O silêncio domina na sala. Rosa mantém um olhar plúmbeo para suas mãos. Já o consultor olha seu relógio a cada minuto. Tem pouco tempo, daqui a pouco a sessão se esgota. Ele se levanta, sorri e quebra o silêncio.

—Vamos continuar.

—Que outra mentira você vai me contar? - Ela não ergue a cabeça.

—Por que sobre você são mentiras, mas sobre Mike ou Sheldon são verdades?

—Eu saberia se fosse uma psicopata.

—Saberia? Pergunto novamente: Do que você se lembra antes de acordar?

—Nada. - Responde, quase inaudível.

—Se não acredita em sua ficha, então seu nome não é Rosa?

—Me chamam de Rosa toda hora, eu lembro do meu nome e tenho uma tatuagem que comprova meu nome. - Ela mostra o pulso, mas permanece com a cabeça baixa.

O consultor sorri mais uma vez.

—Estou gostando da conversa. Mas, é curioso que você contestou mais a psicopatia do que a esquizofrenia. Por quê?

Agora erguendo a cabeça e mantendo o olhar triste, a jovem conta sobre a respiração monstruosa no quarto e teme que aquilo seja coisa de sua cabeça. O consultor ri.

—Não vejo graça alguma.

—Rosa, vou contar o que fizeste antes de acordar hoje.