A voz de James ecoava constantemente na cabeça de Sirius como um mantra, repetindo que deveria parar de fazer Remus esperar. Talvez fosse apenas sua consciência ali, mas Black podia jurar que iria enlouquecer. E foi no dia da véspera de natal, quando não suportou a ausência de Lupin durante as celebrações, que tomou uma decisão.

Uma única candeia iluminava parcialmente a Torre de Astronomia e Sirius observou que nem mesmo aquela pouca iluminação poderia esconder a bela imagem de Remus encostado à janela, observando o céu noturno.

— Aqui sempre foi seu lugar favorito... — Sua voz quebrou o silêncio, fazendo Remus sobressaltar-se.

— Sirius?

— Precisamos conversar. — Ditou, aproximando-se.

— Sobre? — Perguntou ao recuperar-se do susto.

Sirius o encarou profundamente, encontrando coragem.

— Sobre eu ter sido um idiota, um covarde e ter demorado tanto para dizer que estou apaixonado... por você.

Remus ficou estático, seu coração falhando uma batida. Não conseguia encontrar palavras para responder, mas Sirius entendia-o, pois nada precisava ser dito, apenas sentido.

Um pequeno ramo de azevinho se formou no topo da janela, fazendo ambos compartilharem um sorriso cúmplice.

— Feliz Natal, Remmy — Sirius venceu a distância, colando seu corpo ao do licantropo e juntando seus lábios em um beijo necessitado.