They say "all's fair"

In love and war

But I won't need to fight it

Steve Jobs fundou a Apple com vinte e um anos de idade.

Bill Gates fundou, aos dezenove anos, a Microsoft.

Mark Zuckerberg criou o facebook com dezenove anos de idade.

Mozart aos doze anos terminou sua primeira ópera. 

Nymphadora Tonks descobriu sua paixão por todos os componentes de casamento aos sete anos de idade, no casamento de uma das primas de Edward Tonks. 

Los Angeles, 2017.

A mulher de vinte e seis anos deu um doce sorriso para a atendente da Louis' Ateliê quando a mesma apareceu com a sacola que tinha como conteúdo o vestido da noiva daquele vinte e cinco de março, os finos dedos da mão dela passaram pelas alças douradas da sacola de papel e ela levou o copo de café até sua boca preenchida por um batom rosado, tomando um generoso gole da bebida preta que havia pedido mais cedo na cafeteria perto de seu escritório.

Aquele dia seria um dia caótico.

Eram raros os casos de noivas que a contratavam para ser cerimonialista no mesmo dia, e quando aquilo aconteceu fora um choque. Amelie havia pedido desculpas para a chefe por não ter visto as datas iguais e horários praticamente colados para aquele dia, Nymphadora simplesmente levantou sua mão e disse calmamente que não havia problema com aquilo.

— É só um dia de trabalho dobrado. – comunicou uma semana antes.

Mas naquele sábado de primavera ela já tinha revirado os olhos três vezes e desejado que aquele erro não acontecesse nunca mais. Se uma noiva já dava trabalho, duas dariam muito mais.

Um dos casamentos que ela prestigiaria era de Amos Diggory com Hestia Jones, fora um total choque quando os queridinhos de Hollywood procuraram o escrito Tonks-McKinnon para organizar o casamento, mas ambas fizeram seu melhor, o que levou Marlene e Dora a serem chamadas para a cerimônia como damas de honra.

O outro casamento era de um casal que havia se formado com a mulher no colegial e agora morava perto da praia, eles preferiram usar a própria praia e assim com os Diggory-Jones chamaram Nymphadora para ser dama de honra.

Ou seja, vinte e cinco de março de dois mil e dezessete seria o dia em que a aposta entre as amigas e sócias se tornaria real: poderia e/ou conseguiria, Tonks, ir em dois casamentos com temas tão diferentes e que aconteciam ao mesmo dia sem cometer erro algum?

A morena balançou a cabeça de um lado para o outro, mexendo os cachos, feitos na noite anterior, ainda presos no couro cabeludo por grampos e voltou para a realidade. Um sorriso apareceu em seus lábios ao ver o carro preto de Marlene parar em frente ao Ateliê e sua mão livre foi até a porta do veículo, abrindo-a.

— Eu achei que você estava pronta. – Tonks murmurou encarando a loira que dirigia. – Merda, Lene.

— Você sabe que é só eu colocar o vestido e você também não está pronta, Dora. – ela deu de ombros e começou a dirigir o carro para que ambas fossem até o casamento dos atores.

As amigas riram quando a morena comentou sobre o quão difícil seria colocar aquele vestido apertado novamente dentro de um táxi e McKinnon ofereceu seu carro para a sócia.

— Eu não posso aceitar, Marls. – murmurou ao se olhar no espelho retrovisor e passar o dedo no canto dos lábios, arrumando o batom. – Além disso, tão otimizaria tempo nenhum.

— Lembre-me de conversar sério com Amelie, não dá para ela cometer esse tipo de erro novamente. – McKinnon comentou ao passar as mãos pelos cabelos claros e abrir a porta do carro, saindo do mesmo.

Assim que ambas estavam fora do carro, entraram às pressas pelos fundos do salão (para evitar qualquer tipo de paparazzi que todos sabiam que estariam ali) e em passos rápidos e sincronizados foram para a sala em que Hestia Jones estava enrolada em seu roupão com a maquiagem e o cabelo pronto, a loira revirou os olhos ao ver que a atriz estava uma pilha de nervos.

