Fiquei encarando os grafites da parede em nossa frente, viajando nas cores e na voz de Benjamin que cantarolava alguma coisa. Tinha um enorme navio, e o jeque, de cores azul e branco, parecia balançar conforme o vento.

Reparei então em como minha vida não tinha nada demais. Eu era apenas um cara solitário que trancara a faculdade de Oceanografia para trabalhar e juntar dinheiro. Benjamin, por outro lado, já até escrevia para um jornal!

Minha vida não tinha nenhum detalhe de interessante, nada que fizesse meu coração palpitar mais rápido. Até aquele momento.

Num movimento inesperado, Benjamin me beijou.