Cinco minutos escrita por Yokichan


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse é o último capítulo.
Só quero agradecer imensamente aos leitores que acompanharam,
e dizer que amanhã mesmo postarei outra SuiKarin.
O shipp merece. ♥



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Quando Suigetsu volta a abrir os olhos, a claridade ofuscante do fim da manhã já entra por uma brecha da janela do quarto – de um quarto que não é o seu. Piscando, um tanto confuso, ele vê frascos de perfume e uma pilha de livros sobre uma cômoda, uma camisa feminina pendurada numa das portas do guarda-roupas e o cheiro do xampu de Karin. De fato, ao reparar melhor, se dá conta de que está no quarto de Karin, na cama de Karin e, sobretudo, com a própria Karin. Deitada de bruços sobre o peito dele, uma perna sobre as suas e a outra estendida ao longo da cama, ela dorme sem fazer a mínima ideia de que o dia já começou.

Temendo mover-se e despertá-la, Suigetsu esfrega os olhos com uma das mãos e tenta ordenar os pensamentos. Subitamente, como se algo muito pesado o tivesse atingido, ele lembra-se de ter injetado na veia uma das drogas do laboratório de Karin e de ter sido arrastado ao longo de uma experiência esquisita e de ter visto coisas que jamais farão sentido. Suigetsu força a mente a fim de tentar compreender como chegou até ali, mas não obtém sucesso. Ele recorda-se dos cinco minutos mais longos de sua vida – o tempo entre a picada na veia e a descida para o mundo da alucinação, o tempo que os próprios sentimentos levaram para engoli-lo, embora sua intenção tivesse sido amortecê-los até um ponto em que não pudesse mais reconhecê-los – e depois tudo se perde em um nível de consciência que ele não é capaz de resgatar.

Talvez pelo estremecimento involuntário do susto, Karin geme baixinho no sono e enfim acorda. Suigetsu a vê piscar os olhos devagar, aconchegando-se carinhosamente ao seu corpo, e pensa que aquela é a manhã mais feliz de toda a sua vida.

Karin então encontra seu olhar e parece congelar no tempo.

— Eu... – ele começa, hesitante.

— Não diga nada. – ela desvia os olhos. – Você sempre estraga tudo.

— Me desculpe.

— Você é mesmo um idiota.

— Eu sei.

— Eu disse pra não falar.

— Posso perguntar uma coisa?

— Não.

— Só queria saber se posso abraçar você. – ele diz, mesmo assim.

Karin não responde, mas Suigetsu considera que, às vezes, um silêncio é um assentimento. Então passa um braço por suas costas e a traz para mais perto. Ao invés de empurrá-lo e de xingá-lo, ela simplesmente se deixa abraçar e desliza uma mão por sobre o peito dele. Sentindo-se muito tranquilo, como se sempre tivesse estado assim com ela, Suigetsu acaricia os longos cabelos ruivos de Karin e ela suspira de leve.

Sob a claridade que penetra no quarto, ele procura pela boca dela e enfim a beija. Dessa vez, Karin cede, entregando-se como se, no fundo, tivesse esperado muito por aquele beijo. Suigetsu ignora a dor que o atinge na palma da mão quando ela entrelaça os dedos aos seus e inclina-se sobre ele, deslizando um joelho para o outro lado de seu quadril. Ainda há muitas lacunas no tempo desde a noite passada até aquele momento, trechos escuros na memória, mas Suigetsu pensa que não há problema em deixar aquilo para mais tarde. Agora, ele apenas quer concentrar-se no beijo que tira-lhe o fôlego e no calor do corpo de Karin sobre o seu.

E decide, por fim, que aquilo vale muito mais do que um “sim”.


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