Já é noite. A casa de Léo está com as luzes apagadas. Será que ainda não chegou?

Com o coração batendo forte contra o peito me aproximo da porta, percebo que está entreaberta. Ligo a luz da sala, não há ninguém.

Que estranho.

Caminho até seu quarto, também está escuro. Ao ligar a luz percebo um amontoado de cobertas na cama.

“Léo?” – chamo, ele não se mexe.

Chego perto da cama, o descubro, ele está dormindo. Então reparo na bagunça em seu quarto, papéis, fotos minhas e até uma habena em miniatura jogados no chão.

“Léo” – chamo mais alto, ele desperta.

“Que foi?” – seus olhos focando meu rosto – “Cris?”

“Cadu me contou tudo”

Ele senta na cama e me encara pelo que me parecem horas mas não passam de segundos.

“Você não vai falar nada?” – incentivo.

“Tudo que havia pra dizer já foi dito”

Fico sem jeito ao me lembrar da declaração dele mais cedo.

“Qual era a sua intenção com tudo isso?”

“Não é obvio? Queria poder conviver com você... e quem sabe poderia gostar de mim também”

 “Então você já conseguiu o que queria” – digo com um sorriso.

Seu rosto bonito se ilumina e finalmente nos beijamos apaixonados.