Ouvira a empregada chamando, mas não queria a envolver naquilo, então pediu para que ela fosse embora, secou as lágrimas do rosto e envolveu a jovem numa mortalha.

As sirenes policiais ecoavam metros abaixo. Escondeu o corpo num armário e enquanto, limpava os vestígios do chão, a campainha tocou.

— Melissa Grendene? - Os policiais foram entrando e verificando todo o ambiente. - Alguém daqui ligou falando seu nome, mas não entendemos o que ela queria.

Melissa deu de ombros, tentando disfarçar com um sorriso curto.

— Que cheiro é esse? - Um questionou, deixando todos os outros atentos.

— Estava lavando o chão e acabei derramando desinfetante demais.

— Alguém tão rica e elegante como a senhora não tem empregados? - O primeiro aproximou dela a encarando dos pés a cabeça.

Ela engoliu em seco e concordou com os policiais, contou que já foi pobre e logo, acredita ser injusto essa desigualdade social e econômica do país, os levando para um debate sobre política ali mesmo.

Depois de café para alguns e bebidas alcoólicas para outros, eles saíram e Melissa correu para ver o que faria com o corpo, porém ao chegar no local que havia o deixado, ele não estava mais lá.