Ele virou para ela, fixando-se nos olhos cor de plúmbeo, como o ar naquele quarto.

— Mamãe investigava assassinatos e meu pai estava envolvido, não diretamente, é bandido, não assassino. - Ela concordou. - Foi assim que se conheceram e mamãe viu, não sei como, bondade tirando ele disso. Nessa época, viu as consequências de seguir eles. - Respirou fundo. - Perdeu parceiros.

Olívia arregalou os olhos, espantada.

— Mas, se começou, não tem saída a não ser... - Estremeceram. - Esse é um dos motivos dele voltar.

Ela roía a unha imaginando tudo.

— E você? 

— Continuo o que mamãe fazia. - Piscava demais. - Caço eles e evito que alguns crimes aconteçam...

— Como faz? O que faz com essas informações? - Interrompeu, ansiosa.

— Eu sou o Batman. - Sorriu fraco e ela riu. - Mamãe odeia o que eu faço, mas não consigo ignorar, não podem continuar sem punição! - Estava vermelho. - Mas, agora tenho você para ajudar. 

— Tão ingênuo para ser herói... - Tomou seriedade. - Amanhã abrem a porta para checar a gente, então...

— Nos escondemos e vazamos trancando eles?

— E aonde vamos?

— Qualquer lugar é melhor que aqui.

— Perigoso!

Um estrondo fez seus corações saltarem.