastante coisa.
— É...
— Obrigado, Daphne. Eu vou passá-las para o capitão e logo mais a justiça será feita.
— É o que eu espero. Muito obrigada, Joe!
— Pessoal, nós temos que achar o Wally. - Julian disse. - Se o Savitar pegar a pedra... Com certeza ele escapa.
— Não posso acha-lo. - Cisco falou. - Ele desligou a telemetria do traje.

Todos estávamos apreensivos. Eu conseguia ver a preocupação estampada no rosto de todos, principalmente no de Barry.
— Há uma grande onda de energia aqui. - Cisco olhava a tela do computador.
— Onde?
— Na velha fábrica Kob.

Barry saiu correndo até o local e Cisco ativou as câmeras de segurança para olharmos o que estava acontecendo. Vimos Barry chegar segundos depois.
— Ai meu Deus. - Jesse disse.

E não era para menos. Wally estava sendo sugado para dentro de um portal.
— Não! - ele gritava. - Socorro, Barry!

Barry não conseguiu salva-lo a tempo.

Um pouco depois, vimos o portal reabrir, e de lá saiu algo grande com uma armadura prateada e olhos azuis. Todos nós estávamos paralisados com o que estávamos vendo.
— Estou livre! Terra... Ar... Posso sentir novamente. Posso respirar novamente. Eu te derrotei, finalmente!

Aquela voz... Nós já tínhamos escutado aquela voz...
— Tá de brincadeira! - falei.
— Cadê o Wally? - Barry o perguntou. - O que aconteceu com ele, Savitar?
— Como o mito grego de Atlas, que não poderia largar o céu até que alguém tomasse o seu lugar, Wally tomou o meu na Força de Aceleração. Você me conhece. Eu adoro um bom mito.
— Ele tomou seu lugar?
— Quando você criou o Flashpoint, sem querer me propiciou meios para o meu retorno.
— Wally...
— Você me deu a ideia de transformar Wally no Kid Flash. De fazê-lo rápido o bastante para me substituir na sua prisão. A juventude e o ego dele foram meus aliados. Tão distraído com a fama e a velocidade que nunca percebeu que estava correndo para a minha armadilha.
— Como eu tiro ele de lá?
— Wally se foi.
— Como eu tiro ele de lá?! - Barry gritou.
— Ele está sofrendo em um vazio infinito por toda a eternidade. Mais uma vítima que Barry Allen falhou em salvar.

Eu conhecia aquele olhar em Barry. Ele estava se sentindo culpado e com raiva ao mesmo tempo.

Barry e Savitar começaram a lutar. Raios vermelhos e azuis se misturavam na imagem da tela do computador, até que eles saíram do nosso campo de visão.
— Cisco, precisamos ver o que está acontecendo. - eu disse aflita.
— Eu estou procurando por alguma outra câmera, mas... não tem.
— Cisco!
— Eu estou tentando, ok. - ele disse nervoso. - Aqui, achei.

Cisco colocou a imagem nos monitores, bem no exato momento em que Savitar enfiou, o que parecia ser algum tipo de espada da sua armadura, no ombro de Barry.
— Eu quero tanto te matar. E irei. - Savitar dizia. - Mas você precisa viver um pouco mais. Viver o bastante para ver a Daphne morrer.

Foi a primeira vez que eu ouvi, de fato, que iria morrer pela boca de Savitar. Aquilo me causou um calafrio.

Barry, tentando se livrar daquilo, vibrou a sua mão, cortando com ela o pedaço da armadura de Savitar, que por sua vez saiu correndo para longe.

Segundos depois, um raio vermelho passou por nós, parando perto da parede. Barry sentia muita dor.

Caitlin o levou até o laboratório, deitando-o na maca para que pudesse retirar o pedaço da armadura.
— A lâmina não atingiu os órgãos, mas destruiu sua clavícula. - ela disse.
— Aguenta, cara. Aguenta. - Cisco dizia a Barry.
— Precisamos remover. Seu metabolismo não deixará passar nenhum medicamento.
— Certo. Só faça. - Barry tentava ser forte.
— Segurem-no. - Caitlin disse a Julian, Joe e Cisco.
— Você vai ficar bem parceiro. Morda isso.

Eu estava junto de Iris e Jesse no final da sala. Não conseguia ver Barry daquele jeito, então virei o rosto.
— Três, dois, um...

