Faz mais ou menos duas semanas que Trev sarpou. Faz mais ou menos essa mesma quantidade de tempo que olho meu celular regularmente esperando pelos momentos em que pode falar comigo. Não que eu fique a todos os segundos abrindo o whatsapp ou algo do tipo, mas é rotundo que sempre que pego o celular checo o aplicativo.

Até o momento já recebi fotos de paisagens, festas e comidas incríveis, snaps dele curtindo, chamadas de vídeo e áudios dos mais variados assuntos. Ás vezes até parece que estou lá vivendo isso com ele. O sorriso de Trev, as expressões, tudo nele, mostram uma felicidade tão genuína que quase torço para que essa viagem nunca acabe, mesmo que eu esteja morrendo de saudades dele.

Ainda não contei sobre a carta e acho que essa foi a decisão certa. Trevor provavelmente acabaria ficando muito mais no celular do que o necessário para não “perder o tempo que tem comigo” ou alguma coisa parecida e não aproveitaria tanto quanto está aproveitando. 

Meu celular vibra.

“Art, tá aí?”

“Tô sim, quais as novidades?”

Trevinho viajante enviou um vídeo.

Trevinho viajante enviou uma imagem.

“Queria que você estivesse aqui só para poder ver sua reação.”