Ele era mais velho e tinha um sorriso torto, de tigre, que roubaria a inocência de qualquer garota.

Mas Alexa já não tinha nenhuma inocência para ser roubada.

Ainda estava no chão, deitada sobre a poça de água que se formou de seus cabelos. Tentando decidir uma resposta para aquela cantada e se era uma cantada.

Bom, se fosse, tinha que admitir que era uma das boas.

Virando-se para trás e vendo a placa de “fechado”, o garoto não demorou para sacar o que acontecia.

— Você invadiu a loja de conveniência.

Ao contrário do que ela esperava, ele não disse surpreso, mas apenas como uma constatação. Como se fosse algo a se ver todo dia. Talvez ele não fosse como outras pessoas, como as de Dalson.

Estendeu a mão para levantá-la.

— O que está fazendo aqui?

— Eu quem pergunto. Estava roubando doces? – Ele tirou uma estrelinha de sua bochecha, colocando-a na boca em seguida.

Alexa rolou os olhos e o garoto sorriu novamente, indicando com a cabeça o lado de fora.

— Estava abastecendo.

Tirou uma mortalha do bolso e um pouco de tabaco com que ela achava ser menta.

— Vai me contar como veio parar aqui? A propósito, sou Jesse.