Aquele homem sombrio, na outra calçada, se tornava suspeito de qualquer ação que ainda pensaria em fazer. Segurou o cigarro entre os dentes para olhar a hora, como se esperasse alguém. Sorriu, estava na hora, pelo o que parecia. Jogou o cigarro no chão e deixou que a neve apagasse. Começou sua caminhada.

Depois de pensar e tentar afastar quaisquer pensamentos preconceituosos referente àquele homem, Thomas se rendeu à suspeita. Seguiu-o. Colocou as mãos nos bolsos do casaco e tentou um caminhar despreocupado. Mantendo certa distância.

O homem parou na saída de uma boate e abordou uma mulher. Sem jeito e meio bruto, ele tentava cortejá-la. Já ela tentava se afastar, sentia-se desconfortável. Se soltou do homem algumas vezes antes de ele segurar firme em seu braço e a puxar para um beco.

Thomas permaneceu à espreita observando aquele homem enquanto pensava em o excruciar. Por mais que a mulher tentasse sair dali, ele permanecia segurando-a, beijando seu pescoço.

Quando percebeu que o escritor os observava na entrada do beco, olhou suplicante para ele.

“Me ajude”, pediu movimentando os lábios.

Como um ato heroico, Thomas correu até os dois e derrubou o homem. A mulher correu. Ele apanhou até sangrar.