Conforme minha queda ao Hades apenas se tornava inevitável, tornei  a pensar nos momentos de minha pré-morte, quando minha pele foi perfurada por uma espada divina, se desmanchando como greda nas mãos de um escultor, lembro do meu sangue, da frieza da lâmina e de como ela foi fincada e retirada de meu corpo várias vezes, ainda sim, lembro que não gritei ou chorei em momento algum, afinal, maior traição já havia acontecido, também lembro de minhas últimas palavras para minha mulher.

— " Irina, não espere que eu volte.

Suas lágrimas gélidas ainda percorrem minha fúnebre existência destinada a desgraça.