Aqueles dias na empresa estavam sendo os mais desgastantes que podia imaginar. Não pela carga de trabalho, mas porque não conseguia acalmar a mente e o coração. Aquela dor era de excruciar a alma. Não conseguia focar no que era realmente importante no momento, não conseguia prestar atenção em nada que diziam durante as reuniões.

Ele não era assim! Sempre foi tão focado, tão firme e decidido. E agora estava se corroendo por conta de um rapaz! Nem Takeo, com todos os defeitos que possuía, nunca conseguiu abalá-lo daquela forma, pois sempre lhe apareceu como um porto seguro.

Cancelou todos os compromissos da tarde, se trancando em sua sala e avisando que não queria ser incomodado. À sua frente, isqueiro e cigarros estavam a postos, os dedos brincando e girando o cilindro sobre o tampo de madeira. Não ia acender. Não ia! Mas precisava fazer alguma coisa quanto à ansiedade. Precisava saciar aquelas dúvidas antes que elas o consumissem.

Pegou o celular, buscando o número do namorado. Só precisava conversar com ele. Precisava contar tudo que o incomodava! Katsuya diria as palavras certas para acalmá-lo e então voltariam a ser como antes.

O relacionamento voltaria a ser tranquilo e estável.