O cheiro de álcool e fumaça impregnava todo o quarto. Marjorie sentia-se tonta e pesada.

Sua consciência estava ali, mas não podia controlar-se.

Assistiu suas mãos tatearem sobre a mesa de cabeceira, pegou os comprimidos e ingeriu com uma dose ácida da bebida cor de âmbar.

Ela sentiu aquilo lhe queimar a garganta.

A visão vai ficando turva e embaçada, ela sente que vai perder a consciência a qualquer instante, e então é tragada pela escuridão.

Sem medir o tempo, ela acorda e ouve sons no andar de baixo. Assusta-se.

Não há um raciocínio lógico. Um pânico toma conta de suas ações.

Ela revira o cofre do marido, o objeto está no fundo, escondido sob os documentos.

Pega a arma e desce as escadas. Sua visão é traiçoeira. Sente o rosto latejar, está dolorida.

O medo à deixa em estado de alerta.

E então ele surge.

Está agressivo.

Marjorie não consegue compreender suas palavras.

Ele avança em sua direção.

Ela não pensa duas vezes.

Não faz mira, apenas aperta o gatilho.

E dispara até que a arma esteja vazia, ate que ela se esvazie da raiva e do medo.

Ele tomba, uma poça de sangue escarlate prepara sua nova mortalha.