Um grito de dor tomou conta do laboratório e depois era só silêncio. Barry tinha desmaiado.
— Ai meu Deus. - disse me aproximando.
— Ele vai ficar bem, ok? Só precisa de algumas horas, ou até mesmo minutos. Ele vai se recuperar logo.
— Ok. - disse me sentando ao lado dele.
                                                     ...

Algumas tempo depois Barry acordou. Todos nós estávamos do seu lado.
— Por quanto tempo eu fiquei apagado? - ele parecia um pouco grogue ainda.
— Não muito. Está sentindo muita dor?

Barry não disse nada, mas ao olhar para o lado, viu Joe segurando um pedaço da roupa de Kid Flash de Wally e Cisco segurando o pedaço da armadura que Savitar usou para machucar Barry.
— Talvez eu consiga fazer algo com isso. - Cisco disse.
— Joe... Me desculpe. - Barry disse chorando. - Me desculpe por não ter conseguido salvar o Wally.
— Tudo bem, filho. Não é culpa sua. Onde ele está? Digo, ele está sofrendo? Ele está... - Joe parou de falar.

Percebi Jesse saindo da sala. Ela realmente gostava muito de Wally.
— "Um sofrerá um destino pior que a morte." Foi o que Savitar disse. - Cisco comentou.
— O que vamos fazer? Precisamos resgata-lo. Precisamos salva-lo. Não posso perder o Wally, Barry. - Joe disse saindo do laboratório.
— Eu sinto muito. - Barry dizia a Iris. -
— Eu sei, Bar. - ela disse beijando sua testa e indo atrás de Joe.

Barry então me olhou. Ele parecia triste e decepcionado.
— Daphne...
— Não precisa dizer nada, Barry.
— Não vou deixar que aconteça nada com você, está me ouvindo? Não vou!
— Eu sei, meu amor. - disse, acariciando seu cabelo. - Mas agora precisa descansar, ok?
— Eu prometo... - ele disse fazendo uma careta de dor, mas relaxando em seguida.

Saí de lá e segui o corredor até o laboratório de Cisco. Vendo que não tinha ninguém, me sentei no chão, no final da sala, abraçando os meus joelhos. O choro que estava preso em minha garganta a semanas agora saia. Coloquei a mão em minha boca para que não pudesse fazer barulho.
— Hey, DD. Você está aí?

Tentei enxugar minhas lágrimas.
— Estou aqui, HR.
— Vim ver como está. O que está fazendo aí?
— Nada, só... pensando.
— Posso sentar aí do seu lado?
— Claro.

HR se aproximou, sentando ao meu lado e colocando suas baquetas em sua frente, no chão.
— Quer falar o que está passando nessa sua cabecinha?

Olhei para ele, me encorajando a falar.
— É que... Eu estou cansada. Olhe só para mim. - abri os braços. - Parece que um trator passou por cima de mim! Eu me sinto horrível.
— Eu não diria isso. Você parece ótima.

O olhei para ele incrédula.
— Desculpe, eu só queria ser gentil.
— Eu sei e obrigada por isso. - apertei sua mão. - É que... Esses últimos meses foram horríveis, parece que nada quer dar certo e tudo envolve morte. Primeiro foi a minha mãe, o meu filho, depois um garoto. Eu matei um homem por vingança, HR, por vingança.
— E você não se sente melhor por isso, não é?
— Não. Eu tirei a vida de uma pessoa e por mais que ele fosse um homem ruim, eu não me sinto mais aliviada por ter feito. Na verdade, eu não me acho melhor do que ele por ter feito isso. E agora ainda tem o Savitar... Sabe, as vezes eu acho que mereço esse destino.
— O que? Morrer?
— É...
— Olhe só o que você está dizendo. Não seja boba em achar que o Savitar dita os nossos destinos. Você é jovem, Daphne, tem um futuro brilhante pela frente. E o BA te ama. Vocês se amam! Não pode se entregar desse jeito.
— Mas eu estou tão cansada...
— Vai passar. Você vai ver, tudo isso vai passar e vocês vão ser felizes. - HR me abraçou forte. - Acredite em mim.
— Obrigada por tudo. Você estar ao meu lado nesses últimos tempos tem sido incrível. É como se existisse entre nós um sentimento de... - tentava pensar nas palavras certas.
— Pai e filha?

Olhei para HR, que estava rindo, como se o que tivesse acabado de dizer o deixasse feliz.
— É. De pai e filha.


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