— Vocês salvaram a meu casamento. – a noiva vibrou feliz ao abraçar as duas damas de honra e pegar a sacola da Louis' das mãos de Tonks. – Sabe o melhor desses vestidos? – indagou encarando as duas que se olharam divertidas pela frase que viria a seguir. – É só encurtá-los que dá para usar novamente. – a morena riu e foi até a divisória do pequeno cômodo, para colocar o vestido.

As duas mulheres olharam-se no espelho grande da pequena sala azul, Nymphadora suspirou ao ver o vestido azul bebê cheio de rendas e babados coloridos e se perguntou o motivo de uma atriz do nível de Jones escolher um casamento temático, e tão brega.

Ela podia ter escolhido algo mais clássico, Marlene havia dito assim que elas fecharam os móveis da festa com Bill Weasley, um amigo de infância da outra mulher.

No momento em que a noiva apareceu vestida todas as damas de honra e madrinhas ficaram em volta dela, para uma foto. Esperaram mais alguns momentos para o fotógrafo contrato, Peter Pettigrew, fazer cliques de Hestia com o pai, com a mãe e sozinha. E em seguida, todas caminharam até o salão principal, onde a cerimônia aconteceria.

A cerimonialista sorriu após andar até o altar e parar próxima a Marlene, no lado esquerdo da pequena capela que estava decorada com inúmeras flores azuis e brancas. Imediatamente a marcha nupcial começara a tocar, o que fez com que todos os convidados se levantassem e virassem seus corpos para as duas grandes portas douradas que eram abertas a mostravam a noiva daquele dia, e naquele instante os olhos azuis escuros de Tonks observaram o noivo. Aquela era sua parte favorita de todas as cerimônias, ver o casamento através dos olhos dele e o quão feliz ele estava por aquilo.

Simplesmente não fazia sentido alguma, na cabeça dela, as brincadeiras de que o casamento era um game over.

A demora na cerimônia a fez olhar o relógio dourado de pulseira fina algumas vezes, despertando a dúvida de um convidado com cabelos castanhos escuros que a encarou com a sobrancelha arqueada e um sorriso divertido nos lábios ao anotar algo no bloco de notas.

No minuto em que aquela parte do casamento acabou a morena segurou as rendas do vestido puxando-o para cima e correu para a sala onde havia deixado a sacola com as coisas que precisaria para o outro casamento, voltou a correr minutos depois, dessa vez para a saída do local. Uma vez lá fora, Nymphadora levantou sua mão para chamar o táxi e sorriu ao encarar o motorista assim que entrou.

— Nós vamos fazer um trato. - ela murmurou antes de ajeitar a capa do vestido no banco traseiro. - Você tem trezentos dólares, a cada olhada para trás você perde vinte. 

— E para onde vamos? - ele perguntou com um sotaque engraçado.

— Santa Monica. - deu um sorriso assim que o motorista deu partida e iniciou a viagem.

No momento seguinte Fabian Prewett, o motorista, manobrava o carro atentamente na via rápida que levaria sua passageira mais rápido ao destino. Apenas para saber o que estava acontecendo em seu banco traseiro, ele, olhou pelo espelho retrovisor e seus olhos abriram em choque ao ver apenas a cabeça da mulher, e o vestido sendo trocado.

Tonks percebeu que estava sendo observada e tampo seu colo com uma parte do antigo vestido, e o encarou irritada.

— Ei! - ela ralhou. - Você acabou de perder vinte dólares. 

O ruivo a encarou novamente abrindo a boca sem sair nenhum som dali.

— Eu não fiz nada. - murmurou irritado ainda encarando-a.

— Você vai continuar? Sabe que só fica melhor para mim, certo? - perguntou em um tom debochado, fazendo-o revirar os olhos e voltar sua atenção para a estrada.

♡ ♡ ♡

 O vestido para o casamento da antiga amiga de Nymphadora era esvoaçante em um tom alaranjado, a cerimônia fora simples e ela ouviu a mesma coisa que ouvia de todas as outras noivas.

— O melhor desses vestidos é que dá para encurtar e usar novamente. - a mulher falou para a amiga que riu e concordou silenciosamente. 

Mesmo que os problemas fossem diferentes, os casamentos diferentes e os noivos pessoas completamente diferentes um do outro, Tonks sempre podia ver uma semelhança entre uma união e a outra, em qualquer que fosse a festa. 

Sorriu novamente quando a última foto com a noiva foi tirada e deu uma desculpa qualquer sobre precisar ir ao banheiro que havia perto da praia. 

Os longos cabelos castanhos voavam contra o vento ao que ela encarou Fabian irritada.

— O que está fazendo aqui fora? Entre logo nesse carro e volte para o outro casamento.

Em segundos lá estava ela trocando-se novamente enquanto Prewett dirigia rapidamente para o outro casamento. 

E assim fora a noite dos dois, alguns minutos em um casamento e outros minutos no outro. O ruivo fora esperto comendo um cachorro quente ou outro enquanto a esperava, mas a morena não comera nada. 

Ela conversava com Marlene antes de Hestia avisar que iria jogar o buquê. 

— Quem será sua vítima da noite, Marls? - perguntou divertida ao tomar um gole do espumante em sua taça.

A loira deu de ombros e encarou um dos padrinhos com um sorriso malicioso nos lábios.

— Eu não faço vítimas, Dora. - reclamou McKinnon em uma risada.

— Você pretende ter outra noite com ele, mon amour?

— Pergunta estúpida, você sabe que não. - a outra respondeu com um sorriso malicioso. - Nem para minha casa eu os levo.

Tonks revirou os olhos e fez uma leve careta para a amiga. 

— Eles são suas vítimas e você adora isso. - alertou a amiga apontando um dedo e andando até as outras mulheres que rodeavam a noiva naquele momento.

 Jones pegou o microfone e sorriu para todos ali presente, mordeu o lábio antes de iniciar seu pequeno discurso.

— Eu gostaria de agradecer por todos vocês estarem aqui, mas a cima de tudo eu gostaria de agradecer suas pessoas. Marlene e Dora, vocês salvaram o meu casamento. - ela puxou a risada dos convidados e roubou um sorriso das duas sócias. - Eu e Amos teríamos ficado loucos sem vocês duas, eu realmente não sei como agradecer por cada ajuda e cada momento.

— Você sabe nossa conta. - McKinnon disse risonha arrancando outras risadas dos presentes. 

— Eu acho que essa é a hora que muitas pessoas adoram. - a atriz sorriu e virou seu corpo.

No instante seguinte o buque foi jogado, uma das madrinhas bateu seu corpo contra o de Nymphadora e antes que tudo se apagasse ela viu Mary McDonald pegar o conjunto de rosas brancas e azuis. 

♡♡♡    

— Busquem uma toalha, um copo de água e alguma coisa para ela comer. - a voz masculina falou em um tom mandão quando os olhos azuis da mulher eram abertos com certa dificuldade. - Você está bem? - perguntou para ela, fazendo-a encará-lo, confusa.

— Você é um médico? - perguntou após levantar metade de seu corpo e sentar-se no chão, com a mão na cabeça.

— Não. - ele confessou risonho. - Mas eu não acho que elas ficando em cima de você ajudaria alguma coisa.

Tonks concordou com a cabeça e deu um pequeno sorriso para ele.

— A propósito, sou Remus Lupin. - o moreno estendeu sua mão direita para cumprimentar e ajudar a mulher a se levantar.

— Nymphadora Tonks. 

Ela aceitou a mão dele e em questão de segundos estava em pé, encarando o estranho.